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domingo, 31 de julho de 2016

Manifestantes favoráveis ao impeachment vão à Esplanada neste domingo

Postamos apenas para registro. Dilma já era, está morta e enterrada politicamente

O processo de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado vai ser iniciado no dia 29 de agosto. A decisão foi anunciada no último sábado (30/7)

Cerca de cinco mil manifestantes passaram pela Esplanada dos Ministérios na manhã deste domingo (31/7) durante um ato pró-impeachment. De acordo com informações preliminares da Polícia Militar, além do público, um grupo chamado "Movimento Democracia Direta", que defende a saída de Dilma Rousseff e de Michel Temer, precisou ser escoltado pelos policiais após um princípio de conflito entre manifestantes contra a presidenta. A movimentação chegou ao fim por volta das 13h. No microfone aberto, discursos celebram Jesus Cristo, intervenção militar e pedem o fim da imunidade parlamentar.

O processo de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado vai ser iniciado no dia 29 de agosto. A decisão foi anunciada no último sábado (30/7) pela assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal (STF) e foi acertada depois de um encontro entre presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). 

"Conforme entendimentos entre os técnicos do Supremo e do Senado, a expectativa dos prazos é a seguinte: 
- dia 9 de agosto: Sessão Plenária de Pronúncia, sob a coordenação do presidente do Supremo; 
- até 48 horas após, acusação apresenta libelo e rol de testemunhas; sucessivamente, 
- até 48 horas depois, defesa protocola contrariedade e rol de testemunhas; 
- em seguida, decurso do prazo de 10 dias previsto no parágrafo único do art. 60 da Lei 1079/50; 
- primeira data possível para início da fase de julgamento, respeitados os prazos acima elencados: 26 de agosto (sexta-feira); data acordada: 29 de agosto (segunda-feira). 
A expectativa dos técnicos é que o julgamento se prolongue por uma semana", diz parte do documento.

Para haver aprovação do impeachment são necessários 54 votos, o que representa dois terços dos 81 senadores.  
[no mínimo 59 votos pelo impeachment - este é o menor escore pró impeachment.]

Infelizmente não será necessária a INTERVENÇÃO MILITAR CONSTITUCIONAL

Fonte: Correio Braziliense 

 

‘O mais pesado’

Principal liderança do País, Lula vai esgotando possibilidades para 2018


A “fonte” é quente: o que já saiu não é nada leve, mas as denúncias “mais pesadas” contra o ex-presidente Lula ainda estão por vir. É por isso que Lula e seus advogados se antecipam, em busca de uma duvidosa proteção no Comitê de Direitos Humanos da ONU. No ambiente político, a sensação é de que foi um ato de desespero, indicando que Lula sabe que pode ser preso e estaria aplainando terreno para um futuro pedido de asilo político.

Obstrução de Justiça ao tentar evitar delações premiadas contra amigos e contra si, ocultação de patrimônio no caso do sítio e do triplex, suspeita de palestras fictícias para empreiteiras, envolvimento do filho na Zelotes... tudo isso, que já não é pouco, é apenas parte da história. Os investigadores estão comendo o mingau pelas bordas, até chegar ao centro, fervendo. No centro, podem estar as perigosas relações de Lula com o exterior, particularmente com Portugal, Angola, Cuba e países vizinhos. E o calor vem da suspeita – com a qual a força-tarefa da Lava Jato trabalha – de que Lula seja o cérebro, ou o chefe da “organização criminosa”. No mensalão, ele passou ao largo e José Dirceu aguentou o tranco. No petrolão, pode não ter a mesma sorte – nem escudo.

Lula tornou-se réu pela primeira vez, na sexta-feira, pelo menor dos seus problemas com a Justiça: a suposta tentativa de evitar a delação premiada do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, para que ele não abrisse o bico sobre as peripécias de seu amigo José Carlos Bumlai. Peripécias essas que seriam para atender a interesses, conveniências e possivelmente pedidos de Lula.  Digamos que tentar obstruir a Justiça é um “crime menor”, quando Lula é suspeito de ter ganho fortunas e viver à custa de empreiteiras, numa rede de propinas, de toma lá, dá cá. Menor, mas impregnado de simbologia e de força política.

Os fatos embolaram-se de quinta para sexta-feira, num ritmo de tirar o fôlego. Lula entra com a petição no Comitê da ONU, acusando o juiz Sérgio Moro de “abuso de poder” e “falta de imparcialidade”. Ato contínuo, sai o laudo da PF mostrando, até com detalhes constrangedores, como o ainda presidente e Marisa Letícia negociaram cada detalhe da reforma de um sítio que juram não ser deles e cujo dono oficial é um íntimo amigo que não tem renda para tal patrimônio. E, já no dia seguinte, explode a decisão da Justiça Federal do DF tornando Lula réu.

O efeito prático da petição à ONU é remoto, ou nenhum. O comitê tem 500 casos, só se reúne três vezes por ano e está esmagado por guerras, atentados que matam dezenas e golpes de Estado sangrentos. Além disso, só acata pedidos semelhantes quando todas as instâncias se esgotaram no país de origem e Lula ainda está às voltas com a primeira instância. Conclusão: a ação é mais política do que jurídica.

Já o laudo da PF é minucioso e bem documentado, criando uma dificuldade adicional para Lula: ele é suspeito de mentir sobre suas propriedades não apenas em seu depoimento às autoridades, mas à própria opinião pública. Difícil acreditar que não é dono do sítio que frequenta regularmente com a família, que recebeu uma reforma feita ao gosto do casal, que abriga os barcos para os netos e parte da mudança do Alvorada após o governo. Se mentiu, por que mentiu?

Mais: Lula atacou Moro na ONU, mas se torna réu por um outro juiz, a muitos quilômetros de Curitiba.
Vai alegar que há um complô dos juízes brasileiros contra ele? Porque são todos “de direita”? Ou são todos “tucanos”? Lula parece dar murro em ponta de faca, sem argumentos concretos para se defender e esgotando suas possibilidades não só de disputar em 2018, mas de liderar uma grande e saudável renovação da esquerda brasileira. “Cansei”, reagiu. Mas, se a “fonte” estiver correta, o “mais pesado” ainda vem por aí.


Fonte: Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo


Crise do emprego

O desemprego voltou a subir em dois indicadores esta semana, o que mede o emprego formal e o dado do IBGE. O país termina o primeiro semestre perdendo mais de meio milhão de empregos formais em seis meses. Desde as eleições, o número de desempregados aumentou em 5 milhões, saindo de 6,5 milhões para 11,5 milhões. Em um ano, a alta foi de 32%, com mais 3,2 milhões de desempregados.

O mercado de trabalho sofre por várias frentes. Há aumento na taxa de desocupação, diminuição do emprego formal, aumento do número de empregados domésticos que haviam tentado outra colocação e agora voltam. Houve um acréscimo de 224 mil pessoas nesta ocupação, num total de 6,2 milhões. O setor industrial fechou 1,4 milhão de vagas em um ano. O rendimento médio real caiu 4,2% em um ano.

É uma devastação o que está acontecendo com o emprego e ainda pode não ter chegado ao fundo do poço
. Em toda recessão, o desemprego é a última má notícia a chegar e a última a ir embora. Então, apesar dos pequenos sinais de melhora, os especialistas temem que a crise do emprego esteja longe do fim.  O Brasil tem um mercado de trabalho com problemas conjunturais – derivados da recessão – e tem distorções que se acumularam com o tempo e os erros não corrigidos. O país, ao fim desta crise, precisará encontrar formas de modernizar o ambiente econômico para que haja maior geração de emprego de qualidade.

Há setores que já enxergam alguma luz no fim do túnel. Ontem, a Abinee, do setor de eletroeletrônicos, divulgou que houve fechamento 753 postos de trabalho em junho, na 17ª retração mensal consecutiva. Mas o número deste mês foi 87% menor do que o do mesmo período do ano passado. Em sondagens recentes com empresários do setor, há relatos de melhora da confiança, segundo o presidente da Abinee, Humberto Barbato. O problema é que o nível de emprego atual no setor de eletroeletrônico caiu para 239,8 mil em junho, voltando ao mesmo patamar de fevereiro de 2006.

O Departamento Econômico do Bradesco também avalia que o ritmo de demissões vai diminuir no segundo semestre, e diz que esse nível elevado de desemprego, com queda do rendimento real, vai reduzir a inflação de serviços. A consultoria Rosenberg Associados acredita que o pico do desemprego acontecerá apenas no primeiro trimestre do ano que vem, mesmo que haja alguma recuperação do nível de atividade no segundo semestre.

No debate feito esta semana por este jornal, o sociólogo José Pastore manifestou esperança de que os indicadores comecem a melhorar, principalmente porque o governo terá que investir em obras de infraestrutura para combater a recessão. O economista José Márcio Camargo acha que o índice de desemprego pode chegar a 13% antes de cair. Os especialistas em mercado de trabalho concordam que é indispensável uma mudança radical na legislação, reduzindo-se o excesso de leis, súmulas, regras para se construir um mercado de trabalho dinâmico o suficiente para o momento atual.

Quando se fala com pequenas empresas, já é possível achar boas histórias. O presidente da Eurocolchões, Maurício Aballo, empresa que fabrica, importa e vende colchões no estado do Rio, conta que a rede de lojas da empresa cresceu de 18 para 35 unidades desde 2011. Ele demitiu, reduziu os custos com a folha de pagamentos em 15%, renegociou contratos e aumentou a produtividade. Parou de demitir no início deste ano e espera voltar com as contratações no ano que vem.

O CEO da Guarde Perto, Rodolfo Delgado, uma pequena empresa do segmento de self-storage, conta que conseguiu ampliar seu negócio através de financiamento. A companhia cresceu 59% no primeiro semestre deste ano e no mesmo período do ano passado registrou um aumento em 26%. O crescimento é explicado pela própria crise: empresas e famílias estão reduzindo gastos com aluguéis e guardando parte dos móveis.

É possível encontrar algumas histórias positivas, mas, em geral, o retrato do mercado de trabalho é de destruição de emprego. Ao fim da recessão ainda será preciso corrigir as distorções que se acumularam por décadas.


Fonte: O Globo - Coluna da Míriam Leitão




Lula réu

Terá consequências políticas e históricas a decisão do juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara Federal de Brasília, que ontem recebeu denúncia contra o ex-presidente Lula na investigação sobre a tentativa de obstruir a Justiça. Lula é acusado pelo Ministério Público, juntamente com o ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral, e mais cinco pessoas, de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró.

Três consequências do despacho do magistrado já podem ser sentidas pela reação do mundo político. Em primeiro lugar, a pressão de vários setores sobre o juiz Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava Jato, está gerando outros Sérgios Moros.  Isso ficou claro quando, no mês passado, o também juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, de São Paulo, determinou a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora petista Gleisi Hoffmann (PR), na Operação Custo Brasil.

Agora, quando toda a atenção de Lula e de sua defesa estavam voltadas para o juiz Sérgio Moro, que, anteontem, fora denunciado pelo ex-presidente ao Comitê dos Direitos Humanos da ONU, “por abuso de poder”, um juiz de
Brasília torna Lula réu. Não se duvide se em outras regiões do País mais juízes federais tomarem atitude semelhante.

A segunda consequência da determinação do juiz brasiliense diz respeito à movimentação das peças do xadrez político que começa agora, nas eleições municipais de outubro, e se estenderá até as eleições presidenciais de 2018.  O futuro político de Lula passa a ser incerto. Já réu em Brasília, ele pode seguir o mesmo caminho em Curitiba. Caso seja condenado na primeira instância, por um ou por outro juiz, o caminho natural é o recurso ao Tribunal Regional Federal (TRF) da região onde a ação corre. No caso de Curitiba, as decisões do juiz Sérgio Moro têm sido confirmadas pelo TRF da 4.ª Região, que fica em Porto Alegre. Se, em Brasília, a tendência for a de confirmar a decisão do juiz de primeiro grau, como ocorre em Porto Alegre, Lula se tornará ficha-suja, conforme determina a Lei da Ficha Limpa.

Claro que tudo está no terreno da suposição do que pode ocorrer. Mas, como é possível que este seja o caminho, o raciocínio de que Lula poderá ser impedido de concorrer à eleição de 2018 já não é ilógico. Portanto, embora faltem dois anos e dois meses para a próxima eleição presidencial, não dá para dizer que Lula será candidato. Mesmo combalido pelas sucessivas denúncias de envolvimento dele em esquemas esquisitos e tráfico de influência, o ex-presidente ainda é um candidato competitivo.

Em terceiro lugar, a decisão do juiz Ricardo Augusto Leite torna-se um golpe muito duro para o PT e para a presidente afastada Dilma Rousseff. Para o PT porque o partido passa pelo pior momento em seus 36 anos de vida e a tendência é que piore. Com Lula empenhado em se defender numa vara no Centro-Oeste e em outra no Sul, ele terá menos tempo para rodar o Brasil para pedir votos nos candidatos a prefeito pelo PT.

Quanto à presidente afastada, a decisão do juiz de Brasília também a atinge em cheio. O processo de impeachment é político. Por mais que o advogado José Eduardo Cardozo insista em detalhes técnicos na sua defesa, nessas alturas das coisas, a tendência é que os senadores façam associação entre Dilma e Lula e as conversas que tiveram para tornar o ex-presidente ministro, dar-lhe foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) e livrá-lo das mãos de Moro. O conteúdo da conversa entre Lula e Dilma, vazado por Sérgio Moro, tem muito mais força política do que a insistência de Cardozo em dizer que Dilma não cometeu crime de responsabilidade.


Fonte: O Estadão - João Domingos
 

Reforma da Previdência: Governo vai para o TUDO ou NADA

Governo partirá para o tudo ou nada na reforma da Previdência

O Palácio do Planalto já escalou o time que partirá para o vale-tudo na batalha para aprovar a reforma da Previdência Social. O grupo será liderado pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e pelo secretário da Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, eles já estão municiado de números para tentar convencer a sociedade de que, do jeito que está hoje, o sistema previdenciário não resistirá muito mais tempo. O lema mais usado pelo governo será o que as futuras gerações poderão ficar sem o suporte do Estado no momento que elas mais precisarem.

“Será uma espécie de catequização”, diz um importante técnico da Fazenda. “A nossa meta será quebrar dogmas e ideias preconcebidas”, acrescenta. Pelos planos do governo, haverá atuação mais forte em grupos organizados, com forte estrutura corporativa e grande poder de manifestação, como os militares. “Sabemos que será uma guerra, mas estamos preparados para vencê-la”, ressalta. “Todos darão sua cota de sacrifício. Uns, mais; outros, menos.”

No caso dos trabalhadores mais jovens, de até 50 anos, as regras, se aprovadas pelo Congresso, valerão de imediato. Ou seja, se a idade mínima para aposentadoria for adotada, os homens só poderão pendurar as chuteiras aos 65 e as mulheres, aos 60. Essa idade aumentará ao longo do tempo, até atingir 70 para homens e mulheres. “Não tem jeito. Esse grupo de trabalhadores mais jovens precisa permanecer mais tempo no mercado de trabalho para sustentar o sistema e garantir os benefícios daqueles que já se retiraram do mercado”, assinala.

Pedágio
 Já para os trabalhadores com mais de 50, haverá um pedágio de até 50% do tempo que ainda falta para a aposentadoria. Quer dizer: um trabalhador que está a cinco anos de se aposentar, terá que contribuir para mais 2,5 anos ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Trata-se de um sistema semelhante ao fator previdenciário que está em vigor hoje. Haverá apenas uma espécie de aprimoramento. “Há muito estigma em relação ao fator. Mas vamos explicar tudo, para que não se criem resistências”, afirma o técnico da Fazenda.

O governo está mesmo imbuído do propósito de unificar todos os sistemas de previdência. Mas também haverá regras de transição para servidores públicos, professores, policiais e militares. Tanto na Fazenda quanto na Casa Civil, acredita-se que são esses grupos que criarão mais problemas para a reforma da Previdência. “Eles são organizados, têm acesso à opinião pública, sabem gritar. E são ouvidos”, enfatiza um assessor de Eliseu Padilha. “Mas nós também sabemos falar alto e temos argumentos de sobra para provar o quanto a reforma da Previdência é importante para o país e para o bem-estar das próxima gerações”, emenda.

Um dos argumentos mais usados pelo governo será o de que, sem a reforma da Previdência, o país terá que aumentar, constantemente, a carga tributária. “Não haverá outra saída”, reforça o técnico da Fazenda. “A conta não fecha mais. No próximo ano, apenas o INSS terá rombo de quase R$ 150 bilhões. O buraco do sistema previdenciário dos servidores, incluindo os militares, encostará nos R$ 70 bilhões”, diz. Em 2018, esses números serão ainda maiores. “Para cobrir isso, só elevando impostos. Então, a sociedade que reclama que já paga tributos demais terá de escolher entre transferir mais dinheiro para o governo ou mudar a Previdência e estancar, ao longo do tempo, o aumento do deficit”, destaca. “São escolhas difíceis, mas teremos que fazê-las e aguentar as consequências”, conclui.

Fonte: CB - Blog do Vicente

O juiz de Brasília que transformou Lula em réu confirma que o exemplo de Sérgio Moro se alastra pelo Brasil

O ex-presidente que sonhava com a secretaria-geral da ONU agora se contenta com a ajuda da entidade para escapar da Operação Lava Jato

Às vésperas do encerramento do segundo mandato, Lula imaginava que em 31 de dezembro de 2010, ao despedir-se do Planalto, encontraria no fim da rampa um grupo de dignatários estrangeiros incumbidos de convidá-lo a assumir o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas, com a aprovação unânime dos países que compõem a entidade. Depois de ter resolvido todos os problemas pendentes desde 1500, sobretudo os insolúveis, o inventor do Brasil Maravilha não poderia recusar-se a consertar o resto do mundo.

Como o prêmio Nobel da Paz, a promoção oficial ao posto de Conselheiro do Planeta e tantos outros devaneios delirantes, o secretário-geral que não se expressa corretamente em nenhum  idioma, começando pelo português, nunca existiu fora da cabeça baldia do ex-presidente. Nesta quinta-feira, representado por seus advogados, Lula voltou à ONU. Não para salvá-la, como ocorreria há seis anos, mas para salvar-se da cadeia, livrar-se do juiz Sérgio Moro e escapar da cada vez mais provável temporada na República de Curitiba.

Os doutores argumentam que “falta imparcialidade a Sérgio Moro” para julgar o cliente enredado numa teia de delinquências. Pelo teor da petição encaminhada ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, o campeão nacional de honestidade nada fez de errado. Quem necessita de enquadramento é o magistrado que, com o apoio da Polícia Federal e da força-tarefa de procuradores, vem mostrando como se faz para ensinar que todos são iguais perante a lei a gente que se achava condenada à perpétua impunidade.

Lula deu azar. Também na quinta-feira, o juiz federal Ricardo Leite, de Brasília, aceitou a denúncia do Ministério Público segundo a qual Lula comandou um atrevido esquema montado para sabotar a Operação Lava Jato e, portanto, deve ser julgado por obstrução da Justiça. Pela primeira vez, o ex-presidente que tudo sabe e faz de conta que nada vê se tornou réu numa ação penal. O que dirão agora os advogados do acusado? Remeter outra petição à ONU alegando que também Ricardo Leite sofre de falta de imparcialidade?

Lula sabe que é perseguido não por Sérgio Moro, mas pelo Código Penal. Logo aprenderá que, no Brasil redesenhado pela Lava Jato, não estaria a salvo mesmo se conseguisse escapar do juiz que hoje é um símbolo do combate à corrupção. O exemplo de Curitiba vai se alastrando pelo país. Já são muitos os Sérgios Moros espalhados pelos tribunais do Brasil. Lula acabou de descobrir que um deles se chama Ricardo Leite.

 Fonte: Coluna do Augusto Nunes - VEJA

 


PT caminha para grandes derrotas em cidades da Grande São Paulo

Abatido no berço

Depois do Petrolão, o PT caminha para acachapantes derrotas em cidades da Grande São Paulo, onde o partido nasceu e se mantém há pelo menos oito anos no poder

Nos últimos oito anos, a expressão “Cinturão Vermelho” foi repetidamente usada pelos principais líderes petistas. Trata-se de uma referência a um conjunto de oito cidades da Região Metropolitana de São Paulo, onde o partido nasceu e veio crescendo eleição após eleição e nas quais desde 2008 se mantém no poder. Era a partir do “Cinturão Vermelho”, com cerca de 3,5 milhões de eleitores, que os estrategistas petistas planejavam quebrar a hegemonia dos tucanos em São Paulo. As últimas pesquisas, porém, mostram que, depois de desvendada a corrupção sistêmica protagonizada pelo PT em todo o País, nas próximas eleições o partido tende a ser abatido até mesmo em seu próprio berço.

É o caso, por exemplo, da simbólica São Bernardo do Campo. Foi lá que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva surgiu politicamente liderando as greves do sindicato dos Metalúrgicos no final da década de 1970. Desde 2009, o município é administrado pelo ex-ministro e amigo pessoal de Lula, Luiz Marinho. Uma hegemonia que deve acabar. A candidatura do ex-secretário Tarcisio Secoli não engrenou. Ele ocupa a quarta posição na corrida eleitoral com 5% dos votos, segundo o Ibope. Está bem atrás do líder, Alex Manente (PPS) com 28%, e de Orlando Morando (PSDB) com 25%. Um cenário parecido com o de Mauá, Santo André, Guarulhos, Osasco, Embu das Artes, Carapicuíba e Franco da Rocha. 

“Seria inimaginável, há anos, pensar no PT sendo derrotado nestas cidades predominantemente de classe média B, C e D”, afirma o consultor político Gaudêncio Torquato. “Se perder este bastião na grande São Paulo e a capital, o PT não terá cacife para ser uma força antagônica ao PSDB no Estado”, complementa. É o que deve acontecer. O atual prefeito da capital, Fernando Haddad, na quarta posição nas pesquisas. Dos 8,8 milhões de eleitores, 70% estão descontentes com sua gestão, considerada péssima por 55%. Segundo especialistas, isso torna quase impossível sua reeleição.

Em Guarulhos, segunda cidade mais populosa do Estado, o prefeito Sebastião Almeida conseguiu a façanha de bater o recorde negativo de Fernando Haddad. De acordo com o Ibope, sua administração é desaprovada por 85% da população. Um desgaste que se reflete na competitividade do antecessor e pré-candidato petista, Elói Pieta. Apesar de ocupar a segunda oposição, atrás de Eli Corrêa Filho (DEM), Pieta possui pouca margem para sair vitorioso e manter a hegemonia do PT de 16 anos. Um em cada dois eleitores diz não votar nele de jeito nenhum.

