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sábado, 23 de julho de 2016

A volta da governabilidade

Vencidos os primeiros dois meses desde a troca de guarda no Planalto, está evidente para todo mundo que o País finalmente voltou a ter governo. E com ações concretas dirigidas aos interesses da Nação. Não meramente eleitoreiras, de autopreservação, como ocorria até recentemente com a presidente afastada Dilma. A diferença entre o cenário caótico dos tempos de Dilma e o que se experimenta agora é abissal. Aquela sensação tenebrosa de ausência de direção e de confiança nas deliberações do Executivo vai aos poucos se dissipando, ficando para trás como lembrança de um pesadelo que ninguém quer vivenciar de novo.

Temer e o seu “dream team” da economia estão injetando otimismo, abrindo espaço a soluções criativas para os inúmeros problemas que herdaram. O sopro de credibilidade é fruto da percepção de que o atual comando está efetivamente compromissado com resultados. A proposta de renegociação da dívida dos estados, o projeto que dá maior transparência às agências reguladoras, a nova lei das estatais, o incremento das parcerias público/privadas – com a abertura, inclusive, do controle de subsidiárias dos Correios – são apenas algumas das medidas positivas em andamento que revestem de ânimo essa nova fase de gestão do Estado.

Sem contar no balaio as sonhadas reformas estruturais, entre as quais a da Previdência, que devem finalmente entrar em pauta. Dilma atravessou quase dois mandatos implodindo com os fundamentos da economia, legando a maior recessão de todos os tempos, abrindo espaço e fazendo vista grossa a uma corrupção monumental. Havia largado a administração pública à própria sorte. Não arbitrava nada. Não planejava. Tocava os estouros de caixa com pedaladas criminosas, sem critério, e lances de populismo escrachado e irresponsável que só agravavam o quadro.

De uns tempos para cá, a então mandatária não fazia outra coisa que não campanha em interesse próprio, montando verdadeiros comícios no Palácio e estimulando a anarquia sindical que lhe dava apoio em troca de generosas subvenções. A caricatura de uma chefe de estado perdida em propostas inexequíveis é reforçada pelos movimentos de Dilma longe do poder: ela fala em realização de eleições gerais antecipadas, promete manter a equipe econômica de Michel Temer, diz que vai colocar o Congresso no prumo.

Delira, divaga e exibe em praça pública sua inapetência notória para o cargo que um dia ocupou. Nas rodas de conversa de variados segmentos da sociedade a impressão que hoje prevalece, referendada inclusive em pesquisas de opinião, é a de que seu eventual retorno representaria um desastre de proporções inimagináveis, quebraria a economia de vez e mergulharia o País nas trevas da ruptura social. Boa parte da população sente calafrios diante da mera hipótese de repetição do ambiente de desmandos petistas.

No contrafluxo, o mercado vive dias de crescente tranquilidade com as ideias e decisões de Temer. Aposta todas as fichas na sua permanência. Reconhece nele a habilidade política para negociar temas áridos e para conquistar apoio do Congresso a iniciativas antes abandonadas. São duas visões bem distintas sobre os estilos de gestão em jogo, que devem pesar na hora da votação do impeachment. A irredutível Dilma faz pouco caso das demandas parlamentares e do necessário entendimento com senadores e deputados.

É o retrato da empáfia, da teimosia e da convicção irrevogável de que só ela governa. Foi assim nos idos do seu (des)governo e por incrível que pareça será, na sua visão, a fórmula a ser repetida na cada vez mais remota alternativa de seu retorno. Sem base de sustentação, nem apoio popular, Dilma parece sonhar com a consagração de um poder autocrático, fora de qualquer contexto e sintonia com as atuais necessidades do Brasil. Entre Dilma e Temer, nem os partidários dela, se tiverem algum juízo e compromisso com os votos que receberam, devem cometer a sandice de apoiar essa senhora.

 Fonte: Editorial - Isto É - Carlos José Marques


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