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sábado, 31 de outubro de 2015

Que diabo de solidão essencial condena as abortistas a uma militância tão amarga? As mulheres de úteros-secos não tem apenas o útero seco - elas são também secas de afeto

Não é preciso crer em Deus para defender a inviolabilidade da vida humana. Basta crer na particularidade do homem. E eu creio

As que já são mães e vão às ruas em defesa do aborto estão deixando claro que seus respectivos filhos são apenas abortos que ou esqueceram de acontecer

Útero-seco é toda mulher, mãe ou não, fértil ou não, que acredita que tal órgão lhe confere especial competência para marchar em favor da morte

Quero ainda falar daquelas senhoras (ler posts anteriores) que resolveram interromper uma passeata contra Eduardo Cunha e em defesa do aborto para comer alguma coisinha num bar-café, tomar um drinque e me hostilizar. Segundo a mais agressiva delas, gente como eu “deveria ser proibida de entrar num bar”. O que leva aquelas senhoras, a maioria na casa dos 50, todas tentando fugir da velhice os esforços eram visíveis e malsucedidos –, a marchar em favor da morte? Há coisas que fogem à minha compreensão. Que diabo de solidão essencial as condena a uma militância tão amarga?

Querem ver? Embora eu seja, obviamente, contrário à eutanásia, entendo, sim os argumentos daqueles que defendem tal prática. E poderia até me compadecer de quem enfrentou a dor e acabou fazendo essa escolha – e há a possibilidade de que tenha atendido a um pedido do ente querido que se foi. Os dramas individuais pertencem a uma teia de relações bem mais ampla, bem mais complexa, do que as demandas políticas. Mas não posso aceitar, não sem um enorme espanto, que alguém se mobilize, como já vi em países europeus, para ir a uma marcha em defesa da eutanásia. O que leva alguém a sair da cama por isso?

O mesmo vale para o aborto. Transformar num monstro a mulher que abortou de forma volitiva seria um erro estúpido. Aliás, eis uma questão que o papa Francisco não está sabendoe não está!!! – tratar com o devido cuidado. Ele não é, assim, um mestre da filosofia e da teologia, infelizmente… Em termos puramente religiosos, poder-se-ia dizer que se acolhe a pecadora, mas não o pecado.

Mas tiremos a religião da conversa: acolhe-se o humano, com todas as suas falhas, mas não a escolha que ele fez como um norte de civilização. “Ah, mas mulheres morrem em decorrência de abortos malfeitos…” É verdade. O número é brutalmente inferior àquele que as feminázis propagavam. Até quando as desmoralizei com dados oficiais sobre o número total de óbitos de mulheres no Brasil, elas anunciavam que 200 mil morriam por ano em decorrência do aborto.

Atenção! O número é ligeiramente superior a… mil. É muito? É, sim! [só que se trata de um número fácil de ser reduzido; proíba-se o aborto, e quem desobedecer receba uma punição rigorosa e o número de mulheres vítimas do aborto cairá a zero ou próximo de.]  A eventual legalização do aborto e, pois, sua possível multiplicação – certamente acabaria levando a um número maior de ocorrências fatais em razão dos riscos associados à interrupção da gravidez e às péssimas condições da saúde pública no Brasil. É moralmente doloso que essas senhoras se dediquem à luta para que o serviço público de saúde pratique abortos em série, mas não para que ele ofereça um atendimento pré-natal decente. Entre a vida e a morte, escolheram a morte.

Ademais, não falo do “pecado”. Não é preciso crer em Deus para defender a inviolabilidade da vida humana. Basta crer na particularidade do homem. E eu creio. Sou católico, sim. Mas, antes disso, sou um humanista. Não quero impor a minha religião a ninguém. Eu apenas combato os que escolheram racionalizar os caminhos da morte em vez de tornar mais viáveis os da vida.

Sim, eu dei combate àquelas senhoras e à moça barbuda que estava com elas ela própria, também, uma sobrevivente da tese que defendia, certo? –  porque se tratava de uma questão política e porque fui alvo da sua intolerância. Mas, reitero, depois de desmoralizá-las, depois de dizer que elas poderiam ao menos tentar matar quem pode correr, senti uma profunda pena, compaixão mesmo.

Volto, pois, ao ponto: em que dores sem cura está a alma de quem sai de casa para marchar em favor da morte e depois dá um tempinho para tomar uma cerveja?

Eu até me desculpo com elas. Merecem, antes de mais nada, as minhas orações. Que consigam sair do poço da amargura!

Leia também: Útero-seco é toda mulher, mãe ou não, fértil ou não... 
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/utero-seco-e-toda-mulher-mae-ou-nao-fertil-ou-nao-que-acredita-que-tal-orgao-lhe-confere-especial-competencia-para-marchar-em-favor-da-morte/ 


O bom senso volta a prevalecer e em breve cada brasileiro poderá ter quantas armas quiser - a excrescência 'estatuto do desarmamento' logo será sepultada


Arma, para que te quero?


O “Estatuto do Armamento” fere nosso futuro. Que a sociedade reaja e políticos de bem o vetem 

A bancada da bala no Congresso planeja um crime monstruoso contra corações e mentes no Brasil. Ao facilitar a compra, a posse, o porte e o uso de armas de fogo em grande escala, um bando de políticos sem compromisso com a vida humana aprovou na Câmara um texto que nada tem a ver com paz, segurança ou desarme. O texto é um “Estatuto do Armamento” para tornar o Brasil um país de caubóis dispostos a matar ou morrer. [vamos admitir que o pessoal que defende que os brasileiros aceitem ser abatidos sem condições de reagir e aceitar que o Brasil passe a ser um país de caubóis dispostos a matar ou morrer; logo as estatísticas - fiéis e comprovadas - mostrarão redução no números de homícidios que ocorrem a cada ano, de assaltos e vários outros crimes.
Bandido vai ter que ao se propor a cometer um crime incluir a possibilidade de haver reação.
Hoje quando ele sai para 'trabalhar' sabe que as chances da(s) vítima(s] reagir(e) será(ão) mínima e a própria polícia ao chegar no local cuidará para que algum 'cidadão' defensor de bandidos não filme de forma a parecer que o bandido foi a vítima e a polícia o criminoso.]

Quais são as mudanças mais clamorosas? O registro da primeira arma passa a ser gratuito e o registro da segunda arma passa a ser mais barato. Irônica promoção, num país com recordes de homicídios. Armas passam a ser vendidas para maiores de 21 anos (e não 25). A posse de armas passa a ser definitiva (revoga-se a necessidade de revalidá-la a cada três anos). O porte, que precisava ser renovado a cada três anos, passa a ser válido por dez anos. A taxa inicial de porte, que era de R$ 1.000, cai para R$ 300. E assim temos a grande liquidação – de armas e de vidas. Corram enquanto podem.

Mais mudanças? O texto aprovado pela “comissão especial” da Câmara amplia os locais permitidos de posse e uso de armas. O que se chamava de “casa” passa a ser “qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade, assim compreendidos escritórios, consultórios”. Fico imaginando empresas com funcionários armados no refeitório, no banheiro, nas instalações comuns. Tudo legal. É a expressão acabada de um pesadelo, um filme de horror.

E quem pode comprar e usar armas? No Estatuto do Desarmamento atual, ninguém que tenha algum antecedente criminal ou responda a inquérito policial e a processo criminal. No texto da bancada da bala, que “flexibiliza” o Estatuto, só os já condenados por crimes dolosos são impedidos de comprar arma. O projeto libera as armas para quem estiver sob investigação ou processo criminal. Não dá!

Isso tudo soa como escárnio num país com cerca de 53 mil assassinatos por ano, 143 assassinatos por dia, seis assassinatos por hora. Em cada 100 mil habitantes, o índice no Brasil é de quase 26 assassinatos por habitante. A Organização Mundial da Saúde considera “nível de epidemia” uma taxa de mais de dez assassinatos por 100 mil habitantes. Segundo a OMS, o Brasil é o país com maior número de homicídios no mundo. O Estatuto do Desarmamento poupou milhares de vidas, segundo o Mapa da Violência de 2015, com base em dados oficiais. E tudo isso agora vai bala abaixo? Dos deputados que votaram pelas mudanças, 11 foram financiados pela indústria de armas e munições, segundo o Instituto Sou da Paz. [nos EUA país com mais de 500.000.000 de armas em poder da população, (destaque-se que a maior parte das armas que circulam nos Estados Unidos possui  maior poder fogo que as cuja venda será liberada no Brasil), não ocorrem por ano nem um décimo do total de assassinatos/ano que ocorre no Brasil.]
 
“É um retrocesso”, disse o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame. “O argumento de que se deve armar a população porque a segurança não faz seu trabalho é uma desculpa míope. Já imaginou as pessoas armadas nas ruas, os parlamentares, os agentes que cuidam de crianças e jovens, os taxistas e os motoristas de caminhão? Essa energia do Congresso deveria ser canalizada para o governo federal ajudar a desarmar o bandido, e não para manter o bandido armado e armar a sociedade.”

Como o texto ainda precisa ser aprovado em plenário e no Senado para entrar em vigor, espera-se que a sociedade reaja e que políticos de bem vetem esse monstrengo.
Parece óbvio, parece fácil. Mas não é. Faz tempo que se urde essa conspiração no Congresso, alimentada pelo lobby de armamentos, para transformar o Brasil numa versão sul-americana dos Estados Unidos, onde massacres enlutam famílias e impelem o presidente Barack Obama a brigar – sem sucesso – contra a venda indiscriminada de armas.

Armas exercem fascínio sobretudo nos homens, não nas mulheres. Entendo que exímios atiradores se achem no direito de defender a si próprios e a suas famílias em sociedades violentas. Mas eles são exceção e não precisam de mudanças na lei para se armar. É um grave erro popularizar e baratear armas de fogo. É uma irresponsabilidade induzir a população a achar que armas salvam vidas e servem para legítima defesa. A realidade é oposta: a posse de uma arma aumenta o risco de um “cidadão de bem” ser morto por um profissional do crime.

É uma inversão de significados e valores, que não ajuda em nada a educação das novas gerações. Ao facilitar compra, posse, porte e uso de armas, esse arremedo de lei encoraja uma população armada e amadora a tentar fazer justiça pelas próprias mãos. Contribui para que brigas triviais de rua, no bar ou em casa acabem em morte. Aumenta o risco de acidentes trágicos domésticos ou escolares com crianças e adolescentes. Aumenta exponencialmente o risco de crimes passionais.

O “Estatuto do Armamento” ignora que a responsabilidade por manter a paz urbana deve ser delegada unicamente às forças de segurança. Exime assim em parte os governos por seus fracassos na política de segurança pública. Esse estatuto fere de morte nosso futuro. Não passará. [já passou; é mera questão de tempo ser aprovado nas duas Casas do Congresso Nacional e sancionado pelo presidente - esperamos que Dilma na ocasião já tenha privilegiado o Brasil com sua ausência.]

Fonte: Rude de Aquino - Revista Época
 

 

Fascistas de esquerda, feminázis e feticidas promovem passeata; um grupo de úteros-secos tenta me intimidar na Paulista. Respondi!

O PT está mobilizando seus satélites de esquerda para a agitação política: na quinta, MPL; nesta sexta, feminázis; na semana que vem, racialistas...

Eis que, na noite desta sexta, estava eu a conversar com um amigo num bar da Avenida Paulista sobre tarefas de trabalho que temos na semana que vem quando vejo um grupo avançando. Era uma passeata. Encontrávamo-nos num dos pontos do calçadão da Paulista, ao ar livre. Havia gente batendo bumbo. Mau sinal. Havia mascarados. Sinal pior ainda. Havia umas moças com os peitos à mostra. Pensei: “Bom sinal!!!”. Gosto de peitos à mostra. Mas logo vi que eram peitos que pretendiam ser socos na cara… Péssimo sinal!!!

A certa distância, divisei uma faixa que dizia qualquer coisa sobre a independência do útero. Outra, ao lado, protestava contra Eduardo Cunha. Também havia estandartes do PT, do PSOL, do PSTU, da CUT “Melhor entrar.” Peguei a minha caipirinha e fui pra dentro.
Mas sabem como é… Essas senhoras burguesas, de todos os sexos, se cansam, não? Dá vontade de tomar um drinque, de comer alguma coisinha… Um grupo entrou no bar. Não é boteco de três merréis…

Àquela altura, eu já tinha percebido que a passeata era contra Eduardo Cunha, em favor do aborto, contra os evangélicos, a favor da diversidade sexual, contra o conservadorismo, contra o golpe (eles chamam “golpe” a destituição legal de Dilma) etc. E já tinha percebido também que, dados todos os inimigos, o principal mesmo era o feto. As feminázis, inclusive as feminázis barbudas, eram contra o feto, este monstro!!!

Ah, sim: encerrando a passeata, duas bandeiras da… Autoridade Palestina. Ora vejam: já que se vai protestar contra Cunha, contra o machismo, contra os evangélicos, em favor do aborto e da tal diversidade, por que não dar um cacete em Israel? Aí o pacote fica completo.

Estratégia petista Antes que avance na narrativa, a questão de fundo: tudo isso se chama “PT”. Eu estou passando uma informação. O establishment petista convenceu os seus satélites de esquerda que existe uma onda conservadora no país. E que é preciso ocupar as ruas.

Não dá para sair em defesa de Dilma e do partido. Então é preciso revigorar as causas laterais. Na quinta, quem ressurgiu foi o Movimento Passe Livre. Nesta sexta, foi a vez do feminismo. Na semana que vem, provavelmente, serão os racialistas… E assim vai.

Volto ao ponto Eu estava quieto, no meu canto, tomando a minha caipirinha. Eis que entra um grupo de mulheres (originalmente, eram, até onde pude perceber) na faixa dos 50, acompanhadas de um gay ele queria me beijar!!! de uns 20 e poucos, barbudo. Ficou visível que elas tentavam ensinar o rapaz a ser um forte, e ele tentava ensinar a suas amigas a ser sensível. Uma troca linda!

Olham pra mim, e uma delas diz: “Gente como ele, e me indicou com o olhar e as sobrancelhas, deveria ser proibida de entrar um bar”. Entenderam? As feticidas não querem gente como eu no bar. As feticidas não querem no bar quem não pense o que elas pensam. As feticidas acham que os espaços públicos devem ser ocupados apenas pelos seus iguais.

Bem, fiz o óbvio. Sentei-me à mesa do grupo e perguntei o que eles tinham contra a democracia. Aí a menina barbuda me disse: “No bar, você pode ficar (ah, obrigado, moça!), mas não na nossa mesa”. Respondi: “É que eu havia entendido que vocês são contra a minha presença aqui”. Conheço pela fedentina ideológica. Eram petistas tanto que logo abandonaram a passeata, né?disfarçadas de militantes libertárias. Eu lhes disse o óbvio:  “Por que vocês não perseguem quem, ao menos, pode correr? O feto nem pode correr! Que covardia!”

Aí uma das senhoras — o grupo, note-se, era composto só dos sem-companhia disse à outra: “Não responda! Não responda!”. Bem, quem respondia ali à agressão era eu. Elas é que haviam me atacado. Uma delas aquela há mais tempo amargando a solidão forçada, o rancor, a amargura — resolveu aplaudir, como se eu quisesse plateia. Mas eu já tenho. Era eu ali quem dava uma esmola de atenção àqueles úteros secos, marcados pelo deserto, pela falta de opção, pelo triunfo da morte sobre toda coisa viva.

Tinha o que fazer. Eu me despedi dos petistas assim: “Agora eu vou trabalhar porque não tenho partido para pagar as minhas contas”.  A moça barbuda me mandou um beijinho, como se isso me ofendesse. Há bichas que ainda acham que esse tipo de coisa incomoda. Essa gente triste, seca, obrigada a sair em bando de iguais que se repelem, durante a noite, para se livrar de suas misérias íntimas, causa-me pena, não rancor. Imaginem que miserável deve ser chegar à própria casa sem ninguém com que conversar, olhar-se no espelho e pensar: “Será que existe alguma passeata amanhã?”. Há solidões virtuosas, claro. Mas ali não era o caso. Eram todas tão tristes! Quase me comovi.

O que importa neste post, do ponto de vista político, é isto aqui: o PT chegou à conclusão de que não tem como se defender com sua própria cara e resolveu apelar a movimentos de ditas minorias para denunciar uma suposta onda conservadora.

As mobilizadas desta sexta foram as de útero seco e as que útero nunca terão.

PS – Sério: quase deixo pra lá. Uma delas se parecia muito com minha mãe, com a diferença de que vi que ela não tem para quem rezar.  Não é apenas o seu útero que é seco — o que explica o ódio aos fetos. Ela também é seca de afetos.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - Veja

 

Avião russo com 224 a bordo cai no Egito e não há sobreviventes

Aeronave russa levava 224 pessoas, todas russas. Segundo a imprensa egípcia, acidente foi causado por 'falha técnica' 

Todos os passageiros de avião russo que caiu no Egito morreram

Aeronave levava 224 pessoas, 17 delas crianças. Segundo a imprensa egípcia, acidente foi causado por falhas técnicas

As autoridades egípcias informaram que todos os 224 passageiros do avião russo que caiu no Egito neste sábado morreram. A aeronave da companhia KogalimAvia, conhecida como Metrojet, perdeu contato com os radares 23 minutos após a decolagem, quando sobrevoava a cidade de Larnaka, segundo um porta-voz de Rosaviatsia, a agência de Aviação Civil da Rússia. Um pouco depois de informar sobre o acidente, as autoridades egípcias anunciaram ter localizado os destroços em uma região montanhosa e começado a retirar as vítimas. Até agora, mais de cem corpos já foram resgatados e uma das caixas pretas foi encontrada.  — Os aviões do exército encontraram os destroços do avião (...) em uma região montanhosa, 45 ambulâncias foram enviadas ao local para resgatar os feridos e retirar os mortos — indica o comunicado.

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Um funcionário das equipes de emergência, que pediu anonimato, disse à Reuters que vozes foram ouvidas em uma área da queda do avião, levando os trabalhadores começaram a procurar por sobreviventes. — Há uma outra parte do do avião com passageiros que a equipe de resgate ainda está tentando acessar, e esperamos encontrar sobreviventes. Especialmente depois de ouvir vozes de pessoas contou a fonte.

No entanto, um pouco mais tarde, forças de segurança egípcias afirmaram que todos que estavam a bordo do avião morreram. A aeronave, do modelo Airbus A-321, transportava 224 pessoas, entre eles 200 adultos, 17 crianças e 7 tripulantes. Todos eram cidadãos russos, segundo a embaixada russa no Egito. Muitos dos passageiros eram turistas do resort egípcio de Sharm el-Sheikh e iam para São Petersburgo.

O presidente russo, Vladimir Putin, divulgou um comunicado expressando suas condolências às famílias das vítimas do acidente e ordenou ao seu governo que ofereça assistência imediata aos parentes, de acordo com o Kremlin. Ele também pediu a abertura de uma investigação sobre a queda. Neste sábado, familiares começaram a chegar no aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo, e estão sendo levados a um centro de crise.

A aeronave está em serviço há 18 anos. De acordo com a imprensa egípcia, a queda foi causada por uma "falha técnica". Um piloto nomeado para investigar o acidente disse ao site "Ahram Online" que o comandante do voo fez contato com os controladores de tráfego aéreo, pedindo para aterrissar no terminal mais perto e especulando que seria uma tentativa de realizar um pouso de emergência no aeroporto de Norte Sinai.

Um funcionário do serviço de rastreamento de voo "Radar 24" contou à BBC que o avião russo ganhou altitude após a decolagem e assim permaneceu até começar a apresentar problemas. Em seguida, teria começado a cair "muito rápido. — Nós rastreamos uma queda de cinco mil pés em aproximadamente um minuto e depois perdemos contato com a aeronave — disse Mikail Robertson.

O departamento médico do Norte Sinai declarou estado de emergência e deslocou que equipes de resgates já se deslocaram para a região da queda do jato, entre as aldeias de Al-Kuntillah e Al-Kaseema, no centro de Sinai. As autoridades de segurança afirmaram que não há indicações que o avião foi abatido por extremistas islâmicos. A região da queda do avião é conhecida por ser reduto do grupo egípcio filiado ao Estado Islâmico, Província do Sinai.

Fonte: O Globo
 

A fortuna suspeita das estrelas do PT

Relatório do Coaf mostra movimentações milionárias nas contas de Lula, Palocci, Pimentel e Erenice

Um relatório da agência do governo de combate à lavagem de dinheiro revela que os quatro, entre outros petistas, movimentaram quase meio bilhão de reais em transações com indício de irregularidades 

 GRANDE FAMÍLIA
Lula e família. Uma de suas empresas transferiu R$ 48 mil a Fernando Bittar, sócio de um dos filhos do petista e dono de um sítio atribuído ao ex-presidente


Há duas semanas, analistas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, mais conhecido pela sigla Coaf, terminaram o trabalho mais difícil que já fizeram. O Coaf, subordinado oficialmente ao Ministério da Fazenda, é a agência do governo responsável por combater a lavagem de dinheiro no Brasil. Reúne, analisa e compartilha com o Ministério Público e a Polícia Federal informações sobre operações financeiras com suspeita de irregularidades. 


Naquela sexta-feira, dia 23 de outubro, os analistas do Coaf entregavam à chefia o Relatório de Inteligência Financeira 18.340. Em 32 páginas, eles apresentaram o que lhes foi pedido: todas as transações bancárias, com indícios de irregularidades, envolvendo, entre outros, os quatro principais chefes petistas sob investigação da PF, do Ministério Público e do Congresso.

Eis o quarteto que estrela o relatório: Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, líder máximo do PT e hoje lobista; Antonio Palocci, ministro da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma Rousseff, operador da campanha presidencial de 2010 e hoje lobista; Erenice Guerra, ministra da Casa Civil no segundo mandato de Lula, amiga de Dilma e hoje lobista; e, por fim, Fernando Pimentel, ministro na primeira gestão Dilma, também operador da campanha presidencial de 2010, hoje governador de Minas Gerais.  

O Relatório 18.340, ao qual ÉPOCA teve acesso, foi enviado à CPI do BNDES. As informações contidas nele ajudarão, também, investigadores da Receita, da PF e do MP a avançar nas apurações dos esquemas multimilionários descobertos nas três operações que sacodem o Brasil: Lava Jato, Acrônimo e Zelotes. Essas investigações, aparentemente díspares entre si, têm muito em comum. Envolvem políticos da aliança que governa o país e grandes empresários. No caso da CPI do BNDES, os parlamentares investigam as suspeitas de que os líderes petistas tenham se locupletado com as operações de financiamento do banco, sobretudo as que beneficiaram o cartel de empreiteiras  

Ao todo, foram examinadas as contas bancárias e as aplicações financeiras de 103 pessoas e 188 empresas ligadas ao quarteto petista. As operações somam – prepare-se – quase meio bilhão de reais. Somente as transações envolvendo os quatro petistas representam cerca de R$ 300 milhões. Palocci, por exemplo, movimentou na conta-corrente de sua empresa de consultoria a quantia de R$ 185 milhões. Trata-se da maior devassa já realizada nas contas de pessoas que passaram pelo governo do PT. Há indícios de diversas irregularidades. Vão de transações financeiras incompatíveis com o patrimônio a saques em espécie, passando pela resistência em informar o motivo de uma grande operação e a incapacidade de comprovar a origem legal dos recursos. 

O Coaf não faz juízo sobre as operações. Somente relata movimentações financeiras suspeitas de acordo com a lei e regras do mercado, como saques de dinheiro vivo na boca do caixa ou depósitos de larga monta que não tenham explicação aparente. O Coaf recebe essas informações diretamente dos bancos e corretoras. Eles são obrigados, também nos casos previstos em lei, a alertar o Coaf de operações “atípicas” envolvendo seus clientes. É obrigação do Coaf avisar as autoridades sobre operações suspeitas de crimes. A lavagem de dinheiro existe para esquentar recursos que tenham origem ou finalidade criminosa, como pagamentos de propina. Não cabe ao Coaf estipular se determinada transação é ilegal ou não. Cabe a ele somente informar a existência dessa transação às autoridades competentes, caso essa transação contenha características de uma operação de lavagem de dinheiro. Foi isso que o Coaf fez no caso do quarteto petista. Cabe agora à PF, ao MP e ao Congresso trabalhar detidamente sobre as informações reveladas pelo Coaf.


>> Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana

epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/10/relatorio-do-coaf-mostra-movimentacoes-milionarias-nas-contas-de-lula-palocci-pimentel-e-erenice.html


Cardozo, o servil ao ex-presiente Lula tenta criar nova norma: membros da família Lula da Silva não podem ser investigados pela polícia

A resposta de Cardozo

Na semana em que viu o bombardeio contra ele se intensificar, o ministro da Justiça diz em entrevista a ISTOÉ que não aceita as pressões dos aliados, não irá favorecer amigos e que não abre mão dos valores democráticos e republicanos

Desde que a Lava Jato passou a condenar e levar para a cadeia políticos do PT e empresários graúdos, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não teve mais sossego. Chefe funcional da Polícia Federal, principal braço da Operação que já entrou para a história do País por prender corruptos e corruptores considerados até então inatingíveis, o ministro virou alvo de uma saraivada de críticas – a maior parte delas oriunda do Partido dos Trabalhadores. Nos últimos meses, Cardozo tem sido atacado de maneira inclemente por algo que deveria ser encarado como uma grande virtude sua: não interferir no trabalho dos agentes federais. Num País onde sempre prevaleceu a máxima “aos amigos, tudo; aos inimigos, os rigores da lei”, o zelo do ministro pelo artigo 5º da Constituição brasileira, segundo o qual todos deve ser iguais perante a legislação, nunca deveria ser considerado um demérito. Infelizmente, é o que tem ocorrido.
EM SINTONIA
O juiz Sérgio Moro se mantém afinado com a Polícia Federal

Na última semana, o bombardeio ao ministro atingiu o seu ápice. Isso porque na segunda-feira 26, véspera do aniversário de 70 anos do ex-presidente Lula, a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na LFT Marketing Esportivo, empresa de Luis Cláudio Lula da Silva, filho da estrela máxima do PT. O caçula de Lula é investigado na Operação Zelotes por receber R$ 2,4 milhões de uma empresa suspeita de fazer lobby junto ao Palácio do Planalto para comercializar medidas provisórias em benefício de empresas automotivas. Ao saber da devassa da PF no escritório de seu filho, Lula investiu-se de fúria. Disparou palavrões – todos impublicáveis – a esmo. A interlocutores, responsabilizou a presidente Dilma Rousseff pelas ações classificadas por ele de “indecentes e inaceitáveis” da PF e pelo fato de ainda não ter substituído o atual ministro da Justiça por alguém capaz de segurar o ímpeto dos policiais federais. O que Lula confidenciou intramuros, o presidente do PT, Rui Falcão, extravasou publicamente. Declarou que o filho de Lula estaria sofrendo uma “perseguição inominável, inexplicável” e afirmou haver uma “campanha direcionada para atingir o PT, a Dilma e o Lula”.


Mas há um alento para os defensores intransigentes do pleno funcionamento das instituições e uma má notícia para os que acham que o Estado deve estar a serviço de seus interesses: Cardozo mantém-se firme no propósito de deixar o trabalho da PF, como se diz na gíria, correr solto. Em entrevista exclusiva à ISTOÉ, concedida em seu gabinete na quinta-feira 29, o ministro garantiu que não pretende intervir na maneira de atuar da Polícia Federal. “Como ministro, só intervirei quando houver caracterização de um descumprimento objetivo da lei ou de abuso de poder por parte de policiais. Até agora não recebi nenhuma representação de quem quer que seja no sentido de que algum policial tenha violado algum dispositivo legal”, afirmou. No que depender de Cardozo, a despeito das fortes pressões que vem sofrendo do meio empresarial e político, a lei será “igual para todos”. “O ministro da Justiça não deve jurídica e eticamente tentar controlar uma investigação, dizendo que não se investigue um amigo ou se puna inimigos”, acrescentou. Seu dique de proteção é a Carta Magna. Para Cardozo, o ministro que tentasse controlar uma investigação, não só estaria ferindo a ética republicana, como cometendo um crime. “Quem ocupar esse cargo até pode tentar usar subterfúgios para tentar orientar apurações, como já foi feito no passado.  Mas duvido que hoje, após a conquistada independência institucional da PF, algum ministro consiga fazer isso de forma exitosa e sem ter problemas com a própria Justiça”, defende-se.

Apesar de partir do PT, agremiação mais afetada com as investidas da Lava Jato, as mais duras críticas ao trabalho do ministro da Justiça, Cardozo diz não se incomodar. “Não tenho nenhuma razão para me sentir incomodado. Incomodado deve se sentir quem ao longo do período de sua vida defendeu isso e agora nega o que sempre defendeu”, disse à ISTOÉ. No partido, ao qual é filiado, o ministro é tachado de “egoísta” e “ingrato” por não se importar em proteger os próprios colegas. Cardozo não se faz de rogado. Para ele, o PT tem direito de se manifestar sobre aquilo que acredita, mas “o ministro da Justiça só deve atuar para exigir que a lei seja cumprida”.


Nas últimas semanas, os ataques desferidos a Cardozo extrapolaram as fronteiras do petismo. Ao tentar costurar um acordão com o governo para salvar a própria pele, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), procurou recentemente o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, para pedir que o chefe da Justiça fosse substituído pelo vice-presidente da República, Michel Temer. O recado foi levado a Dilma assim que ela retornou de uma viagem ao exterior. A presidente, que se recusou a rifar seu subordinado na ocasião, cometeria suicídio político se o fizesse agora: demonstraria fraqueza à população num momento de baixíssima popularidade, enfraqueceria uma instituição que ela própria, durante a campanha à reeleição, se vangloriou de ter fortalecido e ficaria marcada nas páginas da história como a mandatária que interrompeu o combate à corrupção e a faxina ética promovida pela PF para atender a interesses nada republicanos de aliados.
As operações da Polícia Federal no combate à corrupção, feitas de acordo
com a Constituição, apertam o cerco contra líderes do PT e de políticos
da base aliada ao governo. Barrar isso atenta contra a democracia


Embora os petardos tenham se intensificado nos últimos dias, depois da batida da PF no escritório de Luís Cláudio, as escaramuças entre Cardozo e Lula remontam a 1997, durante o conhecido caso do CPEM (Consultoria para Empresas e Municípios). Naquele ano, prefeituras petistas foram acusadas pelo então militante petista Paulo de Tarso Venceslau de beneficiar uma empresa comandada por Roberto Teixeira, compadre de Lula. O PT resolveu, então, instalar uma comissão de sindicância interna para apurar suspeitas. Integrada por Cardozo, Helio Bicudo e Paul Singer, a conclusão foi a de aplicar uma punição a Teixeira. Lula ficou enfurecido e outro colegiado foi constituído, culminando em decisão oposta: manter o denunciado, Teixeira, e expulsar o denunciante, Venceslau.

Em 2005, quando eclodiu o mensalão, Cardozo e Lula voltaram a ficar em trincheiras opostas. Petistas que discordavam das deliberações da presidência da legenda decidiram fundar uma corrente chamada Mensagem ao Partido, tendo o ex-governador Tarso Genro e Cardozo como principais militantes. O movimento divergente floresceu e tornou-se hoje a segunda maior força dentro da legenda, perdendo apenas para a Construindo um Novo Brasil, na qual militam Lula e Rui Falcão.


Os embates internos, somados a algumas decepções com a política, mexeram com Cardozo. Em 2010, após dois mandatos como deputado federal, ele enviou a seus eleitores uma carta anunciando que não se candidataria mais a cargos eletivos enquanto não houvesse mudança no atual sistema político, com elevados custos políticos e baseados nos atuais moldes de arrecadação de recursos para campanha, que contribuem para toda sorte de desvios. Neste mesmo ano, trabalhou ativamente na primeira campanha presidencial de Dilma. Integrou o núcleo duro da campanha, fazendo parte do trio apelidado como “três porquinhos”, ao lado de Antonio Palocci e de José Eduardo Dutra, por conta da forma física arredondada dos três petistas. Elogiado pela presidente, que o tem na mais alta conta, Cardozo ganhou aliados principalmente no chamado entorno de Dilma.

Para estes, Lula ensaiou, na última semana, um conveniente discurso de rompimento com o governo, se for necessário mais adiante, ao entoar que sua família virou alvo de uma arbitrariedade cometida pela Polícia Federal. “Ele não precisava ter manifestado sua contrariedade por meio de emissários. Bastava ter conversado com Dilma, olho no olho. Ao agir assim, mostra que prepara uma porta de saída, se for o caso”, disse à ISTOÉ um auxiliar da presidente com assento no Palácio do Planalto. Desvinculado da atual gestão, raciocina a mesma fonte, o ex-presidente teria mais facilidade para pavimentar sua candidatura para 2018, sem ter de carregar o ônus dos fracassos do atual governo.


Escaldado, Cardozo fez um movimento destinado a apaziguar os ânimos no final da semana passada. Baseando-se apenas em notícias publicadas em sites da internet, se antecipou e pediu explicações ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. Queria saber por qual motivo Luis Cláudio, o filho caçula de Lula, teria recebido às 23h de terça-feira 27 a intimação para depor na Polícia Federal . Segundo o despacho enviado pelo ministro, o horário seria, “em tese, fora do procedimento usual”. Com a iniciativa, Cardozo estendeu bandeira branca em meio ao ambiente inflamável. Errará, no entanto, quem enxergar no gesto um recuo.


Entrevista: José Eduardo Cardozo

“A LEI É IGUAL PARA TODOS”

Na quinta-feira 29, auge da fritura pelo chamado PT lulista, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, recebeu ISTOÉ em seu gabinete. Aparentando tranquilidade, a despeito de arder na fervura do fogo amigo – e inimigo – concedeu a entrevista abaixo:


ISTOÉ – O ex-presidente Lula reclamou com o sr. sobre abusos nas investigações?
José Eduardo Cardozo –
Nunca recebi do presidente Lula nenhuma crítica direta e tenho tido com ele uma excelente relação. Pela imprensa, sei que setores do PT e da oposição criticam a minha postura de não “controlar” as investigações. Tenho minha consciência absolutamente tranquila em relação a isso. Em um Estado de Direito, o ministro da Justiça não deve jurídica e eticamente tentar controlar uma investigação, dizendo que não se investigue um amigo ou se puna inimigos. A lei é igual para todos. O ministro da Justiça só deve atuar para exigir que a lei seja cumprida, apurando eventuais abusos e arbitrariedades por parte de policiais.


ISTOÉ – O presidente do PT, Rui Falcão, disse que o ex-presidente Lula está sofrendo uma perseguição “inominável”. O sr. concorda?
José Eduardo Cardozo –
O PT tem o direito de se manifestar sobre aquilo que crê. Já o ministro da Justiça não pode emitir juízo de valor sobre investigações que estão em curso. Salvo se houver alguma denúncia concreta de que algum mandamento legal foi violado por autoridades policiais. Nesse caso, o ministro da Justiça deve determinar a abertura de inquérito policial ou processo disciplinar e, ao seu final, emitir sua decisão.


"O PT tem o direito de se manifestar sobre aquilo que crê. O ministro
da Justiça não pode emitir juízo sobre investigações"


ISTOÉ – O sr. acha que Lula e família estão sendo injustiçados?
Cardozo –
Conheço o ex-presidente Lula há muitos anos, como cidadão e como petista. Acredito, sinceramente, que ele jamais se envolveria em desmandos de qualquer natureza, nem permitira que pessoas próximas o fizessem.


ISTOÉ – Se o sr. mesmo acha que “Lula jamais se envolveria em desmandos nem permitiria que pessoas próximas o fizessem”, não é razoável que ele próprio se sinta vítima de um abuso da PF?
Cardozo –
Não se pode confundir as coisas. O cidadão José Eduardo tem suas crenças e convicções, formadas ao longo de sua experiência de vida. Já o ministro tem o dever constitucional de respeitar o Estado de Direito e cumprir a lei. Jamais transformando as suas razões pessoais ou convicções íntimas em razões de Estado. A lei deve ser cumprida, independentemente do que pensa o cidadão José Eduardo. Como ministro, só intervirei quando houver caracterização de um descumprimento objetivo da lei ou de abuso de poder por parte de policiais. Até agora não recebi nenhuma representação de quem quer que seja no sentido de que algum policial tenha violado algum dispositivo legal. Aliás, é importante observar que no caso da busca e apreensão determinadas em relação à empresa do filho de Lula, foi uma medida solicitada pelo Ministério Público Federal e não pela Polícia Federal, decidida por juíza de direito regularmente investida nas suas funções.


“Incomodado deve se sentir quem
nega o que sempre defendeu”


ISTOÉ – O sr. está no PT desde a fundação do partido, há 35 anos. Como é ver a militância pedir a sua demissão?
Cardozo –
Quem se sentir magoado por críticas dessa natureza não deve jamais aceitar ser ministro da Justiça. Nessa hora, é importante avaliar se atuo de acordo com os princípios democráticos e republicanos que acredito e que tenho defendido ao longo da vida. Aliás, entrei no PT e permaneço nele porque meu partido sempre defendeu o Estado de Direito, a distinção entre o público e o privado e a ideia de que a lei deve ser cumprida para todos. E venho me comportando como ministro exatamente dentro desses pressupostos. Não tenho nenhuma razão para me sentir incomodado. Incomodado deve se sentir quem ao longo do período de sua vida defendeu isso e agora nega o que sempre defendeu.


ISTOÉ – Quem, por exemplo?
Cardozo –
Quem, eventualmente, ache que a lei não deva ser aplicada para todos.

ISTOÉ – O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta semana que a PF, o MPF, o Judiciário e a “grande mídia” estão fazendo uma perseguição a Lula e família. O sr. se refere a esse tipo de reação?
Cardozo –
De forma nenhuma. Ele expressa uma posição partidária. Caso o PT entenda que há arbítrio de policiais federais ou ofensas à lei, poderá se dirigir ao Ministério da Justiça para a apuração dos fatos. Naturalmente, qualquer acusação exige a indicação de fatos concretos.


ISTOÉ – Parte da militância petista sugere que o sr. seja substituído. Outro ministro conseguiria controlar investigações?
Cardozo –
O ministro da Justiça que tentasse controlar uma investigação, ele não só estaria ferindo a ética republicana, mas ele estaria cometendo um crime. Quem ocupar esse cargo até pode tentar usar subterfúgios para tentar orientar apurações, como já foi feito no passado.  Nomeia-se diretores, superintendentes que possam usar seu peso hierárquico para fazer atuações políticas e para pressionar subordinados, os ameaçando de perseguição. Mas duvido que hoje, após a conquistada independência institucional da PF, adquirida sobretudo durante as gestões do ex-presidente Lula e da presidente Dilma, algum ministro consiga fazer isso de forma exitosa e sem ter problemas com a própria Justiça. (Débora Bergamasco)


 Fonte: Revista ISTO É - Débora Bergamasco e Marcelo Rocha

Detran do Rio fez busca de veículos em nome de Dilma

Apuração a pedido do TCU também investigou carros registrados em nome de envolvidos na compra da Refinaria de Pasadena

O Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran-RJ) fez um pente-fino em seus registros para encontrar no Estado veículos em nome da presidente Dilma Rousseff. A varredura foi feita em abril, com a justificativa de atender a um ofício do Tribunal de Contas da União (TCU) em processo que apura responsabilidades por prejuízos de 792 milhões de dólares na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).

A busca no cadastro de veículos do Rio foi feita com o CPF da presidente e de outros ex-conselheiros de Administração da Petrobras que participaram das reuniões nas quais foram aprovadas etapas do negócio. Dilma era ministra da Casa Civil e presidente do colegiado em 2006, quando foi autorizada a aquisição dos primeiros 50% da refinaria. Ela admitiu, no ano passado, que deu aval à transação supostamente sem saber que o contrato continha cláusulas prejudiciais à companhia.

A pesquisa do Detran-RJ mirou, além da presidente, os ex-conselheiros Antônio Palocci Filho, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil; Fábio Barbosa, Gleuber Vieira e Cláudio Luiz da Silva Haddad. Também foram consultados os CPFs da ex-presidente da estatal Maria das Graças Foster e do ex-diretor Internacional Jorge Zelada, preso por suspeita de participar do esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato.

O TCU enviou pedido de consultas ao Detran-RJ por que, em decisões tomadas desde o ano passado, mandou bloquear bens de executivos que participaram da compra de Pasadena. A indisponibilidade patrimonial se aplica a vários tipos de bem, inclusive veículos, cuja venda ou transferência está proibida pelo período de um ano. A medida visa eventual ressarcimento ao erário, caso os prejuízos sejam confirmados ao fim do processo.

Dilma e os demais conselheiros de Administração da época, no entanto, não foram alvos dos bloqueios decretados pelo TCU. Questionado pela reportagem, o Detran-RJ não informou por que estendeu a consulta aos nomes da presidente e de outras pessoas que não são atingidas pelas restrições. O Detran-RJ é presidido por José Carlos dos Santos Araújo, ligado ao PMDB do Rio. No ofício enviado ao TCU, de 17 de abril deste ano, a diretora de Registro de Veículos do órgão, Carla Adriana Pereira, informa que Dilma não aparece nos registros como proprietária, arrendatária ou financiadora de veículos, assim como Palocci, Graça Foster, Colleti e Haddad.

Mas detectou 22 veículos em nome de outros ex-dirigentes da Petrobras, entre eles Zelada e o ex-conselheiro Gleuber Vieira. Os dois, contudo, também não tiveram os bens bloqueados. A diretora informa que foi anotada a "restrição" nos registros de veículos vinculados aos CPFs de pessoas atingidas pelas decisões do TCU.

São os casos do ex-diretor de Exploração e Produção Guilherme Estrella, com quatro veículos emplacados em Nova Friburgo, sendo duas Mercedes-Benz; do ex-diretor Internacional Nestor Cerveró, com três carros, entre eles um Mini Cooper e uma Pajero blindada; e do ex-diretor de Serviços Renato Duque, dono de um Hyundai Veracruz. Cerveró e Duque estão presos em Curitiba por suspeita de corrupção detectada nos inquéritos da Lava Jato.

Em nota, o Detran-RJ informou ter prestado "informação ao TCU a partir do acórdão nº224/2015", decisão que não determina consulta ou bloqueio de bens de Dilma e outros ex-conselheiros.  O TCU reiterou que expediu determinação de bloqueio de bens "exclusivamente dos responsáveis arrolados nominalmente nos acórdãos". "Eventuais consultas formuladas pelo tribunal fazem parte do processo, que segue em tramitação", acrescentou.

 Fonte: Revista VEJA


Lula: o mito e as verdades

As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público sobre casos de corrupção atingem filhos, parentes, amigos, amigos íntimos, amigas íntimas e ex-assessores do ex-presidente

Oito anos na Presidência da República fizeram de Lula um mito. Ele escapou ileso do escândalo do mensalão, bateu recorde de popularidade, consolidou o Brasil como um país de classe média e elegeu uma quase desconhecida como sua sucessora. Os opositores reconheciam e temiam seu poder de arregimentação das massas. O líder messiânico, o novo pai dos pobres, o protagonista do primeiro governo popular da história do Brasil encontra-se atualmente soterrado por uma montanha de fatos pesados o bastante para fazer vergar qualquer biografia - até mesmo a de Lula. Investigações sobre corrupção feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público vão consistentemente chegando mais perto de Lula. Ele próprio é foco direto de uma dessas apurações. Do seu círculo familiar mais íntimo ao time vasto de correligionários, doadores de campanha e amigos, o sistema Lula é formado predominantemente por suspeitos, presos e sentenciados. Todos acusados de receber vantagens indevidas de esquemas bilionários de corrupção oficial.
PARANOIA - Lula (de camiseta) e Dilma no Palácio da Alvorada: o ex-presidente acredita que é vítima de uma perseguição que contaria com o aval da presidente(André Duzek/Estadão Conteúdo)
 
O mito está emparedado em verdades. Lula teme ser preso, vê perigo e conspiradores em toda parte, até no Palácio do Planalto. Chegou recentemente ao ex­-presidente um raciocínio político dividido em duas partes. A primeira dá conta de que sua derrocada pessoal aplacaria a opinião pública, esse monstro obstinado, movido por excitação, fraqueza, preconceito, intuição, notícias e redes sociais. A segunda parte é consequência da primeira. Com a opinião pública satisfeita depois da punição a Lula, haveria espaço para a criação de um ambiente mais propício para Dilma Rousseff cumprir seu mandato até o fim. Nada de novo. A política é feita desse material dúctil inadequado para moldar alianças inquebrantáveis e fidelidades eternas.

Os sinais negativos para Lula estão por toda parte. Uma pesquisa do Ibope a ser divulgada nesta semana mostrará que a maioria da população brasileira condena a influência de Lula sobre Dilma. Some-se a isso o contingente dos brasileiros que até comemorariam a prisão dele, e o quadro fica francamente hostil ao ex-presidente. O nome de Lula e os de mais de uma dezena de pessoas próximas a ele são cada vez mais frequentes em enredos de tráfico de influência, desvios de verbas públicas e recebimento de propina. Delator do petrolão, o doleiro Alberto Youssef disse que Lula e Dilma sabiam da existência do maior esquema de corrupção da história do país.  

Dono da construtora UTC, o empresário Ricardo Pessoa declarou às autoridades que doou dinheiro surrupiado da Petrobras à campanha de Lula à reeleição, em 2006. O lobista Fernando Baiano afirmou que repassou 2 milhões de reais do petrolão ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula e tutor dos negócios dos filhos do petista. Baiano contou aos procuradores que, segundo Bumlai, a propina era para uma nora do ex-presidente. A relação de nomes é conhecida, extensa e plural - dela faz parte até uma amiga íntima de Lula. A novidade agora é que a lista foi reforçada por um novo personagem. Não um personagem qualquer, mas Luís Cláudio da Silva, um dos filhos do ex-presidente. O cerco está se fechando.

Com reportagem de Hugo Marques e Pieter Zalis

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Negócios (quase sempre escusos) em família

Negócios em família

Como empresários e lobistas montaram uma rede de proteção em torno dos filhos de Lula e passaram a bancá-los, em troca de benesses no governo. O envolvimento dos familiares arrasta ainda mais o ex-presidente petista para o epicentro dos escândalos

 

No início do mês de outubro, uma movimentação atípica chamou a atenção no edifício nº 450 da Rua Padre João Manuel, nos Jardins, endereço nobre em São Paulo. A vizinhança notou que pessoas retiravam papéis e outros objetos da LFT Marketing Esportivo, de propriedade de Luís Cláudio Lula da Silva. Naquela ocasião, já era de conhecimento público que a empresa do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrara no radar das autoridades responsáveis pela Operação Zelotes, investigação que desbaratou uma quadrilha acusada de fraudar o Carf, o conselho que julga recursos contra multas aplicadas pela Receita. Os condôminos do conjunto comercial ouvidos por ISTOÉ ficaram com a impressão de que os responsáveis pelo escritório estavam de mudança. Não se tratava disso. Tudo ficaria mais claro três semanas depois: na segunda-feira 26, a Polícia Federal promoveu uma devassa no escritório. Vasculhou o local atrás de informações para tentar elucidar as relações de Luís Cláudio com um grupo de lobistas acusados de comprar medidas provisórias editadas pelo governo federal.


Se, ao que tudo leva a crer, o filho do ex-presidente tinha algo a esconder, ao se antecipar à ação da PF e fazer uma limpa no imóvel, só o aprofundamento das investigações poderá dizer com mais precisão. A PF, no entanto, já reúne indícios suficientes para concluir que em torno dos filhos de Lula foi montada uma espécie de rede de proteção sustentada por empresários que, com a ascensão do petista ao poder, tinham interesses em estreitar laços com o governo e turbinar seus negócios. Com o beneplácito do próprio Lula.

 Os dois filhos de Lula - investigações sobre os negócios suspeitos dos pupilos foram encaminhadas pelo ministro Teori Zavascki ao juiz Sérgio Moro, o que torna quase certo que em breve os dois garotos estejam com unidos por algemas presas ao braço direito de cada um. Método eficiente e prático para neutralizar presos que possam oferecer alguma reação ou empreender fuga
 
Um dos empresários escalados para encostar nos filhos do ex-presidente, e prover-lhes do que fosse necessário, foi o pecuarista José Carlos Bumlai. Dono de acesso livre no Palácio do Planalto, durante a era Lula, Bumlai passou a ser alvo da Lava Jato após ser acusado de intermediar valores desviados de contratos da Petrobras. A função do pecuarista seria a de fazer o dinheiro chegar ao destino final, o que incluiria uma das noras do ex-presidente. A acusação foi feita pelo lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, após firmar acordo de delação premiada com os procuradores da República. Segundo ele, R$ 2 milhões foram repassados à nora do ex-presidente por intermédio de Bumlai. O empresário nega essa versão.

Servir de elo com os familiares de Lula é uma especialidade do pecuarista, na avaliação dos investigadores da PF. Segundo apurou ISTOÉ, ele teria contribuído para aproximar o empresário Natalino Bertin, proprietário do Grupo Bertin, do clã Lula em meio às negociações para venda de uma fatia do frigorífico. A proximidade resultou em favores aos filhos de Lula. A pedido de Bumlai, Bertin disponibilizou um jatinho para os filhos de Lula em São Paulo entre 2010 e 2011. De acordo com um piloto da cidade de Lins (SP), onde a aeronave chegou a ficar estacionada, os Lulinhas usaram e abusaram do mimo. “O jato foi utilizado com freqüência. Principalmente aos fins de semana, quando a família ia para praias do Nordeste”, afirmou.

Outro empresário destacado para bancar os filhos do ex-presidente é Jonas Suassuna. Dono de um poderoso grupo de mídia e TI, o executivo virou sócio de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, e Kalil Bittar, filho do político Jacó Bittar, na Gamecorp, produtora com capital de R$ 100 mil que vendeu parte de suas ações à Telemar por R$ 5,2 milhões. Antes de firmar sociedade com Suassuna, Lulinha ganhava R$ 800 como monitor de jardim zoológico. A aproximação com o empresário lhe rendeu outros benefícios. Ex-morador de São Bernardo do Campo, Lulinha mudou-se para os Jardins, área nobre de São Paulo, e depois para um apartamento em Moema, de 300 metros quadrados de área, terraço gourmet, piscina e academia, cujo aluguel é estimado em R$ 35 mil por mês. Os dois imóveis pertencem ao empresário. O caçula do ex-presidente também mora de favor em um apartamento que pertence a amigos de seu pai. Ele e a mulher, Fátima Cassaro, vivem há três anos em um imóvel de 158m2 na alameda Jaú, nos Jardins. O apartamento pertence a Mito Participações LTDA, empresa cujos cotistas são a esposa e as filhas do advogado Roberto Teixeira, íntimo de Lula, e padrinho de batismo de Luis Cláudio.

Na política, se não forem estabelecidos limites, necessários à liturgia do cargo, a família tem grande potencial para gerar constrangimentos. Eventuais privilégios desfrutados por filhos dizem mais sobre os pais do que os próprios herdeiros. No Brasil, um País de oportunidades desiguais, regalias a parentes de políticos chamam muita atenção e, em geral, são consideradas inaceitáveis e despertam indignação e sensação de injustiça na população. 

Com Lula tudo isso ganha uma dimensão maior. Como explicar, a não ser pelo raciocínio óbvio de que o caminho para uma vida de luxos, apartamentos caros e jatinhos foi pavimentado pelo pai poderoso, que filhos do ex-metalúrgico dono de um indefectível discurso ético acumularam dinheiro e posses, depois dele ascender à Presidência? Como sustentar o discurso de vítima de perseguição das elites se parte dessa mesma elite passou a bancar despesas pessoais de sua família? Por isso, o envolvimento de Luís Claudio arrasta ainda mais o ex-presidente para o epicentro dos escândalos investigados pela PF. E ele tem conhecimento disso. Não foi por outro motivo que o petista intensificou os petardos contra o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

O ex-presidente resolveu aumentar o tom após acertar a estratégia com o ex-chefe de gabinete e uma espécie de faz-tudo de Lula, Gilberto Carvalho, que também entrou na mira da PF semana passada. Os investigadores suspeitam que Carvalho seja peça fundamental para desvendar a conexão de Luís Cláudio com lobistas interessados em prorrogar a desoneração fiscal para montadoras de veículos por meio de medidas provisórias editadas pelo Executivo. Há indícios de que Carvalho tenha sido o contato do lobby dentro do Palácio do Planalto. Mensagens interceptadas pela polícia revelaram o grau de intimidade do ex-chefe de gabinete de Lula com Mauro Marcondes Machado, dono do Marcondes e Mautoni, um dos escritórios do lobby.

Ao analisarem os sigilos bancário e fiscal da Marcondes e Mautoni, auditores da Receita se depararam com a LFT Marketing Esportivo, empresa de Luís Cláudio. Apenas em 2014, a LFT recebeu da Marcondes R$ 1,5 milhão - a segunda maior quantia na relação de credores da empresa. No total, a LFT recebeu do lobista R$ 2,4 milhões. A constatação acendeu o alerta no Fisco. Há indícios de que a empresa do filho do ex-presidente Lula sequer tenha atuado naquele período. 

De acordo com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), cadastro do Ministério do Trabalho, a LTF não teve qualquer vínculo empregatício em 2014, ano dos pagamentos realizados pela Marcondes e Mautoni. “É muito suspeito que uma empresa de marketing esportivo (a LFT) receba valor tão expressivo de uma empresa especializada em manter contatos com a administração pública (Marcondes e Mautoni)”, afirmaram os procuradores da República que pediriam à Justiça Federal as buscas nos endereços de Luís Cláudio. De fato, não faz sentido. Em troca, as montadores representadas pelo lobista Mauro Marcondes Machado conseguiram prorrogar benefícios fiscais que somavam R$ 1,3 bilhão, após a edição de uma medida provisória pelo então presidente Lula.

A PF também estranhou que o e-mail informado no ministério do Trabalho pela empresa de Luís Cláudio é vinculado à Bilmaker 600 Serviços em Importação e Exportação Ltda. A empresa pertence a Glauco Costamarques, primo de Bumlai. Anos atrás, Luís Cláudio e Fábio Luís Lula da Silva chegaram a abrir uma empresa, a LLCS Participações, no mesmo endereço da Bilmaker.

Fonte: IstoÉ -  Marcelo Rocha e Raul Montenegro



Cidadão com o direito de possuir quantas armas quiser + Justiça rápida e leis severas + polícia eficiente = menos crimes

Tragédia anunciada

O cidadão comum, num momento de raiva, com uma arma de fogo na mão, mata o outro e assim desestrutura duas famílias, a sua própria e a do morto

[os casos em que um cidadão comum. num  momento de raiva, e empunhando uma arma de fogo mata outro, são raríssimos, um número tão pequeno que sequer merece ser alvo de estatísticas.

A maior parte dos crimes ocorre quando um bandido armado - arma que estaria com ele com ou sem a existência do famigerado Estatuto do Desarmamento - mata uma vitima indefesa - se a vítima estivesse armada, ou pelo menos pudesse estar (já que o 'estatuto do desarmamento' concede aos bandidos 99% de certeza que sua vítima está desarmada) o assalto, ou tentativa, não ocorreria).

É tão pueril o exemplo apresentado que sequer justifica maiores comentários.]

Na Câmara dos Deputados, está se urdindo a aprovação de um projeto de lei (PL) que visa desmantelar o Estatuto do Desarmamento, uma lei que ajudou a salvar milhares de vidas pelo Brasil afora. Entre outros elementos, propõe-se que cada cidadão possa adquirir até seis armas de fogo e portá-las nas ruas.[cada cidadão armado é uma vítima a menos para um assaltante.
Cada cidadão desarmado é uma vítima em potencial para um assaltante.]

O apelo à aprovação deste PL surge no rastro da sensação de insegurança que atormenta as famílias brasileiras. Neste cenário, a ideia ingênua é que se o Estado não consegue garantir a segurança das pessoas, o cidadão armado garantirá a segurança de sua família. Nada mais equivocado, de acordo com as evidências científicas. [que evidências? são sempre citadas e alguma vezes citam uns dados sem pé nem cabeça, até mesmo contraditórios e que no dia a dia se revelam mentirosos, mas evidência CIENTÍFICA, que implica ser provada, não apresentam.
O mais próximo que apresentam de evidência é quando nos EUA - país com mais de 500.000.000 de armas nas ruas, nas mãos dos cidadãos, compradas livremente ou com poucas exigências - um desajustado mata algumas pessoas, logo acusam que a matança ocorreu devido ao livre porte de armas e esquecem, de forma proposital, que no Brasil, país onde só os bandidos possuem livre acesso a armas de fogo, são assassinadas mais de 50.000 pessoas/ano. (não podemos olvidar que entre as mais de 500 MI de armas nas mãos da população americana, existem armas de grande poder de fogo, já no Brasil o  que se pretende é liberar o porte de armas sem grande potencial ofensivo - no máximo revólveres .38 e pistolas  .40 e armas longas que em nada se comparam as usadas pelos nossos irmãos do Norte.
Existe melhor evidência do que esta para sepultar de vez o estúpido argumento de que nos países em que o cidadão pode possuir/portar armas de fogo livremente o número de homícidios é bem menor? ]

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Várias pesquisas internacionais mostraram que o risco de alguém sofrer homicídio ou suicídio em um domicílio onde haja arma de fogo é cerca de três vezes maior. Os professores das Universidades de Chicago e de Duke, Ludwig e Cook, demonstraram não apenas o efeito da difusão das armas de fogo para fazer aumentar os homicídios, mas desconstruíram o mito de que os criminosos seriam dissuadidos a cometer crimes pelo cidadão armado. Pelo contrário, eles verificaram que a arma de fogo dentro do lar está associada a uma maior probabilidade de roubos. 
 
Numa pesquisa publicada pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), apurou-se que as chances de um cidadão armado que foi vítima de roubo ser assassinado é 56% maior do que a vítima desarmada.[os favoráveis ao desarmamento, os que querem que os brasileiros aguardem ser assassinados pelos bandidos, são extremamente hábeis em dizer que 'professor' de tal e tal instituição demonstraram isso ou aquilo, mas não citam metodologia, os percentuais não são suportados por números absolutos e período da duração da pesquisa. Também não estão muito errados, sabem que afinal o número de babacas no Brasil que capazes de acreditar nos dados citados é imenso - afinal o Brasil conseguiu eleger e reeleger presidente da República um indivíduo semi analfabeto que se orgulha de nunca ter lido um livro.
Também os mesmos babacas elegeram e reelegeram, par ao mesmo cargo, uma mulher que conseguiu levar à falência uma lojinha de artigos de R$1,99.]
 Se no plano individual a posse da arma de fogo, em vez de garantir a segurança, confabula a favor de um maior risco de vitimização fatal do seu dono e familiares, existem ainda as consequências sociais da corrida armamentista, que ocorrem por dois caminhos. Em primeiro lugar, milhares de homicídios são ocasionados por conflitos interpessoais, entre os quais brigas de bar, no trânsito etc. Muitas vezes, é justamente o cidadão comum que, num momento de raiva, com uma arma de fogo na mão, mata o outro e assim desestrutura duas famílias, a sua própria e a do morto. Em segundo lugar, quanto mais armas houver no mercado legal, mais roubos e extravios ocorrem, que ajudam a irrigar o mercado ilegal e fazem com que o preço das armas diminua aí, permitindo que os criminosos mais desorganizados (e perigosos) tenham acesso a esse instrumento. De fato, pesquisa do Instituto Sou da Paz com o Ministério Público de São Paulo mostrou que 38% das armas apreendidas pela polícia, envolvidas em casos de homicídios ou roubos, haviam sido registradas. 

Três teses de doutorado em Economia da FGV, PUC e USP encontraram resultados inequívocos: quanto maior a difusão de armas de fogo, maior a taxa de homicídios. [a Dilma, a atual presidente, também falsificou seu curriculum Lattes e incluiu um doutorado.] No Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fizemos vários estudos sobre o tema e concluímos que a cada 1% a mais de armas nas cidades, a taxa de homicídios aumenta 2%. Mostramos, ainda, evidências de que o Estatuto do Desarmamento ajudou a salvar milhares de vidas desde 2004.

Contudo, o controle responsável das armas de fogo no país, ainda que seja um elemento crucial a favor da segurança de todos, não é uma panaceia. Há que se avançar muito para termos um Sistema de Justiça Criminal mais eficiente. [aqui concordo com o ilustre autor da matéria: temos que ter uma Justiça Criminal mais eficiente, mais rápida, com penas mais severas e que sejam efetivamente cumpridas.
E essa Justiça necessita da uma estrutura policial eficiente, rápida e que tenha liberdade para realizar investigações e assim dar os meios para que a Justiça penalize infratores - temos que sepultar essa mentalidade de que bandido sempre tem razão e o policial é sempre o vilão.]   

Por outro lado, temos que investir seriamente nas nossas crianças e jovens, de modo que o menino de hoje não seja o bandido de amanhã. Muito resta a fazer. A miséria da segurança no Brasil nasce quando as leis são feitas sem levar em conta as evidências empíricas e o conhecimento acumulado na academia científica, como é o caso da proposição a um passo de ser aprovada na Câmara dos Deputados.

Por: Daniel Cerqueira é técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - O Globo