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sábado, 30 de abril de 2016

DILMA ENSANDECIDA - acabou o efeito do RIVOTRIL

A ainda presidente chama denúncia de ridícula, enxovalha instituições brasileiras e exalta ditadura cubana

Enquanto seus ministros tentavam defendê-la no Senado, a antiga militante da VAR-Palmares voltava a dar as caras

Dilma Rousseff está saindo pior do que a encomenda. Vendo-se na iminência de deixar o poder, passa por um período de recrudescimento ideológico. Convicções democráticas mal sedimentadas começam a se rarefazer, e o fundo pantanoso da socialista e da ex-terrorista começam a se vivificar. Sim, ela sabe que não há mais o que fazer por seu mandato. Então afronta as instituições e o bom senso. E isso não exclui nem mesmo meter a mão no caixa. Vamos ver

A presidente voltou a atacar o processo de impeachment nesta sexta. Enquanto Nelson Barbosa (Planejamento), Kátia Abreu (Agricultura) e Eduardo Cardozo (AGU) tentavam defendê-la na Comissão Especial do Impeachment do Senado, ela chamava de “ridícula” nada menos! — a denúncia elaborada pelos juristas Miguel Reale Junior, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal.

Pela enésima vez, afirmou que seu eventual impedimento é uma tentativa de chegada ao poder de um grupo que não teve votos suficientes. E chamou o processo de “eleição indireta travestida de impeachment”.

E fez essa discurseira em que situação? Numa cerimônia de prorrogação do programa Mais Médicos. Ela assinou nesta sexta-feira uma Medida Provisória aumentando em três anos o prazo de permanência de médicos estrangeiros no Brasil, mesmo sem a revalidação do diploma. A decisão garante a permanência de cerca de sete mil profissionais, que teriam de deixar o programa neste ano.

Até aí, vá lá. A cereja do bolo foi outra. Na cerimônia em que demonizava as instituições democráticas do Brasil, Dilma se mostrou grata à ditadura cubana por, segundo disse, “ajudar o Brasil”. Como vem se tornando padrão nos últimos eventos dentro do Palácio do Planalto, a plateia, formada por participantes do programa, entoou por diversas vezes gritos contra o impeachment, como “Não vai ter golpe” e “Fora, Cunha”.

No seu discurso ensandecido, Dilma disse que não cometeu crime nenhum e que apenas garantiu a continuidade de “programas sociais e de incentivo à indústria e à agricultura”. Bem, qualquer governante poderia, então, fazer a mesma coisa, certo? E ela não vai parar por aí. Já está decidido que participa do ato de Primeiro da Maio da CUT, em São Paulo. Se não mudar de ideia, pretende anunciar reajuste no Bolsa Família e correção na tabela do Imposto de Renda. Isso tudo sem consultar o Orçamento.

É a militante da VAR-Palmares no comando.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

Janot quer exclusividade no controle da impunidade - formalidades burocráticas vão facilitar impunidade de bandidos, se Janot for atendido pelo Supremo

Janot pede ao STF que proíba PF de negociar delações

PGR enviou à corte uma ação direta de inconstitucionalidade contra lei que legitima participação de delegados federais nas tratativas. 

Associação de delegados afirma que deferimento da ação representaria risco a operações

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira uma ação direta de inconstitucionalidade argumentando que caibam exclusivamente ao Ministério Público as negociações de acordos de delação premiada. Dirigida ao presidente da corte, ministro Ricardo Lewandowski, a ação pede, na prática, que se proíba a Polícia Federal de pactuar acordos de colaboração sem a participação dos procuradores do MP.

A ação de Janot mira trechos da lei 12.850 de 2013 que legitimam a participação de delegados da PF nas tratativas. Segundo o chefe do Ministério Público Federal, os trechos são inconstitucionais e devem ser suspensos e anulados por contrariarem “o devido processo legal, o princípio da moralidade, o princípio acusatório, a titularidade da ação penal pública conferida ao Ministério Público pela Constituição, a exclusividade do exercício de funções do Ministério Público por membros legalmente investidos na carreira e a função constitucional da polícia, como órgão de segurança pública”.

Rodrigo Janot afirma que a investigação policial deve ser feita “em harmonia com as linhas de pensamento, de elucidação e de estratégia firmadas pelo MP”. Para o procurador-geral, “motivos corporativos” acabaram por atribuir à Polícia Federal funções além da competência de “subsidiar a atuação do Ministério Público”, a quem cabe dirigir a investigação criminal até a denúncia à Justiça ou arquivamento.

A exclusividade do Ministério Público, conforme argumenta Janot, está relacionada, entre outros princípios, à preservação da autoridade do juiz, à ampla defesa e à competência para negociar o perdão judicial e a diminuição de penas a delatores.  Embora busque retirar da PF a prerrogativa de negociar com colaboradores, Janot pede ao STF a “modulação temporal dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade” para preservar o efeito dos acordos de delação já firmados por delegados federais que os tenham considerado em investigações e processos criminais.

Por meio de nota da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), os delegados federais “lamentam” a ação de Janot ao STF, cujo possível deferimento classificam como “extremo retrocesso”. Segundo a nota da ADPF, “soa muito estranho que no exato momento em que a Polícia Federal realiza as maiores investigações de combate à corrupção, seja proposta uma Ação para dificultar a atuação da Polícia Federal”. Os delegados federais argumentam que a ação representa risco às operações Lava Jato e Acrônimo e ironizam: “As organizações criminosas que afrontam a nação brasileira comemoram a Ação proposta por Rodrigo Janot”.

Um dos exemplos recentes de acordo de delação firmado com a Polícia Federal sem a participação inicial do Ministério Público é o de Danielle Fonteles, dona da agência de propaganda Pepper Interativa, ajustado no âmbito da Operação Acrônimo, cujos depoimentos implicaram as contas da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014 e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).

A delação de Danielle à PF baseou o indiciamento de Pimentel. Ao chegar à Procuradoria-Geral da República, a delação de Danielle foi dividida em duas partes. Citações à presidente Dilma Rousseff foram encaminhadas ao STF, e as menções a Pimentel, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde corre o processo da Acrônimo.

Além de Daniele Fontelles, delatores da Operação Lava Jato, como os lobistas Julio Camargo e Fernando Baiano, também negociaram a colaboração com a PF.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo 
 

Marcola quer fazer botox

A nova tática do PCC: usar um exército de médicos cuja missão é obter autorização para que os líderes da facção possam fazer saídas temporárias da cadeia — momento nobre para uma fuga. 

Marcola, o líder, aproveitou o embalo para pedir uma esticadinha no rosto

Com poucas chances de escaparem dos presídios de segurança máxima onde estão confinados no interior de São Paulo, os líderes do PCC têm investido em um novo método para deixar a prisão pela porta da frente. A facção criminosa chega a gastar até 600 000 reais por mês contratando médicos particulares que visitam a cúpula do bando na cadeia e depois solicitam sua saída temporária para a realização de exames médicos e outros procedimentos. Só a penitenciária II de Presidente Venceslau - que abriga o líder máximo da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola - registrou 558 atendimentos médicos particulares no ano passado. Quando o presídio nega autorização para os exames, o exército de advogados a soldo da facção recorre à Justiça. Em Presidente Venceslau, em 106 casos os pacientes conseguiram deixar o presídio para atendimento fora dos muros.


 CATORZE ANOS NA PRISÃO: Marcola, do PCC, desde quando foi preso (1999, à esq.) até o registro mais recente, de 2013 (à dir.)(L.C. Leite/AE, José Bispo dos Santos Jr, Jonne Roriz/VEJA)

Mudar de ares, ainda que por algumas horas, não é um privilégio pequeno para os chefes do PCC - muitos deles submetidos ao severo Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que prevê 22 horas por dia na solitária e banho de sol separado dos demais presos. Mas o Ministério Público suspeita que haja outros objetivos por trás das saídas médicas. "Esses momentos aumentam a possibilidade de fuga e facilitam a comunicação com o mundo exterior, algo vital para que as lideranças encarceradas repassem ordens aos seus comandados", afirma o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que estuda a facção há uma década.

Em outubro do ano passado, a polícia barrou uma tentativa de resgate que o Ministério Público acredita estar diretamente ligada a essa nova tática. Ao invadirem uma chácara em Bauru onde se escondiam dez integrantes do bando, policiais encontraram jalecos e estetoscópios. Segundo os investigadores, o plano dos criminosos era usar o equipamento como disfarce para resgatar um integrante do PCC que seria atendido em um hospital da região.

Nem sempre a tática de conseguir marcar exames fora do presídio dá certo. Marcola, por exemplo, teve um pedido para fazer uma ressonância magnética no joelho negado pela Justiça - a administração penitenciária conseguiu provar que ele jogava bola com seus comandados todo dia e, portanto, não deveria estar tão mal assim. No momento, o número 1 do PCC aguarda decisão da Justiça para fazer - acredite, leitor - aplicações de Botox. Nesse caso, porém, tudo sugere que a solicitação só tem o propósito de satisfazer a vaidade do chefe da facção, já que a aplicação da substância é um procedimento simples e, se autorizada, pode ser feita na cadeia. No ano passado, Marcola fez dez consultas na prisão com médicos particulares - um deles, dermatologista. Mas o recordista em atendimentos é outro líder do PCC, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue. Um dos internos submetidos ao temido RDD, ele recebeu no ano passado nada menos que 44 atendimentos de profissionais de diversas áreas, incluindo dermatologistas e dentistas.

A facção sofreu alguns duros golpes nos últimos anos. Em 2013, o Ministério Público conseguiu mapear toda a estrutura de comando da organização e apresentou à Justiça a maior denúncia já feita contra o bando. Em seguida, dezessete integrantes da cúpula foram enviados para o RDD. Apesar disso, o PCC continua a se expandir. Em 2006, ele estava concentrado em São Paulo e tinha presença em alguns poucos outros estados, como o Paraná. Hoje, está espalhado por todo o território brasileiro. "Só no Estado de São Paulo, eles estão presentes em nove de cada dez presídios e possuem ascendência sobre 198 000 presos", calcula o promotor Gakiya.

No exterior, além de aumentar sua presença em países produtores de maconha e cocaína como Paraguai e Bolívia, a facção agora possui células na Argentina, no México, no Peru e na Colômbia. Nos últimos anos, a menina dos olhos do grupo passou a ser o chamado "Projeto Princesinha", que consiste no desenvolvimento de uma rota própria para levar a droga para Portugal. O Ministério Público já apreendeu planilhas de contabilidade do grupo em que aparece o registro do lucro com a venda para o continente europeu. O volume de droga ainda é pequeno, contado às dezenas de quilos, mas o potencial é enorme. O PCC pode não fazer mais tanto barulho como há dez anos, quando perpetrou uma onda de ataques que aterrorizou São Paulo, mas continua vivo e ativo. E seus líderes, como se vê, esbanjam saúde.

Fonte: Revista VEJA

 

Lula, ladrão desde sempre - sempre ganhou mensalinho

Lula sempre ganhou mensalinho da OAS, diz empreiteiro

Engenheiro Zuleido Veras, preso em 2007 por pagar propina para obter contratos com o governo, conta que o ex-presidente recebia dinheiro da construtora desde a década de 80 e que cartel de empreiteiras foi montado para eleger Dilma Rousseff

O engenheiro Zuleido Veras conhece bem o ambiente de promiscuidade que existe entre o mundo político e as empreiteiras de obras públicas. Em 2007, Veras foi preso em uma operação da Polícia Federal, acusado de pagar propina em troca de contratos milionários no governo - um roteiro de corrupção muito similar ao do hoje famoso petrolão. Dono da construtora Gautama, o empreiteiro ficou doze dias na cadeia, respondeu ao processo em liberdade e, neste ano, o Supremo Tribunal Federal considerou nulas as provas contra ele. Na década de 80, antes de abrir o próprio negócio, Veras ocupou durante dez anos um cargo importante na OAS, uma das empreiteiras envolvidas no escândalo de pagamentos de suborno da Petrobras. Trabalhou ao lado de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS e hoje um dos condenados no esquema de fraudes na estatal. Nesse período, Veras testemunhou o início de um relacionamento que pode explicar muito sobre alguns eventos ainda em apuração na Operação Lava-Jato.

Além dos golpes contra a Petrobras, Léo Pinheiro está sendo investigado por ter pago propina a políticos importantes, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, suspeito de ter recebido de presente da empreiteira um tríplex numa praia do Guarujá e a reforma de um sítio em Atibaia, ambos no Estado de São Paulo. Em entrevista a VEJA, Zuleido Veras conta que as relações financeiras entre Lula e a OAS reveladas pela Lava-Jato não o surpreenderam: elas existiam desde que o ex-presidente ainda era apenas um político promissor. O empresário afirma que Léo Pinheiro sempre deu dinheiro a Lula para "sua sobrevivência", valores que hoje ficariam entre "30.000, 20.000, 10.000 reais", e também ajudava "por fora" nas campanhas políticas do ex-­presidente. Em troca, os petistas estendiam a mão aos interesses da OAS. Veras também diz que o petrolão foi criado no governo Lula com a missão de garantir recursos para eleger Dilma.

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Três caras que só pensam naquilo

"(...) vivem em constante rivalidade, e na situação e atitude dos gladiadores, com as armas assestadas, cada um de olhos fixos no outro; isto é, seus fortes, guarnições e canhões guardando as fronteiras de seus reinos e constantemente com espiões no território de seus vizinhos, o que constitui uma atitude de guerra." A célebre sentença de Hobbes refere-se aos Estados, mas serviria para definir os chefes políticos tucanos. O PSDB renunciou à condição de partido, reduzindo-se a um teatro de guerra permanente entre três caras que só pensam naquilo. Na inauguração do governo Temer, o impasse tucano já não deve ser visto como um problema intestino, mas como aspecto crucial da crise nacional.

A guerra, fria ou declarada, entre Aécio, Serra e Alckmin atravessou a era do lulopetismo, corroendo o tecido do principal partido de oposição. Hoje, quando o reinado lulo-dilmista chega ao fim em meio a incêndios econômicos, políticos e éticos, o conflito trava o PSDB, sabotando uma decisão nítida sobre o engajamento no governo transitório. Sem os tucanos a bordo, a nau de Temer se inclinaria na direção do PMDB de Jucá, Renan, Cunha et caterva, associado a um "centrão" composto por partidos ultrafisiológicos. No lugar de um governo de "união nacional", surgiria um gabinete de salvação das máfias políticas que saltaram de um comboio descarrilhado.

Aécio devastou o capital político acumulado na campanha eleitoral cortejando uma bancada parlamentar irresponsável, que chegou a votar contra o fator previdenciário e estabeleceu um desmoralizante pacto tático com Cunha. Há pouco, declarou-se "desconfortável" com a participação orgânica do PSDB no novo governo. Serra, o incorrigível, preferiu negociar pessoalmente um lugar destacado na Esplanada dos Ministérios. Sonhando delinear um caminho próprio até o Planalto, se preciso pelo atalho do PMDB, ameaça virar as costas a seu partido, entregando-o à confusão. Alckmin, por sua vez, acalenta um projeto presidencial improvável acercando-se do PSB e tricotando com a camarilha político-sindical do Paulinho da Força. Nesse passo, implodiu a campanha tucana à Prefeitura de São Paulo. Hoje, a guerra particular que travam os três gladiadores tem o potencial para complicar a já difícil transição rumo a 2018.

A sorte do governo Temer será jogada no interregno entre a posse provisória e o julgamento final do impeachment no Senado. Uma coleção de notícias econômicas positivas, quase contratadas de antemão, não será suficiente para consolidá-lo. A carência de legitimidade eleitoral precisa ser compensada por iniciativas políticas coladas aos anseios da maioria que repudiou o lulo-dilmismo.[o Governo Temer conta com a legitimidade constitucional e queiram ou não com a legitimidade eleitoral; Temer foi eleito vice-presidente e quem vota sabe que o vice-presidente pode assumir a presidência da República, pode se tornar presidente.]
Se fosse um partido, não uma arena de gladiadores, o PSDB trocaria o engajamento integral no governo por um ousado compromisso com a Lava Jato. Exigiria do novo presidente a mobilização imediata da maioria parlamentar para cassar o mandato de Cunha. Conclamaria o governo a encampar o projeto de lei das dez medidas contra a corrupção formulado pelo Ministério Público. Em trilho paralelo, forçaria uma minirreforma política destinada a fechar o rentável negócio da criação de partidos de aluguel. Mas, imerso no seu pântano interno, o PSDB ensaiou fazer o exato oposto disso. No auge de seus exercícios ilusionistas, os tucanos prometeram a Temer um "profundo e corajoso" apoio parlamentar em troca da adesão a uma flácida agenda política. O intercâmbio equivaleria à cessão de um cheque em branco a um governo no qual não se deposita confiança.

Dias atrás, Aécio reuniu-se com Temer e sinalizou uma mudança de rota. "Tínhamos duas opções: lavar as mãos ou ajudar o país a sair da crise", constatou, antes de concluir com um enigmático "vamos dar nossa contribuição". Será, enfim, um indício de que o PSDB avalia a hipótese de fingir que é um partido?

Fonte: Folha de São Paulo - Demétrio Magnoli

 

A miss-bumbum e o clima de fim da festa no Planalto

Mulher de um dos novos ministros da equipe de Dilma, ex-miss Bumbum tira fotos no gabinete do marido e dissemina na internet o retrato de um governo que agoniza

Na manhã de segunda-feira, a ex-­miss Bumbum Milena Santos foi a um salão de beleza de Brasília. Queria se produzir para o grande evento do dia: um ensaio fotográfico da sua primeira visita ao novo gabinete do marido, o petista Alessandro Teixeira, nomeado três dias antes pela presidente Dilma Rousseff para o cargo de ministro do Turismo. Conhecida na internet, local onde se contam às dezenas as páginas em que aparece em fotos sensuais e vídeos eróticos, Milena vive há dois anos com o ministro, mas, até onde se sabe, mantinha-se, digamos, recolhida desde que chegou a Brasília. 
 A ex-miss Bumbum no gabinete do marido: bolsa de 8 000 reais e vestido de um botão só, abaixo e acima do qual tudo se revelava  (VEJA.com/VEJA)

Na semana passada, decidiu que era hora de fazer-se, digamos, mais visível. Com um vestido branco de um só botão, abaixo e acima do qual tudo se revelava, ela posou para fotos e depois postou as imagens na página de uma rede social. Exibindo uma bolsa Dolce & Gabbana de 8 000 reais, a ex-miss Bumbum aparece nas fotos trocando olhares e beijos com o marido, faz poses diante da mesa de reuniões e ao lado da bandeira nacional. "Compartilhando com meus amigos meu primeiro dia de primeira-dama do Ministério do Turismo do Brasil. Te amo, meu amor, juntos somos mais fortes. Não é a toa (sic) que ao lado de um grande homem existe sempre uma linda e poderosa mulher", escreveu ela.

Saiba mais sobre a ex-miss bumbum - inclusive vídeo pornô estrelado por ela, clicando aqui

Em questão de minutos, a sessão de fotos causou furor nas redes sociais - e, claro, virou notícia. Com o governo derretendo e a presidente da República em via de ser despejada do Palácio do Planalto, era a cena que faltava para imprimir a marca de zorra total ao clima de fim de festa em Brasília. O fato de o coadjuvante do escândalo ser figura próxima da presidente só fez piorar a situação. O gaúcho Alessandro Teixeira é homem de confiança de Dilma, ocupou cargos importantes no governo e participou da coordenação da campanha da petista à reeleição. Em tempos normais, o ministro - qualquer ministro - que se visse envolvido nessa situação, digamos, insólita teria sofrido pelo menos uma das famosas reprimendas da chefe. Os tempos são outros. A anestesia da presidente reflete o estupor reinante nas repartições públicas de Brasília.

São muitos os sinais de que o governo experimenta seus últimos dias de poder. Na manhã de quinta-feira, no subsolo do Palácio do Planalto, funcionários providenciavam caixas de papelão vazias. A limpeza das gavetas foi antecipada. A rotina também já era bem diferente daquela dos dias normais. "Na verdade não dá nem para falar em rotina. Está tudo parado por aqui", disse uma funcionária da Presidência. "O clima é de enterro. Está começando a cair a ficha de que erraram feio." Dilma ainda tenta demonstrar que tudo funciona normalmente, mas sua agenda revela o oposto. Nas duas últimas semanas, houve 23 audiências, a maioria com ministros da casa - e todas para tratar do processo de impeachment e da estratégia de classificar o afastamento como "golpe". Nada de encontros com chefes de Estado estrangeiros ou presidentes de multinacionais. Nada de discutir projetos e ações de governo. Com a debandada dos aliados, a Esplanada está repleta de representantes do terceiro escalão chefiando ministérios. Alguém sabe como se chama o ministro da Saúde? Imagine o dos Portos...

Na intimidade, no Palácio da Alvorada, a presidente tem passado madrugadas em claro. Ela se recolhe no fim da noite, mas desperta no meio da madrugada. No escritório, a alguns metros do quarto presidencial, liga o terminal em que recebe despachos de agências de notícias. Fica on-line, lendo o que será publicado nos jornais, até praticamente o raiar do sol. A família tem ajudado a presidente a lidar com a situação. Dias antes de o plenário da Câmara votar o impeachment, ela ganhou o afago do irmão, Igor, que deixou a pequena Passa Tempo, no interior de Minas, para ficar uma semana como hóspede do Alvorada, ao lado de Dilma e da mãe, Dilma Jane. Ao retornar a Minas, Igor Rousseff teve de ouvir piada do patrão, o empresário Alberto Ramos, para quem toca um projeto de criação de peixes. "Eu disse a ele, brincando: 'Agora você vai ter de trabalhar mais porque sua irmã em poucos dias já não vai ser mais presidente' ", contou Ramos. O empresário, que nos tempos áureos de Dilma chegou a ser levado por Igor para uma conversa de duas horas com a presidente em Brasília, também já abandonou o barco. "Eu contrato o Igor, mas a irmã dele eu não contrataria. Ela está caindo por ignorância e incompetência", diz.

Às vésperas da decisão do Senado sobre seu afastamento, a presidente corre para anunciar um pacote de bondades. Tenta criar uma agenda positiva em meio ao caos. Divulgou que pretende, por exemplo, reajustar o Bolsa Família. Em paralelo, esforça-se para mostrar resiliência. Na sexta-feira, em nova cerimônia para a militância no Planalto, classificou a denúncia que deu origem ao processo de impeachment de "ridícula". No fim de festa em que se transformou o seu governo, com até ex-miss Bumbum dando espetáculo, o adjetivo pode ter larga aplicação.

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Por: Rodrigo Rangel

Pontos positivos - existem alguns pontos positivos, mas o principal, o que tem quer aplicado é: escarrar Dilma

BC resistiu à principal ameaça do PT. O Banco Central do governo Dilma vai entregar o comando a quem for indicado pelo governo Temer tendo resistido à principal ameaça feita pelo PT durante todo o tempo: o de usar as reservas cambiais para estimular a economia. O BC da Argentina enfrentou durante a administração de Cristina Kirchner duas demissões de presidente para que ela pudesse avançar sobre as reservas.

O BC brasileiro nunca teve autonomia formal, o da Argentina tinha na lei, mas ela não foi respeitada. No fim das contas, a autoridade monetária no Brasil acabou tendo um desempenho muito melhor na resistência às pressões políticas.  A inflação nunca ficou no centro da meta durante todo o período Dilma e terminou 2015 chegando aos dois dígitos. Este ano, a inflação está caindo e as expectativas estão sendo revistas para melhor nas últimas semanas. Para se ter uma ideia, no final de fevereiro a previsão feita pelo mercado através do Boletim Focus era de que a inflação deste ano seria de 7,56% e na última semana fechou em 6,98%. Ao longo deste ano pode haver, ao todo, uma queda da taxa anual de inflação de quatro pontos percentuais.

Ainda que seja o resultado da recessão, a queda da inflação é boa notícia porque elimina o temor de que o país estivesse prisioneiro de uma armadilha que nos levaria a ter recessão forte e inflação alta, situação na qual não haveria o que o BC pudesse fazer. Agora, esse temor começa a se dissipar, porque a taxa está ainda alta, mas descendo. A inflação de serviços está caindo, porque é a mais afetada pela recessão. Com isso, o provável governo Temer poderá reduzir a taxa de juros em breve. Esse é um dos poucos pontos positivos da herança que uma administração receberá da outra.

Houve também muita pressão política sobre o Banco Central para que houvesse liberação de compulsório. Hoje, há R$ 400 bilhões de recolhimento compulsório. Parecia uma boa ideia a liberação de parte desse dinheiro, mas, na verdade, não era. Em época de confiança baixa, não adianta muito reduzir o recolhimento de liquidez ao BC porque acaba virando dívida pública e tendo pouco efeito para o que se quer, que é estimular o crédito e recuperar o crescimento. Mas se um novo governo conseguir recuperar um pouco o nível de confiança dos agentes econômicos, e a inflação convergir para a meta, é possível que esse instrumento possa ser utilizado.

Bastou haver a perspectiva de um novo governo para cair muito a taxa de câmbio. Este ano, a moeda americana teve uma desvalorização de 13% sobre o real. Fundos cambiais e empresas passaram a desfazer suas posições de seguro em dólar. Com nível alto de hedge, ficaram apenas os investidores estrangeiros. O BC então tirou US$ 40 bilhões do total que tinha em swap cambial. Como os analistas fazem a conta de reservas líquidas, que são as reservas menos a posição que o BC tem de swap, houve um aumento recente das reservas líquidas em US$ 40 bi.

A conta-corrente teve, nos últimos meses, um forte ajuste. Outro ponto positivo da conjuntura que vive num mar de dados negativos. A previsão é de que este ano o déficit seja de apenas US$ 25 bilhões — muito menor do que os US$ 104 bilhões do pico em 2014. O investimento direto estrangeiro estava em US$ 77 bilhões no acumulado de 12 meses em fevereiro. Está caindo, mas deve fechar o ano em US$ 60 bilhões, o que significa que o deficit será mais do que coberto por investimentos externos.

Na área monetária, o país será entregue de uma para outra administração com vários indicadores positivos. Desta forma, se o novo governo fizer alguns movimentos corretos pode-se restaurar um pouco a confiança que está em nível muito baixo. Na área fiscal, no entanto, o mercado está prevendo que o país fechará o ano com um déficit de 2% do PIB, R$ 120 bilhões. Uma enormidade e sem chance de reversão.

A estabilidade financeira é outro fator tranquilizador. O país está passando por um encolhimento do produto de 8% em dois anos e não há bancos em dificuldade. Há quem diga, no mercado, que o nível de inadimplência tem sido camuflado pelas renegociações constantes com os devedores. Mas o fato é que os bancos têm conseguido absorver a crise das empresas, renegociando as dívidas e elevando provisões.

Fonte: Coluna da Miriam Leitão

 

"AS SABOTAGENS DELES DE CADA DIA"

Gatos pingados de manifestantes, concentrados em pontos estratégicos de avenidas e rodovias do País, tocaram fogo em pneus, pararam o trânsito, promoveram a baderna. A intenção era essa mesma. Bagunçar a rotina! Criar tumulto. À revelia da lei. 

Como que autorizados por uma força maior, os ditos movimentos sociais de viés radical querem entornar o caldo. A senha foi dada por ninguém menos que o líder petista Lula que, nos últimos dias, em várias ocasiões, tem dito publicamente: “agora é guerra”. Entenda-se a dimensão do que ele pretende. Na semana passada, em encontro com sindicalistas, Lula lançou a ordem que espera ver obedecida tanto pela cúpula partidária como pelos seus seguidores insanos: “Vamos infernizar o governo Temer! Não se deve colaborar de maneira nenhuma”. A agremiação dos trabalhadores vai financiando a militância para a tática de terror. Dilma, a mandatária às vésperas de ser afastada do Planalto, também leva ao pé da letra as determinações do chefe.  

Orientou assessores e ministros subordinados para a sabotagem: limpem tudo, eliminem dados, soneguem informações ao pessoal do Temer. Dilma está com raiva. Semanas atrás insinuou que as ruas não vão ter paz. Seu ministro Cardozo falou em risco de “convulsão social”. Como podem autoridades da República assumir a ideia do quanto pior, melhor? Não eram eles que reclamavam disso? O plano de boicotar o País é desprezível. Dilma dá guarida aos agitadores. Mais uma vez, nesses momentos derradeiros de poder, a presidente abriu as portas do seu gabinete para que ali se refestelassem os dirigentes da CUT, do MST, do MTST e quetais. Estavam lá os “cabeças” das organizações. Gente como Stédile, a cujo “exército” Lula prometeu recorrer na eventualidade de deposição da presidente. Guilherme Boulos, dos sem-teto, Vagner Freitas, da central de trabalhadores, e Aristides Santos que no Planalto, ao lado de Dilma, já pregou a invasão de propriedades privadas, de gabinetes, fazendas e casas dos brasileiros – completavam a tropa. 

A eles a presidente prometeu cargos, liberou terras, pediu que reclamassem do “golpe”, evocou cumplicidade enquanto deixava no ar a impressão de que simpatizava com a tese de eleições antecipadas. Eis a nova jabuticaba que o pessoal petista deseja plantar para convulsionar ainda mais o ambiente de transição política. Na prática, sabem os defensores da invencionice, não há a menor chance de ela vingar. Uma PEC para alterar a Constituição é inaceitável no que se refere a cláusulas pétreas. De mais a mais, o que anima especialmente Dilma é a possibilidade de arrastar indefinidamente os debates nesse sentido no parlamento, deixando para trás as investigações sobre seus crimes de responsabilidade. Que são muitos, diga-se de passagem. O verdadeiro golpe vai assim se cristalizando. Dilma manobra informações. Tenta esconder do mundo que cometeu, de fato e caso pensado, atentados à Carta Magna e transita com a versão de que é vítima de injustiças para manipular a opinião pública – e, quem sabe, alguns senadores dispostos à barganha pela causa. 

No plano das ilações e incongruências, a presidente extrapola. Inicialmente falou que o futuro ocupante do Planalto iria acabar com os programas sociais. De uns dias para cá, depois que soube das intenções do vice para a área, reclamou que ele não pode se “apropriar” desses programas. E determinou que fossem feitos aumentos irresponsáveis e antecipados nos valores concedidos, mesmo sabendo que não há recursos para tanto. Quer deixar mais problemas e abacaxis no caminho do seu substituto. 

Não importando o custo da traquinagem para o País. Ofender instituições, deslegitimar o processo democrático, espalhar inverdades por onde anda e agir sem medir consequências têm cada vez mais maculado a respeitabilidade que resta da presidente Dilma. [algum dia Dilma teve respeitabilidade?] Adepta do vale-tudo, ela chegou a pedir ao Mercosul que considerasse a expulsão do Brasil do bloco. Quando confrontada com seu desastroso legado, tergiversa. Os mais de dez milhões de desempregados, registrados pelo próprio IBGE, viram somente 2,6 milhões nas suas contas tortas. A crise é culpa de fatores alheios, do fim do superciclo das commodities, dos subprimes. Nunca das barbeiragens praticadas nos dois mandatos. As “pautas-bomba” surgiram pelas mãos dos congressistas. Foram eles quem - nas palavras dela em entrevista a jornalistas estrangeiros no recente tour aos EUA - “permitiram a aceitação de medidas populistas que inviabilizaram a rigidez fiscal, a responsabilidade fiscal, a robustez fiscal do País”. 

Acredite se quiser. Dilma, que nas eleições recentes fez o diabo, difamou adversários e mentiu descaradamente sobre promessas, parece gostar do esporte de distorcer a realidade. “Não hostilizamos quem pensa diferente de nós”, bradou em um dos inúmeros discursos. A quem ela tenta enganar quando na prática faz o que nega? A mandatária fala em golpe mas viaja em avião oficial, com aparato de Estado, deixa o suposto “golpista” em seu lugar e passeia de bicicleta nos bucólicos trajetos da Esplanada, como se nada estivesse acontecendo. A presidente virou um poço de contradições. Ao lado de Lula, à frente do bloco de sabotadores, ambos tentam embaralhar a cena e acusar os opositores daquilo que eles mesmos são responsáveis. Na semana passada, Lula chegou ao cúmulo de declarar que “há uma quadrilha tentando implantar a agenda do caos”.  

Referia-se ao Congresso, sem um pingo de autocrítica quanto aos próprios atos. Com o afastamento de Dilma, que provavelmente ocorre nos próximos dias, o PT de Lula & Cia. se transfere para o lugar de onde age com melhor desenvoltura: a oposição. É lá que os partidários de praticar a arte de jogar contra. Pelo mero prazer de melar as boas iniciativas. Foram historicamente contra a Constituinte, contra o Plano Real, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e contra os programas de alimentação, educação e transporte dos tucanos – que, mais tarde, redundaram no Bolsa Família. O que parece exclusivamente importar na cartilha petista é a demonização do êxito do Brasil. 

Fonte: Carlos José Marques, diretor editorial - Isto É
 
 

Por um debate fecundo

Com ou sem impeachment, é urgente ter clareza sobre o que é inadiável e prioritário. Não dá para desviar o foco o tempo todo

Faltam metáforas. É mais que um atoleiro. Não se trata apenas de constatar que o país está paralisado ou congelado, rolando morro abaixo. A situação de emergência obriga a estabelecer prioridades. Não se pode ficar esperando que o céu nos caia sobre a cabeça, que o país quebre de uma vez, enquanto não se faz nada e os aposentados continuam sem receber, os hospitais sem atender, os alunos sem aulas, a segurança pública se deteriorando mais do que nunca, as obras interrompidas, e um cortejo de horrores se sucedendo. Já que a realidade não tem nada a ver com o mundo de mentirinha que a propaganda governamental insistia em mostrar, era óbvio que a conta dos desmandos ia chegar. Chegou.

Com ou sem impeachment, é urgente ter clareza sobre o que é inadiável e prioritário. Não dá para desviar o foco o tempo todo ou embromar e postergar indefinidamente. As discussões precisam deixar de lado a raiva espumando, a saliva e as cusparadas e tentar enxergar as prioridades. Vai ser preciso negociar, buscar consenso. Seria bom se cada um de nós, ao menos para si mesmo, se preparasse para esse debate e encarasse certas questões. Por exemplo, quais os pontos fundamentais a enfrentar com urgência?

Na primeira pessoa, e sem pretender impor nada a ninguém, de minha parte creio que há um tripé, no qual duas pernas são emergenciais: a economia e o respeito à Justiça.  Há que tomar medidas econômicas urgentes para restabelecer confiança no Brasil, mostrando que somos capazes de ver e dizer a verdade nessa área, merecemos credibilidade, reconhecemos nossos erros e nos dispomos a consertá-los. Mais que isso, é preciso um projeto para o país, formulado com nitidez e competência, reafirmando que a responsabilidade é um valor respeitado e a política econômica não será uma rolha na água, ao sabor de ondas e ventos, mas uma navegação segura e consciente rumo a um porto determinado, mesmo que o mar esteja grosso.

Ao mesmo tempo, tenhamos clareza sobre as conquistas de que não estamos dispostos a abrir mão, sobre quanta solidariedade queremos ter com os mais sacrificados em nossa sociedade, a quantos e quais privilégios podemos renunciar, que valor damos à equidade. Já que o dinheiro público não é infinito, a sociedade precisa definir onde ele deve ser gasto. Que cada um veja o que pensa, para arejar a discussão sem seguir a manada. Por exemplo, universidade pública ou ensino fundamental e médio de melhor qualidade? Subsídios para empresas? Estabilidade para funcionário público que não produza? Pensões eternas para filhas e viúvas de militares? Aposentadorias prematuras? Isenção fiscal para igrejas? Para partidos políticos? Aumento dos recursos do fundo partidário? E precisa ter tanto partido assim? Tanto burocrata pago com dinheiro público? Tanto ministério? Tanto deputado? Tanto município? Onde se pode cortar? São muitos ralos por onde escorre a riqueza da nação, vamos ter de fechar alguns. Quais? Até que ponto vamos deixar que privilégios se confundam com direitos adquiridos? Vale lembrar que em nossa história, para retardar a Abolição, já tivemos o vergonhoso argumento de que donos de escravos, ao comprarem sua mercadoria humana, adquiriam direitos que precisavam ser mantidos ou indenizados.

Outra coluna prioritária é a garantia de que a Justiça vai ser para todos, sem se tolerar qualquer tentativa de obstruí-la. Para isso, as investigações devem continuar, a Lava-Jato não pode ser cerceada, o Ministério Público e o STF devem cumprir seu papel constitucional, o sigilo deve ser mantido enquanto necessário e ceder a vez à transparência e à publicidade quando não o for mais. Como a lei manda.

Garantidos esses dois pilares básicos, vai ser preciso enfrentar o terceiro: mudar a estrutura eleitoral e partidária que distorce nossos votos a ponto de sentirmos que os chamados representantes do povo não nos representam. Essa reforma política ampla é também fundamental, para buscarmos regras que aperfeiçoem o processo e evitarmos a repetição dessas tristes realidades a que temos assistido — das campanhas mentirosas vencedoras, à eleição de candidatos menos votados que os derrotados. Será necessário criar antídotos para a compra de votos e punir a corrupção “esperta” disfarçada de legal. Limitar o foro privilegiado ou acabar com ele. Discutir o fim da reeleição, voto distrital misto, mecanismos de recall. Mas esse conjunto de reformas, igualmente essencial, exige um debate multifacetado e constitui um processo mais lento e menos emergencial.

Se conseguirmos prioritariamente aumentar a confiança na economia com medidas responsáveis e eficientes, e se garantirmos a continuidade das investigações na Justiça, estaremos dando os primeiros passos. De gigante, mas possíveis. O país tem instituições fortes, quadros capazes e potencial para isso. Porém, cada um deve ter consciência de quanto se dispõe a colaborar para um debate mais isento e realista. Mais útil e fecundo. E caminhar nesse sentido.

Fonte: Ana Maria Machado é escritora - O Globo

Petistas, sabotadores do Brasil, apostam no quanto pior melhor

Eles querem sabotar o Brasil

Orientados pela presidente Dilma Rousseff e por Lula, movimentos sustentados pelo governo infernizam o País, enquanto o Planalto faz o diabo para tentar inviabilizar a futura gestão de Michel Temer 

 Um cão latindo, outro ouvindo

[os planos dos aprendizes de terrorista Lula e Dilma,  possuem dois adversários que os inviabilizam:
- deletar arquivo de computador de petista é exatamente a mesma coisa que acionar o botão de descarga - só sai merda. O computador de um petista contém o que os petistas pensam e são capazes de produzir: merda...............
- as quadrilhas chamadas de 'movimentos sociais', tais como MST, MTST e outros lixos, são sustentadas com dinheiro público e momento em que Dilma for afastada o dinheiro acaba, vai faltar até para o 'pão com margarina' e as quadrilhas somem das ruas.
E caso persistam com ações de perturbação da Ordem Pública, as Forças Armadas tem a obrigação de intervir, se efetivando a Intervenção Militar Constitucional.]

A tática é velha, surrada e remete a Roma antiga. Tal como o imperador Nero fez com a capital ocidental do Império, para depois atribuir a culpa aos cristãos, o PT pôs em marcha, nos últimos dias, o que internamente chamou de “política de terra arrasada”.  


Fotos deste tipo, tornam mais fácil entender as razões que motivam o PT e assemelhados a defenderem com tanto afinco o homossexualismo, o casamento gay, a extinção da família

Orientados pelo ex-presidente Lula, com o beneplácito da presidente Dilma Rousseff, e inflamado por movimentos bancados pelo governo, o partido resolveu tocar fogo no País – no sentido figurado e literal. A estratégia é tentar inviabilizar qualquer alternativa de poder que venha a emergir na sequência do, cada vez mais próximo, adeus a Dilma. A ordem é sabotar de todas as maneiras o sucessor da petista, o vice Michel Temer, apostando no quanto pior melhor. Mais uma vez, o PT joga contra os interesses do País.

Quem paga as contas

Quem está pagando as contas de Lula?

Para conspirar a favor de Dilma, Lula aluga uma suntuosa suíte de um hotel em Brasília, mas não revela quem está bancando as despesas

Nas últimas semanas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se dedicado a uma atividade pouco republicana: evitar a queda da presidente Dilma Rousseff, aprovada pela Câmara dos Deputados e amparada em preceitos constitucionais. Em sua sanha desesperada, Lula reúne-se com velhos camaradas, conspira ao lado de integrantes relutantes do governo, urde tramas mirabolantes para conter o naufrágio do projeto petista. Na esperança de que as tramoias surtam algum efeito, Lula se aboletou no Royal Tulip, hotel localizado a menos de 1 km do Palácio do Alvorada, a residência oficial de Dilma. Por si só, a proximidade com o Alvorada é uma afronta ao processo de impeachment. Afinal, apenas alguns poucos metros separam o comando da nação de um QG que tem o objetivo de buscar apoio, de forma nem sempre republicana. Mas há outro motivo que causa ainda mais indignação. Lula e seus asseclas têm gastado uma pequena fortuna para manter o aparato. Quem paga essa conta?


De acordo com informações obtidas por ISTOÉ junto a funcionários do hotel, desde que Lula se instalou no Tulip, há pouco mais de um mês, as despesas superam R$ 800 mil. Apenas a unidade que Lula ocupa tem 76 m². Ela conta com quarto e sala separados e varandas com vista para o Lago Paranoá e a piscina. Na antessala, uma suntuosa mesa de reuniões para 6 pessoas é o lugar preferido para os conchavos entre petistas. Além da suíte presidencial de Lula, outras três acomodações são ocupadas por sua entourage. A turma toda, composta por mais de uma dezena de pessoas, entre assessores, seguranças e companheiros petistas, faz todas as refeições no local, elevando a conta em alguns milhares de reais.

Não foi esclarecida a origem do dinheiro para bancar essa gastança. A história é nebulosa. Procurado por ISTOÉ, o Instituto Lula recusou-se a responder sobre os gastos com a hospedagem. Já o Royal Tulip declarou que não fornece informações sobre hóspedes. Como nos finais de semana Lula vem para São Paulo, há despesas também com o deslocamento aéreo em jatinhos particulares. Durante muito tempo, Lula usou a aeronave privada de Walfrido dos Mares Guia, um dos seus ex-ministros, para fazer deslocamentos Brasil afora. Há alguns dias, Mares Guia negou que, na última semana, tenha cedido a aeronave. Para ir conspirar em Brasília, em pelo menos duas ocasiões Lula viajou a bordo de um Cessna prefixo PR-LFT. A aeronave está registrada em nome da Global, empresa de táxi aéreo. A Global não divulga detalhes de seus negócios. ISTOÉ apurou que um voo de ida e volta entre São Paulo e a capital do País a bordo de um jatinho tipo Cessna custa cerca de R$ 40 mil.

Lula tomou uma série de medidas para não deixar rastros de sua operação em Brasília. Escaldado por experiências anteriores, mandou cobrir as câmeras de vigilância do andar de sua suíte. Ele certamente se lembrou do episódio com José Dirceu, que, às vésperas de ser preso, também montou um QG em um hotel brasiliense para receber ministros e diretores da Petrobras. Cenas dos encontros foram gravadas pelas câmeras de segurança, e imagens constrangedoras acabaram exibidas na TV. Na semana mais intensa de sua estadia, a que antecedeu a votação do impeachment, Lula proibiu que os visitantes fossem encontrá-lo com celulares. É que ele tinha aprendido outra valiosa lição. O senador Delcídio do Amaral acabou preso depois de ter uma conversa sua gravada por um aparelho de celular, na qual discutia um plano de fuga do Brasil do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. As restrições impostas por Lula incomodam outros hóspedes do Tulip, que não admitem ter sua segurança comprometida pela ausência de câmeras e pela presença ostensiva de leões de chácaras petistas. Alguns deles ficam circulando no lobby do hotel para monitorar a movimentação de curiosos.

Fotos: Pedro Ladeira/Folhapress; José Cruz/ABr; Divulgação

 

O verdadeiro golpe é o das ‘diretas já’ - apoiado pela aborteira Marina Silva, que também defende a maldita 'ideologia de gênero

A manobra, de origem petista, esbarra em obstáculos intransponíveis, como a necessidade de Temer renunciar e sua própria inconstitucionalidade

A ideia, sibilina, teria surgido em hostes petistas, quando a aprovação da admissibilidade do pedido de impeachment de Dilma pela Câmara passou a ser inevitável. E toma corpo agora com as previsões do afastamento de fato da presidente pelo Senado. 

Marcar para logo eleições de presidente e vice quem sabe, até gerais ofuscaria a amarga derrota do partido no impedimento de Dilma, daria chance de uma volta por cima para o PT, caso o próprio Lula se candidatasse — a depender da Lava-Jato e do Supremo —, e ainda arrebanharia o apoio dos muitos que se assustam com Michel Temer e com os que o cercam. 

A, na aparência, sedutora bandeira do “nem Dilma nem Temer”  logo ganhou o apoio desabrido de Marina Silva, da Rede, não por coincidência quem tem aparecido em boa colocação nas pesquisas eleitorais feitas no turbilhão da crise. Nada contra o senso de oportunidade. É legítimo político almejar o poder e se mobilizar diante de uma possibilidade, pelo menos teórica, de chegar lá.

Dez senadores do PMDB, PSB, Rede, PDT, PSD e, é claro, PT e PCdoB, acabam de encaminhar carta a Dilma pedindo que ela envie proposta de emenda constitucional para convocar eleições presidenciais, fazendo-as coincidir com o pleito municipal de outubro. E renuncie à Presidência, por óbvio.

A manobra se relaciona com o discurso de Dilma de que conta com o respaldo de 54 milhões de votos, maneira de dizer que apenas a eleição direta dá legitimidade. Ora, mas o vice da chapa também foi eleito pelo povo. Um grande complicador da esperta operação é convencer Michel Temer a também renunciar. E mais do que isso: deve-se perguntar se o truque é viável à luz da lei maior, a Constituição.

E não é. A proposta de uma emenda constitucional com este fim é no mínimo cavilosa. Porque para uma PEC ser aprovada exige-se quórum de três quintos de cada Casa, ou 60% (na Câmara, 308 votos), enquanto o impeachment, o afastamento do cargo, requer dois terços de apoio, 66% (342 votos). Como esta PEC objetivaria o mesmo que um processo de impedimento, a inventividade política, no mau sentido, teria construído um atalho para se aprovar impeachments com menos votos que o estabelecido na Lei.


Isso, além do fato de que não é possível o Congresso reduzir mandatos. Assim, o presidente e o vice teriam de renunciar, mas, para este caso, também há regras na Carta: eleição direta até o meio do mandato; indiretas, depois disso.

O ponto central da questão é que o Brasil tem de deixar de buscar fórmulas casuísticas, supostamente milagrosas, para enfrentar crises políticas. Desde o mensalão, e agora com o petrolão, passando pelo impeachment de Collor, o arcabouço jurídico e as instituições brasileiras já se mostraram capazes e fortes o bastante para resgatar o país de turbulências. É preciso parar-se de moldar fórmulas de conveniência.

Em entrevistas, Marina Silva diz que reconhece haver base legal no impeachment de Dilma e na consequente posse do vice “mas não resolve o problema”. O perigo mora nesta frase. Foi por pensar o mesmo da permanência de Jango no Planalto que o general Olímpio Mourão, em março de 64, desceu com tropas de Juiz de Fora para o Rio, e as trevas se abateram sobre o Brasil durante 21 anos.


Fonte: Editorial - O Globo


sexta-feira, 29 de abril de 2016

A mulher que se achava filha de Getúlio, o pai do Brasil Maravilha e a órfã do golpe que não houve



A doida mansa de Taquaritinga que se dizia herdeira do Banco do Brasil era mais sensata que o fundador de um país inexistente e a alma penada que uiva no Palácio do Planalto

Doida mansa que se dizia herdeira do Banco do Brasil era mais sensata que Lula e Dilma

Já contei aqui a história da doida mansa que, no começo dos anos 60, apareceu no portão da minha casa em Taquaritinga para buscar a chave do Banco do Brasil. Ela quis saber se eu era filho do prefeito. Disse que sim. A mulher negra, franzina e maltrapilha informou que era filha de Getúlio Vargas. Achei que aquilo era coisa a ser tratada por gente grande e fui chamar minha mãe.

Ela se identificou novamente e revelou a dona Biloca que o pai lhe deixara como herança o Banco do Brasil. Com o suicídio, tornara-se dona da grande instituição financeira, incluídos bens imóveis e funcionários. Como as chaves das centenas de agências espalhadas pelo país ficavam sob a guarda do prefeito, ela deveria apenas, sempre que quisesse ou precisasse, solicitá-las ao chefe do Executivo municipal.

Era por isso que estava lá, repetiu ao fim da exposição. Dona Biloca percebeu que aquilo iria longe, decidiu passar a pendência adiante e transferiu a solução para o primogênito ─ que, para sorte de ambas, trabalhava no Banco do Brasil de Taquaritinga. Depois de ensinar-lhe o caminho mais curto, recomendou que fosse até a agência, procurasse um moço chamado Flávio e transmitisse o recado: “Diga que a mãe dele mandou dar um jeito no problema da senhora”.

O jeito que deu confirmou que meu irmão mais velho era mesmo paciente e imaginoso. Ao saber com quem estava falando, dispensou à visitante as deferências devidas a uma filha de presidente da República, ouviu a história com cara de quem está acreditando em tudo e, terminado o relato, pediu licença para falar com o gerente. Foi ao banheiro e voltou com a informação: a chave estava no cofre da agência. Mas só poderia entregá-la se a filha de Getúlio confirmasse a paternidade ilustre. “A senhora precisa buscar a certidão de nascimento no cartório”, explicou Flávio. Ela ficou feliz. Avisou que em meia hora estaria de volta com o papel. Reapareceu três ou quatro meses mais tarde, mas no portão da minha casa, de novo atrás do prefeito. Mais uma vez foi encaminhada ao moço da agência, que liquidou a questão do mesmo jeito. O ritual foi reprisado quatro vezes em menos de dois anos. Até que um dia ela saiu em direção ao cartório e nunca mais voltou.

Lembrei-me da doida mansa que coloriu minha infância quando o presidente Lula registrou em cartório um Brasil inexistente. Tinha trem-bala, aviões pontuais como a rainha da Inglaterra, rodovias federais de humilhar motorista alemão, luz e moradia para todos, três refeições por dia para a nova classe média, formada pelos pobres de antigamente. Quem quisesse ver mendigo de perto que fosse até Paris e se contentasse com algum clochard. A transposição das águas do São Francisco havia exterminado a seca e transformado o Nordeste numa formidável constelação de lagos, represas e piscinas. O sertão ficara melhor que o mar. Os morros do Rio viviam em paz, os barracos valiam mais que as coberturas do Leblon. E ainda nem começara a exploração do pré-sal, que promoveria o Brasil a presidente de honra da OPEP e faria da potência sul-americana uma Noruega ensolarada.

No país do cartório, o governo não roubava nem deixava roubar, o Mensalão nunca existira, os delinquentes engravatados estavam todos na cadeia, os ministros e os parlamentares serviam à nação em tempo integral e o presidente da República cumpria e mandava cumprir cada um dos Dez Mandamentos. Lula fizera em oito anos o que os demais governantes não haviam sequer esboçado em 500.

Daqui a alguns anos, é possível que um filho do prefeito de São Bernardo do Campo tenha de lidar com um homem gordo, de barba grisalha, voz roufenha e o olhar brilhante dos doidos de pedra, exigindo a devolução da maravilha com firma reconhecida em cartório. A filha de Getúlio tropeçara na falta da certidão de nascimento. O pai do país imaginário estará sobraçando o papel cheio de selos, carimbos, rubricas, garranchos e assinaturas.

Tornei a lembrar-me da herdeira do Banco do Brasil ao ver o que Dilma Rousseff anda fazendo para continuar no emprego que já perdeu. Daqui a poucos anos, poderá aparecer na porta da casa do prefeito de Porto Alegre a mulher de terninho vermelho, calça preta e cara de desquitada de antigamente que, com aquele andar de John Wayne, zanza pelas ruas repetindo o mesmo grito de guerra: “Foi golpe!”

Apesar do juízo avariado, nem ela vai querer de volta o país que destruiu. Só exigirá a chave do Palácio do Planalto. Para livrar-se do problema, os filhos do prefeito devem pedir-lhe que mostre a certidão assinada pelos golpistas. E presenteá-la com um exemplar da Constituição.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes