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terça-feira, 30 de junho de 2015

Porte de armas irrestrito, os profetas do apocalipse e a síndrome de vira-latas




Então o que me dizem do Paraguai? Lá, qualquer um compra e porta armas de fogo e o país possui três vezes menos homicídios que o Brasil.

Acabo de ver a notícia no portal da NRA que o Kansas adotará nesta quarta-feira (01/07) o porte de armas independente de autorização estatal ou treinamento. Os profetas desarmamentistas já estão com sua histeria habitual clamando o final dos tempos!  Pai Dito, este humilde brasileiro, que não tem nada de paranormal - no máximo ouve de vez em quando um "para, anormal" -, prevê que nada acontecerá!

O Kansas não é o primeiro estado a aprovar o porte ilimitado, ou seja, se você pode comprar uma arma, você pode portá-la sem que o papai estado tenha que ser consultado. Nos outros o que aconteceu? Nada! Absolutamente nada! Nada de balas perdidas, nada de tiroteios, nada de bang-bang  Essa é a inteligência americana, o pensamento legislativo coerente e com o propósito de simplificar a vida do cidadão que não é tratado como um débil mental incapaz de assumir responsabilidades. [detalhe: aqui no Brasil os desarmamentistas consideram o cidadão um débil mental incapaz de  assumir suas responsabilidades com alguma lógica: não todos, mas pouco menos de 50% demonstraram nas quatro últimas eleições não terem, as condições necessárias para exercer a cidadania, tanto que elegeram e reelegeram um estrupício quanto o Lula para o antes nobre cargo de presidente da República e para completar a c ... elegeram e reelegeram uma criatura chamada Dilma para o mesmo cargo.
A essas pessoas é temerário liberar a posse e porte de armas, com a agravante que grande parte dos distintos são portadores de uma incontrolável propensão ao crime.]

Tenho certeza que alguns, ou muitos, estão nesse momento pensando: no Brasil isso nunca daria certo! Viraria um bang-bang! O brasileiro não tem cultura para isso! Blá, blá, blá... Pois bem, vejamos então uma resposta para os portadores do que Nelson Rodrigues batizou de síndrome de vira-latas.

Primeiramente, gosto de lembrar aos mais novos que o Brasil já foi praticamente assim! Até 1997, quando o "direitista" FHC transformou em crime o porte ilegal de armas, praticamente qualquer um podia andar armado, normalmente apenas com o registro pois a pena era apenas uma multa e a apreensão da arma que era rapidamente devolvida com uma simples petição ao juiz. Bolsas masculinas vinham de fábrica - TODAS ELAS! - com coldres. Outro ponto importante é que muitos brasileiros acham que o americano típico é aquele cara cool (eu não disse cara de c... ok?) de NY ou San Francisco. O americano médio é o Homer Simpson! O Kansas é lotado dos chamados (pejorativamente) de rednecks, um tipo de caipirão, com alguns dentes faltando na boca, um pickup gigantesca na garagem, participando de campeonato de cuspe à distância, com uma .45 na cintura e um fuzil do lado da cama ou dentro do carro. E ninguém atira em ninguém.

Mesmo assim não dá para comparar? Lá não tem impunidade (tem sim, mas não falarei disso agora), a justiça funciona, o Estado é eficiente para punir qualquer um que fizer a coisa errada com a arma... Bom, imaginemos que isso é verdade. Então o que me dizem do Paraguai? Lá, qualquer um compra e porta armas de fogo e o país possui três vezes menos homicídios que o Brasil, isso levando-se em conta que a taxa nacional sofre elevação por conta da área fronteiriça com o... Brasil! Na maioria das cidades Paraguaias a taxa de homicídios é próxima das taxas médias da Europa! Oh! Armas malvadas não matam paraguaios, só brasileiros depois que atravessam a fronteira em forma de contrabando.

Duas decisões judiciais tiveram grande destaque em Porto Rico. A primeira foi que aquele estado não pode impedir que seus cidadãos possuam e usem armas de fogo. A segunda, com repercussão mundial, foi que a Suprema Corte Americana sentenciou que nenhum estado americano ou seus territórios podem proibir a união civil entre homossexuais, decisão que no Brasil aconteceu em 2013, mas parece que ninguém lembra...

 [epa... ninguém lembra não... apenas é complicado cumprir e lembrar de algo que não se pode cumprir torna fingir não lembrar bem mais cômodo e prático.... nos Estados Unidos da América a Constituição não determina que FAMÍLIA é formada pela união estável entre um homem e uma mulher... essa lacuna permitia que cada estado americano decidisse se o casamento fora da realidade, homem x mulher, era válido ou não.

A Suprema Corte dos EUA apenas chamou a si a palavra final sobre o tema e decretou que qualquer casamento fora da normalidade era válido.

No Brasil, a situação é bem diversa. A nossa Carta Magna determina no parágrafo 3 do artigo 226, que a FAMÍLIA é constituída pela união estável entre um homem e uma mulher. Fim do assunto – estava lá antes da decisão do Supremo e  agora, mesmo após decisão do Supremo continua  o mesmo texto.... invicto. 

Assim, está em plena vigência dispositivo da Constituição Federal do Brasil dizendo o que é FAMÍLIA.

Só que os membros do  Supremo se reuniram e decidiram liberar o casamento fora da realidade normal em qualquer parte do mundo -  incluindo o Brasil, sendo que aqui esta avaliação é convalidada pelo texto constitucional – mas, não decretaram a retirado da norma citada do texto constitucional;

Também não declararam inconstitucional aquele trecho e se omitiram não remetendo o texto ao Congresso Nacional para adaptar à Constituição Federal  ao decidido pelos excelentíssimos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Temos uma decisão do Supremo determinando uma situação e um texto constitucional mantido pelo Supremo e pelo Congresso Nacional determinando outra.
A quem seguir?]

Imediatamente o governador desse território, Alejandro García-Padilla do Partido Popular Democrático (Oh! Que surpresa!), comemorou uma e disse que recorrerá contra a outra... Nem preciso dizer de qual ele recorrerá, não é mesmo?

Pois bem, tudo ótimo, tudo lindo e os "liberals", a esquerda americana, comemoraram efusivamente essa vitória que na realidade já era realidade em 36 estados americanos... Tudo eram flores até que o Bob Owens, editor da BearingArms.com, levantou uma questão mais do que pertinente: se o casamento gay deve ser respeitado em todos os estados com base na 14a. Emenda, o porte de armas também!  

Ou seja, estados como a Califórnia terão obrigação de aceitar uma licença para portar armas expedida pelo Texas,  por exemplo! Allen West, um dos mais conceituados republicanos, já abraçou a tese e discorreu sobre ela em seu site. Quero ver agora os tais "defensores das liberdades individuais" engolirem essa... Ah! Lembrando que semana passada um grupo de libertários gays foi expulso de uma passeata gay por estarem armados! Mas assim é a esquerda mesmo: liberdade que vale é só a minha!

Por: Bene Barbosa preside o Movimento Viva Brasil - http://mvb.org.br


Relembrando as Traquinagens da família Lula da Silva - As andanças de Genival, o "Vavá"



Capítulo 14 do Livro O CHEFE de Ivo Patarra
Dona Marisa Letícia, a primeira-dama, mandou fazer um canteiro de quatro metros de diâmetro com flores vermelhas em forma de estrela, o símbolo do PT, nos jardins do Palácio da Alvorada. Tentou caracterizar a residência oficial do presidente da República como uma sede do partido. 

Luís Cláudio Lula da Silva, filho do presidente, usou avião da FAB (Força Aérea Brasileira) com 14 amigos. Foi durante as férias de 2004. O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) tentou de todos os modos verificar a veracidade da história. Só conseguiu confirmar a mordomia junto ao Gabinete Institucional da Presidência da República. Antes, havia feito sucessivos requerimentos à Secretaria-Geral da Presidência da República, Ministério da Casa Civil e Ministério da Defesa. Ninguém admitia o uso do avião oficial. Mas existiu. 

Cinco anos depois, em outubro de 2009, Lula nem deu atenção ao caso. Desta vez quem pegou carona no avião do governo foi Fábio Luís Lula da Silva, o "Lulinha", filho mais velho do presidente. Ele e 15 acompanhantes. O "Sucatinha", um Boeing 737 da FAB, já estava perto de Brasília quando o piloto recebeu ordens para voltar a São Paulo e pegar a turma do Lulinha. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também voou na aeronave, que seguiu novamente para Brasília. O Palácio do Planalto só informou que Lulinha e os amigos eram convidados do presidente da República. Ponto final. 

De acordo com relato do economista Paulo de Tarso Venceslau, o amigo de Lula, Paulo Okamotto, resolveu um problema provocado por Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha do presidente. Eram tempos da eleição para o Palácio do Planalto de 1994. Lurian teria saído de uma loja em São Paulo sem pagar pelas mercadorias que levara consigo. A missão de Paulo Okamotto era pagar pelos produtos evitando que a história vazasse para os jornais. Ele conseguiu. 

Em junho de 2009, o marido de Lurian, Marcelo Sato, foi acusado de tráfico de influência em transações que envolviam a execução de obras no porto de Itajaí (SC). O Governo Federal tinha liberado R$ 350 milhões para reconstruir as instalações do porto, mas haveria 19 irregularidades na contratação de empreiteiras. Marcelo Sato participou de reunião para discutir as obras ao lado do deputado Décio Lima (PT-SC), um ex-superintendente do porto. 

Na época, o genro de Lula era assessor da deputada estadual Ana Paula (PT-SC), mulher de Décio Lima. O procurador Marcelo da Mota disse ao repórter Hugo Marques, da revista Isto É, que Marcelo Sato seria investigado: - Há indícios para investigar a intervenção de Marcelo Sato junto a órgãos do Governo Federal. 

Sandro Luís Lula da Silva, outro filho do presidente, foi funcionário-fantasma do PT. Os repórteres Lílian Christofoletti e José Alberto Bombig, da Folha de S.Paulo, revelaram o caso. Contratado por R$ 1.522, Sandro Luís prestava "serviços à distância". Empregado do PT durante mais de três anos, Sandro Luís teria passado a prestar serviços em casa, em São Bernardo do Campo (SP), desde que o pai se tornara presidente da República. 

Deram diversas explicações. Numa primeira versão, o PT informou que o filho de Lula nunca trabalhara no partido. Depois, o PT alegou que o rapaz deixou de ser funcionário em meados de 2002. E, por fim, o partido informou que ele fora desligado dos quadros da legenda "há uma ou duas semanas", ou seja, em junho de 2005, na mesma época em que a reportagem foi publicada. 

Os repórteres ouviram o presidente do PT de São Paulo, Paulo Frateschi: - Ele não ia todos os dias. Às vezes, aparecia um dia por semana, um dia por mês. Ele não precisa ir ao diretório para trabalhar. Trabalha na casa dele, até porque precisa apenas de um computador para realizar o serviço. Paulo Frateschi não informou quais serviços Sandro Luís prestava ao PT. 

Quem ocupou páginas de jornal foi Fábio Luís Lula da Silva – o Lulinha. O jornal O Globo, do Rio, publicou em julho de 2005 que a Telemar, uma das maiores operadoras de telefonia do País, havia comprado ações da Gamecorp, empresa de Lulinha. Note-se que a Telemar, concessionária de serviço público, era constituída com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Banco do Brasil e fundos de pensão de empresas estatais. A notícia falava na aplicação de R$ 5 milhões na Gamecorp. Com o negócio, a Telemar disporia de ações da empresa de Lulinha e do direito de usar programas de jogos produzidos pela Gamecorp em telefones celulares. 

Lulinha havia montado a Gamecorp, com capital de R$ 10 mil, numa sociedade firmada no ano anterior com Kalil e Fernando Bittar, filhos de Jacó Bittar, velho amigo de Lula, nomeado por influência do presidente como conselheiro da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. O negócio com a Telemar elevou a R$ 7 milhões a expectativa de faturamento da Gamecorp em 2006. A transação foi intermediada pela BDO Trevisan, empresa de consultoria de Antoninho Marmo Trevisan. Ele era outro amigo de Lula, nomeado para o Conselho de Ética Pública da Presidência da República. 

Para ganhar a vida, Lulinha dava aulas de informática. Teve rápida ascensão com a eleição do pai. A Telemar patrocinou viagens dele aos Estados Unidos, Japão e Coreia. O caso da Gamecorp eclodiu no meio da crise do escândalo do mensalão. Antes de viajar para a França, Lula aproveitou uma reunião ministerial para repelir as denúncias de favorecimento à empresa do filho:  - Estão querendo mexer na minha vida privada. Isso é uma baixaria, um golpe baixo, um desrespeito. Isso é irracional. [vida privada com dinheiro público.]

Dois meses depois, o banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, prestou depoimento às CPIs dos Correios e do Mensalão. Reconheceu ter bancado almoços e jantares para Fábio Luís Lula da Silva em 2003, durante viagem de Lulinha ao Japão. Daniel Dantas disse que a Brasil Telecom fez gestões para comprar a Gamecorp. Chegou a pagar R$ 100 mil mensais para a Gamecorp fornecer conteúdo ao portal da Brasil Telecom na internet, antes de frutificar o negócio de Lulinha com a Telemar. 

A empresa do filho do presidente da República voltou a ser notícia em 2006, com a revelação de que a Telemar decidira injetar R$ 5 milhões por ano em patrocínios e produções dos programas de televisão da Gamecorp. Em três anos, o pacote da concessionária de serviço público à empresa do filho do presidente da República chegaria a R$ 15 milhões. 

Com o sucesso empresarial, a Gamecorp, especializada em videogames e programas de jogos eletrônicos para televisão, passou a comprar parte da programação da TV Bandeirantes e da Mix TV. A Gradiente anunciou nos programas da Gamecorp. O dono da empresa, Eugênio Staub, foi dos primeiros homens de negócio a apoiar Lula nas eleições de 2002. A Sadia, outra grande empresa, também passou a patrocinar os programas da Gamecorp. Lá, outro empresário de sucesso ligado a Lula fez carreira. Trata-se de Luiz Fernando Furlan, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no primeiro mandato do presidente Lula. 

Em junho de 2006, anunciou-se que a Gamecorp passaria a se chamar Game TV, a partir de uma parceria com o Canal 21, do grupo da TV Bandeirantes, que também mudava o nome para PlayTV. A empresa de Lulinha coordenaria seis horas diárias de programação, com a exibição de programas sobre games, videoclipes e atrações para o público infantil. O contrato tinha duração prevista de dez anos

Não foram divulgados dados sobre o faturamento da empresa de Lulinha, mas a TV Bandeirantes admitiu que R$ 250 mil do montante de R$ 3,1 milhões de verbas publicitárias que irrigariam os cofres da PlayTV e da Gamecorp, em 2006, viriam de empresas e órgãos federais. No final de 2005, a revista Veja contou a história de Genival Inácio da Silva, o "Vavá", o mais velho dos seis irmãos do presidente Lula. Metalúrgico aposentado, ele abrira escritório para intermediar pedidos de empresários junto a prefeituras do PT, empresas estatais e órgãos do Governo Federal. Fazia tráfico de influência. Da reportagem de Marcelo Carneiro e Camila Pereira:
"Vavá, filiado ao PT, confirmou a Veja que recebe e encaminha pedidos de empresários interessados em 'trabalhar com o governo', mas disse que, 'por enquanto', não recebeu nenhum pagamento pelo serviço. 'Até agora ninguém pagou nada ainda. Espero ganhar um dia'." 

O irmão de Lula começou negando aos repórteres que exercesse o papel de intermediário para empresários. Disse que seu escritório prestava "assessoria social para pessoas que precisam". Depois, Vavá confessou: - Se o presidente tem empresários que procuram ele para fazer negócio, nada melhor do que você ajudar. 

Admitiu ter mantido contato com César Alvarez, assessor especial do presidente Lula, e Edimilson Antonio Sant'Anna, diretor de Operações da Petrobras Distribuidora. Tudo por solicitação de empresários da Federação Brasileira de Hospitais, do advogado Daniel Freire Garcia e de um executivo do ramo da construção civil, identificado por Vavá como José Ernesto. O irmão de Lula reconheceu que ia amiúde a Brasília, com passagens aéreas pagas por empresários. Para fazer o quê?  - Passear.
 
(...)

A Polícia Federal desferiu a Operação Xeque-Mate em 4 de junho de 2007. Prendeu 79 pessoas acusadas de pertencer a uma organização criminosa ligada à exploração de máquinas caça-níqueis. Cerca de 600 agentes federais foram mobilizados em Mato Grosso do Sul, Rondônia, Paraná, Minas Gerais e São Paulo. Entre os presos havia empresários, advogados, policiais civis e policiais militares. Eles foram acusados de contrabando de componentes eletrônicos para caça-níqueis, corrupção e tráfico de drogas. A organização movimentaria R$ 250 mil por dia. Durante a ação, dezenas de carros de luxo, caminhões, máquinas de jogo, dólares e ouro foram apreendidos. 

A Operação Xeque-Mate iria prender Vavá. A Polícia Federal chegou a pedir a prisão do irmão de Lula, mas a Justiça indeferiu. Autorizou apenas uma operação de busca e apreensão na casa dele, situada na Vila Paulicéia, em São Bernardo do Campo (SP). Os federais vasculharam a residência e indiciaram Vavá por tráfico de influência e exploração de prestígio

A Polícia Federal também prendeu Dario Morelli Filho, cujo filho tinha como padrinho o próprio presidente Lula. Na época, Dario Morelli Filho ocupava cargo político na Prefeitura de Diadema (SP), cujo prefeito, José de Fillipi Jr. (PT), fora o tesoureiro da campanha de reeleição de Lula em 2006. O prefeito o afastou no mesmo dia. Amigo de mais de 20 anos da família Lula da Silva, Dario Morelli Filho foi acusado de formação de quadrilha, contrabando de componentes para máquinas caça-níqueis, falsidade ideológica e corrupção ativa. Ele daria dinheiro a policiais para não ser perturbado. 

(...)

Durante as investigações, a Polícia Federal interceptou uma série de ligações telefônicas com autorização da Justiça. Nesta, captada às 19h45 de domingo, 25 de março de 2007, Vavá conversou com Nilton Servo para informar que Lula esteve em sua casa naquele dia. De fato, apurou-se depois que o presidente passara o domingo em São Bernardo do Campo, sem agenda oficial. No diálogo, "máquinas", conforme a Polícia Federal, eram caça-níqueis

O primeiro a falar foi Vavá:
- O homem teve aqui hoje. O homem teve aqui hoje, entendeu?
- Hein?
- O homem teve aqui hoje, entendeu?
- Entendi.
- Passou aqui, ficou uma hora e meia aqui.
- Falou com você?
- Conversou. Eu falei pra ele sobre o negócio das máquinas lá. Ele disse que só precisa andar mais rápido, né?, bicho.
- Hein?
- Disse que só precisa andar mais rápido, viu? Tá certo?
- Com certeza. Meu irmão.
- Hã?
- O Lula é meu irmão.
 
Dispensável falar da gravidade do diálogo, envolvendo Lula. Três dias antes, em outra ligação, Vavá pedira a Nilton Servo:  - Ô, arruma dois pau pra eu?
Em 11 de março, outro diálogo entre os dois. Começou com Nilton Servo:  - Vou ver se hoje eu coloco uma coisa pra você. Mas o mais certeza é amanhã. Porque ontem eu tava em Caraguá, eu fui consultar um depósito que fizeram pra mim, fizeram em cheque, daí não tinha liberado hoje.
- Põe uns cinco, tá bom?
Dois dias depois, Nilton Servo ligou para Vavá: - Meu cunhado tá em São Paulo, eu pedi pra ele, meu cunhado, Serra, pra entregar pessoalmente aquele negócio. Falo com você amanhã, então. 

Agora, um diálogo de deixar os cabelos em pé. A conversa telefônica ocorreu duas semanas antes da deflagração da Operação Xeque-Mate, entre Vavá e José Ferreira da Silva, o "Frei Chico", outro irmão de Lula. Frei Chico foi o inspirador que levou Lula para o sindicalismo. Ele atuava como consultor em sindicatos da região do ABC, na Grande São Paulo. 

Ressalte-se que Frei Chico se apresentou como "Roberto" na ligação a Vavá. A Polícia Federal demorou alguns dias até descobrir de quem se tratava. Vavá, porém, sabia muito bem com quem falava, como se percebe pelo diálogo. Os dois provavelmente já sabiam das escutas telefônicas e trataram de manter a conversa a mais cifrada possível. Registre-se: anteriormente, o ministro da Justiça, Tarso Genro (PT-RS), informara a Lula que havia investigações envolvendo Vavá. O diálogo começou com Vavá:
- Sexta-feira eu preciso ir a Brasília.
- Sexta-feira? Acho que você... Quero conversar sobre isso mesmo, cara.
- Hum?
- Não vai sem falar comigo, não. Porque tem, tem uma bronca da porra.
- De quê?
- Não sei, Vavá. Depois te falo, tá?
- Tá bom. (...) Ah, vou de manhã e volto à tarde, num voo só. Vou conversar com o Lula mesmo.
- Eu dev... O Lula quer que você vá lá, ouvi-lo à noite, pra conversar com ele à noite.
- Hã?
- Tá? Então eu quero ver com você direito isso. (...) Ele quer que eu vá com você, mas se você for sozinho, ele também... Tá? Quer conversar na casa dele, tranquilo, tá? Então vamos pensar num dia aí.
- Eu só vou de tarde e vou voltar, não vou ficar lá, não.
- É, mas... Vavá, eu quero saber... Vavá, por que tem umas bronca lá, que você anda apresentando uma pessoa lá nos ministérios e ele...
- Eu?
- Vavá! Depois nós conversa, tá?
Dois dias depois, em outra conversa telefônica, Vavá confirmou estar informado sobre as investigações da Polícia Federal. Ele pediu R$ 2 mil ao interlocutor, identificado como Rinaldo. O dinheiro seria pagamento por suposto lobby nos Correios. Vavá explicou por que evitou ir a Brasília: - Eu não fui porque a Polícia Federal está filmando muito, né?, Rinaldo. Vou esperar passar mais uns dias, aí eu vou lá. 

(...)
 
Em 17 de junho de 2007, dava-se como certa a denúncia do Ministério Público Federal contra Dario Morelli Filho, o compadre de Lula, e Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho do presidente. Os dois seriam acusados de envolvimento em "poderosa organização criminosa", responsável pela exploração de jogos de azar. O relatório da Polícia Federal sobre o caso informava que "a característica mais marcante dos grupos criminosos investigados é, sem dúvida, a continuidade delitiva". 

Do relatório: "Embora tenham sido realizadas no decorrer das investigações diversas apreensões de máquinas de caça-níqueis, o fato é que em nenhum momento essas operações policiais foram capazes de inibir as ações dessas organizações criminosas, que continuaram operando normalmente, não interromperam suas atividades delituosas". 
Dois dias depois, o Ministério Público Federal denunciou 39 pessoas, incluindo Nilton Cezar Servo e Dario Morelli Filho, o compadre de Lula. Vavá, porém, para surpresa dos policiais federais que conduziram as investigações, acabou sendo poupado. 

Deixaram de fora o irmão do presidente. 

Download do capítulo
http://www.escandalodomensalao.com.br/pdf/Capitulo14.pdf


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