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domingo, 13 de setembro de 2009

30 anos de anistia

Uma anistia impecável

O Brasil comemora os 30 anos da anistia política, ampla, irrestrita e recíproca, fruto de compromisso democrático e da generosidade do presidente João Figueiredo. O último presidente do regime militar encerrou o ciclo revolucionário, entregando o país em ordem e progresso, sufocados os movimentos armados que promoviam assaltos a bancos, sequestros de diplomatas, assassinato de empresários e militares estrangeiros. Com a anistia, a maior parte desses jovens pôde se reincorporar à vida nacional. E vários ocupam cargos no Legislativo e no Executivo, certamente convertidos aos ideais democráticos.

O grande embuste que cerca a questão da luta contra o regime surgido do movimento cívico-militar de 64 se refere justamente à diferença entre os liberais que defendiam o Estado de Direito, as franquias democráticas, no Congresso Nacional, e os que optaram por pegar em armas. E não o fizeram para restabelecer a plenitude democrática, mas sim, para impor ao País um regime de esquerda totalitário e moldado no modelo cubano.
Alguns políticos, como o atual secretário de Estado em São Paulo e ministro de mais de uma pasta no governo Fernando Henrique, deputado federal Aloísio Nunes Ferreira, nunca foram pela simples volta da democracia.

Ele participou de atos de violência, viveu em Paris e em Cuba, sendo públicas suas boas relações com Fidel Castro. Hoje, está reintegrado à vida política, certamente amadurecido, atendido pela anistia que, generosamente, incluiu os denominados "crimes de sangue". Já Franco Montoro, Tancredo Neves, Miro Teixeira, José Aparecido de Oliveira e Paulo Brossard, entre outros, lutaram pela abertura e a redemocratização que o general Figueiredo prometeu e cumpriu.

O correto professor Daniel Aarão Reis, da Universidade Federal Fluminense, foi ativista radical e declarou, em entrevista publicada em 2001, que as organizações de esquerda queriam mesmo implantar uma ditadura revolucionária.O veterano e respeitado deputado Miro Teixeira, que votou a anistia, declarou que "no ambiente político da época, ficou claro que todos estavam anistiados. Era isso ou nada".

No que toca ao Araguaia, os 70 jovens eram do PCdoB, na ocasião o mais radical partido comunista do País. Estavam armados e sabiam dos riscos a que estavam expostos. Nada a reclamar quanto às suas mortes, apenas a lamentar o sofrimento das famílias. Ali, os militares cumpriram, com heroísmo e perdas, o dever de defesa do Brasil. Não fossem eles, teríamos um enclave terrorista semelhante ao que infelicita a Colômbia há décadas, com alto custo de vidas e despesas militares. Se eram de um partido comunista, não podiam ser democratas.

Fizemos uma anistia de alto nível e não devemos deixar prosperar a onda de ódios e ressentimentos que, na verdade, deseja enfraquecer o alto conceito que nossos militares gozam junto à população brasileira. Querem afastar os militares, colocá-los na defensiva, alvo de toda sorte de mentiras, pois há um grupo que quer fazer agora o que não conseguiu antes, sem dar nem receber um tiro.

Sonham com um novo regime – não mais cubano, que está esclerosado e é indefensável. Mas a novidade caricata, criada pelo coronel Hugo Chávez, na Venezuela, os encanta. Os militares daquela época estão na reserva ou morreram. Não podemos permitir que seus seus nomes sejam citados de maneira negativa, pois foram impecáveis no cumprimento do dever. E suas famílias nunca tentaram buscar, em suas pensões, modestas por sinal, qualquer "adicional" por terem estado na mira dos terroristas, como os que morreram neste combate.

Aristóteles Drummond é jornalista e
vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Mateiro ou duplo traidor?

UM MATEIRO MUITO MATREIRO
Ultimamente a imprensa tem falado muito sobre os desaparecidos políticos do Araguaia. Desaparecidos políticos uma pinóia.
Eles se intitulavam guerrilheiros e estavam se articulando desde antes de 1964, imaginando criar uma nova Sierra Maestra, a exemplo de Fidel Castro, para implantar no Brasil o mesmo regime sanguinário de Cuba.
Só não contavam com a atuação altamente profissional do Exército Brasileiro, que desbaratou o bando e desmontou a base guerrilheira que estava se enquistando no coração do Brasil.

Aqueles terroristas podem ter morrido em combate ou também em acidentes e não foram resgatados pelos seus companheiros. O desaparecido pode ter desertado, mudado de nome e de país, para fugir dos comparsas ou da própria família, como já ocorreu.Tudo pode ter acontecido. Vez por outra aparece um desaparecido.
Agora mesmo chegou um da Europa. Cabo Anselmo declarou na TV Bandeirantes que Heleny Teles Guarabira "está viva por aí". O escritor Hugo Studart, em uma crônica , declarou que Hélio Navarro e mais cinco estariam vivos.
O que mais foi sentido pela cúpula do PCdoB não foi a derrota na guerra , mas sim a perda dos estipêndios recebidos do exterior, o famoso OURO DE MOSCOU, que engordava a conta bancária de vários dirigentes do partido, em detrimento da tropa despreparada que eles lançaram na aventura amazônica. Depois de muitas tentativas, está em curso mais uma operação para localizar os desaparecidos.

O PCdoB sabe onde eles estão. É só abrir os arquivos do partido. Agora, a rarefeita população da área, foi treinada e ensaiada para representar o papel de vítima do passado, com a promessa de polpudas indenizações e pensões, àqueles antigos moradores que sentem o cheiro do dinheiro fácil. Surgiu então a figura do MATEIRO, pessoa simples e pobre que vê aparecer a oportunidade de BAMBURRAR. (Na linguagem dos garimpeiros da região significa achar uma valiosa pedra ou filão aurífero, que vai lhe dar o sustento para o resto da vida).
Daí aparecem estórias fantasiosas de viu mas não viu, aconteceu mas não aconteceu, ajudou mas não ajudou, combateu mas não combateu, guiou os soldados mas não guiou......

O que aconteceu de verdade é que com a chegada dos paulistas ou terroristas em 1966/68, alguns moradores viram uma oportunidade para ganhar dinheiro e passaram a prestar pequenos serviços remunerados, foram sendo doutrinados e admitidos como simpatizantes, chegando até a participar de justiçamentos e expropriações para demonstrar fidelidade à causa. A ignorância, a natural ambição de lucro e o abandono governamental, fizeram o negócio prosperar. Ao chegarem os soldados, o prato da balança pendeu para o outro lado e naturalmente a situação foi se invertendo. As crianças e os jovens, por curiosidade, foram se aproximando dos soldados. Muitos adultos foram ao Exército levando informações sobre a região, seus habitantes e seus temores. Depois de cuidadosa seleção, alguns poucos homens foram contratados como conhecedores da mata, recebendo pagamento em dinheiro e comida, inclusive para ser levada para suas famílias. Ninguém foi forçado, ninguém foi maltratado e muito menos torturado como se tem noticiado agora. O Exército necessitava de guias e qualquer pessoa de mediana inteligência pode entender que NÃO SE ATRAI MOSCAS COM VINAGRE , portanto o tratamento dispensado aos mateiros era melhor até do que víamos ser dado aos militares.

Dinheiro no bolso, barriga cheia, muita folga, roupa nova, calçados novos, era o que todos queriam na vida. Havia até a promessa de doação de títulos de propriedade de terra aos mais dedicados, o que de fato aconteceu.Mas a guerra terminou. ...... Mas a "guerra" terminou. O soldado foi embora. A esquerda foi tomando conta de Xambioá e preparou o terreno para o revanchismo, a vingança pela humilhante derrota e a transformação dos terroristas em guerrilheiros e dos "paulistas" em "heróis". Como conseguir "testemunhas oculares da história"?Isso seria fácil. O dinheiro compra tudo, até mesmo a consciência das pessoas sem caráter. O PCdoB tem que abrir os seus arquivos para que os brasileiros e o mundo saibam ,que ele anteviu a história com sua bola de cristal, e antes de 1964 passou a enviar seus mais qualificados membros para o exterior (China, Cuba e Cortina de Ferro) para cursos de guerrilha , que mais tarde iriam operar nas cidades e nas matas do Brasil.Ainda bem que esses cursos não se mostraram eficientes. Alunos relapsos? Professores incompetentes? Doutrina genérica para áreas específicas? Isso fica para a autocrítica das esquerdas.

O objetivo estratégico do PCdoB não era derrubar a ditadura militar, mas substituí-la pela DITADURA DO PROLETARIADO. Mas o nosso assunto é MATEIRO e ninguém melhor que o JOSÉ CATINGUEIRO para retratar o mateiro sem caráter, que vendeu sua alma ao diabo e os seus serviços para aquele que estivesse ouestá pagando mais. É ZÉ CATINGA. Acontece que eu o conheci muito bem e sei da sua vida. No início você mamava na teta dos "paulistas". Depois achou um patrão melhor e passou a vender os seus serviços e suas informações como guia dos soldados e dedo-duro dos seus antigos amigos. Então não faltou dinheiro nem comida para você e para a sua família.

ZÉ CATINGA! Eu o conheço bem!Lembra-se daquele botequim de Xambioá, que à noite funcionava como danceteria, com luz negra e tudo mais? Você era frequentador assíduo e adorava as biritas que lhe pagavam. A sua língua ficava solta e você cantava todas as pedras que queriam. No início de 74, você, para se gabar ou mostrar serviço, dizia para quem quisesse que você tinha matado a "Cristina". Você se lembra disso? Agora como "os home" estão por cima e montados no dinheiro, você resolveu descolar uma indenização que está sendo prometida, se tudo der certo. Cuidado! A traição é punida pelos comunistas com a pena de morte. Cuidado! ... Não vá esquecer o que combinou com eles, não vá esquecer o que você vai dizer.... Ensaie e decore bem cada palavra, porque eles não perdoam vacilo.

Você se lembra dos "justiçamentos" de João Pereira, de Osmar, de Pedro Mineiro, de Mundico e de outros? E a história do Celso Daniel de Santo André e do Toninho do PT de Campinas?CUIDADO! O partido sabe de tudo ! Essas campanhas para achar "desaparecidos" são bandeiras que o partido levanta sempre que quer aparecer na mídia e não é interessante para ele acabar com essa motivação agora. Não vão encontrar muita coisa e outras campanhas virão.
O COMUNISMO É UM MONSTRO SEM FACE, CORAÇÃO DE PEDRA, BRAÇOS MUITO LONGOS E TEM AS MÃOS SUJAS DE SANGUE......

Por:
ALLAN P. SCOTT - Ex Correspondente de Guerra

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A bomba dos Guararapes

Narração de mais um fato que mostra o quanto a maldita esquerda é covarde

A perna direita protagonizou situações marcantes e antagônicas na vida do paraibano Sebastião Tomaz de Aquino. Ainda criança, o hoje aposentado de 78 anos de idade percebeu força e habilidade na perna. Discorreu intimidade com a bola de futebol. Dos campos de várzea, traçou o sonho de se tornar jogador profissional.

A potência do chute o consagrou no esporte. No time do Santa Cruz, por exemplo, tornou-se o "Canhão do Arruda". Virou o sétimo maior artilheiro da história do clube pernambucano e ajudou a equipe a conquistar o primeiro supercampeonato estadual. Um dos poucos a marcar mais de cem gols com a camisa tricolor. As artimanhas do destino, no entanto, cessaram as alegrias ofertadas pela região do corpo responsável pelos maiores triunfos do ex-atleta.
Sebastião foi uma das 17 vítimas do historicamente conhecido Atentado dos Guararapes. O laudo médico final causou impacto semelhante à bomba estourada no incidente do aeroporto: amputação".
"Não morri, porque não era para morrer. Tem gente que leva uma topada e morre"


"Sebastião - ex-jogador Sebastião, ou Paraíba, como era conhecido na época do Santa, sentiu as agruras do conturbado período pós-Golpe Militar de 31 de março de 1964. Três séries de três bombas alçaram Recife ao centro das guerras políticas, dois anos após o golpe. As ações terroristas praticamente se restringiram a causar danos materiais. Eis que, por volta das 8h30 do dia 25 de julho de 1966, o Aeroporto Internacional dos Guararapes virou o palco da mais violenta explosão. Sebastião - "recém-chuteiras penduradas" do futebol e guarda civil do terminal aéreo desde 1962 - visualizou uma maleta preta aparentemente esquecida no saguão de desembarque. Apanhou a valise e se dirigiu ao setor de Achados e Perdidos. Foi forçado a parar no meio do caminho. Repentinamente, o estrondo. Pânico. Correria. Instalações destruídas. Quinze feridos, dentre eles, Sebastião. Dois mortos: o jornalista e secretário do governo de Pernambuco, Édson Régis de Carvalho, e o almirante reformado Nelson Gomes Fernandes."

"Mais tarde, descobriu-se que o material teria como destinatário o general Costa e Silva. A autoria da ação permanece incógnita. O escritor Raymundo Negrão Torres descreve, no livro O Fascínio dos Anos de Chumbo, o vai-e-vem de pessoas no local, momentos antes da explosão. "Além do elevado número de pessoas habitual em um grande terminal aéreo, havia muita gente que viera recepcionar o general Arthur da Costa e Silva. Poucos minutos depois das 8h, chegava a notícia de que houvera um problema no avião que conduzia o candidato e ele chegaria ao Recife por via terrestre. Muitas pessoas que o esperavam começaram a deixar o aeroporto", narra o autor.(...)
Observação do site: A verdade sufocada:
www.averdadesufocada.com

A autoria da ação não permanece oculta . Pelo que parece, a reportagem deve ser de 2006 ( quarenta anos do atentado). As autoridades, atônitas, procuraram os autores desses atentados. Por muitos anos não obtiveram resposta. Foi um comunista, militante ativo da luta armada, do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário - PCBR-, que teve a hombridade de denunciar esse crime: Jacob Gorender, em seu livro Combate nas Trevas - edição revista e ampliada - Editora Ática - 1998

Vejam o que ele escreve sobre o assunto:

“Membro da comissão militar e dirigente nacional da AP, Alípio de Freitas encontrava-se em Recife em meados de 1966, quando se anunciou a visita do general Costa e Silva, em campanha farsesca de candidato presidencial pelo partido governista Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Por conta própria Alípio decidiu promover uma aplicação realista dos ensinamentos sobre a técnica de atentados.”

“Em entrevista concedida a Sérgio Buarque de Gusmão e editada pelo Jornal da República, logo depois da anistia de 1979, Jair Ferreira de Sá revelou a autoria do atentado do Aeroporto de Guararapes por militantes da AP".

"Entrevista posterior, ao semanário Em Tempo, referiu-se a Raimundinho como um dos participantes da ação. Certamente, trata-se de Raimundo Gonçalves Figueiredo, que se transferiu para a VAR-Palmares (onde usava o nome de guerra Chico) e morreu, a vinte sete de abril de 1971, num tiroteio com policiais do Recife.”

Fica, portanto, esclarecida a autoria do atentado ao Aeroporto de Guararapes:

· Organização responsável: Ação Popular (AP);

· Mentor intelectual: ex-padre Alípio de Freitas - que já atuava nas Ligas Camponesas -, membro da comissão militar e dirigente nacional da AP;

· Executor: Raimundo Gonçalves Figueiredo, militante da AP.

Observação:

Raymundo Negrão Torres , escritor que o autor da reportagem cita, descreve no livro O Fascínio dos Anos de Chumbo - Editora do Chain, página 85, revela a autoria do atentado , como se vê abaixo:

“Um dos executores do atentado, revelado pelas pesquisas e entrevistas promovidas por Gorender, foi Raimundo Gonçalves Figueiredo, codinome Chico, que viria, mais tarde a ser morto pela polícia de Recife em 27 de abril de 1971, já como integrante da VAR-Palmares e utilizando o nome falso de José Francisco Severo Ferreira, com o qual foi autopsiado e enterrado. Esse terrorista é um dos radicais que hoje são apontados como tendo agido em defesa da democracia e cujos “feitos” estão sendo recompensados pelo governo, às custas do contribuinte brasileiro, com indenizações e aposentadorias que poucos trabalhadores recebem, recompensa obtida graças ao trabalho faccioso e revanchista da Comissão de Mortos e Desaparecidos, instituída pela lei nº 9.140, de 4 de dezembro de 1995. É um dos nomes glorificados no livro Dos filhos desse solo, página 443, editado com dinheiro dos trabalhadores e no qual Nilmário Miranda, ex-militante da POLOP e secretário nacional dos Direitos Humanos do governo Lula, faz a apologia do terrorismo e da luta armada, através do resultado dos trabalhos da tal comissão, da qual foi o principal mentor.”

Raimundo Gonçalves Figueiredo é nome de uma rua em Belo Horizonte/ MG e sua família também foi indenizada.

Rodolfo Bourbon continua a sua reportagem:

"A mudança de rota do general evitou maior número de vítimas. Para muitos, "sorte do imprevisto". O acaso, no entanto, teve contornos diferentes para o guarda civil que carregou a maleta preta munida da bomba. "Eu pedi ao meu chefe para folgar no domingo, para jogar uma 'peladinha' com os meus amigos, e ir trabalhar na segunda-feira", revelou. Foi a última partida de futebol de Sebastião. Ironicamente, a segunda-feira de serviço foi a de 25 de julho de 1966."

"Pesadelo" - Do exato momento do impacto da bomba, Sebastião conserva uma única lembrança. "Fui até o teto", rememora, feliz por ter sobrevivido ao incidente. "Não morri, porque não era para morrer. Tem gente que leva uma topada e morre", compara. "

"Casada com Sebastião há mais de 50 anos, a ex-funcionária pública Eurídice Cavalcanti de Aquino, 79 anos, não consegue se livrar das visões horrendas. "Fui ao local e me deparei com o desespero. Pessoas feridas, mutiladas. Gritos de socorro. Havia muito sangue", recorda a esposa, tentando, com movimentos bruscos e simbólicos, afastar os maus pensamentos. "
"Lembrado apenas no aeroporto"
Exato um ano após o Atentado dos Guararapes, o aeroporto da capital pernambucana recebeu uma placa de bronze, onde reluz frases de homenagem às vítimas: "Glorificados pelo sacrifício, seus nomes serão sempre lembrados, recordando aos pósteros o violento e trágico atentado terrorista, praticado à sorrelfa pelos inimigos da Pátria". O monumento saudou os mortos na tragédia. Já a história acabou por esquecer o papel e o legado de Sebastião Tomaz de Aquino. "

"Uma pesquisa na rede mundial de computadores comprova. Pouco se fala do homem a quem o destino impôs a tarefa de transferir, embora de maneira casual, o lugar da detonação da bomba. Quase nada se aborda sobre a trajetória de Sebastião no Santa Cruz. Hoje, o ex-jogador vive no anonimato, travando batalhas diárias para a sobrevivência, em uma humilde casa localizada no Ipsep, bairro da Zona Sul do Recife. Recebe salários como aposentado da Polícia Civil e da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), onde trabalhou como auxiliar de portaria após a amputação da perna. As despesas com tratamentos e remédios abarcam a maior fatia de um montante inferior a R$ 2 mil.(...) "

" (...)A batalha do herói "
"Recolhido aos cuidados médicos, Sebastião demorou a dar conta do posto alcançado após a explosão. Muitos o tacharam como herói, pois acreditaram que, se a maleta tivesse permanecido no local onde foi estrategicamente abandonada, poderia ter causado ainda mais danos. Do leito do hospital, recebeu visitas ilustres. Castelo Branco, ex-presidente da República, e Pelé, Rei do Futebol, prestaram solidariedade à vítima. "

"Foram dias de batalha dos médicos para salvar a vida de Sebastião e meses para resguardar a perna direita. O ex-jogador escapou da morte. Mas não conseguiu evitar a amputação. "Meu marido foi atingido por uma bomba artesanal. Ela continha materiais que colaboraram para a infecção. A perna, vez por outra, ficava cheia da 'tapurus' (germes). Uma aparência horrível", relembra a esposa Eurídice."

"Sebastião relutou para aceitar a recomendada amputação. Só deu o sinal positivo à junta médica depois de ouvir o conselho de Amauri, ex-companheiro de profissão no Santa Cruz. "Ele me disse: 'tens amigos e uma família que te ama, e o que mais vale é a vida'. Virei para o doutor e ordenei: 'corte'. A adaptação foi horrível. Demorei a aceitar a nova condição. Hoje, no entanto, não me arrependo", garante.

"Sebastião cultiva bom humor para comprovar conformismo e desapego. "Com a perna direita, fui o canhão. E acabei perdendo ela por causa de uma bomba. Engraçado. Alguém andou colocando olho gordo demais", comenta, entre risos."

"Alzheimer - Os labirintos do cérebro marcam caminhos obscuros e praticamente sem saída na vida de Sebastião. Do seu passado, o ex-jogador ainda conserva boa memória. Já as lembranças recentes fogem da mente. Se em 1966, a luta foi para evitar a amputação da perna direita, a batalha atual é contra a perda gradual de neurônios. Ele sofre com a fase inicial do Mal de Alzheimer.(...) "

"(...)Batalha contra o álcool "
"Antes do dia 25 de julho de 1966, a vida de Sebastião era regada a viagens, aventuras e imprevistos. Depois da tragédia, doses concentradas de álcool, solidão e penúria tomaram conta da rotina. "Eu chorei muito. Perdi, muitas vezes, a vontade de viver. Cheguei a pensar em dar um tiro na minha cabeça", confessa Paraíba. Eurídice acompanhou todos os altos e baixos do marido. "Eu vi a miséria e a degradação de perto", revela, ouvindo os agradecimentos do companheiro. "Estou vivo por causa dela", credita o ex-jogador."

"Foram necessárias diversas intervenções para afastar Sebastião do consumo de bebidas alcoólicas. Devido à ingestão de remédios controlados, o aposentado se limita a degustar cerveja sem álcool. Casualmente, participa de rodas de dominó. A maioria dos colegas é de datas mais recentes. "Eu vi morrer quase todos os meus amigos de infância e juventude", lamenta. "

Observação do site: A Verdade Sufocada

- Em 25/12/2004, Cláudio Humberto, em sua coluna, no Jornal de Brasília, publicou a concessão da indenização fixada pela Comissão de Anistia,que beneficia o ex-padre Alípio de Freitas, hoje residente em Lisboa. Ele terá direito a R$ 1,09 milhão. Ao contrário do ex-padre Alípio de Freitas e dos familiares de Raimundo Gonçalves Figueiredo, que inclusive é nome de rua em Belo Horizonte, Sebastião ou Paraiba e as outras vítimas jamais tiveram o apoio da Comissão de Anistia. Eles não foram beneficiados, com nenhum apoio dos dirigentes da Secretaria dos Direitos Humanos, nem no governo de Fernando Henrique, nem no Governo de Lula.