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sábado, 31 de dezembro de 2022

FELIZ ANO NOVO, FELIZ 2023 e uma Súplica

FELIZ ANO NOVO, FELIZ 2023



Desejamos um FELIZ ANO NOVO, um FELIZ 2023, sem os inimigos do Brasil, sem pandemia, sem desastres naturais e outras tragédias, sem corrupção, sem a incompetência, sem a desonestidade da corja que se diz oposição e trabalha contra o Brasil e os brasileiros,  sem a inflação, sem desemprego, sem recessão, sem outros males que o establishment, que quer voltar ao poder, tenta estabelecer em nosso Brasil.

Que DEUS nos conceda um 2023, repleto

de  PAZ, SAÚDE, FELICIDADE, PROSPERIDADE E SUCESSO.

Que a VIDA volte a ser valorizada, a FAMÍLIA honrada, respeitada e dignificada, os VALORES CRISTÃOS, ÉTICOS e MORAIS prevaleçam.

São os SINCEROS VOTOS dos editores do Blog PRONTIDÃO TOTAL

*****

FELIZ ANO NOVO, FELIZ 2023 e SÚPLICA A DEUS TODO PODEROSO para que SALVE O BRASIL e MILHÕES DE BRASILEIROS impedindo, já no inicio ou mesmo antes que tenha inicio, a tragédia que está prevista se iniciar  em menos de 24 horas sobre o Brasil e que DESTRUIRÁ todos os PRINCÍPIOS e VALORES que até hoje prevalecem em nossa PÁTRIA AMADA.

Se tão sinistro e trágico evento se abater sobre o Brasil , MILHÕES DE BRASILEIROS perderão a LIBERDADE, seus PRINCÍPIOS CRISTÃOS serão DESTRUÍDOS - o ateísmo, característica primeira do comunismo passará a se impor, fechando e vilipendiando Igrejas - e VALORES como a FAMÍLIA, a MORAL, os BONS COSTUMES deixarão de existir. 

Para PIORAR, além das perdas citadas, a TRAGÉDIA, que pedimos a DEUS que impeça que  ocorra,  ainda trará  DANOS IRREPARÁVEIS PARA A ECONOMIA, pois produzirá INFLAÇÃO + RECESSÃO + DESEMPREGO = acabando com a economia do BRASIL, ora em franca recuperação.  

Para propiciar aos nossos leitores elementos que mostram a procedência dos nossos receios e temores, sugerimos ler:

Vá que se abra o céu... - Percival Puggina

e

Governo Lula - segunda parte de artigo de Carlos Alberto Sardenberg. = trata-se de jornalista de emissora de TV que apoia o desastre que se aproxima e dado a clareza que mostra o que nos espera, o articulista iniciou com um artigo de homenagem ao Rei Pelé = preparando o terreno para doer menos o que vaticina.

CONFIANTES na INTERVENÇÃO DIVINA - nosso Brasil nasceu como Terra de Santa Cruz, - que manterá os principios CRISTÃOS, a LIBERDADE, a RELIGIÃO, a MORAL e os BONS COSTUMES e tudo que deles decorrer, apresentamos nossos SINCEROS VOTOS de um FELIZ ANO NOVO, FELIZ 2023

 EDITORES DO BLOG PRONTIDÃO TOTAL

 

Vá que se abra o céu... - Percival Puggina

       Enquanto há vida, há esperança. Vá que se abra o céu e o Altíssimo decida intervir diretamente? Nunca se sabe, mas já aconteceu antes. São intervenções do tipo – “Até aqui deixei rolar, mas assim, também, já é demais. Esse povo bom não merece isso”.

Para efeitos didáticos, contudo, convém dar uma olhada no ministério escolhido por Lula. O Estado brasileiro foi submetido a um trabalho de açougueiro, de retalhista, dividido em cortes e recortes e agora cada um trate de puxar brasa para seu assado.

Espero que os leitores entendam que esse é o adicional de custo a pagar pelo tipo de “democracia" que nos disponibilizam: um modelo político corruptor e por um governo que já mostrou o quanto pode andar por esse caminho.  
Duas dúzias de ministérios não compram base de apoio no Congresso para um grupo político que, chegando, vem com a legitimidade carunchada. 
É preciso, no mínimo, o dobro para que partidos e parlamentares sorriam com agrado e a sociedade seja emudecida pela gratificada desfaçatez de seus representantes.

É assim que funciona a democracia à brasileira: às costas do povo, em conchavos de mesa de restaurante, hotéis no exterior, jatinhos e eventos cabulosos. Por vezes, imagino uma conversa quase de alcova entre um congressista e um ministro do STF: “Temos que parar de nos encontrar desse modo, Excelência...”.

Montada a máquina, com as empresas estatais gastando bilhões para publicizar sua atividade monopolista, ou seja, transferindo dinheiro direto para o caixa da tal “imprensa tradicional”, a única ponta infeliz da história é o povo pagador da conta e predeterminada vítima da tragédia. Mas o povo, bem sabemos, é um detalhe a ser mantido em silêncio obsequioso porque, afinal, o Estado brasileiro, quando posto diante do espelho, sabe que ele existe, principalmente, para proteger as próprias prerrogativas e se defender da sociedade.

Retomando o fio da meada e encerrando: se você examinar os 37 ministérios e seus titulares à luz do que sabe sobre o petismo e sobre a esquerda, entenderá que não só o Estado brasileiro está ali retalhado – os bens nacionais também o estão. 
Há ministérios para expropriar território nacional, bens privados, soberania popular, direitos dos cidadãos, liberdades individuais, autonomias federativas, garantias constitucionais dos indivíduos e, claro, fazer a cabeça dos tolos.  

Nunca vivi um fim de ano assim. Mas, vá que se abra o céu...

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


Eu vi o Rei - Carlos Alberto Sardenberg

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Quem jogava com Pelé sabia que ele era o melhor

Vi Pelé jogar. E concordo com Nelson Rodrigues. Pelé sabia que era o Rei. Mais: os que jogavam a seu lado ou contra ele também sabiam que ali estava o melhor de todos, capaz de jogadas impossíveis para os mortais.

Mais ainda: a torcida sabia. Todas as torcidas. No estádio, era um espetáculo: quando Pelé dominava a bola no meio-campo e virava o corpo na direção do gol adversário, as pessoas se levantavam na expectativa.  

Reparem: Pelé estava a meio-campo do gol, vários adversários à frente, e a torcida já de pé. Quando ele partia em velocidade, as pessoas já estavam comemorando.

Mesmo que não saísse o gol, a gente podia dizer: eu vi.

Meu gol preferido é da Copa de 1958, contra o País de Gales. Pelas circunstâncias. Zero a zero, jogo eliminatório, segundo tempo. Pelé está dentro da área, de costas para o gol. Pede a bola. Recebe no peito, deixa cair, um toquinho sobre as pernas do marcador e coloca no canto.

Ele faria outros gols espetaculares e decisivos. Mas a gente já sabia que era o Pelé. Em 1958, era um rapaz de 17 anos que se apresentava ao mundo. E todos entenderam: era muito mais que um gol de Copa.

Ou, se poderia dizer: vocês ainda não viram nada.

Governo Lula

Voltando à nossa seara, vamos dar por entendido que o governo Lula terá dificuldades com:

  1. cenário externo desfavorável, em um mundo com inflação elevada, juros altos e desaceleração da atividade econômica;
  2. cenário interno complicado nos mesmos itens, inflação, juros, desaceleração;
  3. formação de maiorias na Câmara e no Senado.

Não é pouca coisa, mas cabe acrescentar uma dificuldade menos comentada: a administração interna do governo. Burocracia, gestão – não é assunto tão interessante, mas crucial.

Um ministério tem secretarias, coordenadorias e departamentos. Como acomodá-las nos 37 ministérios, sobretudo depois do vendaval de incompetência e má fé do governo Bolsonaro?

Fernando Haddad e Simone Tebet têm óbvias diferenças no pensamento econômico. Daí deriva uma questão prática: como se entenderão na gestão do orçamento?

Com base em formatos já aplicados em diversos governos, o Ministério do Planejamento tem a Secretaria de Orçamento, que prepara o projeto de orçamento enviado ao Congresso e, depois de aprovado, acompanha sua realização. Já a Fazenda tem a Secretaria do Tesouro, o caixa do governo, que faz os pagamentos aos ministérios, os quais, de sua vez, gastam nos programas e obras.

Assim, se um ministro quer liberar uma verba, passa primeiro no balcão do Planejamento, onde apanha a autorização, e depois na Fazenda, para receber o dinheiro.

Por trás do roteiro burocrático, está a escolha de prioridades: gastar mais em pessoal ou em obras? O que vem na frente, os recursos da Funai ou da Sudam? Isso é economia e política – ministros fortes politicamente sempre arranjam mais dinheiro.

Se foi difícil para Lula dividir o Ministério, como ele disse, será ainda mais complicado arbitrar as demandas dos ministros e da ampla coalizão.

Sim, Lula já fez isso, mas as circunstâncias mudaram. Ou seja, a questão principal neste início de governo será arranjar a burocracia: onde fica esta ou aquela secretaria? Em qual prédio? Com quais recursos (assessores, por exemplo, ou cargos em DAS)?

Pode parecer coisa pequena, mas sem essa organização o governo simplesmente não anda. Além dos grandes arranjos, a nova administração pode encalhar em disputas burocráticas.

E para continuar no tema da política econômica: sempre que houve a divisão entre Fazenda e Planejamento, a primeira foi dominante. Não se gasta um centavo sem passar pela poderosa Secretaria do Tesouro. Isso significa que Simone Tebet, terá que arranjar funções e poderes em áreas não relativas à política econômica.

Gestão das estatais costumava ser uma função do Planejamento. Mas a ministra terá autoridade sobre uma Petrobras, por exemplo, gigante dirigido por um petista?

Lula foi praticamente obrigado a montar um governo amplo e diverso. Conseguiu. Agora começa a parte mais trabalhosa, colocar a geringonça para funcionar.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

 

 

Papa emérito Bento XVI morre aos 95 anos

Joseph Ratzinger teve a trajetória marcada pela renúncia ao posto, atitude que fez dele o primeiro em 600 anos da Igreja Católica a abdicar do papado

Pope Bento XVI em Veneza, na Itália, em 2011 -

 Pope Bento XVI em Veneza, na Itália, em 2011 -  Barbara Zanon/Getty Images

Morreu neste sábado, 31, o papa Bento XVI, aos 95 anos. “É com pesar que informo que o papa emérito Bento XVI morreu hoje às 9h34 no mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano”, escreveu o perfil de notícias do Vaticano no Twitter. O corpo de Bento XVI será velado na Basílica de São Pedro a partir de segunda-feira, 2. O funeral está marcado para a manhã de quinta-feira, 5, na Praça São Pedro, presidido pelo papa Francisco

Lembrado por sua renúncia em 2013, Bento XVI, o alemão Joseph Ratzinger, vivia recluso nos últimos anos no mosteiro no interior dos Jardins do Vaticano. Reportagem de VEJA de junho de 2018 revelou que Bento sofria de Parkinson e já sentia os sinais da doença quando renunciou.

Renúncia
No dia 11 de fevereiro de 2013, o papa Bento XVI apresentou, durante uma reunião com as Cardeais da Cúria Romana, sua renúncia. O motivo alegado para deixar o Trono de Pedro era que, aos 85 anos, depois de quase oito de pontificado, ele já não tinha mais forças para levar adiante o governo da Igreja.

Eram principalmente três as razões da amargura de Bento XVI, segundo concordavam na época os mais argutos vaticanistas da Itália. Em primeiro lugar, casos de pedofilia afundavam a Igreja na época e colocavam o pontífice em posição cada vez mais difícil.

O segundo motivo que embaraça o papa tem a ver com um escândalo de corrupção envolvendo o Instituto de Obras Religiosas – o banco do Vaticano. A Justiça italiana abriu uma investigação sobre o IOR e bloqueou 23 milhões de euros de suas contas, por suspeita de violação das normas do sistema financeiro contra lavagem de dinheiro.

O terceiro motivo foi originado pelo roubo de documentos comprometedores da Santa Sé, no episódio batizado de Vatileaks que veio à tona no início do ano passado – Paolo Gabriele, que foi mordomo pessoal do papa desde 2006, é acusado de ter vazado as informações para um jornalista italiano. Os documentos eram, basicamente, cartas de um ex-administrador da sede da Igreja que informava o papa sobre corruptos que haviam assinado contratos superfaturados e, desse modo, causado um prejuízo de milhões de euros às finanças da Santa Sé. Gabriele, apelidado de “O Corvo”, foi condenado, preso e perdoado por Bento XVI.

O roubo dos documentos contribuiu para amargurar um papa já cansado de decepções e intrigas, mas os papéis em nada o maculavam do ponto de vista moral. O que, de fato, pesou em sua decisão de renunciar foi o derradeiro relatório da investigação sobre o roubo dos documentos, que revelou conexões de gente muito próxima a ele com o esquema de lavagem de dinheiro no IOR.

Papado
Nascido Joseph Ratzinger, sua trajetória pessoal de antes de chegar ao trono de São Pedro foi cheia de lances surpreendentes, desde sua participação na II Guerra Mundial (quando foi forçado a se juntar aos nazistas) até a batalha ideológica da Guerra Fria. Testemunha de alguns dos fatos mais marcantes do século XX, ele ajudou a moldar a Igreja Católica neste início de século XXI, ao
transformar-se no homem forte do pontificado de João Paulo II.

Seu poder dentro do Vaticano era tão avassalador que, na ausência de um papa tão carismático e marcante, foi escolhido para ocupar o posto, mesmo com a idade avançada. Sua escolha como sucessor de João Paulo II, em 2005, foi o auge de um longo caminho desde o seminário, a carreira acadêmica e a entrada na estrutura de poder da Santa Sé.

Quando Joseph Ratzinger foi escolhido no conclave que o tornou papa, suas primeiras palavras foram: “Depois do grande papa João Paulo II, os senhores cardeais elegeram-me, um simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor”.

Em pouco menos de oito anos de pontificado, Bento XVI protagonizou triunfos e fracassos, acumulou tropeços e façanhas, errou e acertou – como quase todos os outros ocupantes do trono de Pedro. Mesmo sem a perspectiva histórica necessária para dimensionar sua importância dentro da extensa lista de pontífices do Vaticano, já é possível dizer que o legado de Bento XVI deixou pelo menos uma pessoa decepcionada: o cardeal Joseph Ratzinger, que entrou no conclave de sucessão de João Paulo II como decano do colégio cardinalício e saiu dele, em 19 de abril de 2005, como novo chefe da Igreja Católica. Como papa, o alemão foi, em linhas gerais, o que a maioria já previa: um líder mais discreto e menos midiático que o antecessor, um defensor ferrenho da doutrina católica, um protetor da liturgia da Igreja.

Papa Francisco saúda o Papa emérito Bento XVI após 2 meses de sua renúncia, no mosteiro Mater Ecclesiae, no Castelo de Gandolfo, Vaticano
Papa Francisco saúda o Papa emérito Bento XVI após 2 meses de sua renúncia, no mosteiro Mater Ecclesiae, no Castelo de Gandolfo, Vaticano Osservatore Romano/AFP/VEJA/VEJA

Ratzinger não desejava ser papa. Uma vez escolhido, porém, queria mais do que apenas confirmar as impressões que todos tinham sobre ele. O alemão tinha alguns objetivos muito claros. Ao renunciar, em 2013, teve de sofrer não apenas com o peso dessa controversa decisão, mas também com a impressão de que não atingiu nenhuma de suas grandes metas – e com a conclusão inescapável de que deixa inacabado seu extenso trabalho a serviço da Igreja.

A própria escolha de seu nome papal, uma referência ao padroeiro da Europa, já indicava uma de suas intenções mais fortes: a de reforçar as estruturas da Igreja no continente onde o catolicismo foi construído. Isso não significava necessariamente arrebanhar novos fiéis e expandir a presença da Igreja nos países europeus, mas sim solidificar sua posição e se reaproximar dos seguidores que andavam se desgarrando.

Para Ratzinger, de nada adiantava sair à caça de novos simpatizantes mundo afora se a Igreja perdia espaço e relevância em seu próprio berço. As circunstâncias, no entanto, foram as piores possíveis para que Bento XVI levasse adiante essa reevangelização. Durante quase todo o papado, a revelação de mais escândalos de abusos sexuais cometidos por integrantes da Igreja – na maioria dos casos, em países europeus – foram uma barreira intransponível para seus planos. O número de fiéis nas paróquias europeias não aumentou – e a revolta dos seguidores que restaram, cada vez mais desiludidos por causa da longa lista de escândalos, só cresceu. Em países como Áustria, Holanda, Noruega, Bélgica e a própria Alemanha, a terra do papa, a imagem da Igreja continuou sendo manchada pela revelação dos abusos. A decepção do papa não se resumia aos escândalos em si, mas também ao fato de ele ter sido o principal responsável por conduzir a reação da Igreja aos abusos.

Em 2001, João Paulo II entregou à Congregação para a Doutrina da Fé, comandada por Ratzinger, a responsabilidade de lidar com o assunto. O cardeal, que sempre sofreu muito com os relatos e testemunhos que teve de ouvir, estava convicto de que era um imperativo moral agir contra os pedófilos – ainda que a estrutura da Igreja não facilitasse o processo de investigação e punição. O assunto marcou profundamente o futuro papa. “Quanta imundície há na Igreja”, disse, pouco antes do conclave. Ainda como cardeal, ele tomou medidas inequívocas no sentido de combater o problema. De acordo com os críticos, entretanto, faltou firmeza ao alemão, apesar de apelidos como “papa panzer” e “o rottweiler de Deus”.

A ausência de reformas específicas e eficazes para impedir que pedófilos entrassem no clero foi uma das principais queixas dos grupos que reúnem as vítimas de abusos. Esperava-se ainda que Bento XVI conduzisse uma reorganização da Cúria Romana, que administra a Igreja. Se João Paulo II não tinha o perfil ideal para reformar a estrutura administrativa do Vaticano, o alemão, metódico e profundo conhecedor dessa máquina, seria perfeito para a tarefa. Poucos lembraram, porém, que Bento XVI é essencialmente um acadêmico – e, portanto, não tem nas relações pessoais e no carisma seus pontos fortes. Fazer política não era com ele. Diante da resistência dos integrantes da Cúria, sempre avessos às tentativas de modernização das engrenagens do Vaticano, o papa foi ficando isolado e impotente. Ele fracassou em duas tentativas práticas de reduzir a burocracia interna através da fusão de diferentes departamentos. A criação de um novo Conselho Pontifício, dedicado à “nova evangelização”, fez com que a máquina administrativa do Vaticano ficasse ainda maior do que já era quando seu pontificado começou.

Ainda assim, Bento XVI deixa um legado admirável. Mais do que pelas três encíclicas, ele notabilizou-se, no que se refere à difusão da fé, pela trilogia magistral que escreveu sobre a vida de Jesus o terceiro tomo, a respeito da infância do Nazareno, ratifica a hipótese de que Ele nasceu antes do que veio a ser datado como o primeiro ano da era cristã – e pelas entrevistas que concedeu publicadas em forma de livro. Dono de uma cultura vasta, que vai muito além da teologia, ele era capaz de ser didático sobre temas espinhosos.

A rainha Elizabeth durante encontro com o Papa Bento XVI, no Reino Unido - 16/09/2010
A rainha Elizabeth durante encontro com o Papa Bento XVI, no Reino Unido – 16/09/2010 Dylan Martinez - WPA/Getty Images
Vida até o papado
Bento nasceu em 16 de abril de 1927 em Marktl am Inn, no estado da Baviera, Alemanha. Seu pai, Joseph Ratzinger, um comissário de polícia alemã, encontrou a sua esposa por meio de um anúncio no jornal. A mensagem dizia que policial procurava por uma moça virtuosa para se casar.

Ao anúncio, respondeu aquela que seria então, a mãe de Ratzinger, a senhora Maria Peintner. Desse casamento nasceram 3 filhos: Georg, Joseph e Maria. Joseph e Georg se encaminharam desde muito cedo à vocação sacerdotal. Maria não se casou e dedicou-se aos cuidados dos pais e, depois, mais tarde, dos dois irmãos.

Bento era apaixonado por música clássica. Seu gosto foi influenciado pelos seus pais que, ainda criança, lhe apresentaram a obra de Wolfgang Amadeus Mozart. Entre suas brincadeiras preferidas da infância estavam celebrar missas de faz de conta ao som de Mozart e tocar piano. O religioso também cultivou um amor especial pelos gatos ao longo de sua vida. Até seus últimos dias de vida, seus ajudantes e secretários contam que Bento alimentava e brincava com os felinos que passavam pelo Mosteiro Mater Ecclesiae.

Joseph Ratzinger prestou serviço obrigatório no Exército Alemão entre 1943 e 1945. Na época, ele havia acabado de entrar no seminário preparatório, mas não conseguiu evitar ser convocado pelo nazismo. Desde 1941, quando fazer parte da Juventude de Hitler se tornou obrigatório, o jovem já frequentava o grupo. Ele só foi convocado oficialmente, contudo, aos 16 anos, para realizar trabalhos auxiliares ao lado dos soldados. Em 1944, ele e seus companheiros de seminário foram transferidos para as unidades regulares do Exército.

Em entrevistas, Ratzinger contou que viu judeus húngaros sendo levados para campos de concentração quando sua base era próxima da Hungria. O papa chegou a ser dispensado, mas acabou convocado novamente e desertou em abril de 1945. Ele foi capturado por soldados americanos e mantido prisioneiro de guerra por alguns meses.

Bento voltou ao seminário na Universidade de Munique em 1945 e foi ordenado padre em 1951. Se tornou doutor pela mesma instituição e, em 1958, conquistou sua licenciatura e se tornou professor de dogma e teologia da Freising College.

Nos anos seguintes ensinou nas Universidades de Bonn, Muenster, Tübingen e Regensburg. Em março de 1977 se tornou arcebispo de Munique e Freising e, três meses depois, foi nomeado cardeal pelo papa Paulo VI.

Em 1981, o papa João Paulo II nomeou Ratzinger prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Em 1998, tornou-se vice-reitor do Colégio de Cardeais e foi eleito reitor em 2002. Ratzinger defendeu e reafirmou a doutrina católica, incluindo o ensino de temas como controle de natalidade, homossexualidade e diálogo inter-religioso. Foi eleito o 265º papa pelo conclave de 2005, com 78 anos de idade, após a morte de João Paulo II.

Religião - Revista VEJA

 


A mentira da mudança do clima - J. R. Guzzo

Revista Oeste

Para não ser “cancelado”, proibido de expor as suas ideias ou simplesmente manter o seu emprego, o cientista do século 21 tem de obedecer cegamente à religião da “ciência progressista” 

 Rua coberta de neve, em Buffalo, Nova Iorque, durante a tempestade Elliot, a pior nevasca da história da comunidade, em 24/12/2022 | Foto: Wikimedia Commons

 Rua coberta de neve, em Buffalo, Nova Iorque, durante a tempestade Elliot, a pior nevasca da história da comunidade, em 24/12/2022 | Foto: Wikimedia Commons 

Ano após ano, área após área, a ciência mundial tem estado sob ataque — o mais destrutivo desde a escuridão que a Igreja Católica, até o século 17, impôs ao pensamento humano. Era proibido, então, fazer a mais modesta indagação científica, ou simplesmente utilizar a razão para investigar questões básicas da vida. O cidadão era queimado na fogueira dos padres e dos bispos por tentar investigar, por exemplo, as causas físicas de uma doença, ou o movimento na Terra em volta do sol; era pecado mortal, como heresia, servir-se do livre pensar e do livre arbítrio para chegar a qualquer conclusão sobre questões do espírito ou fatos materiais. Ao fazer essas coisas, a pessoa estava desafiando o Plano Geral de Deus, que obviamente queria manter em segredo, ou sem explicação, tudo aquilo que o homem não entendia — não cabia ao homem, em nenhuma hipótese, presumir que seria capaz de descobrir aquilo que Deus, em sua sabedoria infinita, tinha decidido que não deveria ser descoberto. [FATO: o que DEUS não quer que seja descoberto, não quer que seja alterado, simplesmente NÃO É DESCOBERTO OU ALTERADO.] Hoje, quatro séculos depois, volta-se ao tempo de Galileu Galilei — obrigado, para escapar da pena de morte imposta pela Igreja, a dizer que a Terra não se movia. 

Para não ser “cancelado”, proibido de expor as suas ideias ou simplesmente manter o seu emprego na universidade, nos centros de pesquisa e nas repartições burocráticas do Estado, o cientista do século 21 tem de obedecer cegamente à religião da “ciência progressista”, socialmente responsável e destinada a construir um mundo “sustentável”.

Esta religião e este mundo são os de Bill Gates e de seus parceiros bilionários que a cada ano fazem discursos em Davos — e ao mesmo tempo de todos aqueles que, de alguma forma ou por algum tipo de descompensação, sonham confusamente com o fim do capitalismo e a sua substituição por algo que não sabem o que é, mas têm certeza de que é “melhor”. 
Têm vidas, comportamentos e patrimônios opostos uns dos outros; um militante ecológico padrão, um professorzinho de universidade que dá entrevistas na mídia como “especialista” ou um paxá do Vale do Silício que faz doações de US$ 100 milhões para salvar a humanidade, têm tão pouco a ver entre si que poderiam viver em planetas diferentes. 
 
Mas, no geral e no fundo, acabam querendo a mesma coisa: o fim do progresso econômico. O mundo, para eles, tem de parar onde está; quem tem US$ 100 bilhões, é claro, continua com os seus 100 bi, e você continua com os trocadinhos que tem no bolso.  
Não se pode mexer em um átomo da Amazônia, da África, da Groenlândia ou, na verdade, de qualquer ponto do mundo, habitado ou não. 
É proibido crescer. É proibido mudar. É proibido usar o solo para produzir alimento, ou para extrair recursos indispensáveis à vida humana. 
É proibido consumir energia. É proibido nascer mais gente — e os que já nasceram, e vivem na pobreza, não podem querer melhorar de vida. 
O problema insuportável, para a nova ciência dessa gente, é o que ela mesma, talvez sem perceber, chama de “humanos”. São esses desgraçados que atrapalham o bem-estar das árvores, dos bichos e das pedras. Interferem na natureza, que deveriam apenas contemplar. Consomem água, oxigênio e espaço. Precisam comer, precisam usar algum tipo de tecido para se vestir, precisam morar em casas melhores que cavernas. 
Gastam, no maior horror dos horrores, combustívelé um crime, realmente, contra quem viaja de jatinho, desliza pelo mar em iates de 150 pés e anda de bicicleta de dez marchas, nos momentos em que não está em seus SUVs de R$ 1 milhão.  
Um mundo sem “humanos”, em suma, seria o ideal.
A ciência diante da qual se ajoelham hoje bilionários, devotos amadores do meio ambiente e devotos profissionais que ganham a vida em universidades, centros de pesquisa, empresas “sustentáveis” e “agências reguladoras” é, acima de tudo, totalitária. Ela decreta, em seus comitês, burocracias e igrejinhas, que alguma coisa é assim ou assado; a partir daí, obrigatoriamente, essa coisa tem de ser assim ou assado. 
Foi eliminada, simplesmente, a pergunta mais fundamental da ciência, desde que o homem adquiriu a capacidade de utilizar o seu cérebro para pensar: “O que é isso?” Ou, de outra forma: “Por que isso é assim?” 
Não se pode mais dizer: “Não tenho certeza de que tal coisa é assim. Gostaria de observar os fatos objetivamente, mas de outro ponto de vista, e verificar se chego a alguma conclusão diferente da que é aceita neste momento”. Ou seja: estão banidas a dúvida, a curiosidade, a investigação física, a discussão livre, a troca de ideias e os demais princípios fundamentais que fizeram a ciência evoluir da descoberta da roda até o que ela é hoje. Em vez de verdade científica o que se tem agora é fé — e, pior que isso, a obrigação de ter fé. 
 
Ciência não é mais o resultado do estudo sistemático das estruturas do mundo material, através da observação, das experiências e de testes capazes de comprovar com fatos concretos as deduções obtidas. Ciência é aquilo que os cientistas, pesquisadores e agentes do Estado, com o apoio da mídia, dizem que é ciência. No tempo da treva, quando isso ou aquilo parecia incompreensível, a Igreja dizia: “Deus quis assim. Não tente entender. É pecado entender.” Hoje está voltando a ser exatamente a mesma coisa. “Os estudos científicos dizem que é assim”, afirmam os mandarins da ciência. “Não tente entender. É negacionismo entender.”

Estão banidas a dúvida, a curiosidade, a investigação física, a discussão livre, a troca de ideias e os demais princípios fundamentais que fizeram a ciência evoluir da descoberta da roda até o que ela é hoje

Em nenhuma área do conhecimento essa degeneração da ciência é tão agressiva como nas questões ligadas ao meio ambiente — e especialmente, neste momento, a tudo aquilo que se entende como “mudanças do clima”. O fundamento principal do colapso da ciência verdadeira em favor da crença climática é a ideia absurda segundo a qual o homem pode “combater” a “mudança do clima”como se a Era do Gelo, o Dilúvio Universal e a separação dos continentes tivessem dependido do comportamento humano. Isso, sim, era mudança climática para ser levada a sério — não os 40 graus de calor em Copacabana no meio do mês de janeiro. Mas hoje é tudo culpa do clima. O “aquecimento global”, mesmo quando as pessoas estão morrendo de medo de passar frio neste inverno na Europa, por escassez de calefação, é culpado pelo sol, a chuva, a seca, a enchente — e também por terremoto, maremoto, vulcão, maré alta, maré baixa, a barragem de Sobradinho, o urso polar que não encontra comida, o aumento de mortos na escalada do Everest. 

Cobra-se dos políticos: “O que o seu programa prevê para deter a mudança do clima”? É uma coisa que não acaba mais. Criaram, até mesmo, a “ciência” da “climatologia” — e isso simplesmente não existe. O cidadão que se apresenta como “climatologista” é, com toda a probabilidade e salvando-se notáveis exceções, um farsante. Tudo o que ele sabe, ou finge saber, está plenamente compreendido em outras disciplinas científicas; para que, agora, essa “climatologia”? Mas a mídia publica, dia e noite, entrevistas assustadoras com os “climatologistas”. Fazem seminários, presidem webinários e aparecem na entrega do Oscar. Qualquer coisa que digam é aceita com a certeza com que se recebe o cálculo da área do triângulo. O resultado é o avanço da ignorância autoritária, do charlatanismo escrito em inglês e da superstição fantasiada de pesquisa de Harvard.

O fato objetivo, comprovado pela aplicação honesta dos procedimentos científicos fundamentais, é que não existe no mundo a “emergência climática” — isso mesmo, não existe, muito pura e muito simplesmente. Não se trata de uma opinião de jornalista ignorante. É a conclusão de um estudo liderado pelo Prêmio Nobel norueguês Ivar Giaever, assinado por mais de 1.100 cientistas de todo o mundo, inclusive 14 brasileiros, e divulgado em julho deste ano.  

A “Declaração do Clima Mundial”, como se apresenta o documento, diz que a ideia predominante segundo a qual a atividade humana causa modificações no clima é uma ficção política. O clima da Terra, diz o estudo, vem variando desde que o planeta existe. No presente momento, em particular, a situação real é exatamente oposta ao quadro de calamidade apresentado pela lavagem cerebral da mídia, da elite econômica e da ciência “politicamente correta”: de 1850 para cá, o mundo se aqueceu significativamente menos do que as previsões feitas em cima de modelos baseados na influência humana sobre o ambiente.  

O estudo observa que os “modelos climáticos” usados para demonstrar a ação destrutiva do homem sobre “o clima” não são nem sequer remotamente plausíveis como ferramentas de pesquisa; enquanto não forem substituídos pela aplicação da ciência empírica, baseada na observação da realidade, só podem gerar conclusões falsas. Os 1.100 cientistas declaram, enfim, que não há nenhuma evidência estatística de que o “aquecimento global” está tornando mais graves, ou mais frequentes, os furacões, enchentes, secas e outros fenômenos naturais — e afirmam que o “perigo” do carbono na atmosfera é um fetiche. “Nós nos colocamos francamente contra a política de carbono zero para 2050”, afirmam eles. O estudo, naturalmente, foi boicotado pela imprensa mundial e pela ditadura que controla a produção científica de hoje.

É natural que seja assim. A “climatologia” e os “climatologistas” prosperam através das turbinas de um lobby que envolve, quando se soma tudo, literalmente trilhões de dólares. A “mudança de clima” fornece milhares de empregos, na maioria bem pagos, diretorias, consultorias, presença em conselhos de multinacionais, verbas bilionárias nas universidades e nos centros de pesquisa, circulação para a mídia, viagens, conferências de cúpula em Sharm el-Sheikh, ou coisa que o valha, e todo o tipo de boca-livre. A conversa ali, em boa parte do tempo, é sobre verbas, subsídios e caça às fortunas das fundações pró-virtude, ao dinheiro de governos de países ricos e ao caixa das organizações internacionais. Cada projeto é um negócio. 
Uma expedição ao Polo Norte, por exemplo, com um navio-base, centenas de participantes e frota de apoio, com toneladas em mantimentos e brinquedos tecnológicos de última geração, é um prêmio de mega sena. 
 
Ficam nisso meses inteiros, com salários altos e todas as despesas pagas; o grande objetivo é chegar a conclusões que levem os patrocinadores a pagar a expedição do ano seguinte. Ficam medindo a temperatura do gelo, ou coisas assim, e sempre constatam que a situação é “crítica”, a ameaça é “grave” e o prosseguimento das pesquisas (”temos de entender melhor o que está acontecendo”) é “indispensável”. Pode ser a última chance de “salvar o planeta”. É “urgente”. As fundações, as empresas e os políticos soltam o dinheiro. No fim de todas as contas, o que se pode verificar de mais concreto é que os grandes beneficiários da climatologia, até agora, tem sido os climatologistas.

A essência vital da “ciência climática”, e de muito do que se pode observar na filosofia ambiental ou ecológica, é a sua feroz hostilidade ao ser humano e sobretudo o ser humano pobre, a quem se nega cada vez mais o direito de viver, pois suas vidas incomodam a “natureza” muito mais que as vidas dos ricos. Já se ouviu, em Manhattan, uma intelectual desesperadamente fiel à correção de sua consciência e às suas obrigações perante o planeta, propor a evacuação dos atuais 20 milhões de habitantes da Amazônia para “salvar a floresta”. Heimmmmm? Como assim, “evacuação”? Para onde?  
Só se faz evacuação de populações inteiras em ditaduras alucinadas; é coisa de Stalin, Pol Pot, Mao Tse-tung e outros assassinos patológicos. Mas aqui nós estamos falando em “Amazônia”; as classes que ganham para cima de US$ 1 milhão por ano, moram em guetos milionários e trabalham na Disney, ficam cegas e começam a dizer coisas deste tipo
 
É a mesma atitude dos NatGeo, Animal Planet e outros canais de entretenimento que funcionam hoje em dia como polícia ecológica. Num documentário recente feito por um deles, o apresentador relatou a tragédia de uma tribo miserável da África: um leão tinha comido uma criança, e ele estava entrevistando o pai. Ao fim da história, o sujeito diz que era necessário achar uma solução para o problema — o problema do leão. Era inadmissível, concluiu, que a tribo continuasse a causar stress nos leões, “ocupar” o “seu território” e interferir no “equilíbrio ambiental” e nas suas fontes de alimentação. Ficamos assim, então. Um leão que for visto andando pelo centro de Londres, digamos, onde poderia comer um editor do The Economist ou algo assim, vai ser morto a tiros de fuzil pela SWAT. Um leão na África não pode ser tocado vai comer uns pretos nessa ou naquela aldeia, mas e daí? Problema deles, que ficam interferindo com a vida pessoal dos leões.

A falsa ciência, naturalmente, não tem se mostrado capaz de paralisar o mundo. A ciência de verdade continua a ser utilizada para fazer aviões da Boeing, usinas que produzem energia elétrica e cirurgias de cérebro.   A água, mesmo nos estudos científicos de Oxford ou de Princeton, continua a ferver aos 100 graus centígrados e o ângulo reto permanece com os 90 graus que sempre teve. O homem, afinal, tem de viver — e os cientistas do clima também. 
Mas a catástrofe que a falsa ciência tem trazido para o conhecimento humano vai cobrar um preço cada vez mais alto — e quem vai pagar são os que mais precisam do progresso.

Leia também J.R. Guzzo - Colunista - Revista Oeste

 

 

sábado, 24 de dezembro de 2022

Operação desmonte 2023 - Gilberto Simões Pires

TRÉGUA NATALINA

Não raro, até mesmo nas guerras mais sangrentas a TRÉGUA NATALINA é respeitada. Tem curta duração - inicia, segundo relatos, no entardecer da véspera do Natal e vai, geralmente, até a manhã do dia 25, quando o silêncio e os ataques são rompidos. Aliás, aí de forma legal e costumeira no nosso imenso Brasil, a SAIDINHA DE NATAL, que está mais para - SAIDÃO DE NATAL-, a considerar que só em SP 38 mil presos serão postos em liberdade -temporária- (de hoje, 23, até o primeiro dia útil de janeiro, 2), deixa o ambiente dos presídios em estado de graça. [e as PESSOAS DE BEM, nas ruas, em perigo - muitos bandidos cometem crimes e outros simplesmente não voltam.  
Quanto a saída de Sérgio Cabral já era esperada; afinal, foi antecedida pela libertação de outros bandidos, sendo invocado para libertá-los argumentos frágeis, absurdos e que consolidam nossa  opinião e de milhares de outros que no Brasil o CRIME COMPENSA.] - Ah, sem contar com a SAÍDA DEFINITIVA do ultra bandido Sérgio Cabral, concedida pelo STF. 

ALERTAS NECESSÁRIOS

Embalado pelo -ESPÍRITO NATALINO- a minha intenção era de cabular o editorial de hoje, 6ª feira, 23, antevéspera do Natal. Entretanto, como o GOVERNO [posse prevista para 1ºjaneiro 2023]  -DECLARADAMENTE COMUNISTA-, que já está mostrando as garras que vão ferir com muita crueldade o povo brasileiro dentro de poucos dias, não quer saber de -TRÉGUA NATALINA-, achei por bem que deveria seguir emitindo alertas sobre a OPERAÇÃO DESMONTE 2023 que, sem dó nem piedade, deve iniciar em caráter de urgência.

TRANSIÇÃO PARA O ABISMO

 Entre tantas frentes que serão atacadas pelo GOVERNO COMUNISTA PETISTA, chamadas de -REVOGAÇO-, chama muito a atenção a REVISÃO das PRIVATIZAÇÕES. O relatório da TRANSIÇÃO PARA O ABISMO, segundo apurou a Gazeta do Povo, sugere 14 revisões de instrumentos e dispositivos sobre processos de desestatização que se encontram em "etapas preparatórias e ainda não concluídas". Entre as empresas citadas no relatório estão a Petrobras, os Correios, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural (PPSA) e a Companhia Nacional de Abastecimento. Que tal? Ah, a PRIVATIZAÇÃO DO PORTO DE SANTOS, que estava prevista para este final de ano, já foi, literalmente, para o beleléu.

POPULISMO A MIL

A transição também defende recriar o Programa dos Catadores mediante a revogação parcial do decreto 10.473/20, que acabou com o Programa Pró-Catador, que reunia ações de apoio a trabalhadores de baixa renda que se dedicam a coletar materiais reutilizáveis e recicláveis e promovia a "inclusão social e econômica dessas pessoas e contribuindo para a sustentabilidade". Outro ponto -DEFENDIDO- é proteger (??) as famílias brasileiras contra o "superendividamento". Para isso, o relatório sugere a revisão do decreto 11.150/22 para "apontar caminhos de reversão do processo de superendividamento vivido pelas famílias brasileiras de baixa renda". A transição defende que a medida aumentará a segurança jurídica no tema, uma vez que sua constitucionalidade é discutida no STF.

FELIZ NATAL

Bem, uma vez feitos os devidos alertas (para que ninguém diga que não foi avisado), o que mais desejo é que todos os leitores/assinantes aproveitem ao máximo este Natal, que tinha tudo para ser um dos melhores dos últimos 40 anos. Feliz Natal!

Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires


Indulto de Bolsonaro a militares do Carandiru divide opiniões

No Natal, a poucos dias do fim do mandato, o presidente Bolsonaro deu perdão para os militares envolvidos no caso do massacre 

[PARABÉNS, presidente JAIR MESSIAS BOLSONARO.               É  natural a divisão de opiniões. 
Tem sempre a turma dos pró bandidos  e contra a polícia e as  PESSOAS DE BEM que são a favor da LEI e da ORDEM, defendem que o lema da Bandeira Nacional - ORDEM E PROGRESSO - seja cumprido. 
Grande parte dos nossos já era de adultos conscientes e que sabiam dos malefícios cometidos pelos presos da CASA DE DETENÇÃO, portanto, podemos opinar com conhecimento. 
Além dos crimes que praticaram e que  os tornaram presidiários, na própria Casa de Detenção continuaram cometendo crimes, motins - danosos para a sociedade e péssimo exemplo para os 'hóspedes' dos demais presídios. 
Ocorreu a rebelião e a polícia, maior parte do efetivo formada pelos valorosos policiais da ROTA, tiveram que entrar no presídio usando a força necessária.
Foi uma operação policial ocorrida há mais de 30 anos e os que até hoje não foram condenados - apesar do empenho da turma pró bandidos em condená-los - a INDULTO NATALINO foi o remédio mais justo, adequado. E o presidente BOLSONARO mais uma vez fez JUSTIÇA.]
 
Embora não estejam na mesma página quanto à constitucionalidade do indulto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e considerem esse tipo de decreto uma prática essencial, juristas criticaram a especificidade do perdão e também a possibilidade de abarcar um evento de importante dimensão humanitária, como a do Massacre do Carandiru. "A gente tem, historicamente, nesse caso do Carandiru, um problema de falta de responsabilização estatal grave. É muito problemático. É um escárnio o que faz o presidente Bolsonaro", avaliou Luisa Ferreira, professora da FGV e pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre o Crime e a Pena.
(crédito: Reprodução/Internet) [conveniente ter em conta que a imensa massa de indivíduos sentados e despidos é apenas parte dos bandidos que foram contidos após ação enérgica da PM. O fato de estarem sentados e despidos não é tortura e sim  procedimento adequado para manter a condição de rendidos.]
 

Para Bianca Tavolari, professora de direito do Insper, o indulto "passa uma mensagem de que nós, enquanto sociedade, não responsabiliza agentes estatais por tortura e execução", argumentou. "Na perspectiva de um sistema carcerário humano, que realmente consiga devolver pessoas melhores do que aquelas que foram porta adentro, a gente tem um episódio muito lamentável que teve e parece que vai ter seu destino selado sem que os responsáveis pelos excessos cometidos sejam de fato punidos ou absolvidos", acrescentou Rômulo Luis Veloso de Carvalho, professor de direito penal e defensor público do Estado de Minas.

Já Thiago Bottino, professor da FGV Rio, avaliou que esse tipo de decreto não deve ser "particularizado", pois assim o indulto perde seus efeitos esperados, de desafogar o sistema carcerário e também dar um bônus ao bom comportamento. "E, por um segundo ponto de vista, acho que você não deve indultar casos que não chegaram ainda ao início concreto da pena", ressaltou.

Luisa Ferreira lembrou que só recentemente, em novembro, os agentes foram efetivamente considerados condenados. E reforçou que, por mais que haja a extinção da pena com o indulto, isso não muda o fato de que o sistema de Justiça "entendeu definitivamente que houve o massacre e esses policiais militares cometeram o crime de homicídio qualificado".

Apesar de apontar serem atípicos indultos tão específicos, Bottino acredita que não cabe discussão judicial, pois o decreto é constitucional. "O presidente tem a prerrogativa de estabelecer essa regra, não é uma lei votada pelo Congresso. A única forma que o Judiciário poderia modificar é se identificasse um vício formal, mas o Judiciário não pode modificar a escolha do presidente", enfatizou.

Luisa Ferreira e Rômulo Carvalho, por outro lado, destacam que há possibilidade, por diferentes motivos, de o decreto ser questionado judicialmente, embora sejam reticentes em cravar se o decreto é ou não constitucional. Luisa acredita que a especificidade pode ser um ponto de questionamento e deve causar debate. "Tem uma discussão de que o indulto tem de ser coletivo, ou seja, ele não pode ser individualizado. Ele não é como a anistia ou a graça (concedida) ao Daniel Silveira", disse, em referência ao deputado indultado por Bolsonaro.[um punhado de especialistas em nada dando opiniões sem fundamento e que sempre são favoráveis aos bandidos e contra a polícia. Os policiais usando a força necessária contiveram uma rebelião de bandidos perigosos.]

Política - Correio Braziliense

 

O erro repetido - Carlos Alberto Sardenberg

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O erro repetido - Autores de artigo com erro foram nomeados para governo Lula 

[o que não nos surpreende, visto que o ERRO MAIOR, o PAI DE TODOS OS ERROS, é um ex-presidiário pretender presidir o Brasil e ter um governo que chamam de seu.]

Grosso modo, o leitor encontra nos jornais reportagens (de autoria dos repórteres do veículo) e colunas e/ou artigos de opinião.  
Reportagens são de dupla responsabilidade: do repórter e do veículo, pois se supõe que a editoria tem um sistema de checagem e verificação do noticiário publicado. 
Já colunas e artigos são de responsabilidade do autor. Por isso, frequentemente se encontra a informação: o texto do colunista não reflete necessariamente a opinião deste veículo.

Os jornais erram. Mas, tempos atrás, mais presunçosos, nós, jornalistas, gostávamos de citar como nosso guia o slogan do New York Times: “All the news that`s fit to print”. Algo com o “todas as notícias que estão prontas para serem impressas” ou, mais presunçoso ainda, “todas as notícias que merecem ser impressas”.

Quando um leitor reclamava, por carta, os jornais publicavam na seção adequada, frequentemente com uma resposta do jornal refutando.   Com o tempo e com as redes sociais, os editores tiveram que admitir que, sim, erravam e, pior, mais do que se esperava. Quantas reportagens não se mostraram equívocos monumentais. E quantas informações enviesadas ou simplesmente descuidadas.

Eu mesmo, quando diretor da sucursal do JB em São Paulo, deixei passar uma matéria na qual se dizia que um economista estava “envolvido” no escândalo de desvio de verbas para prefeituras. Estava mesmo “envolvido”: era o cara que havia denunciado a roubalheira.

Assim, os jornais tornaram-se mais cuidadosos. Introduziram sistemas mais rigorosos de checagem, aqui incluídos os “ombdsman” Nesse processo, surgiram as seções nas quais os editores se antecipam a críticas e publicam os famosos “erramos”. Texto da própria editoria dizendo que havia um erro em tal ou qual reportagem.

Claro que os articulistas e/ou colunistas estão livres desse processo. As opiniões, os dados levantados, as análises são de responsabilidade do autor, não do veículo. Claro que se o articulista/colunista comete um crime injúria, calúnia, difamação ou ameaçaso veículo é solidariamente responsável.

Mas tirante esses casos – raros – fica tudo por conta do articulista/colunista. Por isso, foi inédito quando a Folha de  São Paulo publicou um “Erramos” em 15 de setembro de 2019, apontando erros em artigo de macroeconomia. O artigo teve o título “Por que cortar gastos não é a solução para o Brasil ter crescimento vigoroso?

O “Erramos” apontava cálculos errados sobre variáveis chaves. Por exemplo, dizia que o resultado primário de 2007 a 14 provocou uma redução expressiva da dívida bruta (de 2,18pontos percentuais do PIB em média) e não um impacto zero, com o sustentavam os autores.

Inversamente, o “Erramos” apontava que os déficits primários de 2015 a 18 (Governo Dilma) provocaram um aumento médio de 1,9 ponto percentual na dívida, em vez de apenas 0,5 ponto, como sustentavam os autores.

Claro, por trás dos erros numéricos, havia equívocos conceituais. Mas por que estamos tratando isso?

Porque dois autores do citado artigo, Guilherme Mello e Esther Dweck, foram nomeados para o futuro governo Lula. O primeiro como secretário de Política Econômica da Fazenda e a segunda como ministra da Gestão e Inovação.

Nenhum deles admitiu o erro ou mudou de ideia. Trata-se de questão chave de macroeconomia. Os articulistas estavam dizendo que o aumento do déficit público não provoca impactos significativos na dívida. O “Erramos” mostrava que provoca.

Com a PEC da transição, [mais conhecida como A PEC do PRECIPÍCIO] o déficit esperado para o 2022 é de R$ 231,5 bilhões (Valor Econômico de ontem). Para os petistas, tudo normal. Já outros analistas, de retrospecto mais confiável, calculam que a dívida pública vai aumentar de 4 a 5 pontos percentuais do PIB.

Consequência: juros mais altos que o governo terá de pagar para financiar sua dívida
menos investimentos e menos crescimento; e,
rendimento maior para os brasileiros bem de vida que aplicam em títulos do Tesouro. A NTN-B está pagando inflação mais 6,5% ao ano![o assustador, complicador, é que após a posse do apedeuta eleito - prevista pra 1º jan 2023 - quem garante o vantajoso rendimento é o governo do atual presidente eleito.]
 
 
Coluna publicada em O Globo - Opinião- 24 de dezembro de 2022
 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Lula na vanguarda do atraso - Revista Oeste

Augusto Nunes e  Branca Nunes

O chefe do PT nem esperou o dia da posse para confirmar a opção pelo passado 
Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de entrega do relatório final da transição de governo e anúncio de novos ministros | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 
Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de entrega do relatório final da transição de governo e anúncio de novos ministros | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 
 
“É a primeira vez que um presidente da República começa a governar antes da posse”, vangloriou-se Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, 22 de dezembro, ao receber o “Relatório Final do Gabinete de Transição”, um monumento ao besteirol erguido por quase mil devotos da seita que tem como único deus um delinquente descondenado pelo Supremo Tribunal Federal. 
Incumbida de recensear os mais graves problemas do país, e sugerir soluções para todos, a legião de gênios da raça concluiu que o Lula modelo 2023 terá de reprisar o milagre que operou há 20 anos: mesmo emparedado pelo desastroso legado do sucessor, o enviado da Divina Providência saberá salvar a pátria em perigo
Tal façanha vai garantir-lhe uma nota 10 com louvor no Juízo Final, além da admiração que merece o único estadista do mundo que não aprendeu a escrever nem leu sequer uma orelha de livro por achar que isso é pior que exercício em esteira.
 
A senha para a conversa fiada foi recitada por Geraldo Alckmin, o vice-presidente eleito. Nascido e criado no ninho do PSDB, essa intrigante espécie de tucano demorou meio século para ver a luz. Era carola juramentado desde os 20 e poucos anos quando, perto dos 70, virou socialista, conseguiu tornar-se reserva do maior inimigo e gostou tanto do parceiro que o acompanhou de cócoras no caminho de volta à cena do crime. Entre um “Viva Lula” berrado no palanque e um “Lula é um gênio” sussurrado no almoço da família, Alckmin reza até em latim para que não haja inversões de posição na fila baseada em critérios biológicos. 
 
Era alguns anos mais novo que Mário Covas quando a morte do titular transformou o insosso vice em governador de São Paulo. É sete anos menos idoso que Lula. Enquanto espera, aprende a letra de hinos esquerdistas e bajula o dono do cargo que cobiça.
manifestações lula
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB-SP) – 08/12/2022 - 
 Foto: Ton Molina/Estadão Conteúdo
No palavrório que precedeu o sermão do chefe, Alckmin jurou que Lula vai lidar com uma “herança perversa” — ainda mais assustadora que a outra. Menos de um ano em péssima companhia bastou-lhe para aprender a mentir sem ficar ruborizado (e sem temer estágios no purgatório). 
Ele sabe que a “herança maldita” atribuída a Fernando Henrique Cardoso nunca existiu: em janeiro de 2003, caiu no colo de Lula um país com a inflação sob controle, modernizado pelo início da privatização de mamutes estatais e vigiado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Alckmin também sabe que o Brasil deste fim de dezembro é infinitamente melhor que a terra em decomposição e assolada pelo desgoverno de Dilma Rousseff.  
Mas foi com voz de quem acabou de comungar que acionou o sinal verde para que Lula responsabilizasse Jair Bolsonaro por todos os males da nação, passados, presentes e futuros.
 
“O resultado é uma fotografia contundente da situação dos órgãos e entidades que compõem a Administração Pública Federal”, falseia o documento fabricado por doutores em arrogância. “Ela mostra a herança socialmente perversa e politicamente antidemocrática deixada pelo governo Bolsonaro, principalmente para os mais pobres. A desconstrução institucional, o desmonte do Estado e a desorganização das políticas públicas são fenômenos profundos e generalizados, com impactos em áreas essenciais para a vida das pessoas e os rumos do país.” Fica combinado, portanto, que Lula tomou posse mais cedo para trazer de volta à vida (e esbanjando saúde) um Brasil sepultado em cova rasa. 
Não para aprovar ainda neste ano, com o aval dos presidentes da Câmara, do Senado e do TSE, a PEC da Gastança, o estupro do teto de gastos, a chicana que fingiu acabar com o Orçamento secreto que segue em vigor e o loteamento do ministério, fora o resto. Eleito pela coligação que juntou o PT, os demais partidos esquerdistas, democratas de galinheiro, superjuízes do STF e iluminados do TSE, o criminoso sem remédio age com a tranquilidade dos condenados à perpétua impunidade. Cadeia é coisa para os outros.

E 500 dias de gaiola não melhoram ninguém, atesta o comportamento de um Lula mais Lula do que nunca. É ele quem tudo decide, da nomeação de ministros ao tratamento reservado a convertidos e aliados de ocasião. [o presidente eleito exige dos que recebem suas benesses,  a servileza e a falta de dignidade como principais requisitos =   servir em um eventual governo do apedeuta eleito é aceitar a postura de joelhos ou de quatro como as mais adequadas e habituais.] Como os Bourbon, não esquece nada e nada aprende. Continuam sangrando na memória feridas abertas por constatações feitas por quem vê as coisas como as coisas são. Na mesma quinta-feira em que Alckmin voltou a louvá-lo, por exemplo, Lula castigou o vice com o rebaixamento a ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Teria sido um acúmulo de funções se o vice tivesse alguma função além de torcer, acampado no Palácio Jaburu, para que o pior aconteça — ao outro.

Se ocupasse o mesmo cargo na Argentina ou nos Estados Unidos, países em que o vice-presidente comanda o Senado, Alckmin estaria agora mais poderoso. Aqui, o número 2 é indemissível, mas qualquer ministro pode ser despejado do gabinete pelo chefe de governo. É o que ocorrerá caso Alckmin infrinja o Manual do Companheiro. 
O espetáculo da sabujice não cancela as acusações do aliado recentíssimo ao comandante do maior esquema corrupto da história. 
Se tivesse aprendido a assimilar tais agravos, Lula seria mais gentil com Simone Tebet e Marina Silva, que fizeram o L no segundo turno
Simone sonhou com o ministério que cuida do Bolsa Família até saber que aquilo não está disponível. 
Marina ainda caprichava na pose de ministra do Meio Ambiente até que alguém fez a advertência: tanta demora no convite é mau sinal. 
As duas enfim se deram conta de que é pecado capital admitir que Lula mereceu a temporada na gaiola.
 
O relatório da turma da transição avisa que o PT segue algemado a fórmulas grisalhas — e insiste em percorrer caminhos que apressam a chegada ao penhasco. 
Cinco páginas do documento tentam justificar o estupro do teto de gastos. Outras seis são consumidas no esforço para demonstrar que tudo vai melhorar se os 23 ministérios virarem 37. 
Um latifúndio de 46 páginas detalha a “herança perversa” debitada na conta de Bolsonaro.  
Em seguida, aparece uma amostra do que os participantes do levantamento batizaram de “revogaço”. Os redatores incluem entre os condenados à morte “oito Decretos e uma Portaria Interministerial que incentivam a multiplicação descontrolada das armas no Brasil, sem fiscalização rigorosa e adequada”. Também é recomendada “a revisão da lista de empresas que se encontram em etapas preparatórias e ainda não concluídas de processos de desestatização, como os Correios e a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC)”.

É compreensível que a promoção de Aloizio Mercadante a presidente do banco tenha excitado fregueses castigados por quatro anos de abstinência

Um redator conciso resumiria em uma frase o palavroso conteúdo do relatório: o programa do governo Lula é revogar as medidas aprovadas por Jair Bolsonaro, ressuscitar as que foram sepultadas e dizer ou fazer o contrário do que ele disse ou fez
Os preparativos para a ofensiva do atraso vêm revelando os alvos preferenciais. 
A vanguarda do primitivismo quer o fim da autonomia do Banco Central, a interrupção das privatizações, a ressurreição do imposto sindical, a engorda do funcionalismo público com o preenchimento das 25 mil vagas que a revolução digital tornou desnecessárias, o desarmamento da população atormentada pela ampliação do arsenal da bandidagem, a redução dos juros e outras velharias há tempos banidas por governantes modernos.
 
O revogaço se amplia a cada indicação para o ministério. Nomeado ministro da Justiça, o senador Flávio Dino mostrou que, embora se tenha filiado ao PSB, o coração permanece no Partido Comunista do Brasil. “Pedir S.O.S. Forças Armadas é crime”, rosnou, indignado com os incontáveis brasileiros que continuam a manifestar-se diante de instalações militares
Dino nem sabe direito o tamanho da fatia que o Orçamento lhe reserva, mas já comunicou que vai contemplar com mais dinheiro Estados governados por gente disposta a desarmar a população e instalar câmeras nos uniformes da PM.

flávio dino comunismo
O então governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), 
desfila no Carnaval vestido de comunista (05/03/2019) - 
 Foto: Reprodução
Incansável caçador de cargos públicos, Márcio França foi premiado com o Ministério de Portos e Aeroportos. Talvez por ter sido prefeito de São Vicente, ali perto, o candidato do PSB derrotado na disputa da vaga de senador por São Paulo reivindicou como brinde o controle do Porto de Santos. Durante o governo Bolsonaro, o velho porto deixou de ser um ancoradouro de corruptos e narcotraficantes para transformar-se num exemplo de sucesso administrativo e político
Já a caminho da concessão, corre agora o risco de cair nas mãos de França. 
Dirigentes do PT e das siglas que orbitam ao redor do partido mais poderoso acham que em time que está ganhando é que se deve mexer.
 
Outros indicados nem precisam de entrevistas para que se preveja o que vem por aí. Todo brasileiro com mais de dez neurônios sabe que esses farão o que fizeram no verão passado — e também na primavera, no outono e no inverno.  
O chanceler Mauro Vieira, de volta ao Ministério das Relações Exteriores que chefiou no governo Dilma Rousseff, retomará a política externa da canalhice aperfeiçoada por Celso Amorim. 
Enquanto essa obscenidade vigorou, o Brasil invariavelmente escolheu o lado errado. Ditadores assassinos, populistas gatunos, escroques repulsivos tudo o que há de pior na escória internacional foram favorecidos pela polidez da cúpula do Itamaraty e pela prodigalidade criminosa dos figurões do BNDES.
 
É compreensível que a promoção de Aloizio Mercadante a presidente do banco tenha excitado fregueses castigados por quatro anos de abstinência. O argentino Alberto Fernández já informou que conta com generosidade do BNDES para a retomada de obras financiadas com dinheiro brasileiro, a juros de pai para filho. 
E a hondurenha Xiomara Castro avisou que pegará dinheiro emprestado no dia da posse de Lula.

Para acomodar Aloizio Mercadante no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lula tenta alterar a Lei das Estatais. A ideia é, entre outros equívocos, reduzir de três anos para 30 dias a quarentena de quem atuou em campanha eleitoral para assumir cargo de administrador ou conselheiro de empresa pública ou sociedade econômica mista.

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O futuro presidente do BNDES, Aloizio Mercadante (à esq.), 
e o presidente eleito, Lula (à dir.), durante a indicação de 
Mercadante para comandar o banco (13/12/2022) - 
Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Criada depois dos escândalos descobertos na Operação Lava Jato, a Lei das Estatais tinha como objetivo interromper o loteamento político dessas empresas. Assim, além da quarentena, foram estipulados requisitos mínimos de experiência e de competência para o preenchimento desses cargos. Sem a Lei, o PT está com o acesso livre aos cofres dessas empresas e a centenas de cargos públicos. Uma reportagem do Estadão de 16 de dezembro deste ano mostrou que o afrouxamento dessa lei criaria uma brecha para 587 indicações, com salários que vão de R$ 214 mil anuais (Companhia Docas do Rio Grande do Norte) a R$ 3 milhões anuais (Petrobras).

Lula também herdará pela primeira vez empresas públicas altamente lucrativas. No ano passado, por exemplo, o resultado líquido dessas companhias fechou próximo de R$ 190 bilhões, 40 vezes mais que os R$ 5 bilhões de 2016e cerca de R$ 230 bilhões a mais que o prejuízo de R$ 32 bilhões registrado em 2015.

Outro exemplo de sucesso que corre o risco de ser revogado por Lula é o Novo Marco Legal do Saneamento, aprovado em julho de 2020. Na época, 35 milhões de brasileiros não tinham acesso à água potável e 46% da população não dispunham dos serviços de coleta de esgoto sendo que dois terços de seres humanos no país não sabiam o que era ter esgoto tratado em casa.

O principal objetivo do Novo Marco é promover a universalização dos serviços, garantindo que 99% da população tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e à coleta de esgoto até dezembro de 2033. Pelas regras sugeridas, não apenas as empresas públicas, mas também as privadas podem participar dos processos licitatórios para oferecer seus serviços a Estados e municípios. 
 Um dos leilões de maior sucesso foi realizado em Alagoas, então governada por Renan Filho, primogênito de Renan Calheiros. Eleito senador, Renan Filho vai compor a base aliada de Lula.

Só o leilão de Alagoas rendeu ao governo R$ 1,6 bilhão. A expectativa de investimento total é de mais R$ 2,9 bilhões ao longo dos 35 anos de contrato para levar água potável e tratamento de esgoto a regiões do semiárido alagoano.

“O êxito no leilão de hoje, que levantou R$ 4,5 bilhões (somando investimentos e outorga), é o resultado de uma agenda que vai transformar Alagoas em uma terra melhor, primeiramente, para quem vive lá e para quem nos visita”, afirmou na época Renan Filho. “O valor acrescentado ao leilão é muito significativo se considerarmos, especialmente, um PIB anual entre R$ 55 bilhões e R$ 60 bilhões.” Procurado pela reportagem para comentar o retrocesso, sua assessoria de imprensa não respondeu às mensagens. [comentário: os primeiros nomes do futuro governo do presidente eleito são tão fantásticos na comprovada eficiência em destruir qualquer governo, que até os membros de Prontidão Total - todos com o compromisso inalienável de fazer tudo que a legalidade permitir para levar ao fracasso um eventual futuro governo do presidente eleito, abreviando sua duração seja pela renúncia do 'demiurgo de Garanhuns' ou pelo seu  impeachment e prisão - não seriam tão eficientes na escolha da equipe que vai abater o apedeuta eleito.]

Com todas essas decisões e ameaças, o Brasil avança em alta velocidade rumo ao atraso. O governo Lula acredita que é possível ganhar uma guerra com sucessivas retiradas.

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Augusto Nunes Branca Nunes, colunista e Diretora de Redação da Revista Oeste