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segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

O véu da ‘certeza moral’ - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock
 
No best-seller A Visão dos Ungidos (The Vision of the Anointed), o escritor e economista Thomas Sowell e um dos maiores pensadores norte-americanos contemporâneos — observa que um grupo de elite, sem ter sido nomeado por ninguém, há alguns anos resolveu declarar sua moralidade superior e seu papel crítico na “correção dos erros da sociedade”. Publicado em 1996, o livro mostra ser incrivelmente relevante hoje, mais de duas décadas após sua publicação. 
Os atuais ungidos continuam a ter a arrogância de acreditar que é seu papel, com sua visão e ideias superiores, resgatar as vítimas da “opressão” da sociedade, impondo sua vontade coletiva sobre os outros.
 
Como explica Sowell, os ungidos uma classe composta de membros de instituições, mídia, acadêmicos e políticos progressistas de elite — acreditam piamente que seu papel é resgatar classes vitimizadas e desprivilegiadas e, hoje, proteger o meio ambiente e salvar o planeta terra, mesmo defendendo ideias estapafúrdias e sem nenhum contexto científico
Seu mecanismo-padrão para corrigir as injustiças é, claro, invariavelmente o Estado. 
Sowell apresenta uma crítica devastadora da mentalidade por trás das políticas sociais progressistas fracassadas durante três décadas e aponta que o que aconteceu durante esse tempo não é uma série de erros isolados, mas uma consequência lógica de uma visão maculada cujos defeitos levaram a crises na educação, na dinâmica familiar, nos índices de criminalidade e outras patologias sociais. Nesse livro, ele descreve como as elitesos ungidos substituíram os fatos e o pensamento racional por afirmações retóricas, alterando assim o curso de nossa política social.

Um dos pontos mais importantes para os ungidos é protegerem-se do escrutínio sobre fatos e políticas com o véu da “certeza moral” que também os torna altamente resistentes às evidências. Ciência? Fatos? Oh, details. Alexandria Ocasio-Cortez, membro da atual Câmara dos Deputados nos EUA (House of Representatives) e da casta de ungidos, recentemente disse em uma entrevista: “Acho que há muita gente mais preocupada em ser precisa, factual e semanticamente correta do que em ser moralmente correta”. A declaração da representante da extrema esquerda do atual radical Partido Democrata demonstra perfeitamente a tendência dos ungidos de se verem “moralmente em um plano superior”. Sowell diz em sua obra que muitas vezes é inútil tentar corrigir aqueles que adotam tal mentalidade, uma vez que “aqueles que discordam da visão predominante dos ungidos são vistos não apenas como estando em erro, mas em pecado”.

Os ungidos, de acordo com Sowell, devem também se recusar a aceitar que seus oponentes ideológicos compartilhem compaixão por grupos marginalizados — muitos marginalizados propositalmente por eles para que sejam usados apenas como conduíte de suas ideias. Se os ungidos reconhecessem que a compaixão e o cuidado são compartilhados por ambos os lados, essas emoções perderiam sua força política e sua força de ação e coação. O monopólio da compaixão é a plataforma sobre a qual eles colocam sua superioridade moral.

O livro de Sowell mostra de maneira não apenas brilhante, mas atual, que os ungidos fazem de tudo para silenciar ou ignorar a razão e as evidências — inclusive científicas — e, em vez disso, concentram-se em acusações de intenções sinistras de seus oponentes. “O que é notável é como poucos argumentos são realmente envolvidos em fatos e quantos substitutos para os argumentos existem”, observa Sowell. Talvez o mais preocupante seja que os ungidos tenham infestado os centros de poder mais significativos da sociedade. A “elite intelectual” é hoje dominada por essas figuras, incluindo a mídia de massa, a política e governos pelo mundo, muitos com grande influência na determinação do curso seguido por toda uma sociedade desde as escolas dos filhos.

O livro de Sowell de 1996 faz uma impressionante conexão com a real sociedade mundial em 2023. Se prestarmos atenção nos últimos anos, notaremos a óbvia natureza invertida da linguagem moderna. Praticamente tudo é precisamente o oposto do que os ungidos afirmam ser. As pessoas que dizem defender a democracia promovem o autoritarismo disfarçado de bondade, afinal, eles podem sufocar e até matar a democracia com a desculpa de que trabalham para salvar a democracia.

Nesta semana, os ricos e poderosos viajaram para a bela cidade de Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial anual. Dezenas e dezenas de jatos particulares pousaram na humilde cidade suíça com o intuito de reunir a nata — os ungidos — da elite global para que possam traçar estratégias para salvar nossas pobres almas de nós mesmos. 
Sim, eu disse jatos particulares. Desculpe, não entendi — você disse o quê? Poluição? Emissão de gases? Não, amigos. 
Vocês não estão entendendo: essa é uma emissão de gases poluentes do bem, para o nosso bem. Gás ruim, de acordo com os ungidos, só os puns das vacas. Isso, sim, precisa acabar
E daí que o Greenpeace publicou um estudo das viagens de jato particular do ano passado para a cúpula anual na cidade suíça de esqui e descobriu emissões de carbono equivalentes a “cerca de 350.000 carros médios”? As vacas precisam de fraldas para estancar esse gás nocivo do pum delas!
 
O Brasil mandou ao fórum globalista a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e Fernando Haddad, ministro da (err) Economia
Ah, é… É Fazenda agora, não é mesmo? O ministro da Fazenda do presidente do sítio! Perfeito. 
Ele pode dar um jeito nos puns das vacas!  
Como não pensamos nisso antes?! 
Mas já vamos avisando aos ungidos de Davos que só podemos emprestar o Haddad apenas depois de resolvermos nosso problema levantado pela ministra do Meio Ambiente para todo o mundo ver: os nossos 120 milhões de pessoas famintas no Brasil. 
Não, não há “agência de checagem” em Davos. Totalmente desnecessário. Tudo o que eles dizem é verdade. 
Gastar tempo e dinheiro com “Fact checkers” enquanto vacas soltam pum e vamos morrer por isso. Só vocês mesmo querendo “checagem de declaração”, coisa de fascista. Eu, hein…
Os EUA mandaram John Kerry, enviado presidencial especial para o clima, que rasgou elogios aos participantes da reunião anual por tentarem salvar o planeta. Kerry caracterizou os esforços para combater as mudanças climáticas e salvar o planeta como “quase extraterrestres”. 
Ele também minimizou as críticas que foram feitas contra o ativismo climático, observando que “a maioria das pessoas” acredita que ele e os outros participantes do fórum mundial são apenas “loucos” abraçadores de árvores: “Quando você começa a pensar sobre isso, é bastante extraordinário que nós — grupo seleto de seres humanos, por causa de tudo o que nos tocou em algum momento de nossas vidas — somos capazes de nos sentar em uma sala e nos reunir e realmente conversar sobre salvar o planeta. Quero dizer, é quase extraterrestre pensar em salvar o planeta”. Quase escorreu uma lágrima aqui.

Um dos pontos mais importantes para os ungidos é protegerem-se do escrutínio sobre fatos e políticas com o véu da “certeza moral” que também os torna altamente resistentes às evidências. Ciência? Fatos? Oh, details

Kerry, que fez o discurso durante uma sessão do Fórum intitulada “Filantropia: um catalisador para proteger nosso planeta”, acrescentou que “seres humanos adultos supostamente sábios ainda querem ignorar a ciência, a matemática e a física das mudanças climáticas”.  
Ele também disse que metade das espécies na Terra já foi morta, uma aparente referência a um estudo de 2020 que previa que o aquecimento global eliminaria metade das espécies animais e vegetais do planeta até 2070. Discurso parecido com o do Al Gore, lembram? 
O ex-vice-presidente de Bill Clinton e ativista ambiental (leia-se “ecoterrorista”) dos EUA que fez um documentário (An Inconvenient Truth) e encheu a mídia mundial com a narrativa catastrófica de que as camadas de gelo no Ártico estariam praticamente derretidas em meados de 2013. Sim, ele também estava lá e, sim, ele também foi com o seu jatinho particular, afinal, alguém precisa emitir gases poluentes para salvar a humanidade dos gases das vacas.
 
Não custa lembrar que foram os ungidos do chamado Fórum Econômico Mundial que disseram ao governo do Sri Lanka para desistir de fertilizantes modernos. O resultado? O país entrou em colapso, e as pessoas passaram fome. Não custa lembrar que foi o Fórum Econômico Mundial que promoveu o esquema de pirâmide (Ponzi scheme) de Sam Bankman-Fried, a maior fraude financeira da história. 
Aparentemente, os sábios do Fórum Econômico Mundial simplesmente não conseguiram dizer que o garoto inquieto, e que literalmente jogava videogame durante as entrevistas, era um golpista totalmente transparente. Eles não tinham ideia e pensaram que ele era um gênio, assim como eles.
E, claro, foi o Fórum Econômico Mundial que previu que os lockdowns na pandemia de covid “melhorariam silenciosamente as cidades” e não as transformariam em um sinistro cenário infernal de desemprego, vício em drogas, crime e depressão e suicídio. 
Parecia um bom plano na época, não sejam tão rigorosos, amigos leitores! “Ei, tive uma ideia. Vamos impedir as pessoas de frequentarem escolas, igrejas, viajar e trabalhar. Isso vai deixá-las ricas na alma e vai melhorar a vida de todos. Eles vão reclamar, mas nós sabemos o que é melhor para o mundo!”. Esse é o Fórum Econômico Mundial para você — não para eles.
 
(...)

Se mesmo esses métodos não conseguirem conquistá-lo, a atenção será redirecionada da questão política para sua própria falta de moralidade. Será insinuado que pessoas como você e eu são simplistas ou perversamente opostas à mudança, carentes de compaixão e aliadas às “forças da ganância” e da “extrema direita”. Como observa Sowell, são sempre os pagadores, e não os que gastam impostos, que estão com os pescoços na guilhotina sob a acusação de ganância.

A visão dos ungidos exige que poderes amplamente ampliados sejam dados a governantes, formuladores de políticas econômicas, educadores morais e implementadores de mandatos constitucionais — mesmo que algumas ordens sejam absolutamente inconstitucionais. Esses poderes serão exercidos por pessoas que compartilham os pressupostos ideológicos e os modos de ação política dos ungidos. Os reforços mútuos de ideologia, posição política e hábitos de trabalho comum são suficientes para constituir uma classe governante que envolve a elite da imprensa, dos bilionários e seus jatinhos e do Estado como um todo — até o Judiciário, para lhe arrancar tudo se você reclamar.

E o Fórum Econômico Mundial, reunido numa luxuosa estação de esqui na Suíça, está lutando contra os teóricos da conspiração que dizem que ele e seu fundador, Klaus Schwab, estão buscando a dominação global por meio de uma “grande reinicialização” — The Great Reset  destinada a despojar as massas de sua propriedade privada, industrializando a economia e fazendo todo mundo comer insetos.

fórum econômico mundial
O presidente-executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, 
durante sessão plenária da organização – 22/1/2019 - 
 Foto: Alan Santos/PR

“Não seja dono de nada e seja feliz.” Já ouviu essa frase por aí? Ah… Não se preocupe, é apenas mais uma teoria conspiratória da internet ou daquele velho doido da Virgínia. O pessoal de Davos só quer nos proteger. Mesmo que para isso eles tenham de destruir nossas vidas.

Leia também “Um Ministério do Esporte contra as mulheres” 

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


quarta-feira, 24 de junho de 2020

Nuvem de gafanhotos: como o governo brasileiro se prepara contra a praga - VEJA - Mundo




Uma nuvem de gafanhotos destruiu plantações de milho e mandioca na Argentina na segunda-feira 23 e existe o risco de que ela chegue ao Brasil. De acordo com o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina, a nuvem de 40 milhões de insetos pode ter surgido no Paraguai e percorrido mais de 1.000 quilômetros. A praga entrou no país durante o fim de semana pela província de Formosa. Segundo o órgão, a nuvem tem ao menos um quilômetro quadrado e destrói o pasto “equivalente ao que 2.000 vacas podem consumir em um dia”.

O governo brasileiro diz estar monitorando a situação uma vez que os insetos voam em áreas próximas da fronteira. O Ministério da Agricultura emitiu alertas aos estados “para que sejam tomadas as medidas cabíveis de monitoramento e orientação aos agricultores da região, em especial no estado do Rio Grande do Sul, para a adoção eventual de medidas de controle da praga caso esta nuvem ingresse em território brasileiro”. A pasta frisa, no entanto, que especialistas argentinos acreditam que a possibilidade maior é de que os insetos sigam para o Uruguai.

A nuvem de gafanhotos não “afeta a saúde de pessoas ou animais, pois se alimenta apenas de material vegetal e não é vetor de nenhum tipo de doença”, afirmou o Senasa. As autoridades argentinas informaram que estão avaliando o dano às plantações de milho e mandioca do país. Vídeos publicados nas redes sociais pelo órgão e por moradores da região atacada mostram parte da nuvem e dos estragos deixados pelos insetos em plantações.

Atualmente, a nuvem de gafanhotos se encontra em Corrientes, e seguirá para a província de Entre Rios. No entanto, ainda há a possibilidade dos insetos entrarem no Brasil. Pelo Twitter, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, falou sobre o caso. “O Ministério da Agricultura tomou conhecimento dessa nuvem de gafanhoto que está agora sobre o território argentino e que tem possibilidade de chegar ao território brasileiro. Montamos já um plano de monitoramento para acompanhar o deslocamento desses gafanhotos”, afirmou. “A gente espera que não chegue ao Brasil, mas todas as ações que podem ser tomadas já tem um grupo de acompanhamento e as ações que podem ser implementadas caso isso aconteça.” A pasta afirmou que o surgimento da praga pode estar relacionado “a uma conjunção de fatores climáticos, como temperatura, índice pluviométrico e dinâmica dos ventos”.

Mundo  - VEJA


segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Fraudando a lei com a ajuda da mídia. E um tribunal que descarta fetos, mas humaniza as vacas


Na fala de terça, em que passou a limpo a atuação do Ministério Público Federal, Gilmar Mendes chama a atenção de seu pares para os exotismos legais em curso

No post anterior, há um primeiro vídeo sobre a fala de terça-feira do ministro Gilmar Mendes, em que ele questiona a atuação do ex-procurador Marcelo Miller. Na sequência, o ministro aponta os exotismos da Procuradoria Geral da República e diz que o próprio STF está condescendendo com ilegalidades. Abaixo, destaco trechos da fala. Assista ao vídeo.

Referindo-se às omissões do próprio STF, afirma Mendes: Nós [Supremo] passamos a admitir que ele [o delator] autorizasse a divulgação prévia de depoimentos, violando a lei. Mas isso não é um direito renunciável por ele [delator]. É óbvio que não. Porque isso atinge o delatado. Mas nós passamos a permitir. Por que isso tem relevância? Porque é assim que se faz este modelo de envolvimento da mídia no contexto geral. Como se faz? Divulgando o vídeo, divulgando a delação, a seu bel-talante. E nós estamos chancelando isso. Notórios abusos. Violação clara da lei. Não se pode mais deixar que isso transite. É preciso dizer: “Chega! Basta! Já erramos demais!” Qual é o jogo? Pega-se o vídeo e joga no “Jornal Nacional”. E empodera-se o procurador. E nós vamos chancelar esse tipo de patifaria? Nós somos tolos? (…) Nós estamos dando curso a um projeto autoritário e totalitário. É isso que nós estamos permitindo. Seja por covardia, seja por medo, seja por não-percepção. Nós estamos permitindo isso. Combate ao crime, sim! Mas sem cometimento de crime! Isso é fundamental.


Aborto e vaquejada
Tratando dos exotismos a que o próprio STF está aderindo, lembrou Mendes:
Nós nos tornamos tão exóticos, ministro Fachin, que liberamos na Primeira Turma o aborto até três meses de gravidez e proibimos no plenário a vaquejada. É este direito que nós estamos produzindo. Uma coisa realmente exótica.

NOTA: Trata-se de uma referência ao sempre exótico ministro Roberto Barroso. Foi ele quem, ao conceder um simples habeas corpus, decidiu que o aborto até o terceiro mês de gestação não é crime. Mas lutou bravamente para proibir a vaquejada. Em matéria de fetos, portanto, Barroso é um excelente protetor de vacas…

No vídeo final, Gilmar Mendes observa que o STF não pode ser caudatário de decisões tomadas pela Procuradoria Geral da República. E afirma uma questão fundamental:  “A grande contribuição que nós, ministros do Supremo, damos é aquilo que a gente evita que se faça. A grande missão deste tribunal, é evitar que se engendrem abusos; que alguém passe a imaginar que está acima da lei”.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo