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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

O futuro do Supremo - Gazeta do Povo

Vozes - Carlos Alberto Di Franco

Ativismo judicial - Judiciário

O TSE aprovou resolução sugerida por Alexandre de Moraes e que dá à corte o poder de polícia para remover da internet, sem provocação, conteúdo que já tenha sido considerado pela maioria dos ministros como “sabidamente inverídico” ou “gravemente descontextualizado”.

Escrevi esta coluna antes do resultado das eleições de ontem. Mas em qualquer cenário, seja quem for o escolhido, tenho a convicção de que se impõe uma profunda revisão do papel do Supremo Tribunal Federal (STF). Na feliz expressão do vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul Hamilton Mourão, o Senado Federal tem de “dar um freio” nos abusos do TSE e do ministro Alexandre de Moraes. [falando em abusos do TSE e do ministro Moraes, estamos com uma dúvida, talvez resultante da nossa notória ignorância jurídica. Vamos a dúvida: o TSE é a repartição pública responsável pela administração das eleições, o que torna aceitável que em período eleitoral até intervenha em áreas que lhe são estranhas - tipo policiamento de rodovias. Mas, uma vez transcorrida as eleições, encerrada a apuração,qual a justificativa para o ministro Moraes pretender intervir na PRF, chegando ao ponto de ameaçar prender o diretor da Policia Rodoviária Federal. Ao nosso entendimento, a interferência do ministro na PRF é tão sem sentido quanto o ministro da Saúde pretender controlar o trânsito em uma ferrovia.]

Mourão verbalizou uma forte percepção da sociedade: a urgente necessidade de combater a insegurança jurídica e o sucessivo desrespeito às normas constitucionais que nascem das canetadas irresponsáveis e autoritárias daqueles que têm o dever de zelar pelo cumprimento da lei. As eleições passam, as paixões esfriam, as candidaturas e os mandados também se esvaem. Todavia, há coisas que permanecem, e muitas vezes causam danos de difícil reparação para a vida de um país.

Uma delas é a destruição da ordem jurídica, que no Brasil de hoje é visível a olho nu e, reitero, está sendo causada pela conduta de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal, que é ou deveria ser – o principal responsável pela garantia do cumprimento e da estabilidade do ordenamento jurídico.

O problema, no entanto, não é de agora. Vem de longe. Em agosto de 2020, em uma palestra promovida pelo Observatório de Liberdade de Imprensa do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o ministro Dias Toffoli, então presidente do Supremo, definiu os membros da Corte como “editores de um país inteiro”, em analogia entre o trabalho de um magistrado e o do editor de um órgão de imprensa. “Nós, enquanto corte, somos editores de um país inteiro, de uma nação inteira, de um povo inteiro”. Declaração explícita de autoritarismo. Germe de um autêntico AI-5 do Judiciário. [o ministro Dias Toffoli, ao que pensamos, tem uma certa dificuldade em sincronizar o poder que tem com o que pensa ter - afinal foi ele quem criou o 'inquérito do fim do mundo', o Poder Moderador que de imediato atribuiu ao Supremo e outras proezas do tipo.]

De lá para cá, em velocidade acelerada, a situação só piorou. É o que se viu com a instauração do assim denominado “inquérito das fake news” (posteriormente, de forma jocosa, chamado por Marco Aurélio Mello – ele mesmo ex-ministro do STF e recentemente censurado pelo TSE – de “inquérito do fim do mundo”). Esse inquérito foi instaurado em 2019 pelo então presidente da corte, o ministro Dias Toffoli. Depois da instauração, sem que se fizesse nenhum sorteio do ministro responsável pela condução do inquérito, ela foi atribuída ao ministro Alexandre de Moraes.
Veja Também:


    STF – abuso e insegurança jurídica
    STF – censura e autocensura
    Judiciário – arbítrio, ilegalidade e confisco

O que motivou a instauração desse inquérito foi a publicação de uma matéria da revista Crusoé que trazia uma referência ao ministro Dias Toffoli durante apuração feita na Operação Lava Jato. Esse inquérito – que ainda tramita até hoje, já decorridos mais de três anos tem permitido a tomada de uma série de medidas flagrantemente ilegais e inconstitucionais, contra pessoas que nem mesmo são julgadas no STF – o que, por si só, torna abusivas as medidas determinadas por seus ministros.

Acrescente-se que não pode haver a acumulação das posições de vítima, investigador, acusador e julgador que profere a decisão final. Tal poder, inconstitucional e autoritário, tem ocorrido com uma frequência assustadora
Em um crescente contorcionismo da interpretação elástica do artigo 43 do Regimento Interno do STF, tudo é trazido para o arbitrário inquérito: blogueiros, jornalistas, partidos políticos, “empresários bolsonaristas” etc. A liberdade de expressão, garantia maior da Constituição, foi para o ralo do autoritarismo judicial.
 
Mas o salto olímpico de desrespeito à Constituição e de agressão à liberdade de expressão se deu com a ascensão do ministro Alexandre de Moraes à presidência do TSE. 
O que se viu foi uma escalada de medidas explícitas de censura. 
Uma mentalidade repressiva que não conduz a bom porto.  
A Gazeta do Povo, centenário e respeitado jornal do Paraná, teve conteúdo censurado. A Joven Pan, tradicional empresa de comunicação de São Paulo, afirmou no dia 19, em editorial, que estava sob censura do Tribunal Superior Eleitoral, proibida de citar fatos que envolviam a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
 
Quem ainda nutria algum tipo de dúvida sobre o descarado ânimo censor que move o TSE e de sua tesoura seletiva passou a ter apenas certezas ao ler a decisão de Benedito Gonçalves, atendendo parcialmente a pedido da coligação do ex-presidente Lula. O integrante do TSE entrou em um dos poucos territórios ainda por desbravar no campo da destruição da liberdade de expressão: o da censura prévia
A vítima foi a produtora de conteúdo Brasil Paralelo e seu documentário Quem mandou matar Jair Bolsonaro? 
Até então, todas as decisões de censura oriundas da corte eleitoral visavam conteúdos que já haviam sido publicados. 
A censura prévia, flagrantemente inconstitucional, ressuscita os tempos sombrios da ditadura militar.

Tem razão o senador Hamilton Mourão. O Senado Federal precisa, com serenidade, firmeza e sem casuísmos, passar a limpo o Supremo Tribunal Federal. A crise de credibilidade do Judiciário é acelerada e preocupante. Seu desprestígio precisa ser revertido. O Supremo é essencial para a democracia.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Carlos Alberto Di Franco, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

AVULSAS

O TERROR COMEÇOU

Brasil já está em queda livre após vitória do LULA - 24 horas de venezuelização

E ISTO É SÓ O COMEÇO…

UMA PARELHA PERFEITA

 

E LULA NEM TOMOU POSSE AINDA…

 Será que ele vai tomar posse?