Impopularidade

A insatisfação do eleitor deve prejudicar ainda o prefeito de Santo André, Carlos Grana. Segundo a única pesquisa sobre a sucessão municipal registrada no TSE, realizada pela F.L.S, apenas 17,1% aprovam sua gestão. Para sucedê-lo, o eleitorado tem mostrado preferência por Aidan Ravin (PSB), que soma 29,7% das intenções de voto. Perto dali, o PT corre o risco de perder o comando de Mauá. Desde 1996, o partido foi derrotado apenas em uma eleição municipal, mas levantamentos recentes colocam o prefeito Donisete Braga em terceiro lugar na disputa.

Poucos cenários se tornaram tão inusitados para o PT como o de Osasco. O prefeito Jorge Lapas deixou o partido, encerrando um ciclo petista de onze anos à frente da cidade. Migrou para o PDT. Pesou na decisão, além do desgaste da sigla pós-petrolão, as disputas internas. O grupo ligado ao ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, preso no Mensalão, brigava por mais espaço no governo e na legenda. Uma disputa em que os dois lados perderam. Pesquisa do Instituto MAS mostra o favoritismo do ex-prefeito Celso Gíglio (PSDB) com 30,3%. Candidato pelo PT, o deputado federal Valmir Prascidelli amarga a sétima colocação.

Em Embu das Artes, governada há 15 anos pelo partido, o prefeito Chico Brito engrossou a debandada petista no Estado. 24 dos 72 administradores municipais paulistas eleitos pela legenda desertaram no último ano. As saídas, em sua maioria, foram motivadas por tentativas de desassociar a imagem da impopularidade petista em meio à crise ética e econômica. Chico Brito usou outra justificativa. Disse, em público, que deixou a sigla para não ter de escolher qual dos candidatos de sua base aliada apoiaria. Na prática, foi um duro golpe contra a candidatura do antecessor e ex-correligionário Geraldo Cruz. Já em Carapicuíba, o partido, que administra a cidade desde 2009, vai dividido às urnas. De um lado estará o candidato do PT, professor Everaldo. Do outro, o presidente da Câmara, Abraão Júnior, que trocou a legenda pelo PSDB neste ano para concorrer à prefeitura. Com tantos problemas acumulados nas eleições das oito cidades, o ocaso petista no chamado cinturão vermelho se torna cada vez mais próximo.

Fonte: Isto É - On Line 
 

Corrupção no palanque de Dilma, a Afastada

Corrupção no palanque

Investigações encaminhadas pelo TSE ao Supremo Tribunal Federal revelam novos crimes nas campanhas de Dilma. A presidente afastada não consegue se defender e apresenta uma série de versões contraditórias

Os fatos revelados nos últimos dias sobre a origem dos recursos usados nas campanhas presidenciais de Dilma Rousseff desmentem categoricamente a versão apresentada pela presidente afastada. Desde que a operação Lava Jato passou a desvendar a corrupção que o PT e seus aliados institucionalizaram no País, Dilma insiste em se definir como uma pessoa honesta, alheia a todos os crimes praticados em sua gestão. Agora, a comprovação de que milhões desviados da Petrobras abasteceram suas campanhas reforçam as acusações existentes na Justiça Eleitoral e remetem a presidente afastada para a alçada da justiça criminal.  

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes, já encaminhou para o STF uma série de documentos e perícias que demonstram a prática de crimes nas campanhas petistas. Caberá ao ministro Edson Fachin determinar o andamento do processo. “O que estamos verificando são crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Não se trata apenas de caixa dois eleitoral”, disse Mendes a interlocutores na última semana.

“Sem o meu conhecimento”

As novas provas contra Dilma vêm à tona exatamente no momento em que se aproxima a votação definitiva do impeachment pelo plenário do Senado, o que praticamente chancela o destino da presidente afastada. Diante dos fatos concretos apresentados pelos técnicos do TSE e nos contundentes depoimentos colhidos pela operação Lava Jato, Dilma passou a última semana se embaralhando em uma sucessão de versões que se modificam a cada dia. Desde o início das investigações, ela afirma que não houve irregularidades em suas campanhas. 

Na sexta-feira 22, depois de o marqueteiro João Santana revelar ter recebido no Exterior US$ 4,5 milhões de um dos operadores do Petrolão para saldar dívidas da eleição de Dilma, a presidente afastada mudou o tom do discurso. “Se houve caixa dois em minha campanha foi sem o meu conhecimento”, afirmou Dilma, como se fosse possível supor que a titular da disputa eleitoral nada soubesse sobre os maiores pagamentos feitos a seu staff mais próximo. Na quarta-feira 27, a presidente afastada apresentou uma terceira versão. Desta vez jogou a responsabilidade para o PT. “Ele (João Santana) disse que recebeu em 2013. A campanha foi encerrada em 2010 e a partir do momento em que é encerrada, tudo o que ficou pendente de pagamento passa a ser responsabilidade do partido”, disse Dilma. Ela nada comentou sobre o fato de o dinheiro usado para saldar a dívida com o marqueteiro ter origem em desvios praticados na Petrobras, durante seu mandato. Também nada afirmou sobre o pagador ser um dos operadores do Petrolão, já identificado e preso pela Lava Jato. “Quem tratou essa questão (o pagamento de US$ 4,5 milhões) com ele (João Santana) foi a tesouraria do PT”, disse Dilma.

Além dos criminosos pagamentos feitos ao marqueteiro, o TSE encontrou novos indícios de crime na prestação de contas da última campanha de Dilma. Depois de verificar que as gráficas Focal, VTPB e Red Seg receberam R$ 52 milhões por serviços jamais prestados à campanha, como revelado por ISTOÉ, ficou comprovado, na última semana, que a DCO Informática, de Uberlândia (MG), recebeu R$ 4,8 milhões também sem realizar serviço algum. Em tese, a empresa foi contratada para enviar mensagens de apoio a Dilma, via WhatsApp, durante a disputa eleitoral. As investigações do TSE mostraram que a empresa funciona em uma residência, não tem identificação na fachada, possui apenas um computador e três funcionários temporários. Aos investigadores, diretores da DCO disseram ter repassado a missão para a 2K Comunicações, empresa que pertence a Keffin Gracher, um ex-assessor do ex-ministro Edinho Silva, que foi o tesoureiro da campanha petista de 2014. “É evidente que usaram a campanha para lavar dinheiro desviado do Petrolão e poderá haver punição também na esfera penal”, afirmou o ministro Gilmar a um colega do TSE.

 Fonte: Revista Isto É

 

O maior legado da Olimpíada



É pavoroso o crime de omissão de sucessivos governos no cenário natural mais belo do mundo 

Esses apartamentos inacabados na Vila Olímpica não são nada para mim. Nada, diante da grande vergonha, de dimensões planetárias, que é a catástrofe ambiental do Rio de Janeiro. É pavoroso o crime de omissão (e provável desvio de verba) de sucessivos governos estaduais no cenário natural mais belo e majestoso do mundo. Pelo menos o crime está sendo exposto para o mundo. Viva a Olimpíada!

Além de carioca, sou militante desta Cidade Maravilhosa, nasci em Copacabana quando “arrastão” nada mais era que pescadores chegando com suas redes à areia coalhada de conchas e tatuís, peixes brilhando ao sol, águas cristalinas. Quando o Rio de Janeiro foi escolhido sede dos Jogos, em 2009, concorrendo com Madri, Tóquio e Chicago, vibrei. Era o momento de investir com seriedade. A adesão do povo foi impressionante: 85% queriam muito que o Rio fosse escolhido. Ingenuidade? Otimismo? Uma pesquisa da revista Forbes com 10 mil pessoas em 20 países acabava de eleger o Rio como “a cidade mais feliz do mundo”.

Meu artigo, há sete anos, parafraseava Barack Obama no título: “Sim, nós podemos”. Escrevi que cobraríamos o cumprimento de promessas porque estávamos “cansados de testemunhar falcatruas e projetos megalomaníacos que enchem os bolsos de políticos e são inúteis para a população”. Confiava em “uma virada” se houvesse “planejamento e responsabilidade”.

Nesse balneário com vistas de tirar o fôlego e clima ameno, havia três desafios a ser confrontados com a garra de atletas que buscam o ouro no pódio: a despoluição da Baía de Guanabara, a segurança pública e a infraestrutura urbana, com transporte adequado. Sabíamos como Barcelona havia aproveitado a oportunidade para se tornar um polo internacional de turismo. Por que não o Rio?

Até o prefeito Eduardo Paes me contradiz agora. Para o jornal inglês The Guardian, ele disse que “sim, nós perdemos”. “Esta [Olimpíada] é uma oportunidade perdida para o Brasil. Não estamos nos apresentando bem. Com todas essas crises econômicas e políticas, com todos esses escândalos, não é o melhor momento para estar nos olhos do mundo”, comentou, mas também reclamou de exagero nas críticas. “Isso me deixa louco. Se você ler os meios de comunicação internacionais, parece que tudo aqui é zika e pessoas atirando umas nas outras.”

Torcemos para a Olimpíada dar certo, em paz, sem ataques terroristas, sem assaltos a delegações e turistas, sem mortes de inocentes. E que sejam contornáveis os problemas na organização. Já nem são medalhas a nossa prioridade. Um legado da Olimpíada talvez seja o reconhecimento de nosso vexame maior: as águas imundas e poluídas do Rio. 

 Especialistas em saúde deram aos nadadores e velejadores um conselho. Fiquem de boca fechada para evitar doenças com dejetos, lixo, bactérias, rotavírus. “Os atletas estrangeiros estarão literalmente nadando em m... humana e correm o risco de adoecer por conta de todos aqueles micro-organismos”, disse ao jornal The New York Times Daniel Becker, pediatra carioca.

No ano passado, almocei com o governador Pezão e mencionei o fracasso de seu compromisso de despoluir a Baía até a Olimpíada. “Ruth, isso também é exagero do pessoal. Tem uns sacos boiando, uns pneus... a gente vai conseguir limpar.” Em 2014, ele dizia que a meta era ter 80% do esgoto tratado. Mas empurrou a meta com a barriga. Nas águas da Baía, há geladeiras, sofás, resíduos químicos de fábricas, óleo dos petroleiros. E, volta e meia, cadáveres.

Só pode ser gozação chamar de “ecobarco” aquele troço que faz papel de Comlurb na Baía de Guanabara, retirando toneladas de “lixo flutuante”. “Ecoboat” e ecobarreira não são nem paliativos. A 11 dias dos Jogos, foi retirada uma geladeira da água. Lars Grael, medalhista olímpico nas Olimpíadas de Seul e de Atlanta, disse que será “uma competição de vela com obstáculos”. Seu diagnóstico, em dia sem chuva: “Bastante sujeira, muito óleo na superfície e detritos. Plásticos, latas, engradados. Imagina, em plena regata, essa quantidade de lixo prendendo no casco da embarcação”.

Não foi por falta de planos bilionários ou de doações internacionais. Até ajuda do Japão o Rio já teve. As instalações de tratamento de esgoto são abandonadas ou sofrem vandalismo. As bombas param de funcionar e fica tudo por isso mesmo. Foi é por falta de vergonha.  Muita gente culpa “o brasileiro”, esse povo sem cultura ambiental. É verdade. Mesmo brasileiro com doutorado não sabe cuidar do lixo ou sai emporcalhando as praias. Mas o buraco é muito mais embaixo. Mais de 100 milhões de brasileiros não têm saneamento básico. Metade da população do país não tem coleta de esgoto! Depois da Olimpíada, talvez mude a cultura ambiental. É só a gente não ficar de boca fechada.

Fonte: Ruth de Aquino - Época

 

Dilma, através da estrutura criminosa do seu governo,institucionalizou a corrupção no Brasil

A estrutura criminosa do governo Dilma

Lava Jato e outras investigações da Polícia Federal e do Ministério Público mostram como a presidente afastada institucionalizou a corrupção no governo federal e envolvem mais de vinte ex-ministros com desvios de dinheiro público, achaque a empresas e ameaças a testemunhas

Há exatamente um ano, em despacho redigido em um dos processos que tem como réu o ex-ministro José Dirceu, o juiz Sérgio Moro escreveu que o País passou a vivenciar um quadro de corrupção sistêmica sob o comando do PT. Na ocasião, muitos analistas políticos e observadores das entranhas do Judiciário trataram o alerta do magistrado responsável pela Lava Jato como alarmista. Hoje, não há quem discorde de Moro. 

Depois de dois anos de investigações em diversas operações da Polícia Federal e de mais de 70 delações premiadas, fica evidente que as gestões petistas transformaram o governo federal em uma verdadeira e organizada estrutura de corrupção. Praticamente todos os ministros de Dilma Rousseff estão envolvidos em desvios de dinheiro público. Desde aqueles que ocuparam gabinetes no Palácio do Planalto até os mais distantes. “A corrupção que o PT promoveu foi uma corrupção institucional, não foi dispersa nem com indivíduos participando isoladamente”, afirma o professor Álvaro Guedes, especialista em administração pública da Unesp. “Pessoas foram escolhidas a dedo para estar em posições estratégicas e promover o desvio de dinheiro”, conclui o professor.

Um estado dominado

Um dos expoentes desses “escolhidos a dedo” é Paulo Bernardo, ex-ministro das gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Na semana passada, ele foi indiciado pela Polícia Federal na Operação Custo Brasil. A PF diz ter provas suficientes para assegurar que Bernardo, enquanto esteve no governo, participou de organização criminosa e praticou crime de corrupção passiva. No mês passado, ele foi preso após a polícia constatar que havia recebido R$ 7,1 milhões desviados de uma fraude no crédito consignado que cobrava uma taxa superfaturada dos servidores federais que se encontravam endividados.  

Paulo Bernardo é casado com a senadora petista Gleisi Hoffmann, uma das líderes da tropa de choque de Dilma no Senado, ex-ministra da Casa Civil e também acusada de receber propinas do Petrolão. Gleisi só não foi presa junto com o marido graças ao foro privilegiado. O casal sempre teve livre trânsito no gabinete e na residência oficial da presidente afastada. No mesmo esquema que lesou milhares de funcionários públicos, está o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas, aquele que costumava levar Dilma para passeios de moto aos domingos. Ainda na semana passada, Edinho Silva, outro ex-ministro íntimo da presidente afastada, viu-se diante de novas provas que o envolvem em corrupção e achaque contra empresários que tinham contratos com o governo. 

Ele, que já era investigado por intermediar, a pedido de Dilma, R$ 12 milhões da Odebrecht para o caixa dois da campanha da petista em 2014, desta vez foi alvejado por investigação promovida pelo TSE. Peritos descobriram que uma empresa pertencente a um ex-assessor de Edinho recebeu R$ 4,8 milhões da campanha de Dilma para serviços que não consegue comprovar. Em um de seus despachos, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que prometer facilidades na liberação de obras às grandes empreiteiras em troca de recursos para o PT era uma medida habitual de Edinho, que antes de ocupar o ministério foi tesoureiro da campanha da reeleição.

Crimes sob encomenda

Outros ex-ministros próximos à presidente afastada também agiam dentro da organização criminosa. São os casos de Fernando Pimentel, Jaques Wagner, Giles Azevedo, Ricardo Berzoini, entre outros. O Ministério Público investiga ainda amigos da presidente afastada que não ocuparam cargos no primeiro escalão de sua gestão, mas comandaram setores estratégicos do governo, como Valter Cardeal e Erenice Guerra. 

O primeiro foi diretor da Eletrobrás e é acusado de ter se beneficiado com propinas nas obras de Angra 3. Erenice, uma das principais auxiliares de Dilma e ex-ministra de Lula, é investigada por ter recebido R$ 45 milhões desviados das obras de Belo Monte. Como quadrilha organizada, expressão que costuma ser usada pelo ministro do STF, Gilmar Mendes, ao se referir às gestões petistas, a estrutura criminosa instalada no governo Dilma também locupletou os ministros que chegaram à esplanada por indicação dos partidos aliados (leia quadro na p[ág. 37). “O PT unificou diversas quadrilhas que agiam em setores diferentes”, diz Paulo Kramer, analista e professor da Universidade de Brasília. “O partido deu um comando central à corrupção, decidia quem entraria para o esquema de poder”, complementa.

Fonte: Isto É  

http://istoe.com.br/estrutura-criminosa-do-governo-dilma/ 

 

CUIDADO ao recusar-se em fazer o teste do "bafômetro".

CUIDADO ao recusar-se em fazer o teste do "bafômetro". É infração gravíssima e enseja a suspensão do direito de dirigir por 12 meses! 

O que acontece caso o condutor se recuse a fazer o teste do "bafômetro" e/ou os exames clínicos?

Agora, o CTB prevê que esta recusa configura uma infração de trânsito autônoma, prevista no art. 165-A:
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277:

Atenção: o condutor que recusa fazer o teste não mais responderá pela infração do art. 165, mas sim pelo art. 165-A.

Vale ressaltar que, na prática, não muda nada. Isso porque as sanções do art. 165-A são idênticas às do art. 165, ou seja, para fins administrativos, o condutor continuará respondendo como se tivesse sido constatada a sua embriaguez.

Previsto no novo § 3º do art. 277 do CTB:
§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165-A deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo. (Redação dada pela Lei 13.281/2016)

Veja a nova infração de trânsito prevista no art. 165-A:
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses.

Fonte: dizer o direito.No FACEBOOK: https://www.facebook.com/draflaviatortega/
Flávia T. Ortega
Advogada
Advogada em Cascavel - Paraná (OAB: 75.923/PR). Pós graduada em Direito Penal. Página no facebook: facebook.com/draflaviatortega

JusBrasil

 

 

O STF quer transparência para os outros

  “A distribuição dos processos no Supremo é realmente aleatória?”.

Ao proteger um sigilo que pode até mesmo encobrir serviço malfeito, a burocracia de Lewandowski atravessou a rua para escorregar na casca de banana

Em menos de um mês, o presidente do Supremo Tribunal Federal associou seu mandato de presidente da Corte e do Conselho Nacional de Justiça a três iniciativas inquietantes para quem vê no Judiciário um guardião da liberdade e da transparência.

No início de julho, o chefe da segurança do Supremo, doutor Murilo Herz, pediu à Polícia Federal que investigue a origem do boneco inflável de Lewandowski que desfilava pela Avenida Paulista nas manifestações contra o governo petista. Ele representaria um “intolerável atentado à honra do chefe desse Poder e, em consequência, à própria dignidade da Justiça brasileira”.

Pouco depois, Lewandowski podou a resolução 226 do CNJ e livrou todos os magistrados de contar quanto recebem por suas palestras fora dos tribunais (um ministro do Tribunal Superior do Trabalho faturou R$ 161 mil com 12 palestras.) A exigência foi suprimida a pedido de Lewandowski, que julgou necessário “resguardar a privacidade e a própria segurança” dos juízes, “porque hoje, quando nós divulgamos valores econômicos, estamos sujeitos, num país em crise, num país onde infelizmente nossa segurança pública ainda não atingiu os níveis desejados...”.

O salário dos ministros do STF é público: R$ 39.293. Há poucos dias, Daniel Chada, engenheiro-chefe do projeto “Supremo em Números”, da FGV Direito Rio, e o professor Ivar Hartmann, coordenador da iniciativa, puseram na rede um artigo com um título provocador: “A distribuição dos processos no Supremo é realmente aleatória?”.

Numa resposta rápida, é. Cada ministro do Supremo recebe cerca de 500 processos. Em tese, ninguém pode prever qual processo vai para qual ministro. Com base na Lei de Acesso à Informação, um contribuinte pediu ao Supremo o código-fonte do programa de computador que faz a distribuição aleatória. Foi informado de que não seria atendido, tendo em vista a “ausência de previsão normativa para tal”.

A lei diz que não pode haver sigilo para informação necessária “à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais”. Um programa bichado pode ser violado. A divulgação de um código-fonte não o torna vulnerável. Pelo contrário, permite a percepção de brechas. O código-fonte do Bitcoin, bem como aquele usado pelo banco Itaú para dar números aos clientes, são públicos.

Nunca apareceu maledicência que justificasse uma suspeita de vício na distribuição dos processos no STF. Ao proteger um sigilo que pode até mesmo encobrir serviço malfeito, a burocracia de Lewandowski atravessou a rua para escorregar na casca de banana que estava na outra calçada

 Fonte: Elio Gaspari - O Globo


sábado, 30 de julho de 2016

Crise econômica atinge abrigos e lares temporários de animais

Protetores pedem socorro

Não é preciso ser um amante de gatos para se comover com a história do pequeno Athos. O bichano foi encontrado em maio deste ano pela servidora pública Alda Arraes, 50 anos, em uma oficina em Taguatinga. Paraplégico, ele estava com miíase, doença caracterizada pela ocupação do tecido cutâneo por larvas de moscas. “Soube pelas redes sociais. Ele havia levado uma pancada, que o feriu, e as larvas tomaram conta. Precisou passar 10 dias internado e hoje tem que fazer fisioterapia para saber se há possibilidade de andar”, conta Alda. Cuidadora voluntária há mais de 10 anos, a servidora tem três gatos e necessita não somente de doações para ajudar com o tratamento, mas de uma casa nova para Athos, que, devido às necessidades especiais, exige atenção mais direcionada. “Não tenho como ficar com ele porque trabalho. Sou o lar temporário, já fiz diversas rifas para custear tudo, mas está complicado.”

 Athos, o gatinho de fraldas que espera por adoção.Foto Antonio Cunha/@cbfotografia


O caso de Alda não é o único. A crise econômica do país tornou crítica a situação de quem se dedica a cuidar de animais abandonados. O custo é alto e os voluntários não têm como arcar com recursos próprios. Resta o apelo à população, com rifas, feiras, bazares. Com a dificuldade de arrecadação, a quantidade de animais socorridos diminuiu e algumas pessoas têm sido forçadas a abandonar uma causa. “As pessoas não estão tendo dinheiro nem mesmo para doar ração. Antes, era fácil achar alguém em redes sociais. Agora, é preciso juntar várias pessoas para uma só ação.”


Protetora individual há dois anos, a jornalista Jéssica Moura, 26, cuida atualmente de 12 animais. “Em 2015, eu tinha 24. Quando comecei, recebia apoio facilmente. Agora, é preciso correr para todos os lados, fazendo rifas, bazares e leilões virtuais.” Jéssica ainda conta que muitos voluntários acabaram desistindo de ajudar. Também ressalta que a população do DF é exigente no momento da adoção. “Querem animais castrados, vacinados e, hoje em dia, conseguir só a castração já é uma vitória. E os bichos abandonados não param de aparecer.”

Segundo Roberto Gomes Carneiro, secretário-geral do Conselho Regional de Medicina Veterinária do DF (CRMV-DF), não foi notada nenhuma baixa signiticativa no número de consultas. “Os cuidados com os bichos próprios se mantêm normais. Pode até ter havido uma queda, mas ela não foi sentida.” O efeito, infelizmente, é evidente entre os bichinhos sem lar. E, se não fossem as parcerias entre organizações e veterinários, a situação poderia ser mais grave.

Lucimar Pereira, assistente administrativa de 43 anos, é mantenedora do Projeto Acalanto, que cuida de animais de rua. Ela garante que a continuidade do trabalho depende de ajuda, entre elas dos descontos nos preços dos serviços de veterinários. “Eles fazem preços mais em conta, conseguimos vale-castração. Nossa sorte é que o movimento nas feiras de adoção tem continuado, e a maioria dos nossos doadores antigos criou vínculos. Porém, até o ano passado, cuidávamos de 20 animais. Agora, só temos 10. Antes, uma pessoa conseguia doar o valor para castração e vacinas. Hoje, precisamos de várias pessoas para custear o mesmo tratamento.” Ela frisa que há muitas outras formas de ajudar que não envolvem, necessariamente, recursos financeiros. “Você pode doar ração não aproveitada, roupas para nossos bazares, itens para as rifas.”


Festa julina
Hoje, membros da Associação Protetora dos Animais do DF (ProAnima) fazem o Bazar Julino da ProAnima, que pretende recolher verba para o Fundo Brownie, programa do grupo que ajuda cuidadores individuais a pagar a conta de animais resgatados das ruas, geralmente atropelados, vítimas de maus-tratos e em situação de risco. A diretora administrativa da organização, Suzana Prado, explica que o evento ocorre duas vezes ao ano e se tornou um momento para que os amantes dos animais possam ajudar aqueles que precisam.

Toda ajuda é bem-vinda
Bazar Julino da ProAnima
Hoje (sábado) — das 10h às 16h
Local: Sede da ProAnima, na 116 Norte, bloco I, subsolo do Ed. Cedro (comercial virada para o Setor Hospitalar Norte)

Para ajudar 
ou adotar o Athos
Envie e-mail para a cuidadora Alda Arraes: alda.lopescat@gmail.com

Conheça os abrigos
Projeto Adoção São Francisco: facebook.com/projetoadocaosaofrancisco
Abrigo Flora & Fauna: facebook.com/abrigofloraefauna
Projeto Acalanto: (61) 991076989

 

Processo contra Lula enfraquece Dilma e deve impactar eleições

Processo contra Lula enfraquece Dilma e deve impactar eleições municipais

Justiça Federal acata pedido do MP e abre ação penal contra o ex-presidente sob a acusação de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Defesa diz que petista "jamais" tentou interferir na Lava-Jato

A decisão da Justiça Federal no Distrito Federal de tornar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva réu por obstrução de Justiça torna ainda mais difícil a posição do PT e da presidente afastada, Dilma Rousseff, no processo de impeachment no Senado. A comissão especial votará, na próxima semana, o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), e o próprio PT admite que a derrota é certa. Com o principal fiador de Dilma acuado novamente — na quinta-feira, a Polícia Federal divulgou laudo mostrando que o ex-presidente discutiu pessoalmente as obras no sítio em Atibaia (SP) —, as chances de vitória da petista na votação marcada para o fim de agosto tendem a zero.

Não que, desde a primeira votação no Senado desde 12 de maio, ela tivesse tido alguma esperança. “A decisão de tornar Lula réu não impacta em nada na votação do impeachment. As pessoas já estão com suas convicções formadas”, declarou ao Correio o líder do governo na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). O próprio Lula já havia abandonado a tarefa de buscar votos favoráveis a Dilma, após a exposição fracassada durante a votação na Câmara. Depois que os senadores aprovaram a abertura do processo, ele chegou a marcar um jantar na residência do senador Roberto Requião (PMDB-PR). Tratou exclusivamente do plebiscito para novas eleições. Mas só reuniu seis parlamentares.

Defensor de Dilma, ex-advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo negou, em entrevista à TV Estadão, que Dilma Rousseff tenha “jogado a toalha” no processo de impeachment. Cardozo disse que Dilma não está lutando porque gosta do poder, e sim por seu “amor pela democracia”. Segundo ele, a presidente é inocente e precisa lutar por justiça. O ex-ministro também voltou a defender a tese de que não há pressuposto jurídico para a acusação contra a petista.
 
 A pressão da Justiça sobre Lula também abala a imagem do ex-presidente como cabo eleitoral. No último domingo, ele compareceu à convenção que homologou a candidatura à reeleição do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Semana que vem ele estará em Fortaleza para apoiar Luizianne Linscuriosamente, há 12 anos, quando Lula era presidente da República, o PT nacional abandonou Luizianne (que acabou sendo eleita) para ficar ao lado de Inácio Arruda (PCdoB) — e pretende percorrer o Nordeste para apoiar os candidatos do partido e das legendas aliadas.

Para alguns petistas, as últimas denúncias envolvendo Lula são requentadas. “Isso aconteceu porque ele resolveu lutar pelos próprios direitos na ONU (Organização das Nações Unidas). O Lula tem a casca grossa, a tendência é que surjam novas histórias, à medida que a votação final do impeachment e as eleições municipais se aproximem”, reclamou o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA). “O que estão fazendo com a democracia é algo muito sério”, completou o senador paraense.

Lula, no entanto, terá muita dificuldade para alavancar a cambaleante candidatura de Fernando Haddad à reeleição em São Paulo. Ele também terá dificuldades em conseguir vitórias políticas nos demais estados do Sul e Sudeste, regiões que aprovam maciçamente o impeachment de Dilma e que concentra as principais lideranças políticas e sociais contra o PT. Por isso, a opção por fazer um amplo giro pelo Nordeste. Na entrevista à TV Estadão, José Eduardo Cardozo disse que o impeachment coloca a democracia do Brasil em xeque. “Independentemente de quem tem preferência pela presidência do governo Dilma ou do (presidente em exercício) Temer, nenhum país cresce onde as instituições permitem que um governo seja colocado para fora sem nenhuma razão para isso”, avaliou.

Esse discurso do golpe, aliado à acusação de destruição dos programas sociais, permeou os discursos de Lula na ampla viagem que fez pelo sertão, agreste, zona da mata e litoral pernambucano. É uma tentativa de manter viva as chances nas eleições de 2018. “Estão querendo arrumar uma condenação em segundo grau para que Lula perca os direitos políticos. Com todos os ataques, ele ainda aparece na frente das pesquisas”, lembrou Paulo Teixeira.

Mas a decisão de ontem abala uma parte do discurso lulista. Ele sempre disse que teve a vida revirada, mas que jamais tinha virado réu. Essa argumentação cai por terra.Claro que dificulta as negociações políticas e as articulações a partir de agora”, lamentou um cacique petista. 
 
Cômico, mas aconteceu: 
[É notório o pavor que Lula tem do juiz Sérgio Moro, tanto que até pedir a interferência da ONU(pedido inútil, que não será atendido e,  se fosse nada mudaria) Lula pediu. Falou em Sérgio Moro e o ex-presidente borra as calças.
O pior é que ele tem pavor de qualquer juiz, o Moro é mais citado mas sua defesa quando o processo foi distribuído em Brasília e foi enviado para o juiz Ricardo Leite, titular da Décima Vara Criminal Federal,  a defesa pediu nova distribuição e caiu mais uma vez nas mãos do Juiz da 10ª Vara Federal e agora sem alternativa.
Aliás, teve uma:  para não borrar as calças em público, Lula conseguiu alcançar um banheiro. 
O pior é que Lula responde outros processos como denunciado - a um passo de virar réu - e a cada processo o risco de borras as calças só aumenta.
 
Fonte: Correio Braziliense
 
 

A grande missão da Olimpíada

Ao pé da letra do ideal olímpico, nos princípios e sentimentos estabelecidos pelo criador do Jogos, o Barão de Coubertin, está marcada a mensagem que, mais do que nunca, exprime à perfeição o papel do grande evento que toma conta do Rio de Janeiro a partir desta semana. A harmonia dos povos, nesse momento convulsionado no Brasil e no mundo – de tramoias políticas, conflitos raciais, ataques terroristas, descontrole migratório e protecionismo exacerbado de algumas nações –, vem a calhar como objetivo primordial a ser perseguido pelas delegações que participam nos próximos dias das competições.

A Olimpíada de 2016 pode assim se transformar em um marco e servir como intervalo em prol do bom-senso, da confraternização acima de tudo e da disputa saudável e leal (independente das diferenças ideológicas, econômicas ou de religião), fazendo jus à regra de que o importante é participar, não vencer. Nada mais adequado do que o Rio ser o palco dessa festa, liderando o intento de pacificar uma sociedade cada vez mais mergulhada no caos. Cenário de episódios de violência que já passaram do limite e de uma penúria financeira abaixo do suportável, a Cidade Maravilhosa, como é cantada em verso e prosa, precisava desse sopro de autoestima e receberá, com certeza, um enorme legado ao final do evento.

Não apenas de obras faraônicas e vistosas que irão ampliar o panorama de suas atrações. Mas também um legado de aprendizado da boa organização, de civilidade e patriotismo. Os lastimáveis deslizes dos primeiros momentos, com a entrega de instalações inacabadas – banheiros quebrados, vazamentos e entulhos para todo o lado na Vila Olímpica – deverão ceder lugar a um encontro memorável, que supere as mazelas e exiba ao planeta o potencial de uma nação digna de figurar entre as melhores.

Ali nos Jogos do Rio estarão mais de 200 países reunidos, quase 50 chefes de estado, perto de 18 mil desportistas, uma infinidade de línguas, hábitos culturais e espectadores ávidos por assistir façanhas que enalteçam o potencial humano. Não por menos as Olimpíadas são classificadas como o grande espetáculo da terra. Recepcioná-la em solo nacional é um privilégio que deve encher de orgulho cada um de nós. Apesar dos pesares e percalços que cercaram a sua montagem. O brasileiro, hoje consumido por notícias de corrupção endêmica, pelas chagas da destruição econômica deixada por um governo petista tão incompetente como venal – e que ainda sofre as agruras de um desemprego em larga escala, de uma inflação lancinante, dos juros imorais e do descaso absoluto com a coisa pública -, poderá afinal colocar de lado seus problemas, por um breve espaço de tempo, para saborear o show dos atletas. 

Logo a seguir, sem demora, estará aberta a discussão do impeachment da presidente afastada Dilma que, a contar com a lucidez dos parlamentares sobre a decisiva etapa vivida pelo País, deverá definitivamente ser deposta. Precisamos virar em definitivo essa página de sofrimentos impostos pela anarquia do poder, restabelecendo o bom caminho das práticas republicanas e sagrando uma etapa de novas conquistas e hábitos políticos, com a moralização do estado, o resgate da credibilidade e consequente retorno ao trilho do desenvolvimento. O Rio terá uma excelente oportunidade (talvez a mais promissora delas) de se redimir com a Olimpíada. E o Brasil conseguirá o mesmo ao confirmar o impeachment.

Por: Carlos José Marques

Terrorismo, lobos solitários e a matança como espetáculo

Entramos numa nova fase do terrorismo, em que a divulgação nas redes sociais potencializa o medo e estimula uma epidemia de atentados 

Nas últimas cinco horas de sua vida, enquanto cometia o maior massacre a tiros da história recente dos Estados Unidos, que deixou 49 mortos e 53 feridos na boate gay Pulse, em Orlando, o americano Omar Mateen sacou várias vezes o celular e buscou, no Facebook, as expressões “shooting” (tiroteio) e “Pulse Orlando”. Mateen queria medir a repercussão de seu espetáculo sangrento, ainda em curso, nas redes sociais e na internet. Enquanto mantinha vítimas em cativeiro, ele também telefonou para uma emissora de televisão e chamou a polícia. Mais do que uma consequência, a transformação do massacre em um show de horror, que alcançasse imediatamente o maior número de pessoas possíveis, foi deliberadamente perseguida pelo terrorista.


Horas antes de começar o tiroteio dentro da Pulse, Mateen telefonou à polícia para jurar lealdade ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Um rapaz de 29 anos, nascido numa família de afegãos que imigrara para os Estados Unidos, Mateen era muçulmano e frequentava uma mesquita na cidade onde morava, na Flórida. Mas não era devoto disciplinado e, quando ia à mesquita, não trocava meia palavra com os demais. Rezava e logo ia embora. O que ressaltava na personalidade de Mateen era sua instabilidade.

Na infância, ele fora um garoto agressivo, disperso. Na adolescência, colecionara advertências escolares por brigar com colegas e desrespeitar regras. Na vida adulta, direcionou a agressividade para o emprego como segurança de um centro de detenção de jovens. Alardeava ter ligações com o Hezbollah, a milícia xiita do Líbano considerada terrorista pelos Estados Unidos. Por isso, entrara numa lista de investigados do FBI. Ao mesmo tempo, expunha seus preconceitos sem muito pudor: racismo, machismo, antissemitismo e, exageradamente, homofobia. Tivera um rápido casamento com uma jovem muçulmana, conhecida pela internet, que logo quis se separar dele por causa de seu comportamento violento.

Mateen visitou a boate Pulse, frequentada especialmente por gays e simpatizantes
, pelo menos uma dúzia de vezes antes do ataque. Chegou a fazer um perfil em um aplicativo de relacionamento gay e a conversar com um usuário que descreveu seu comportamento como “esquisito”. Após a morte de Mateen, abatido a tiros pela polícia, o limite entre a espreita de suas vítimas e o pertencimento à comunidade gay ficou impreciso. Apesar de o Estado Islâmico logo ter declarado Mateen um soldado de sua guerra fundamentalista contra o Ocidente,  a investigação não encontrou  ligações dele com a organização terrorista. Assim também ficou impreciso se o ato de Mateen era um gesto de extremismo solitário ou um assassinato em massa levado a cabo por um indivíduo com aversão à homossexualidade, talvez a própria. Na dúvida, Mateen acabou enquadrado na categoria dos “lobos solitários”, os terroristas que se radicalizam depois de acessar pela internet a maciça propaganda virtual disseminada pelo Estado Islâmico e outras organizações, e perpetram atentados, sem nenhum planejamento sofisticado e apoio logístico dos grupos terroristas.

Desde  o massacre de Orlando, em 12 de junho, uma série de atentados terroristas, assassinatos em massa, chacinas  aconteceram em países do Ocidente e no Japão numa sequência ao mesmo tempo impressionante e apavorante. Alguns ataques têm um caráter ideológico, outros não e outros caem numa zona cinzenta. Boa parte deles foi reivindicada por aparentes “lobos solitários” como Mateen, que proclamaram estar agindo em nome do Estado Islâmico. Foi o caso de Mohamed Lahouaiej Bouhlel, um tunisiano morador de Nice, na Riviera Francesa, que matou 84 pessoas e feriu centenas de outras ao dirigir em alta velocidade um caminhão de 19 toneladas contra uma multidão que assistia à beira-mar à queima de fogos do Dia da Bastilha, a data nacional francesa.



Fonte: Revista Época