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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Cadeira cativa no lado errado da história - Percival Puggina


[Para a foto ser completa, faltou a foto de um muar (com nossas desculpas aos muares.) ]

         Escrevo sobre a frase de Lula a respeito da guerra entre Israel e o Hamas:

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus

Pois é. Se Lula fosse judeu e estivesse sentado na cadeira de Netanyahu é óbvio que a estas alturas já teria tomado meia dúzia de chopes com Al-Synvar. O terrorista teria trazido seus reféns de volta para aconchego familiar em Israel e, meio sem jeito, diria a Lula “Foi mal!”. 

Lula, por sua vez, encerraria o ciclo de negociações bebuns com um “Desculpa qualquer coisa, companheiro” e voltado cambaleante para casa. Mas Lula não é judeu, não é primeiro ministro de Israel, Al-Synvar é terrorista casca grossa e não bebe.

Então, como cidadão brasileiro, se pudesse falar a Lula, lhe diria o mesmo que o rei Juan Carlos I, de Espanha, disse a Hugo Chávez em novembro de 2007: “Por que no te callas?”. Mania essa de ficar, sempre, no lado errado da História, arrastando suas vítimas à mesma perdição!

Para quem não lembra, escolher o lado errado é uma síndrome petista. Querem ver?

  1. O petismo foi contra a Constituição Federal (ele a queria mais socialista);
  2. Foi contra o Plano Real;
  3. Foi contra o pagamento da dívida externa;
  4. É contra as privatizações;
  5. É contra a Lei de Responsabilidade Fiscal
  6. É contra o teto de gastos;
  7. É contra o agronegócio;
  8. É contra o marco temporal e quer entregar tradicionais áreas de lavoura aos índios;
  9. Apoia as estripulias imobiliárias dos quilombolas;
  10. É contra o direito de propriedade;
  11. É contra o direito de herança;
  12. Quer implantar a novilíngua e impor a tirania do “politicamente correto”;
  13. Apoia, sustenta e agora alimenta as ditaduras de esquerda;
  14. Quer impor a censura das opiniões;
  15. Quer patrulhar as redes sociais;
  16. Criou o MST que promove invasões;
  17. Incentiva conflitos, quer sejam de classe, quer sejam identitários;
  18. Condena a atividade policial e protege a criminalidade;
  19. Quer desarmar as instituições policiais;
  20. Manifestamente entende que direitos humanos são privativos de bandidos e companheiros;
  21. Quer políticas de desarmamento dos cidadãos de bem;
  22. Jamais cogita em tomar as armas dos bandidos e enfrentar os estados paralelos das organizações criminosas;
  23. Opõe-se à redução da maioridade penal;
  24. Possui verdadeira fobia por presídios e órgãos de segurança;
  25. Vale-se da laicidade do Estado para sufocar os valores cristãos, relegando-os ao silêncio das consciências individuais, mas libera e estimula o ataque furioso e multiforme a esses mesmos valores;
  26. Transforma as salas de aula em laboratório de encolhimento de cérebros e formação de militantes;
  27. É contra a escola sem ideologia, homeschooling e escola cívico-militar;
  28. Defende o aborto e naturaliza sua prática;
  29. Oficializa o racismo com leis de quotas;
  30. Criou e instituiu o Foro de São Paulo;
  31. Aparelha a administração pública e os poderes de Estado com seus filiados e aliados;
  32. Onde exerce o poder, defende toda pluralidade, menos a de expressão divergente, mesmo quando amplamente majoritária;
  33. Financia obras para companheiros e governos maus pagadores;
  34. Empenhou-se em impingir à sociedade o PNDH-3 e, agora, quer aplicar a ideologia do partido à rede de ensino com o programa da Conae;
  35. Proporcionou os dois maiores e mais rumorosos escândalos de corrupção deste século, o mensalão e o petrolão.
Tendo sido testemunha viva e atenta desse período da história republicana, conheço pessoas que se encantam com o lado desastroso da história e querem viver nele. 
Não entendo os que, recusando o inteiro pacote resumido acima, deixam cair os braços, afirmam estar tudo dominado, e repetem, sem cessar, que falar não resolve. Ora, se não resolvesse, Lula e seus consectários não incluiriam entre os objetivos estratégicos comuns os itens 14 e 15 acima.

Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.


domingo, 28 de janeiro de 2024

O rancor dos velhos pecadores - Augusto Nunes

Revista Oeste

Criminosos perdoados em 1979 só anistiam companheiros de seita

 Ato pela anistia de presos políticos, na Praça da Sé, em São Paulo, em 1979, e manifestação pela democracia e contra o ataque bolsonarista com a mensagem "sem anistia", na Avenida Paulista, em São Paulo, em 2023 | Foto: Montagem Revista Oeste/Ennco Beanns/Arquivo Público do Estado de São Paulo/Shutterstock 
 
A anistia de 1979 impede que Franklin Martins se queixe da vida
Hoje com 75 anos de idade, ele foi preso em 12 de outubro de 1968, na abertura do Congresso da União Nacional dos Estudantes em Ibiúna, e libertado 60 dias depois, na véspera da decretação do Ato Institucional nº 5. É pouco tempo de gaiola para tão extensa ficha criminosa. 
Capixaba criado no Rio de Janeiro, Franklin juntou-se à extrema esquerda ainda na adolescência. Presidente da União Metropolitana dos Estudantes, já defendia a troca da ditadura militar pela ditadura do proletariado. 
Filiado ao Movimento Revolucionário 8 de Outubro, o MR-8, um dos grupos comunistas convencidos de que poderia derrubar o governo à bala, participou de um punhado de ações criminosas antes de articular, em parceria com a Ação Libertadora Nacional (ALN), o sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick. 
 
Num documentário sobre o episódio que assombrou o país de 4 a 7 de setembro de 1969, Franklin confirma, com a placidez de quem acabou de comungar, que estava pronto para o papel de carrasco. “Sempre entendi que, se não fôssemos atendidos, Elbrick seria executado”, admite sem vestígios de remorso. Como a junta militar que governava provisoriamente o país aceitou embarcar rumo ao México o grupo de 15 extremistas que incluía líderes estudantis presos um ano antes, o carcereiro foi dispensado de matar o refém. 
Retomou a vida clandestina até concluir que seria menos perigoso expor em outras paragens seus quase 2 metros de altura. Morou no México, fez uma escala no Chile e estava em Cuba quando a anistia encerrou o banimento imposto a envolvidos em sequestros de embaixadores. 
Capixaba criado no Rio de Janeiro, Franklin juntou-se à extrema esquerda ainda na adolescência | Foto: Juca Varella/Instituto Lula
Com pouco mais de 30 anos, Franklin teve tempo para ganhar notoriedade como jornalista da Globo, infiltrar-se no alto comando do PT, tornar-se ministro das Comunicações no segundo governo Lula e fazer o diabo na luta pela adoção do “controle social da mídia”, outro codinome da censura à imprensa. Agora semiaposentado, trocou a discurseira agressiva por lições enunciadas com voz de avô que tudo vê e tudo sabe. Ultimamente, anda ensinando que as depredações ocorridas em Brasília no 8 de janeiro escancararam uma tentativa de golpe de Estado — e que lugar de golpista é na cadeia. Portanto, é preciso apoiar a palavra de ordem deste estranho verão:SEM ANISTIA”. 
Isso é coisa para a turma que recorreu à luta armada para chegar ao paraíso socialista sem perder tempo com escalas na detestável democracia burguesa.
 
Muito mais grave é a tentativa de golpe abastecida por vendedores de algodão-doce, concorda José Dirceu, uma das 15 moedas de troca incluídas na barganha que livrou da morte o embaixador Elbrick. 
Presidente da União Estadual dos Estudantes, pai da ideia de realizar em Ibiúna o Congresso da UNE que destruiu a entidade, Dirceu voltou secretamente do exílio em 1973, com o nariz redesenhado por um bisturi, o codinome Daniel, um fuzil numa das mãos e, na outra, o diploma de guerrilheiro formado em Cuba. 
Viu que a coisa estava feia, deixou para mais tarde a hegemonia proletária, mudou de identidade, apareceu na paranaense Cruzeiro do Oeste fantasiado de pecuarista, casou-se com a dona da mais próspera butique da cidade e não revelou quem era, mesmo depois do nascimento de um filho.
 
O guerrilheiro que só disparou balas de festim teria envelhecido por lá se a anistia de 1979 não o livrasse do medo, do casamento e da rotina tediosa. Com o nariz restaurado, desembarcou em São Paulo a tempo de participar da fundação do PT, eleger-se deputado, presidir o partido, comandar em 2002 a vitoriosa campanha de Lula, tornar-se o mais poderoso dos ministros e usar a faixa de capitão do time do presidente. 
Por pouco tempo: o envolvimento em sucessivos escândalos custou-lhe a perda do gabinete no Planalto, do mandato parlamentar e da pose de comandante em combate. 
Aos 77 anos, liberado pelo Supremo Tribunal Federal de mais sessões de fotos de frente e de perfil, desfruta da vida mansa que garantiu ao exercer o ofício de facilitador de negócios suspeitíssimos
Sobra-lhe tempo para desfraldar, em palavrórios publicados por um site companheiro, a bandeira com a inscrição “SEM ANISTIA”.
José Dirceu do século passado não tinha nenhum respeito por adversários | Foto: Reprodução/Redes Sociais
“O que a sociedade quer saber”, comunicou Dirceu no artigo de estreia, “é se todos os implicados nesse crime de traição à Constituição e à democracia em nosso país, sejam eles civis ou militares, populares ou empresários, responsáveis pelas redes sociais, políticos ou não, vão ter as penas que merecem. Só teremos as respostas com a conclusão dos inquéritos e processos conduzidos legitimamente pelo ministro Alexandre de Moraes”
O José Dirceu do século passado não tinha nenhum respeito por adversários.
Num comício em São Paulo, afirmou que o governador Mário Covas e seus partidários mereciam “apanhar nas urnas e nas ruas”
A versão 2024 é menos belicosa: “O resultado das eleições deve ser respeitado”, anda recitando. 
 
As reações do Partido dos Trabalhadores aos resultados das eleições presidenciais sugerem que a recomendação do guerreiro do povo brasileiro seja endereçada à sigla que abrigou toda a turma que a anistia de 1979 resgatou da cadeia, do exílio ou da clandestinidade. A intolerância rancorosa sempre foi a mais notável marca de nascença da seita que tem em Lula o seu único deus. 
Derrotados, os devotos nem esperam a posse do adversário para tentar despejá-lo do cargo.
Em 1989, 1994 e 1998, gritaram Fora, Collor!, Fora, Itamar! e Fora FHC!. Em 2016 e 2018, berraram Fora, Temer! e Fora, Bolsonaro! 
É verdade que poucos partidos sabem perder uma eleição com elegância. Mas o histórico das disputas escancara um segundo e ainda mais espantoso defeito de fabricação: além de não saber perder, o PT também não sabe ganhar.
 
Em vez de comemorar o próprio triunfo, o petista-raiz festeja a derrota do inimigo. 
Em vez de celebrar a vitória dos seus candidatos, arma a carranca e sai por aí à caça de vencidos a espezinhar. 
Transformado num viveiro de ressentidos sem cura, o ajuntamento esquerdista não consegue ser feliz. 
Para gente assim, algum inimigo é o culpado por todos os problemas passados, presentes e futuros. Em 2003, por exemplo, Lula assumiu a Presidência grávido de ressentimento com Fernando Henrique Cardoso, que lhe impusera duas goleadas sucessivas ainda no primeiro turno. Só por isso fingiu não enxergar as transformações modernizadoras embutidas no legado que lhe caíra no colo. 
O Plano Real, por exemplo, havia enjaulado a inflação selvagem. 
O processo de privatização já exibia sua musculatura modernizadora e fixara-se um limite para a gastança. 
Pois foi só FHC descer a rampa do Planalto para que Lula começasse a recitar a lengalenga da “herança maldita”.
A freguesia da “bolsa ditadura”, formada majoritariamente por anistiados de 1979, é engrossada pela ala da “anistia reflexo”, composta de parentes de supostos perseguidos.

E inclui o bloco que conseguiu a Declaração de Anistia, documento que isenta o portador de pagar o Imposto de Renda pelo resto da vida
O culpado da vez é Jair Bolsonaro. Foi ele o responsável no Brasil pelas mortes causadas em outros países por um vírus chinês.  
Foi Bolsonaro quem ressuscitou a pobreza extinta por Lula e a miséria erradicada por Dilma. 
Foi ele quem mandou matar Marielle Franco (e convém verificar se não estava em Santo André quando Celso Daniel foi assassinado)
Foi ele quem tentou exterminar os ianomâmis. 
Evidentemente, foi Bolsonaro quem chefiou a tentativa de golpe de Estado ocorrida em Brasília em 8 de janeiro de 2023. 
Era previsível que o ex-presidiário que prometeu ao menos abrandar o clima de polarização política se engajasse com entusiasmo na campanha contra a decretação de uma anistia que encerraria o drama vivido por mais de mil brasileiros que não votaram no candidato do PT. 
stf bolsonaro
Segundo o PT, Jair Bolsonaro é o culpado da vez | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em 1979, o regime militar liquidara a oposição armada, mas o estado de direito era ainda um brilho nos olhos dos democratas. O AI-5 fora revogado no fim do ano anterior, mas os governadores haviam sido indicados pelo governo federal, e só dez anos mais tarde o presidente da República voltaria a ser eleito pelo voto direto. 
Ainda assim, a anistia foi um avanço e tanto. 
Centenas de exilados foram festivamente recebidos no Aeroporto do Galeão, a libertação dos 53 condenados pela Justiça Militar esvaziou as celas antes atulhadas de sobreviventes da luta armada, as tensões se abrandaram imediatamente. 
Só continuaram zangados os militantes que em 1980 se reagrupariam no PT — e zangados continuariam por quatro motivos. 
 
Primeiro: embora nenhum dos grupos extremistas tenha atraído mais de cem militantes, todos se julgavam representantes de todos os brasileiros. Segundo: um soldado do povo não comete crimes, pratica ações revolucionárias; não mata seres humanos, executa inimigos dos explorados; não assalta bancos, expropria ícones do capitalismo selvagem. Terceiro: anistia só deve valer para quem contempla o mundo apenas com o olho esquerdo. 
Quarto: faltava a indenização. Os perdoados que não perdoam deram-se por satisfeitos com a criação da Comissão de Anistia, o mais generoso e complicado monstrengo administrativo inventado desde 1500. 
Criada em 2002 para consolar com indenizações e mesadas vítimas de perseguições políticas ocorridas entre 1946 e 1988, ninguém sabe direito onde fica a comissão, quem a dirige, quantos são os clientes, qual é o tamanho da gastança e quais são os critérios que regulam as enxurradas de reais.
 
 A freguesia da “bolsa ditadura”, formada majoritariamente por anistiados de 1979, é engrossada pela ala da “anistia reflexo”, composta de parentes de supostos perseguidos. 
E inclui o bloco que conseguiu a Declaração de Anistia, documento que isenta o portador de pagar o Imposto de Renda pelo resto da vida. 
Os requerimentos (mais de mil por mês) são julgados pelos integrantes do Conselho da Comissão de Anistia, subordinado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. 
O Orçamento de 2024 destinou cerca de R$ 180 milhões à comissão. 
Nos últimos 20 anos, saíram por esse ralo quase R$ 7 bilhões.  
O ranking dos milionários é liderado pelo jornalista Paulo Cannabrava Filho, que ingressou no clube dos indenizados em 3 de agosto de 2008. Segundo a Gazeta do Povo, até 2019 o campeão havia recebido R$ 4,7 milhões a título de indenização, fora os pagamentos mensais de valor ignorado pelos brasileiros que bancam a farra.  
No blog em que segue combatendo os inimigos da democracia e defendendo os amigos dos pobres do Brasil, Cannabrava afirma que os presos do 8 de janeiro não são apenas golpistas. 
São também terroristas. Devem, portanto, ser duramente punidos. 
Que sobrevivam na cadeia ou atrelados a tornozeleiras. 
Com ou sem julgamento. Sem provas de culpa. Sem anistia. E, claro, sem indenizações.
 
Ao saber que o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro o incluíra numa lista de candidatos a indenizações, Millôr Fernandes exigiu a retirada do seu nome e desmoralizou a malandragem: “Pensei que era ideologia. Era investimento”. A mobilização dos perdoados incapazes de perdoar cabe em outra lição de Millôr: “Ditadura é quando você manda em mim. Democracia é quando eu mando em você”
Como ensinou o grande pensador, “democracia é torcer pelo Vasco na torcida do Flamengo”
Os que berram “sem anistia” sonham com um Brasil de torcida única e um time só. Qual seria? 
O apontado pelo consórcio que junta o Supremo Tribunal Federal, o atual governo e a imprensa velha.
 
Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste
 
 Com reportagens de Anderson ScardoelliCristyan Costa.

Leia também “Nem Churchill escapou”

 

 

 


segunda-feira, 17 de julho de 2023

O PT e O STF tem um projeto de poder - A ruína do país em cinco letrinhas - Gazeta do Povo

Vozes - Luís Ernesto Lacombe

Aliados contra o Brasil

Rosa Weber, presidente do STF, na abertura do ano judiciário, ao lado de Lula. -  Foto: Rosinei Coutinho/STF

Eles têm um projeto... um projeto de poder. O PT e a maioria do STF. O partido está empenhado nisso desde a sua criação.  
Nada do que fez até hoje foi pelo bem do Brasil, nada. 
O Supremo, com tantos integrantes petistas ou aliados circunstanciais do PT, acabou contaminado. 
Entregou-se a artimanhas para liberar Lula, para tirá-lo da cadeia e lançá-lo candidato à Presidência. 
Entregou-se a uma guerra contra os antipetistas, numa perseguição desenfreada, alucinada, que envolve uma série de ilegalidades: inquéritos, censura, prisões.  
O PT e a maioria do STF, por enquanto, estão unidos, no prenúncio de uma desgraça completa.
 
Quando o STF ainda não era o “editor do Brasil”, um “poder moderador no semipresidencialismo”, um “poder político”, o PT aprontava sozinho. O partido votou contra a Constituição de 1988, porque queria um texto ainda mais socialista do que aquele que foi aprovado. 
O PT votou contra o Plano Real, considerado pelo partido uma medida eleitoreira... 
Votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, contra a minirreforma trabalhista no governo Temer, contra a MP da Liberdade Econômica, contra a reforma da Previdência, contra o Marco Legal do Saneamento Básico. O PT é contra todas as tentativas de privatização de estatais e, com a ajuda do então ministro Ricardo Lewandowski, conseguiu indicar, de novo, políticos para os cargos de diretoria e conselhos de administração dessas empresas.
 
    O PT trabalha pela criação de uma lei da censura. 
O STF já assumiu o papel de censor, mesmo que não haja permissão legal para isso
O PT é contra melhorias no sistema eleitoral. A maioria do STF também. 
O PT trabalha pela criação de uma lei da censura. O STF já assumiu o papel de censor, mesmo que não haja permissão legal para isso, mesmo que as leis proíbam qualquer forma de censura.
 
 O Judiciário corta cabeças livremente. Ignora imunidade parlamentar, graça presidencial, cassa mandato por possível prática irregular vislumbrada num futuro. 
E o PT pede mais, pede e comemora a eliminação de seus opositores. 
O partido é contra o debate, contra o confronto de ideias, quer impor “verdades”, uma só opinião. 
A maioria do STF age da mesma forma.
Para prender opositores vale tudo. Vale também dificultar ao máximo a defesa deles. Já os bandidos de verdadecorruptos, lavadores de dinheiro, traficantes de drogas, assassinos, sequestradores –, para esses a máxima proteção.  
O PT e a maioria do STF têm apreço pela leniência a crimes reais, pela impunidade, pelo desencarceramento dos condenados corretamente, dentro do devido processo legal. Eles mandam e desmandam, são loucos pelo poder absoluto.

Veja Também:

  
  A covardia que nos leva às profundezas

    Destruidores das leis e da esperança

    Há loucos no poder

O PT ama o globalismo, o governo mundial, a Agenda 2030 da ONU, a nova ordem para o fim das liberdades. A maioria do STF também. Petistas e ministros do Supremo dão giros pelo mundo para falar disso tudo. Sem jamais abrir mão do luxo, das mordomias, de hotéis e restaurantes caríssimos, de boa comida, boa bebida.  
O PT e o Judiciário vivem entregues à gastança, gastam, gastam, como se não houvesse amanhã. E, nesse ritmo, talvez não haja mesmo... 
Eles são os mestres da arrogância, da soberba, e o que vem, depois disso, é a ruína de um país.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Luís Ernesto Lacombe, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 10 de maio de 2023

O “sacrifício” de Lula para salvar os camaradas argentinos - Editorial

Opinião


 
Lula e Fernández discutiram a crise econômica na Argentina por mais de quatro horas durante encontro em Brasília, no início de maio.| Foto: EFE/André Borges

Uma das marcas da “diplomacia ativa e altiva” petista durante a primeira passagem do partido pelo governo federal foi a disposição para enterrar dinheiro brasileiro em camaradagens com parceiros ideológicos, seja os ditatoriais, seja os mais democráticos. Esse papel de “financiador” já fora exercido no passado distante pela União Soviética, e mais recentemente pela Venezuela, antes que o “socialismo do século 21” conseguisse a façanha de afundar na miséria o país que tem as maiores reservas petrolíferas do mundo. Com o retorno de Lula ao Palácio do Planalto, o Brasil volta a ser a mina de ouro da vez mesmo não estando muito bem das pernas, com perspectivas de crescimento baixo, na casa de 1%, mas, como se diz, é o que há para hoje. E, por isso, os companheiros já estão levando o pires a Brasília. [O Poder Legislativo poderia agir com seriedade e em defesa dos interesses do Brasil e criar uma lei proibindo, terminantemente, sob pena de sanções severas, que o governo brasileiro emprestasse a qualquer país, independentemente  da motivação, qualquer valor que não fosse garantido,o principal e seus encargos, por ativos confiáveis e que não pudessem ser desviados pelo país devedor.]

Lula, mentiroso contumaz que é, adora repetir que recebeu o Brasil “quebrado”, tanto de Fernando Henrique Cardoso, em 2003, quanto de Jair Bolsonaro, em 2023. Mas basta olhar indicadores deixados pelos dois ex-presidentes, como inflação e os tão vilipendiados juros, e compará-los com os da Argentina para ver o que é uma quebradeira real, e não uma quebradeira de fake news. 
Nossos vizinhos sofrem com inflação anual acima de 100%, câmbio descontrolado e juros de 91% ao ano, quase sete vezes maiores que a Selic brasileira. 
O caos é tamanho que o presidente Alberto Fernández já adiantou que não tentará a reeleição este ano. 
E foi ele quem visitou Lula no começo desta semana para pedir ajuda. Saiu “sem dinheiro”, comentou o brasileiro, que no entanto fez uma promessa preocupante: vou fazer todo e qualquer sacrifício para que a gente possa ajudar a Argentina nesse momento difícil”.[o presiMENTE brasileiro, deveria ser obrigado a só ser liberado para ajudar aos hermanos, quando colocasse picanha na mesa dos brasileiros.]

    A Argentina só chegou a esse estado porque tratou as contas públicas e a responsabilidade fiscal com muito mais desleixo que qualquer governante brasileiro da era pós-Plano Real

Uma Argentina em frangalhos econômicos é prejudicial ao Brasil, disso não há a menor dúvida. O país é o terceiro maior parceiro comercial brasileiro (descontando-se a União Europeia, que é um bloco de 27 nações): no ano passado, foram US$ 15,3 bilhões em exportações e US$ 13,1 bilhões em importações. 
No entanto, a escassez de moeda estrangeira do outro lado da fronteira começa a prejudicar os exportadores brasileiros; quanto mais a Casa Rosada interfere no mercado de câmbio, mais os dólares somem, indo parar nos colchões ou em contas no exterior, dependendo das possibilidades de cada empresa ou cidadão argentino. 
Há quase 20 cotações oficiais diferentes no limbo entre o dólar “mayorista”, oficial, e o dólar “blue”, paralelo, cada uma para uma situação diferente, como o dólar Malbec, usado para o setor vinícola; o dólar Coldplay, aplicado a empresários do setor de cultura que contratam bandas estrangeiras para tocar na Argentina; ou cotações especiais para atrair turistas estrangeiros.
 
O que as esquerdas brasileira e argentina ignoram, no entanto, é que a Argentina só chegou a esse estado porque tratou as contas públicas e a responsabilidade fiscal com muito mais desleixo que qualquer governante brasileiro da era pós-Plano Real até Dilma Rousseff seria uma fiscalista empedernida perto do que fizeram os últimos governantes argentinos.  
Mesmo o antiesquerdista Maurício Macri errou grosseiramente ao tentar fazer um ajuste gradual quando a situação exigia medidas mais drásticas; fez concessões ao funcionalismo, bastante numeroso, e terminou o mandato tabelando preços como um esquerdista padrão. Ou seja, a Argentina não é simplesmente “um país que só quer crescer, gerar empregos e melhorar a vida do povo”, como disse Lula ao criticar o FMI; é um país governado por terraplanistas econômicos que insistem em gastar o que não têm, não tiveram e não terão, receita que comprovadamente jamais trouxe prosperidade a povo algum.[receita que os estúpidos que estão no Planalto e servem ao apedeuta maior  querem seguir.]

Por isso é tão preocupante que Lula fale em “fazer todo e qualquer sacrifício”. Porque, no fim das contas, o sacrifício não é dele, mas de quem efetivamente vai bancar a camaradagem, os financiamentos e os subsídios, e arcar com o prejuízo de um eventual calote, como os que o Brasil já levou das ditaduras cubana e venezuelana – o contribuinte brasileiro

Este mesmo que, se depender do arcabouço fiscal proposto pelo governo, terá de entregar ainda mais dinheiro para bancar o “piso de gastos” e as metas de resultado primário, e agora, para cumprir a promessa feita por Lula a seu colega argentino, possivelmente acabará também garantindo farras gastadoras além-fronteiras.

Editorial - Gazeta do Povo 

 


sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

E Lula dilmou de vez - Percival Puggina

Adivinhe qual a emissora de TV que Lula escolheu para sua primeira entrevista de temas múltiplos após o início de seu governo? Bingo! Acertou de cara, amigo leitor: a Globo News, representada no ato pela indefectível jornalista Natuza Nery, comentarista de política do canal e de quem nunca se viu, em quatro anos, o mais tênue deslize em sua trincheira oposicionista.

Lula falou sobre a necessária aplicação da lei aos que tentaram golpe de Estado, disse que os militares devem tirar a farda para fazer política e prometeu acabar com o desmatamento. E, de repente se pôs a falar sobre Economia. Nessa área ele consegue ser pior do que Fernando Haddad e transforma a estabanada Dilma Rousseff em seu posto Ipiranga.

O jornalista Álvaro Gribel, da mesma Globo, e sobre cuja posição não cabe dúvida, pois considerou serem palavras “de estadista” aquelas com que Lula respondeu as três questões mencionadas acima, criticou fortemente as posições do novo presidente em questões econômicas. Lula considerou uma bobagem a independência do Banco Central, reiterou ser contra a meta de inflação e contra o teto de gastos.

Lula sempre pensou assim. Lá atrás, no começo do século, ele já pensava “que uma inflaçãozinha não fazia mal algum”. Não foi por outra razão, além da inveja que tinha de FHC, que seu partido se opôs ao Plano Real, sem o qual estaríamos até hoje em hiperinflação. E aquela loucura dos anos 90 do século passado começou com alguma inflaçãozinha e descontrole fiscal vinte anos antes.

Para Lula, estabilidade social e fiscal são objetivos antagônicos por causa da ganância das pessoas mais ricas.  
Ao que se acresce uma sentença que deveria ganhar versões em bronze e enviada aos empresários que apoiaram a volta de Lula ao poder: “O empresário não ganha muito dinheiro porque trabalhou, mas porque os empregados dele trabalharam”.

O novo governante tem instalada na cabeça, sobre Economia, uma verdadeira súmula das idéias que deixaram a situação fiscal do Brasil em pandarecos nas mãos de seu partido, mesmo transcorridas suas quatro gestões num dos períodos mais benfazejos em tempos de globalização. Para ele, todo gasto do governo, mesmo furando o teto, mesmo aumentando impostos, mesmo reestatizando o que foi privatizado, mesmo ampliando a inflação, é “investimento”. Gasto, do tipo dinheiro roubado (imagino), é pagamento de juros.

Ele não sabe que juros elevados não são sobrepreço de empreiteiras e fornecedores. 
Eles são pagos a quem usa seus recursos privados para financiar a despesa pública superior à receita. 
Ou seja, juros da dívida são a consequência inevitável da irresponsabilidade fiscal.  
E é exatamente isso que ele vem prometendo cada vez que fala sobre Economia.

Se, como se diz, “promessa é dívida”, as de Lula  fazem isso mesmo: vão aumentar o endividamento do Estado. Em entrevista exclusiva à Globo, como deferência à empresa e prenúncio de tragédia à nação, Lula apontou o caminho do fracasso.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Herança bendita - Revista Oeste

Artur Piva

Uma das grandes especialidades do ex-presidente Lula, que se prepara para voltar à Presidência do Brasil no próximo dia 1º de janeiro, é a administração de “heranças malditas”.  
É como ele resolve todos os problemas que aparecem no seu governo — a culpa de tudo é de quem veio antes, mesmo que não exista culpa nenhuma. Muito pelo contrário: recebe a casa em ordem, mas um minuto depois já está reclamando que largaram um desastre em cima dele, e que não tem nada a ver com qualquer coisa de ruim que venha a acontecer até o último dia do seu mandato. 
Foi assim com Fernando Henrique. Lula recebeu um Brasil sem o pior problema da sua história econômica a inflação, eliminada por seu antecessor com o Plano Real.  
Estava pronta, também, a privatização das telecomunicações, sem a qual o país iria para o naufrágio, do setor de mineração-siderurgia e dos bancos estaduais, que funcionavam como Casa da Moeda particular dos governadores e eram possivelmente os únicos no mundo a dar prejuízo.

Presidente Jair Bolsonaro | Foto: Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo
Presidente Jair Bolsonaro -  Foto: Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo 

Lula se deu bem: aplicou esse conto do vigário, e Fernando Henrique, em vez de expor a mentira, acabou achando que ele, Lula, é hoje o homem que vai salvar o Brasil. A história pode se repetir agora — com a diferença de que Jair Bolsonaro dificilmente fará algum dia o beija-mão que Fernando Henrique fez. 
O novo presidente já acusa o atual governo dos piores crimes econômicos dos últimos 500 anos, e de todos os outros tipos — e a realidade é exatamente o contrário. 
Bolsonaro vai deixar para Lula a melhor situação que o país já teve na passagem de um governo para outro, em qualquer época recente.

Isso é o que mostram os fatos e os números, como se pode constatar por 12 indicadores-chave da situação da economia brasileira neste momento.

1. Inflação
Dilma Rousseff, sucessora de Lula na Presidência da República,
foi retirada do governo deixando como legado uma inflação que era uma verdadeira herança maldita. Em agosto de 2016, quando o impeachment foi concluído, o Índice de Preços ao Consumidor — que mensura o custo de vida — para 12 meses estava próximo de 9%. Nos Estados Unidos, era de pouco mais de 1% para o mesmo período.

Em setembro deste ano, os dois países trocaram de posição. De lá para cá, a inflação brasileira se mantém menor que a norte-americana. No mês de outubro, por exemplo, a variação dos preços ficou em 6,5% no Brasil e próxima de 8% nos EUA.

2. Crescimento
A economia também mostra mais desenvoltura em comparação ao fim da última gestão petista. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolheu cerca de 4% em 2016. Ao mesmo tempo, o mundo cresceu em torno de 3%, e a China registrou a expansão de 7%.

Para 2022, o FMI estima quase 3% de crescimento para o PIB brasileiro. A projeção para os desempenhos da economia global e do PIB chinês neste ano está praticamente no mesmo valor de 2016.

A recuperação da produção nacional se estabeleceu mesmo num ambiente de incertezas internacionais. Além da invasão russa à Ucrânia, iniciada em fevereiro, o governo do presidente Jair Bolsonaro teve de enfrentar um desafio sem precedentes: a pandemia por coronavírus — uma crise sanitária mundial, que limitou o comércio entre países, quebrou empresas e desorganizou as cadeias produtivas ao redor do globo.

3. Desemprego
Atualmente, a taxa de desempregados no país é de cerca de 8%. Número que só esteve menor em meados de 2015, segundo os levantamentos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Durante a pandemia, a taxa de desocupação calculada pelo IBGE bateu o recorde de quase 15% em dois momentos: julho a setembro de 2020 e janeiro a março de 2021. A destruição em massa dos empregos ocorreu na esteira das medidas restritivas adotadas durante a crise sanitária. Contrariando a posição do presidente, as restrições impostas por governadores e prefeitos seguiam a máxima: “A economia a gente vê depois”.

4. Balança comercial
Em 2016, o valor corrente da balança comercial brasileira — soma de exportações e importações —- fechou em 20% do PIB do país. Em 2021, a proporção cresceu para 30%. O dado demonstra aumento na abertura da economia do Brasil.

5. Superávit primário
Além disso, o superávit primário formado pela quantia faturada com exportações menos a despesa com importações ficou 50% maior. A soma saltou de US$ 40 bilhões, em 2016, para US$ 60 bilhões, em 2021.

6. Arrecadação federal
A arrecadação federal está quase 30% maior que na saída de Dilma do Planalto. No acumulado de 12 meses registrado em agosto de 2016, o valor ficou pouco abaixo de R$ 1,5 trilhão, conforme os dados do Tesouro Nacional. Em setembro de 2022, a soma se aproximou de R$ 2 trilhões.
 
7. Gastos públicos
A partir de junho de 2022, o governo federal voltou a ter superávit primário nas contas públicas acumuladas em 12 meses, ou seja, os gastos passaram a ser menores que as despesas. O saldo positivo para igual intervalo não ocorria desde novembro de 2014 (momento em que a economia global ainda estava extremamente favorável). No dado mais atual, de setembro, o valor extra fechou em praticamente R$ 85 bilhões.

8. Lucro das estatais
As empresas estatais se tornaram lucrativas
. No ano passado, o resultado líquido dessas companhias fechou próximo de R$ 190 bilhões, 40 vezes que os pouco menos de R$ 5 bilhões de 2016 — e cerca de R$ 230 bilhões a mais que o prejuízo de R$ 32 bilhões registrado em 2015.

9. Reservas internacionais
Para mitigar os efeitos das instabilidades monetárias,
o país possui por volta de US$ 330 bilhões em reservas internacionais. O valor aparece no relatório mais atual do Banco Central, e representa o montante de setembro deste ano.
 
10. Agronegócio

No começo de 2022, as cadeias produtivas do agronegócio brasileiro se viram ameaçadas com a possibilidade de uma crise de abastecimento de fertilizantes. As preocupações ocorreram em razão das sanções impostas à Rússia, por causa da invasão à Ucrânia. Os russos figuram entre os principais fornecedores mundiais desse insumo vital para a agricultura.

Por meio de diplomacia, o governo federal conseguiu garantir a oferta de fertilizantes. Como resultado, o agronegócio brasileiro colhe o recorde de 270 milhões de toneladas de grãos em 2022 — marca que deve ser superada em 2023, com os 310 milhões de toneladas estimadas para a safra seguinte.

Nesse contexto, a produção de carne — somando bovinos, suínos e frangos segue aumentando. Os crescimentos previstos para 2022 e 2023 são de 1% e 3%, respectivamente.

A disponibilidade anual de carne por habitante deve subir para cerca de 3% no ano que vem. Desse modo, a oferta por brasileiro, descontado o volume exportado, ficará acima de 95 quilos.

11. Parcerias com o setor privado
O governo também deixa como legado um programa de parceria para investimentos com a iniciativa privada que garante a injeção de R$ 1 trilhão, entre investimentos e outorgas. A extensa lista envolve por volta de 150 projetos, distribuídos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Pará, e arrendamentos de terminais aeroportuários no Paraná e em Pernambuco.

Considerando também as propostas em estudo, a carteira do programa contém 224 projetos. Um deles, ainda em análise, é a desestatização do Porto de Santos.

Quando Bolsonaro assumiu a Presidência, o porto santista, o maior da América Latina, registrava prejuízos recorrentes. O saldo das operações de 2018 ficou negativo em aproximadamente R$ 500 milhões. Agora, a instalação gera dividendos. O lucro líquido acumulado de janeiro a outubro, por exemplo, já está positivo em R$ 430 bilhões.

12. Obras continuadas e terminadas
O atual governo ainda deu continuidade a obras atrasadas, iniciadas em gestões anteriores
Um caso emblemático é a transposição do Rio São Francisco, que passou por paralisações em diversos trechos.Depois de 15 anos de embaraços e quatro presidentes da República, a transposição que pretende garantir água no sertão nordestino foi concluída.

Outro exemplo é a Ferrovia Norte-Sul. As obras tiveram início em 1985, durante o governo Sarney. A construção do traçado original, que envolve 1,5 mil quilômetros entre Porto Nacional (TO) e Estrela D’Oeste (SP), deve ser concluída até o fim de 2022. Sua estrutura foi planejada para ser a espinha dorsal do transporte ferroviário do Brasil.

Na listagem, também está incluída a Ponte do Abunã, sobre o Rio Madeira, em Rondônia. Inaugurada em maio de 2021, foram sete anos de construção.

No painel sobre obras públicas do Ministério da Economia, são citados cerca de 130 mil projetos iniciados em governos anteriores e concluídos durante o mandato de Bolsonaro. Empreitadas de todos os tamanhos estão na relação: construções e reformas de creches, hospitais, escolas, centros comerciais e outros prédios públicos, além de estruturas como pontes, estradas e ferrovias.

Esse é o legado de um país mais aberto economicamente, com equilíbrio nas contas públicas e em linha com o crescimento mundial, mas que depende da austeridade adotada no governo Bolsonaro para se manter. Depois de eleito, Lula questionou, por exemplo, a necessidade de manter superávits, cortar gastos, garantir a estabilidade fiscal e respeitar o teto de gastos. As falas de Lula dão a entender que sua gestão seguirá o caminho inverso, em direção ao já conhecido precipício petista.

Leia também “O fora Lula só começou”

 

Artur Piva, colunista - Revista Oeste


segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Efeito Orloff - Percival Puggina

No fim dos anos 80 do século passado, para difundir a ideia de que o produto não causava ressacas, a vodka Orloff criou o famoso bordão da marca com a frase proferida por um consumidor irradiando bem estar: “Eu sou você amanhã”.

O dito ganhou nome próprio – Efeito Orloff – e foi muito usado em diferentes circunstâncias, entre elas um fato reiterado: os desastres da economia argentina pouco depois se repetiam na nossa. Em 1994, o Plano Real quebrou o efeito Orloff. 
 Naquele ano, a inflação brasileira, espelhando o que acontecia no país vizinho, refletia desordem econômica e era combatida com tabelamentos. A consequente escassez, enfrentada com apreensão de estoques. Uma burrice inominável.

Em junho de 1994 (lançamento do Plano Real), a inflação brasileira bateu 47% sobre o mês anterior e alcançou 4.900% sobre junho do ano anterior! Vivêramos anos terríveis. Recebidos os salários, corria-se aos supermercados para compor volumosos estoques mensais como forma de escapar à erosão do poder de compra ao longo do mês. Estabeleceu-se o hábito de procurar nas prateleiras produtos que tivessem escapado a atividade cotidiana do “rotulador maluco” – o funcionário que lhes sobrepunha novas etiquetas de preços. Estocava-se tudo que pudesse ser congelado.

Aplicadas regras do Plano Real, no mês seguinte, em julho de 1994, a inflação caiu para 6,8% e em seguida a  moeda entrou num longo período de estabilidade. Em outubro, Fernando Henrique venceu a eleição contra Lula no primeiro turno. Quatro anos mais tarde, os dois voltaram a se defrontar após o horroroso episódio da compra de votos para aprovar a PEC que permitiu a reeleição. Lula fez campanha contra o Plano Real e, uma vez mais, perdeu no primeiro turno.

A Folha de São Paulo, em 2 de julho de 1998 reproduziu fala de Lula, em discurso, afirmando que “o povo tem que aprender que ninguém pode viver de fantasia o tempo inteiro" e que estava disposto a pregar contra o plano ainda que isso significasse o risco de perder votos. Na mesma ocasião, Lula listou banqueiros e especuladores entre os que teriam razão para festejar o aniversário do Plano Real. E acrescentou: "É essa a estabilidade monetária que causa instabilidade social".

Oi? Pois é, disse isso mesmo e não mudou de ideia sobre teto de gastos. O convite agora feito a dois dos criadores do Plano Real, ligados ao poleiro dos tucanos, para sua equipe de transição certamente não é ideia de Lula, mas de Alckmin e, na vida real, não significa coisa alguma. À absurda situação em que nos encontramos somam-se agora os riscos de que um desastre se abata sobre a área tão competentemente comandada por Paulo Guedes, sob fogo inimigo, inclusive de ministros do STF. 

Não sei se acabou nosso efeito Orloff em relação à Argentina. Mas sei que o abraço, orelha com orelha, trocado entre dois notórios populistas como Lula e Alberto Fernandez se soma às minhas preocupações.  

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Que delícia de censura - Guilherme Fiuza

Revista Oeste

Uma decisão do TSE na noite anterior tinha proibido a Jovem Pan de fazer certas referências pejorativas a Lula. Nada mais justo. Basta de perseguição a inocentes

Ilustração: Brazhyk/Shutterstock 

 Ilustração: Brazhyk/Shutterstock

Esse negócio de censura é muita emoção. Já tinha ouvido falar e experimentado aqui e ali, mas ao vivo é outra coisa. Não um simples “cala a boca” a partir de algo que você falou. Isso não tem tanta graça. Estou me referindo a um “cala a boca” sobre algo que você ainda não falou. É quase transcendental.

A censura prévia te leva a um estado psicológico muito louco. Não é comparável a nada. Uísque, cachaça, barbitúrico, crack, cocaína, lança-perfume, meditação, rapé, anestésico, batida de limão, psicanálise freudiana, psicanálise junguiana, tarja preta, sexo pago, amor verdadeiro, café sem açúcar, hipnose, transe místico, fila de banco, Jornal Nacional, papo de bêbado, aula de sociologia, chilique de adolescente, trepanação, jejum tibetano, churrasco de melancia, arte contemporânea, palestra do Bill Gates, comício da Simone Tebet, dor de corno, paixão avassaladora — nada dá tanta onda quanto censura prévia. Só experimentando pra saber o que é.

O mágico na censura prévia é que você ainda não pensou e já não pode falar. Isso é cósmico. Ou seja: você tem a opção de pensar e guardar o pensamento pra você ou nem pensar, que dá menos trabalho. Liberdade de escolha. Pensar ou não pensar, eis a questão. Ser ou não ser já era.[o melhor é não pensar,já que se você pensar e chegar a uma conclusão que o ministério da verdade e outras repartições considerem errada você será preso e severamente punido pelo crime de CONCLUSÃO ERRADA. A pena é severa e se você for bolsonarista, conservador ou de direita, será aumentada em 1/3.]

Mas não fique aí pensando que estamos falando de uma censura prévia convencional: “isso, isso e isso” você não pode falar. Tolinho. Pode caprichar bem mais na imaginação, no chicote e nas algemas. Hoje é dia de rock, bebê. A censura prévia de que tratamos aqui é uma que te proíbe antecipadamente de falar coisas que você não sabe quais são. Sentiu a pimenta? Assim foi o dia inesquecível de trabalho ao vivo na Jovem Pan.

Uma decisão do TSE na noite anterior tinha proibido a emissora de fazer certas referências pejorativas a Lula. Nada mais justo. Basta de perseguição a inocentes. No entanto, para não corrermos o risco de falar mal do Lula por engano, achando que estávamos falando bem, era preciso saber quais referências ao candidato estavam proibidas. Queríamos saber — mas ficamos querendo. Ninguém tinha o texto da decisão. O Tribunal ficou de mandar. Mas não mandou.

Parece que não pode falar que ele é ladrão, disse um colega. “Descondenado” é melhor não usar, disse outro

Parece que não pode falar que ele é ladrão, disse um colega. “Descondenado” é melhor não usar, disse outro. O jurídico recomenda que não sejam feitas críticas ao judiciário, completou um terceiro. Críticas ao judiciário? Imagina, por que iríamos criticar o judiciário? Somos a favor da justiça. Somos a favor das leis. A favor da ciência. A favor da vacina. Da ética. Da medicina. Da vida. Da felicidade. Do caráter. Da empatia. Da saúde. Da beleza. Da graça (não confundir com “de graça”. Defendemos o trabalho). Somos a favor da honestidade. Se inventarem a justiça injusta, a vacina que não imuniza ou a ciência da fé não temos nada com isso. Não abandonaremos nossos valores. Por que criticaríamos o judiciário brasileiro?

Parece que “ex-presidiário” pode falar.

Não! Última forma: ex-presidiário não pode.

Ué, mas não é um dado biográfico?

Mais ou menos. Ele não ficou em presídio.

Ah, é. Verdade. Então pode ex-detento?

Pode. Mas é melhor não.

Perfeito.

Parece que não pode falar também de corrupção no governo Lula.

O quê?!

Isso mesmo que você ouviu.

Mas por que, isso? Quem falaria de corrupção no governo Lula?

Ninguém.

Pode falar dos fins de semana bucólicos em Atibaia?

Não sei. Melhor não.

Por quê?

Sei lá, o TSE pode interpretar como invasão de privacidade do Lula.

Faz sentido. Deixa quieto.

E assim iniciamos alegremente mais um programa jornalístico a menos de duas semanas da eleição presidencial com a alma leve, sem a ditadura do pensamento fazendo línguas e mandíbulas trabalharem em excesso. Como diria Joseph Stalin, deixa a vida me levar, vida leva eu.

Leia também “Os transformistas do Plano Real”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste 

 

domingo, 2 de outubro de 2022

Acima da lei e da Justiça - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Lula tem certeza absoluta de que não terá de responder à Justiça por nada do que fizer

O Brasil tem neste domingo uma escolha essencial diante de si. Trata-se de optar, no fim das contas, entre dois caminhos. Um deles é manter o País basicamente como está, com problemas pesados, custosos e urgentes – mas com a perspectiva, fundamentada em números, de uma recuperação consistente.

O outro é voltar a um tipo de governo que já foi testado por quase 14 anos seguidos e resultou em desastre – com a maior recessão da história do Brasil, o maior desemprego desde que se começou a medir os seus índices, e a pior inflação desde o Plano Real, só superada no auge da pandemia. Pior ainda do que isso, ficou provado na Justiça que o regime Lula-PT foi o mais corrupto que já houve neste país.

A opção pela volta ao passado vem carregada com outros venenos. Ela vai aprofundar a ditadura do Judiciário que vem se impondo ao Brasil nos últimos quatro anos e que se tornou a ameaça mais perigosa à democracia brasileira desde o fim do regime militar quase 40 anos atrás. Essa ditadura, instalada no STF e exercida por meio da polícia e da máquina estatal, agride sistematicamente os direitos individuais, as leis do País e os dois outros Poderes estabelecidos na Constituição Federalnão aceita as decisões de nenhum deles, nem mesmo de uma Câmara Municipal, a menos que os ministros aprovem.

Não se trata, naturalmente de uma ditadura neutra. A Suprema Corte e o resto da alta Justiça espalhada pelos tribunais de Brasília viraram uma facção política declarada, ou praticamente isso: servem ao candidato do PT e, ao mesmo tempo, se servem dele para sustentar a sua atividade ilegal. Essa parceria garante todo o tipo de degeneração do poder público e da democracia brasileira – a começar pela volta da corrupção, agora sem controle nenhum por parte de ninguém.

É bem simples: o ex-presidente Lula, hoje, tem certeza absoluta de que não terá de responder à Justiça por nada do que fizer ou do que for feito em torno de si.  
Será uma experiência inédita nos 500 anos de história do Brasil: um presidente da República cujos atos, quaisquer que forem, não estarão sujeitos à nenhuma lei e à nenhuma apreciação por parte do Poder Judiciário. Ninguém vai colocar isso num pedaço de papel, é claro. 
 
Mas por que seria preciso? O STF, há anos, dá razão automática a Lula em tudo, da anulação das suas condenações por corrupção passiva e lavagem de dinheiro à cobrança de uma multa de 18 milhões pela Receita Federal. 
 Seus opositores, ao mesmo tempo, são perseguidos em tudo até por falar num grupo particular de WhatsApp. 
Alguém acredita que isso vai mudar e que o STF, algum dia, tomará alguma decisão contra Lula?
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo