Já opinei, afirmando que a pior crise desta nova era
“progressista”, é a moral. Estamos, de fato, mergulhados em um mar sujo
repleto de lama, de omissões, de distorções, de mentiras, de hipocrisias
e de incontroversas maldades.
O triste
momento civilizacional vem embalado de muitas ilusões, de desejos
insaciáveis de enganar, de manipular, sendo propício para o emprego de
narrativas e de falácias, a fim de que a verdade dos fatos seja
rejeitada. E os fatos, os dados e as evidências existem, fartamente.
Todos nós,
de alguma forma, mentimos. No entanto, é muito distinto uma distorção da
realidade, de maneira eventual, tipo aquela do falso elogio, daquela
que é proferida habitualmente, com o claro objetivo de encobrir e
corromper a verdade objetiva.
Atualmente,
na cena empresarial, política, cultural e social, o que se vê, com
sobras, são sujeitos deliberadamente mentindo, rejeitando a verdade,
visando a obtenção de algum tipo de benefício individual e/ou grupal.
O vírus
patológico da mentira compulsiva contaminou uma enormidade de gente, de
todos os matizes. De forma isolada, os mentirosos contumazes não enganam
por muito tempo. A verdade dá uma volta ao mundo, mas aparece.
Porém,
quando agrupados, e se utilizando de veículos propagadores da corrupção
da verdade, como se vê hoje com a “ex-mídia”, o estrago e seus efeitos
são abissais e malignos.
Não é
difícil perceber que indivíduos, de tanto utilizarem falsas narrativas,
em todas as esferas, muitas vezes, acabam acreditando em suas próprias
mentiras e falácias; uma legítima psicopatia.
Na seara
política, é justamente ai que reside o mal. Não existe perfeição
terrena, o mundo é como ele é. Desejos utópicos indicam a projeção de
aspirações de como o mundo deveria ser. Evidente
que na realidade vivida há mazelas e injustiças, e tantos outros
problemas de cunho econômico-social.
Contudo, no reino da doutrinação de
utopias, mentes carentes e idealistas - por vezes, doentias -, creem
que vale a pena adotar, como objetivo de vida a ser perseguido, a
perpétua luta contra a opressão. Claro que não.
Essa é, de
fato, uma estratégia que denota não só manipulação, como também, uma
espécie de escapismo inconsequente, pois utopias não só são ilusórias,
como igualmente, matadoras.
Penso que,
de certa forma, a banalização da mentira e da imoralidade, sejam o
resultado das propaladas utopias coletivistas e do desejado fim do
“opressor” sistema capitalista.
O sonho é o fim da opressão de capitalistas malvados, e a distribuição da “riqueza”, sem a respectiva geração de riqueza.
O
decrescimento econômico é mais um dos ilusionismos coletivistas. Por
isso, existe tanto esforço e narrativas pregando a necessidade de se
“estabilizar as economias”, e de se alcançar objetivos sociais e
ecológicos.
Quando
sectários ideológicos acreditam que estão doutrinando e lutando pela
justiça divina na terra, ou seja, que estão almejando o alcance de um
suposto bem, tipo o da igualdade impossível, esses omitem, distorcem,
mentem e afirmam meias-verdades. Enfim, operam tudo em nome de uma
“causa nobre”. Tudo isso, de maneira genuína, destrói o respeito à
verdadeira alteridade dos indivíduos.
Esses não
se sentem nenhum pouco constrangidos, mesmo que para a obtenção dos fins
desejados, haja tirania, mortes, fome, miséria e pobreza.
Desnecessário trazer à tona fatos e evidências quanto à inviabilidade
das práticas coletivistas, inexistem quaisquer tipos de julgamento
moral, eles sempre dão um jeito de “racionalizar”.
A ânsia pelo espetáculo do utópico não aparenta ter data para acabar, afinal, faz parte da identidade social dos “justiceiros”.
Tendo em
vista que seus objetivos são devaneios perversos - conforme já
demonstrado -, eles acabam por contaminar as mentes e os corações de
legiões de outros sectários ideológicos, inibindo as possibilidades de
discussão e do alcance do real. A lógica não é revolucionária, talvez
nos enredos cinematográficos…
A mentira
se relaciona umbilicalmente com as utopias. Metas inatingíveis só podem
ser racionalizadas por meio de mentiras, de falsidades e, claro, de
utopias.
Vejam, os
maiores e mais imorais massacres coletivistas da história humana - vide
Lênin, Mao - abusaram da corrupção da verdade e do real, a fim de tornar
o sonho uma possibilidade alcançável.
O mundo é
imperfeito, uma constatação lógica. Mas é preciso um giro de 180 graus
para trazer de volta um dos ingredientes capaz de mitigar mentiras
descaradas e a normatização da hipocrisia: o realismo.
Muito difícil. Essa turma de políticos coletivistas, e seu rebanho de
comparsas, saliva espontaneamente, como os cães de Pavlov, com quaisquer
quimeras econômicas e/ou sociais.
Contudo, não é mais suportável conviver com a rejeição do real, em prol do fanatismo pelas utopias irrealizáveis.
Triste. Estamos cada vez mais distantes desse essencial realismo. Triste.