 

COM CONFORTO E AR CONDICIONADO

 

A SANGRENTA TIRANIA LATINA VIBROU

 

ELEITORES COMEMORANDO A VITÓRIA ONTEM

 Traficantes do Cpx da Maré comemorando a Vitória do Lula,
O Crime no Brasil compensa! pic.twitter.com/XYT8eJ9rsl

— Direita Bolsonarista (@Bolsonaro22Bra) October 30, 2022

Começou no Rio….
“Não acabou vai acabar eu quero fim da polícia militar” pic.twitter.com/VrVD2s39qp

VERGONHA: NORDESTE LASCOU O BRASIL

 



De volta à cena do crime - Revista Oeste

J. R. Guzzo

Após a campanha mais desonesta que já se viu na história política deste país, o líder supremo da esquerda nacional volta a mandar no Brasil 

 Luiz Inácio Lula da Silva | Foto: Agência Brasil

 Luiz Inácio Lula da Silva -  Foto: Agência Brasil

O ex-presidente Lula está de volta à cena do crime, de acordo com a descrição feita tempos atrás pelo próprio vice da sua chapa — eis ele aí de novo, aos 77 anos de idade, eleito presidente do Brasil pela terceira vez. Foi por pouco. Mas jogo que acaba em 5 a 0, ou 1 a 0, vale o mesmo número de pontos, e o que conta é o resultado marcado no placar do TSE. Após a campanha eleitoral mais desonesta que já se viu na história política deste país, com a imposição de uma ditadura judiciária que violou todo o tipo de lei para lhe devolver a presidência, o líder supremo da esquerda nacional volta a mandar no Brasil. Com ele não vêm “os pobres”, nem um “projeto de justiça social”, e nenhuma das coisas cheias de virtude de que falam as classes intelectuais, os parasitas que lhe dão apoio e a sua própria propaganda. 

Voltam a mandar os donos do Brasil do atraso esses que querem manter os seus privilégios de 500 anos, não admitem nenhum governo capaz de atender aos interesses da maioria dos brasileiros que trabalha e exigem um “Estado” com poderes de Deus, e eternamente a seu serviço. São eles os que realmente ganharam. Conseguiram convencer a maior parte do eleitorado, segundo os números da autoridade que controla as eleições, que é uma boa ideia colocar de novo na presidência da República um cidadão condenado pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro. Começa agora o pagamento da conta — e quem vai pagar, como sempre acontece, são os brasileiros que têm menos.

Lula foi levado à presidência pelo colapso geral da Constituição e das leis brasileiras ao longo do processo eleitoral — resultado de uma inédita intromissão do alto Poder Judiciário, abertamente ilegal, em cada um dos passos da eleição. O fato objetivo é que a dupla STF-TSE, com o ministro Alexandre Moraes dando as ordens e Lula no papel de beneficiário único, fez tudo o que seria preciso para um observador neutro definir a disputa como uma eleição roubada — pode não ter sido, na contagem aritmética dos votos, mas com certeza fizeram o possível para dar a impressão de que foi. Basicamente, os ministros do Supremo Tribunal Federal e seu braço eleitoral, o TSE, montaram peça por peça um mecanismo desenhado para favorecer em tudo o candidato do PT. 

O primeiro passo foi a decisão de anular a lei, aprovada pelo Congresso Nacional, que permitia a prisão dos réus condenados em duas instâncias — como efeito imediato e direto dessa virada de mesa, Lula foi solto do xadrez de Curitiba onde cumpria há 20 meses a pena pelos crimes a que foi condenado na justiça. 
 
Em seguida veio o que deverá ficar na história como a sentença mais abjeta jamais dada nos 131 anos de existência do STF, do ponto de vista da moralidade comum e pelo princípio elementar que manda a justiça separar o certo do errado. Os ministros, simplesmente, anularam as quatro ações penais que havia contra Lula, incluindo as suas condenações — e, com isso, fizeram a mágica de desmanchar a ficha suja que impedia o ex-presidente de ser candidato. 
Não deram motivo nenhum para isso, não fizeram um novo julgamento em que ficasse provada a sua inocência, e nem o absolveram de coisa nenhuma — disseram apenas que o endereço do processo estava errado e, portanto, ficava tudo zerado. A partir daí, e até desfecho no dia 30 de outubro, o sistema STF-TSE passou a trabalhar sem qualquer disfarce para favorecer Lula e prejudicar o único adversário real de sua candidatura o presidente Jair Bolsonaro.

A campanha se fez debaixo da pior censura imposta à imprensa desde o AI-5 do regime militar. A liberdade de expressão individual foi liquidada nas redes sociais

A campanha eleitoral de 2022 foi uma fraude jurídica e política como jamais se viu neste país. O STF e os advogados de Lula, pagos com os bilhões do “Fundo Eleitoral” que foi extorquido do pagador de impostos, deram a si próprios o poder de violar as leis e a Constituição Federal para “defender a democracia” — e essa defesa, desde o primeiro minuto, foi fazer tudo para impedir que Bolsonaro ganhasse a eleição. A campanha se fez debaixo da pior censura imposta à imprensa desde o AI-5 do regime militar. A liberdade de expressão individual foi liquidada nas redes sociais. 

O TSE desviou para Lula, com desculpas de quinta categoria, tempo do horário eleitoral que pertencia legalmente a Bolsonaro. Houve trapaça direta, também cerca 1.300 horas de mensagens devidas ao presidente em rádios do Nordeste simplesmente não foram levadas ao ar durante a campanha.  
O TSE não fez nada: a única providência que tomou foi ameaçar com processo criminal quem fez a queixa e demitir o funcionário que encaminhou a denúncia aos seus superiores. Inventaram, num momento especial de demência, multas de 150.000 por hora a quem não obedecesse aos decretos do sistema.  
 
O ex-ministro Marco Aurélio, até outro dia decano do STF, não teve permissão para dizer que Lula não foi absolvido de nada pela justiça brasileira; o homem é um jurista, mas não pode falar de uma questão puramente jurídica. Em outro momento extraordinário, Moraes proibiu que fossem mostrados vídeos em que ele próprio, Moraes, dizia que o PT fez um governo de ladrões — nos tempos em que não era o protetor de Lula, nem seu servidor. 
Proibiram uma foto em que Lula aparece com o boné usado por uma facção criminosa no Rio de Janeiro; na hora ele achou que era uma grande ideia, mas no fim os seus advogados decidiram que a coisa estava pegando mal e mandaram o TSE tirar. Uma ministra, para coroar este desfile de aberrações, anunciou em público que estava, muito a contragosto, violando a lei, mas só fazia isso de forma “excepcional” porque tinham de impedir a reeleição de Bolsonaro e, com isso, salvar a “democracia”. Nunca se viu nada de parecido em nenhum país sério do mundo.

Mas é aí que está, justamente: o consórcio STF-TSE transformou o Brasil, do ponto de vista legal, numa ditadura de republiqueta bananeira em que eleição só é ganha por quem manda. Volta a vigorar, agora, o Brasil da senzala, com os donos do “Estado” no papel de senhores de engenho e com a população escalada de novo para trabalhar, pagar imposto e sustentar a casa-grande. Sabe-se, desde sempre, quem é essa gente. São as múltiplas modalidades de parasitas do Tesouro Nacional — dos que estão diretamente instalados dentro da máquina estatal até os que se servem dela para ganhar a vida sem risco, sem competição e sem trabalho. São as empreiteiras de obras públicas, que governaram o país nos quase 14 anos de Lula-Dilma e agora voltam ao Palácio do Planalto — a turma do “amigo do amigo do meu pai” e você sabe muito bem quem mais
São os eternos donos das estatais, que passaram esses últimos quatro anos longe delas — um desastre que jamais tinham experimentado antes. Foi um período em que as estatais deram lucro; o que poderia haver de pior para quem ganha bilhões com os seus prejuízos, como foi regra na era PT? São, obviamente, os ladrões do erário público esses mesmos que confessaram livremente os seus crimes na Operação Lava Jato, devolveram fortunas em dinheiro roubado e fizeram do governo Lula, com base em provas materiais, o mais corrupto da história do Brasil. São os advogados criminalistas que defendem corruptos e o crime organizado. É a mídia, que voltará a receber verbas bilionárias em publicidade oficial pagas com dinheiro dos impostos; só a Globo, nos governos do PT, levou R$ 7 bilhões em valores corrigidos.

A vitória da associação Lula-STF é a vitória do Brasil da licença-prêmio, dos aumentos automáticos para o funcionalismo público e dos “penduricalhos” que fazem as castas mais elevadas do judiciário terem salários mensais de R$ 100.000 ou mais, sempre com uma explicação legal para isso. Ganham, com Lula, os 12 milhões de funcionários públicos de todos os níveis — é uma população inteira de eleitores, e a maioria vota no PT, por questões elementares de interesse pessoal. (No governo de Bolsonaro o número de servidores federais foi o menor desde 2011; alguma surpresa que Lula tenha aí um dos seus principais reservatórios de voto?) Ganham o “imposto sindical” e os proprietários de sindicatos, que enriquecem metendo esse dinheiro no próprio bolso. Ganha o “consórcio do Nordeste”, um bloco de governadores formalmente acusado de agir como organização criminosa durante a covid. 

Ganham os vendedores de navios-sonda para a Petrobras, que não extraíram uma gota de petróleo — mas embolsaram bilhões de reais até, convenientemente, suas empresas irem à falência. Ganham os artistas, ou quem se apresenta como tal, que em vez de público têm verbas do Estado, por força da infame “Lei Rouanet”. Ganha, em suma, o Brasil do antitrabalho as classes que não admitem o mérito, o esforço e o talento individuais como a base da prosperidade pessoal, do crescimento econômico e da igualdade social. Em vez disso querem políticas públicas” que sustentem o seu conforto e, como sempre, deixem a pobrada exatamente como está, com umas esmolas e a ficção de que “o governo” morre de preocupação com eles.

Na vida real, os 14 anos de governo petista deixaram o país com a maior recessão de sua história, inflação à beira do descontrole

Não há, a partir de agora, grandes notícias a esperar na economia. Lula, pelo que ele próprio vem dizendo aos gritos e há meses, é contra tudo o que foi posto em prática por este governo e deu certo — a começar pelo surgimento de estruturas produtivas que abriram a possibilidade de uma economia menos dependente do Estado. Quer mais estatal, mais ministério e mais funcionário público. Acha que desrespeitar o teto legal de gastos do governo é fazer “política social”. Acha que combater a inflação é coisa “de rico”; para ele, pobre precisa de aumento salarial e dinheiro no bolso, mesmo que esse dinheiro não valha nada. Acha que a Argentina é um modelo de administração econômica; só não está dando certo por culpa do capitalismo. Acha que os invasores de terra do MST devem fazer parte do governo — e por aí vai a procissão. Seu passado, em matéria de economia, é um pesadelo em formação. Ele passa o tempo todo dizendo que o Brasil vivia feliz, ninguém era pobre e todo mundo viajava de avião; na vida real, os 14 anos de governo petista deixaram o país com a maior recessão de sua história, inflação à beira do descontrole, taxas inéditas de desemprego, estatais à beira da bancarrota e a falência múltipla dos serviços prestados à população. Também não se pode contar com qualquer melhora no combate ao crime

As taxas de criminalidade ao fim dos governos petistas foram as piores da história; desde que saíram, todos os índices só tiveram melhoras. Qual a surpresa? Lula é contra a polícia; disse, para efeitos práticos, que os policiais não são seres humanos. Tirou foto com o tal boné de bandido numa favela governada pelo crime no Rio de Janeiro. Diz que é um absurdo prender “meninos” que roubam um mero celular — e mais uma porção de coisas do mesmo tipo. 

Pode-se contar com o pior, também, em matéria de transferência de dinheiro público brasileiro para a “América Latina”. Lula diz, o tempo todo, que os seus grandes modelos de sociedade são Cuba, Venezuela e Nicarágua. Proibiu, via TSE, que se dissesse que ele vive um caso de amor político com essas ditaduras, porque achou que isso não ficava bem na reta final da eleição, mas só provou a sua hipocrisia; é a favor, sim, e quis esconder que era até ser eleito. A partir de janeiro de 2023, esses três, mais Argentina, Chile, Colômbia e Bolívia, terão acesso de novo aos cofres do BNDES, à diretoria da Petrobras e aos US$ 400 bilhões que o Brasil mantém nas suas reservas internacionais. Por que não? Lula, o PT e o seu entorno acham que é bom juntar-se a países que são notórios perdedores; imaginam que vão ficar mais fortes, quando estão apenas somando os problemas dos outros a todos aqueles que o Brasil já tem.

Muito se falou, entre um turno e outro, no crescimento da direita e do “bolsonarismo” dentro do Congresso. As almas mais otimistas têm imaginado até que a nova composição da Câmara, e principalmente do Senado, poderia servir de freio para os desastres anunciados por Lula, pelo PT e pelo que passa por sua “equipe econômica”, sem contar o MST e outros componentes tóxicos. 

No Senado, em especial, os candidatos de Bolsonaro ficaram com a maioria das vagas em disputa nesta eleição — e isso poderia, quem sabe, abrir uma perspectiva de oposição à ditadura do STF, cujos ministros dependem dos senadores para continuar sentados nas suas cadeiras e nas suas canetas. Impossível não é. 

Mas também não parece provável, levando-se em conta o que mostra a experiência — deputado e senador brasileiro só fazem oposição de verdade a governo morto, como aconteceu com Dilma Rousseff. O Congresso não manda nada hoje; com Lula na presidência, promete mandar menos ainda. Obedece de olhos fechados, hoje, tudo o que o STF manda; no seu momento mais infame, concordou com a prisão ilegal de um deputado federal, por ordem e vontade de Alexandre Moraes, um caso sem precedentes na história da República. Por que iria enfrentar o STF com Lula, se não enfrenta nem com Bolsonaro?

O STF está com a vida ganha; não deve ser mais o que é hoje, quando manda em tudo, mas a lagosta fica garantida

Se o presidente tivesse ganhado, a história poderia ser diferente seus senadores assumiriam com o dobro da força política, e os ministros poderiam se ver diante de um perigo real. Com Lula no governo, porém, o STF está com a vida ganha; não deve ser mais o que é hoje, quando manda em tudo, mas a lagosta fica garantida. O fato é que o grande objetivo do STF foi alcançado tiraram Bolsonaro do Palácio do Planalto, depois de quatro anos inteiros de sabotagem e de oposição declarada a seu governo. 

Agora os ministros vão trocar o passo; em vez de dar ordens ao presidente, estarão a seu serviço. Foi assim durante toda a caminhada que levou Lula de novo à presidência. Por que ficariam contra, agora que ele ganhou? O Congresso, hoje, pode decidir o que quiser — é o STF quem diz se a decisão vale ou não vale. Vai continuar dizendo — só que, daqui para a frente, os ministros vão querer o que Lula quiser, e só vai valer aquilo que ele decidir que vale.

Lula tem desde já uma explicação pronta para todo e qualquer fracasso do seu governo — será culpa da “herança maldita” de Bolsonaro, assim como já foi com a “herança maldita” que recebeu de seu atual admirador Fernando Henrique Cardoso, como disse na época. É exatamente o contrário, num caso e no outro. Agora, em especial, ele vai receber uma casa em excelente situação — infinitamente melhor que as ruínas que sua sucessora Dilma deixou ao ser deposta da Presidência pelo Congresso Nacional. Mas e daí? Ele estará de volta ao que seu vice definiu como o local do crime. Pode começar tudo de novo.

Leia também “Uma eleição suja”

J. R. Guzzo, colunista -  Revista Oeste

 

Sem Deus, o mal vira Deus - Gustavo Corção

Nota do editor do site: Ontem à noite (30/10), reli um artigo que Gustavo Corção publicou em agosto de 1962. O título é “De Profundis” (Das profundezas) e a íntegra está disponível no site Permanência.org, podendo ser saboreada aqui. O trecho destacado me pareceu perfeito para o dia de hoje.

Chega, entretanto, a hora em que toda essa luta se transforma numa espécie de pesadelo, ou numa espécie de loucura. Um cansaço mortal esmaga o coração, um coro de zombarias parece dizer que tudo é vão neste mundo absurdo e submerge a alma, matando não só as esperanças como também aquelas flores do passado que pareciam tão solidamente plantadas no fato de terem existido. E o mundo então nos parece mau. Mau e estúpido. Errado. Incôngruo. Abortado.

Ora, é nesse momento, nessa exata hora de acabrunhamento total e de total escuridão, que Deus nos surge e nos diz, não mais escondido, não mais disfarçado, mas presente e quase sensível, presente e quase visível, nos diz que sem Ele o desconcerto do mundo seria um gracejo das essências, ou uma insuportável piada produzida ao acaso pela matéria menor do que por nós e nossa autoria.

Nos diz Deus, no fundo dos abismos, que sua existência é exigida pela ordem do mundo, pela harmonia das órbitas, das causas, dos seres, mais ainda mais urgentemente exigida pela desordem, que não pode ser a razão de ser do universo, a lei do mundo, sem nos forçar a uma loucura decidida, sem nos rebaixar à mais completa e humilhante capitulação.

Sem Deus, o Mal vira Deus. E a alma cansada e triste fica sem saber de onde lhe vem a força de ficar triste, e a força de se sentir cansada. E de onde lhe vem a fatigada força de julgar o mundo.

 Gustavo Corção

 

Os 11 princípios de Goebbels - Dárcio Bracarense

Vamos aos 11 princípios do ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels e as semelhanças doutrinárias com a atuação do Consórcio que se reuniu em torno do projeto Lula:

1.- Princípio da simplificação e do inimigo único.

"Simplifique e não diversifique". Escolha apenas UM inimigo por vez. Ignore qualquer tendência social democrata, liberal e outros que possam surgir como lideranças conservadoras de matiz acadêmica. Concentre-se em um (Bolsonaro) até acabar com ele.

2.-Princípio do contágio
"Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem". Crie uma memoria coletiva afim de "mostrar como o presente e o futuro estão sendo contaminados por este inimigo".

3.-Princípio da Transposição

"Transladar todos os males sociais a este inimigo". Doenças, violência, queimadas, crises econômicas internacionais... O segredo é cravar: "É culpa do Bolsonaro".

4.-Princípio da Exageração e desfiguração

"Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos criando assim um clima de profunda insegurança e temor". “Falando palavrões, estaremos isolados no mundo?”, ou, "se ele mente, será que o preço do combustível e dos alimentos será mantido?".

5.-Princípio da Vulgarização

Transforma tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do Bolsonaro parecerem vulgares, ordinárias, sem profundidade, sem respeitabilidade...

6.-Princípio da Orquestração

Fazer ressonar os boatos até se transformarem em notícias sendo estas replicadas pela “imprensa oficial’. Como 50 apartamentos comprados com dinheiro vivo. Canibal. Aumento de salário abaixo da inflação, etc...

7.-Princípio da Renovação

Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre Bolsonaro) para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas.

8.-Princípio do Verossímil

Discutir a informação com diversas interpretações de "especialistas", mas todas contra Bolsonaro. O objetivo deste debate é fazer o receptor perder a noção da realidade e ficar em dúvida acerca das próximas informações que partirem do "inimigo".

9.-Princípio do Silêncio.

Ocultar toda a informação que não seja conveniente. Abafar qualquer entrega do governo Bolsonaro. Ocultar dados econômicos e, quando impossível de fazer, incluir um "mas" na notícia, recorrendo ao princípio número 4, que "desfigura" a informação trazendo insegurança.

10.-Princípio da Transferência

Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato se acresce com um fato que tenha acontecido antes. "Todos os casos de ação policial que termina em morte, ligamos ao Regime Militar e transferimos a responsabilidade ao Bolsonaro".

11.-Princípio de Unanimidade

Busca convergência em assuntos de interesse geral apoderando-se do sentimento produzido por estes e colocá-los contra o Bolsonaro. "Os ambientalistas apontam que...", ou, "a "comunidade científica" indica que Bolsonaro... [todos esses principios foram usados contra Bolsonaro.]

 Dárcio Bracarense    -      Reproduzido da página do autor no Facebook

 

Quieto e abatido, Bolsonaro é aconselhado a acelerar pronunciamento sobre vitória de Lula - O Globo

O presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada
O presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada Cristiano Mariz/Agência O Globo

O presidente Bolsonaro não consegue esconder o abatimento e a decepção que teve com a derrota nas urnas para Lula. Lacônico, tem mostrado sentimento de indignação a quem esteve com ele.

Membros da ala política que já conseguiram falar com Bolsonaro, no entanto, têm defendido que o presidente se pronuncie logo pelo reconhecimento da vitória de Lula. O principal argumento é que, com o gesto, resguardaria o capital político que conquistou e “sairia grande” da eleição. [Presidente Bolsonaro, pedimos permissão para opinar com alguma sugestões  a Vossa Excelência: 
- ignore que o endemoniado ganhou, não reconheça a vitória - afinal foi uma campanha eleitoral em que a tônica das decisões judiciais foi: negar tudo, ou quase tudo que a campanha do presidente pedir e conceder tudo ao adversário
- ignore os chefes de Estado e/ou governo que  buscaram tornar mais dificil para o senhor governar o Brasil - especialmente Biden e Macron; 
- governe os dois meses restantes pensando no Brasil e nos brasileiros e não facilite em nada a vida do descondenado. 
Ele e os seus asseclas e 'aspones' que se virem = o compromisso do senhor é com o Brasil e os brasileiros.
Encerrando: cuidado, pois alguns dos inimigos do Brasil já procuram forma de prendê-lo logo que passe a faixa - aliás, siga o exemplo do presidente Figueiredo e não passe a faixa. Assine no dia e horário aprazados a documentação necessário, mas não até o petista, nem o receba.
A propósito,  o descondenado já começou a falar bobagem: ‘Não aceitaremos uma nova guerra fria entre EUA e China, diz Lula após vitória. Afinal, quem ele pensa que é? 
Deve achar que já esquecemos que no primeiro mandato ele ficou de 'quatro' diante do Morales e entregou duas refinarias da Petrobrás para o boliviano.] 

Bela Megale, colunista - O Globo 


Moraes roubou a cena - Revista Oeste

Augusto Nunes

O presidente do TSE é o mais poderoso sem-voto da política brasileira 

Ah, Moraes!, deve estar exclamando em silêncio, a cada mirada no espelho, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, grávido de admiração pela figura que vê. Ele era Alexandre quando promotor de Justiça, secretário municipal da prefeitura paulistana, secretário estadual do governo Geraldo Alckmin e ministro de Estado durante a passagem de Michel Temer pela Presidência da República. 
Só depois de premiado com a toga pelo chefe, eternamente grato ao secretário de Segurança Pública que esbanjara discrição nas investigações do caso do hacker que invadiu o celular da primeira-dama Marcela Temer, o prenome foi demitido pelo sobrenome. Perto dos 50 anos, Alexandre tornou-se Moraes.

Alexandre de Moraes | Foto: Montagem Revista Oeste/STF?SCO

Alexandre de Moraes | Foto: Montagem Revista Oeste - STF?SCO

E que Moraes!, deve estar suspirando de meia em meia hora o advogado formado na faculdade do Largo de São Francisco. Em março de 2017, ao pousar no Pretório Excelso, o único ministro indicado por Temer, o Breve,  parecia condenado a um longo estágio na igrejinha dos devotos do agora decano Gilmar Mendes, então governador-geral do Supremo. Neste último domingo de outubro, o discípulo foi homenageado pelo mestre, que considerou “fundamental” o papel desempenhado pelo TSE no ano eleitoral de 2022. TSE é o codinome do ministro que o preside, e Moraes roubou a cena pertencente a candidatos ao transformar-se no mais poderoso. Encerrou a campanha transformado no sem-voto mais poderoso da história política brasileira.

Na tarde de 30 de outubro, logo depois do encerramento da votação, o atual presidente do tribunal convocou uma entrevista coletiva para divulgar o balanço das atividades mais recentes e para aplaudir-se pelo próprio desempenho. Ficou tão exultante que quase exibiu o sorriso banido do rosto desde a chegada ao STF. Não conseguiu ir tão longe. Foi com a carranca de festa (usada quando comemora o aniversário de algum parente ou o cumprimento de mais um mandado de prisão) que o chefão do TSE divulgou as façanhas protagonizadas nas 36 horas anteriores, inteiramente consumidas pelo infatigável combate a fake news.

Moraes acredita ter chefiado a mais democrática das eleições realizadas desde a primeira escolha do primeiro líder de uma tribo de homens das cavernas. Foi uma das mais sujas da história do Brasil

A poucos dias do pleito, por decisão unânime, os seis doutores em votos e urnas que completam o tribunal resolveram facilitar as ofensivas e ataques pelos flancos planejados pelo comandante: Moraes foi dispensado de aguardar o aparecimento de alguma queixa ou denúncia para entrar em ação. 
Também se dispensou de aguardar o aval do plenário para ordenar a remoção de qualquer coisa que o desagradasse. 
Bastava enxergar algum vestígio de tapeação e decolava rumo ao espaço outro hediondo crime eleitoral. 
No balanço, contudo, fez questão de atribuir ao TSE proezas que protagonizou sozinho.

O surpreendente surto de generosidade também aconselhou o caçador de delinquências digitais a evitar o uso exagerado da primeira pessoa do singular. Acabou derrapando no plural majestático ao relatar o que andou fazendo. Não foi pouca coisa. “O TSE determinou a retirada de 354 posts impulsionados que disseminavam fake news em diversas plataformas digitais, que rapidamente acataram o pedido”, informou. “Também decidimos desmonetizar sete sites e remover 701 notícias fraudulentas.” Depois da pausa, e de sobrevoar a turma da imprensa com um olhar superior, o juiz mais loquaz do planeta, que só fala fora dos autos, engatou a quinta marcha e acelerou: “O TSE suspendeu 15 perfis de grandes propagadores de fake news”.

Para justificar o castigo, puniu o idioma com um desfile de redundâncias: “Essas mensagens são consideradas crimes eleitorais, conforme disposto no artigo 296 do Código Eleitoral, uma vez que promovem desordem eleitoral que pode prejudicar os trabalhos eleitorais”. Outra pausa e o fecho superlativo: “Também banimos cinco grupos do Telegram que envolviam a participação de 580 mil pessoas”. Tudo isso e mais um pouco em apenas 36 horas. Menos de dois dias. Haja produtividade.

Amparado em cifras do mesmo porte, Alexandre de Moraes acredita ter chefiado a mais democrática das eleições realizadas desde a primeira escolha do primeiro líder de uma tribo de homens das cavernas. Foi uma das mais sujas da história do Brasil, deformada pelo ativismo judicial, por decisões arbitrárias, pela parcialidade descarada, pelo cinismo sem camuflagens, por sucessivos socos e pontapés na Constituição, pelo rebaixamento da Justiça Eleitoral a integrante da inverossímil frente ampla composta hegemonicamente de gente que deveria mandar prender e gente que merecia estar engaiolada.

Moraes festeja o aniversário em 13 de dezembro de 1968, dia em que se consumou o parto do Ato Institucional nº 5. Data de nascimento é destino.

Leia também “A exumação da censura”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste


O risco de um terceiro turno - Luciano Trigo

Gazeta do Povo - VOZES
 
O título deste artigo seria o mesmo caso Jair Bolsonaro tivesse vencido. Em uma eleição fadada a ser decidida por uma diferença mínima de votos, e na qual os laços do eleitorado com os dois candidatos têm componentes emocionais e psicológicos profundos, fosse qual fosse o vencedor ele teria pela frente o desafio de lidar com a rejeição de dezenas de milhões de brasileiros.
 
 
Foto - Reprodução/Instagram

Bastaria esse fator para prolongar a polarização da campanha eleitoral para muito além do fechamento das urnas, em um anunciado terceiro turno. Foi, aliás, o que aconteceu na eleição passada, quando o terceiro turno começou na mesma noite da divulgação do resultado – e se prolongou pelos quatro anos seguintes. Tivesse sido Bolsonaro reeleito, seguramente essa situação também se repetiria pelos próximos quatro anos.

Mas não é só isso. Tendo sido Bolsonaro o perdedor, seu eleitorado se sente no direito de achar que o processo eleitoral não foi justo nem isonômico (por via das dúvidas, atenção, censores de plantão: aqui e no restante deste artigo, não estou afirmando que algo aconteceu, estou dizendo que está é a percepção generalizada entre os eleitores do presidente).[fazemos nossas as palavras destacadas em itálico negrito e entre parênteses do articulista  ao  tempo perguntamos: 'foi justo e isonômico um processo eleitoral em que a repartição pública encarregada de administrar as eleições, proibiu a um dos lados praticamente tudo e ao outro permitiu quase tudo??? Um exemplo: a campanha do presidente Bolsonaro não pode veicular vídeo no qual o candidato do outro lado agradecia a natureza pela covid-19; quando o descondenado percebeu que tinha falado besteira, conseguiu que o TSE proibisse a veiculação do vídeo na campanha eleitoral do presidente Bolsonaro.]

 Desnecessário detalhar aqui as reiteradas ocasiões em que, na percepção desse eleitorado, três atores que deveriam agir como fiadores da lisura e da neutralidade da eleição agiram de forma partidária, como cabos eleitorais de um candidato em detrimento do outro: a grande mídia, os institutos de pesquisa e a própria Justiça.

No eleitorado de Bolsonaro, foi generalizada a percepção de que o “sistemaestava disposto a tudo para eleger o outro candidato. Por exemplo, sob a alegação de defesa da democracia, a censura foi reabilitada. Em dois episódios dignos da ditadura militar, a Jovem Pan foi amordaçada, com vários jornalistas afastados, e um documentário sobre o atentado da campanha de 2018 foi proibido sem sequer ter sido assistido.

Enquanto isso, o consórcio da grande mídia e até ministros do Supremo deixavam clara sua preferência, e outro documentário, que afirmava que o atentado foi uma farsa, continuou sendo livremente exibido em plataformas de streaming.

Por sua vez, institutos de pesquisa que erraram miseravelmente no primeiro turno continuaram a divulgar números mirabolantes – por exemplo, ainda ontem apontavam empate técnico para governador em São Paulo como se nada estranho tivesse acontecido, e como se a sua credibilidade não tivesse sido comprometida.

Além disso, até as vésperas da votação, o programa eleitoral de um candidato espalhava sem qualquer cerimônia que o outro candidato planejava acabar com as férias e o décimo-terceiro salário, como se estivesse liberado para divulgar fake news, enquanto o programa eleitoral do outro não podia sequer mencionar alguns acontecimentos da nossa História recente, e jornalistas estavam proibidos de empregar determinadas palavras.

Por fim, uma denúncia bem fundamentada de sabotagem a mais de 140.000 inserções nas emissoras de rádio de um candidato no segundo turno, que pode ter impactado fortemente a votação no Nordeste, foi sumariamente rejeitada pelo mesmo órgão que ordenou uma operação de busca e apreensão contra empresários com base em prints de conversas em um grupo privado no WhatsApp.

Por tudo isso, é compreensível que a percepção de parte do eleitorado tenha sido de que o jogo não foi justo como deveria. Ainda assim, vale lembrar, Bolsonaro venceu com folga em três das cinco regiões do país - Sudeste, Sul e Centro-Oeste - e venceu apertado na Região Norte. Só perdeu no Nordeste. .

Um voto condicional
Por óbvio, o resultado das urnas deve ser respeitado, mas é ilusão acreditar que o eleitorado de Bolsonaro vai esquecer tudo isso. As condições objetivas para o terceiro turno estão dadas. Além de conviver com o inconformismo de 58 milhões de eleitores, o novo presidente enfrentará outros desafios nada triviais: primeiro, o de lidar com um Congresso majoritariamente conservador e de direita, bem como com governadores de oposição eleitos com folga – dois deles no primeiro turno – nos três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

E, principalmente: se não quiser sofrer um rápido desgaste, o novo governo terá de dar continuidade ao processo de recuperação da economia observado nos últimos meseso que pode ser particularmente difícil se considerarmos os sinais emitidos na campanha e a inevitável pressão que virá dos setores mais à esquerda do chamado campo progressista.

Estivéssemos vivendo uma recessão, com inflação e desemprego subindo, o candidato do PT teria vencido no primeiro turno. Mas o fato é que hoje os indicadores econômicos são positivos, existe a sensação de estabilidade e previsibilidade, e não haverá uma “herança maldita” sobre a qual jogar a culpa em um eventual cenário de deterioração econômica.

Não precisa nem chegar perto da tragédia vivida pela Argentina: se a inflação e o desemprego voltarem a crescer, se a trajetória de recuperação do crescimento do PIB for interrompida, se a gasolina voltar a subir – e torço, sinceramente, para que nada disso aconteça – a situação pode se complicar muito rapidamente, porque a população está cansada de crises.

É fácil visualizar milhões de brasileiros frustrados ou insatisfeitos voltando a ocupar as ruas, aos primeiros sinais de um revertério na economia. E chego aqui ao coração da matéria, ao cerne da questão: da mesma maneira que aconteceu em 2014, quando Dilma Rousseff foi reeleita em uma eleição apertada (mas muito menos apertada que a de hoje), o voto que decidiu a eleição de 2022 foi condicional. Em 2014, apesar das evidências em contrário, o eleitor volátil resolveu dar uma chance a Dilma, acreditando em suas promessas. Ela já começou o segundo mandato sob pressão.

Muito rapidamente, aquele mesmo eleitor entendeu que as promessas de campanha não iriam se cumprir. Como Dilma foi reeleita com a condição de entregar o que prometeu e não entregou [infelizmente, o descondenado eleito não vai conseguir entregarela perdeu rapidamente a base de apoio que a sustentava, no Congresso e na sociedade.

Todo mundo sabe o que aconteceu em seguida: veio o longo e sofrido processo de impeachment, e Dilma foi mais uma vítima da “maldição do Vice”Torço sinceramente para que o Brasil não tenha que passar por isso novamente, para que não haja nenhuma crise, para que a economia continue a prosperar com bases sólidas e responsabilidade fiscal, para o bem da população. Mas nem tudo pelo que a gente torce acontece, e algumas condições objetivas para um retrocesso econômico parecem dadas, até porque já foram anunciadas.

 

O tempo não anda para trás
Eu e muitas pessoas que conheço já passamos pela seguinte experiência: uma viagem que ficou na memória como tendo sido maravilhosa. Anos depois, a gente resolve repetir a mesma viagem, na expectativa de reviver as mesmas sensações, e é só derrota. Porque uma viagem não é só o destino: é também o timing, o contexto, a companhia, o momento que estamos vivendo.

Tenho a sensação de que, como os viajantes reincidentes, muitos eleitores foram motivados, em alguma medida, pela nostalgia, pelo desejo de recuperar as suas experiências subjetivas do período 2003-2010, quando, em uma bonança alavancada pelo boom das commodities, a economia brasileira efetivamente cresceu, e existiu a percepção de que programas de distribuição de renda foram eficazes em promover a justiça social de uma forma inédita no país (estou falando, repito, da percepções).

Como nas viagens, nossa memória em relação à política é seletiva: tendemos a ficar só com as lembranças boas e apagar do HD as crises e os escândalos de corrupção que marcaram aquele período.A campanha vencedora deste ano soube capitalizar essa nostalgia: apostou na esperança de uma volta a um passado idealizado na memória (ou na fantasia, no caso dos mais jovens), quando o amor triunfava e todos eram felizes.

Mesmo que isso fosse uma verdade objetiva, e não uma percepção subjetiva, o problema é que o tempo não anda para trás. O contexto, as circunstâncias e a própria sociedade brasileira são hoje completamente diferentes de 20 anos atrás. Basta dizer que em 2003 sequer existia direita no país: a esquerda era senhora absoluta das ruas e das redes sociais. Não havia um político conservador com a mínima capacidade de mobilizar o povo. A narrativa era hegemônica.

Hoje não é mais assim. Haverá, certamente, um período de festa e catarse, porque há muita energia represada. Mas, como sempre, em algum momento a realidade prevalecerá, porque ninguém vive de narrativa.Os boletos continuarão a chegar. Os problemas reais das pessoas não serão resolvidos em um passe de mágica: podem até piorar, caso a economia se descontrole. A lua-de-mel do eleitor casual com o novo governo pode durar pouco tempo.

Tomara que não aconteça, mas um risco real é que, como os viajantes citados acima, muitas dessas pessoas rapidamente passem a se perguntar: "Que estranho, da primeira vez que estive aqui foi tão legal... Por que agora não está dando certo, se derrotamos o Fascismo? Por que meu filho tem diploma universitário, mas não consegue emprego e passa o dia inteiro na internet? Por que não estou comendo picanha? Cadê a minha picanha???"

E, principalmente, no caso do eleitor minimamente preocupado com a liberdade de expressão:Por que não posso mais criticar o governo? Era tão bom poder falar qualquer coisa sem sentir medo, era tão bom poder chamar Bolsonaro de fascista e genocida sem que nada me acontecesse...”.

PRF afirma que há bloqueios de caminhoneiros em 11 estados e no DF

 Protestos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fecham pontos de rodovias em todo o país; atos começaram na noite de domingo

A Polícia Rodoviária Federal informou nesta segunda-feira, 31, que há pontos de aglomeração e bloqueio de caminhoneiros em 12 estados brasileiros. A maioria dos pontos de protestos são estados em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve mais votos.

Protesto de caminhoneiros

 Valter Campanato - Agência Brasil

Segundo a PRF, há atos em estradas federais no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Pará.  Dos estados, apenas MG e PA tiveram derrota de Bolsonaro nas urnas.A PRF segue atenta, monitorando todas as ocorrências e com efetivo empregado na tarefa de garantir fluxo viário normal a todos os cidadãos”, afirma em nota a corporação. Segundo levantamento divulgado pela Abrava, associação dos caminhoneiros, são 63 pontos com protestos e bloqueios parciais ou totais de rodovias.

Os protestos começaram na noite de domingo, 30, pouco após Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ser declarado presidente eleito do Brasil. Os caminhoneiros, em sua maioria apoiadores do presidente Jair Bolsonaro foram para rodovias, dizendo que só desocupariam as vias mediante a intervenção militar. O primeiro ato foi registrado em Santa Catarina, mas se espalharam pelo país. No estado, são 19 pontos de paralisação no momento. Na Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, há pontos de bloqueio nos dois sentidos da rodovia, na altura de Barra Mansa (RJ).

Protestos
Os caminhoneiros foram uma das mais importantes bases de apoio de Bolsonaro na campanha de 2018 que o levou à presidência. Em junho daquele ano, os motoristas autônomos pararam estradas do país por dez dias devido a alta dos preços do diesel. Quando chegou ao Planalto, a relação de Bolsonaro e dos caminhoneiros ficou mais complicada com a cobrança de diversas ações como tabelamento do frete e o fim da política de paridade do preço do combustível (PPI), seguida desde 2016.

Durante o mandato, o governo conseguiu segurar diversas tentativas de paralisação do país. Em novembro de 2021, o Ministério da Infraestrutura conseguiu 29 liminares na Justiça para evitar paralisações sob risco de multa para os organizadores da manifestação, e com isso, conseguiu desmobilizar o movimento que pedia a redução do preço dos combustíveis. Em meados deste ano, o governo engendrou o auxílio caminhoneiro, no valor de 1.000 reais, para tentar reduzir a insatisfação da categoria.

Em 2020, entretanto, um movimento de caminhoneiros simpatizantes ao presidente Jair Bolsonaro fez atos em diversos estados do país depois das manifestações do 7 de setembro daquele ano, em que Bolsonaro fez discursos anti-democráticos, contra o Supremo Tribunal Federal e o sistema eleitoral brasileiro.

Economia - Revista VEJA

 

Depois da hora mais grave - Percival Puggina

São 20 horas e 11 minutos do dia 30 de outubro. Acabei de ouvir o deputado Arthur Lira manifestar-se oficialmente sobre o resultado da eleição mais manipulada que já presenciei e que entregou a Lula a presidência da República. Ele terminou seu pronunciamento com um “Viva a democracia!”.

Este é o meu modesto pronunciamento. Temo os anos por vir. Esta eleição não foi o ápice de uma disputa política. Muito mais estava em debate! Eram duas visões antagônicas de pessoa humana, de sociedade, de Estado. O processo era político-eleitoral, mas o que mobilizava aqueles que, por menos de 2% dos votos perderam a eleição, eram questões sociais, econômicas, filosóficas, espirituais, civilizacionais, que tínhamos e preservaremos como fundamentais para o Brasil que amamos e queremos para nossos filhos e netos.

O país marcou, hoje, um reencontro com o passado. Estamos voltando a 2003, quando Lula e seu partido assumiram o Brasil com a economia arrumada pelo Plano Real (a que se haviam oposto) e o perderam em 2016 numa mistura sinistra de inflação, depressão e corrupção. Por Deus, que não se reproduza a tragédia!

No entanto, ainda que tenha essa compreensão sobre o acontecimento de hoje, eu quero o bem do país. Considero impossível que ele venha pelas mãos de Lula e da esquerda. 
Mas jamais direi uma palavra contra meu país, jamais irei macular sua imagem, jamais farei o que nos últimos seis anos fizeram aqueles que hoje comemoram a retomada do poder. Para mim, quanto pior, pior para todos; quanto melhor, melhor para todos.
 
Infelizmente, em nosso sistema político, sobre cujos defeitos tanto tenho escrito, a democracia a que Arthur Lira ainda agora deu vivas acabou minutos antes. A democracia é o flash da eleição. 
É como um relâmpago com dia e tempo certos para acontecer. 
Está marcado no calendário constitucional. 
Depois, o que resta, o que resta a partir de agora, é o estado de direito e este, através do legislativo e do judiciário, tem se revelado surdo e cego ao povo, senhor da eleição. Ao longo dos últimos anos tivemos tantas evidências disso!

Essa deficiência sensorial foi um problema gravíssimo. Como desserviu à democracia um STF que colegiadamente se proclamou “contramajoritário” e criou a própria “democracia” no seuestado de direito” sem votos! No entanto, tal deficiência veio acentuada por sucessivos ataques às liberdades essenciais de opinião e expressão, lesadas desde bem antes do processo eleitoral.

Estarei, portanto, na resistência por verdades, princípios, valores e liberdade. Torcendo pelo bem do Brasil e seu povo. Agradeço ao presidente Bolsonaro e sua equipe pelo muito que fizeram sob as piores condições que se possa imaginar, fortuitas e provocadas, mas sempre sinistras.

*    Atualizado em 31/10/2022, às 09h07min.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

Pressão pela convergência - Alon Feuerwerker

 Análise Política

O cenário político pós-eleição coloca ao presidente eleito o duplo desafio: articular uma maioria parlamentar no Congresso conservador para governar sem sobressaltos, e combinar isso com uma política de governadores (não confundir com a expressão da República Velha) que garanta estabilidade federativa, fator importante também para estabilizar o Legislativo. E isso num ambiente político-partidário nacional cindido. Não será trivial. [Temos o PENSAMENTO, OPINIÃO, que o ex-presidiário eleito, está na situação em que Carlos Lacerda descrevia para Getúlio: " ... não pode ser candidato, se candidato não pode ser eleito, se eleito não pode ser diplomado, se diplomado não será empossado, se empossado não pode governar. ..." O fim do Getúlio faz parte da história.]

Nem sempre a lógica prevalece, mas se der a lógica o presidente eleito precisará enveredar, pelas razões expostas, por um caminho mais aglutinativo que divisivo. Um fator trabalha a favor dessa tendência: a necessidade de sobrevivência política. Mas outro fator trabalha contra: apesar da frente ampla inorgânica que se agrupou em torno do vencedor, em termos orgânico-partidários a aliança que o sustentou é essencialmente puro-sangue.

Essa necessidade de convergir a um ponto médio num ambiente conflagrado imporá certamente limitações a mudanças bruscas de política econômica, e também desaconselhará radicalizar, por exemplo, a agenda dita identitária. Se, novamente, der a lógica, o governo deverá buscar soluções programáticas centrípetas e não centrífugas. A começar do ponto nevrálgico imediato: a eleição para as presidências do Congresso.

Mais que ganhar as disputas pelo comando da Câmara dos Deputados e do Senado, o fundamental para o governo é não ser derrotado. O ideal será ter comandantes nas Casas alinhados com o Planalto, mas será preciso acompanhar para ver o risco que o novo governo estará disposto a correr nessas batalhas iniciais. 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político


Após vitória de Lula, caminhoneiros fecham vias e pedem intervenção militar

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) convocam eleitores para protestos, fecham BRs e afirmam que só vão "liberar" quando Forças Armadas "tomarem conta"

Após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições, neste domingo (30/10), caminhoneiros apoiadores do presidente fecharam trechos de estradas no Mato Grosso. Outras lideranças da categoria se organizam para bloquear BRs em Minas Gerais, Bahia, Goiás e no Sul do país. [em nossa opinião as Forças Armadas, cujo comandante supremo é o presidente da República, JAIR BOLSONARO, devem permanecer aquarteladas, da mesma forma as Polícias Militares, que o petismo quer extinguir.
Forças federais só devem ser acionadas mediante requisição dos chefes de Poderes, ao presidente da República, na forma do artigo 142 da CF.  E,  em conformidade com a LC nº 97, de 9 de junho de 1999,  especialmente o artigo 15.
Ainda ontem a PRF tentou trabalhar no controle de trânsito e seus policiais quase são presos - conforme instruções da presidente do perda total.
MANTER A PAZ E PRESERVAR VIDAS É O QUE IMPORTA.]

Os apoiadores do presidente derrotado nas urnas alegam não aceitar a vitória do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito com 50,90% dos votos válidos, e pedem por uma intervenção militar. “72 horas para o exército tomar conta [...] Não tem político nenhum que vai chegar perto de nós e só saímos da rua quando o Exército intervir. É o nosso futuro que está em jogo”, afirmou um dos integrantes do movimento em vídeo publicado na internet.

Alguns caminhoneiros estão usando os próprios caminhões para bloquear as vias, outros estão queimando pneus. Os protestos são acompanhados do hino nacional, como trilha sonora, e manifestantes vestidos com a camisa do Brasil e a bandeira do país amarrada ao corpo. Eles também reivindicam o artigo 142 da Constituição Federal, que estabelece que as Forças Armadas "destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem". 

De acordo com os caminhoneiros, eles “só voltarão para casa quando o exército tomar o Brasil”. Alguns integrantes da categoria estão usando as redes sociais para convocar eleitores de Bolsonaro para os protestos e, segundo alguns manifestantes no Twitter, representantes do agronegócio também estão aderindo à paralisação. “Ou lutamos agora ou perderemos o Brasil para o resto da vida”, disse um bolsonarista em vídeo.

Parabéns aos caminhoneiros e o verdadeiros brasileiros ainda dá tempo de salvar o Brasil desobediência cível já..142

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA