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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

TSE cede às Forças Armadas e promete teste de urna com eleitores no dia da eleição - O Estado de S. Paulo

 Wesley Galzo

Presidente do TSE sela acordo com ministro da Defesa para detalhes sobre processo de fiscalização 

[alguém duvidava que haveria acordo? Foi excelente a concordância do TSE com as demandas do ministro da Defesa; 
esperamos  que os testes sejam realizados e reste provado que as urnas são auditáveis e que eventuais denúncias de fraudes serão auditadas, caso ocorridas (as fraudes)   e o resultado será fidedigno - acabando com a suposição de que havendo fraudes, o sistema não permite que sejam comprovadas. 
Vale a tese do astrônomo Carl Sagan “Ausência de evidência não é evidência de ausência.” - que equivale a:  Não é porque não há provas de algo que esse algo não é verdade.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cedeu à cobrança das Forças Armadas para que seja realizado no dia de votação um teste de integridade das urnas eletrônicas com participação de eleitores. 
O Ministério da Defesa vinha insistindo que essa testagem fosse realizada nas seções de votação. 
O TSE concordou em fazer uma verificação em caráter experimental em algumas seções eleitorais.
 
A Corte informou que a mudança na testagem dos equipamentos será parte de um “projeto piloto complementar”, mas não detalhou se o procedimento será adotado ainda nas eleições deste ano. A decisão foi tomada nesta quarta-feira, 31, em nova reunião do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, com o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, para tratar da segurança das urnas eletrônicas e da transparência do processo de preparação das eleições
Esse foi o segundo encontro entre as duas autoridades num intervalo de oito dias. 
Diferentemente da primeira agenda, os dois estiveram hoje acompanhados de técnicos das Forças Armadas e da Justiça Eleitoral.

Até hoje, os testes de integridade das urnas eram feitos em urnas aleatórias levadas aos Tribunais Regionais eleitorais. O exame era feito a partir de acionamento por servidores da justiça eleitoral. Os militares defendiam que o teste fosse feito numa situação real. Ou seja, numa seção eleitoral e no dia de votação com acionamento da urna de teste pelos próprios eleitores.

Segundo o TSE, as áreas técnicas do tribunal e da Defesa defenderam a importância da realização do teste de integridade das urnas
O procedimento é feito desde 2002 seguindo os mesmos moldes com a finalidade de atestar a confiabilidade das urnas e gerar o último procedimento de auditoria antes do início da votação. 
Os profissionais que atuam nas Forças Armadas e na Justiça Eleitoral devem apresentar, em conjunto, as mudanças no procedimento de testagem. 
A Corte eleitoral ainda garantiu que serão disponibilizados todos os boletins de urna (BU) para que partidos políticos, eleitores e entidades independentes possam conferir o resultado das urnas e o procedimento de totalização.[a disponibilização dos BU's sempre foi efetuada e certamente continuará sendo.]
 
O ministro da Defesa levou para o encontro com Moraes o coronel de Exército Marcelo Nogueira, que ainda atua como oficial da ativa. 
Ele foi o responsável por uma apresentação transmitida em julho deste ano, durante audiência com integrantes das Forças Armadas no Senado, na qual foi difundida a tese de que um “código malicioso oculto” também chamado de malware poderia ser inserido nas urnas para fraudar o sistema eletrônico de votação e escapar do teste de integridade realizado no dia da eleição.

Na ocasião, o coronel Nogueira contou com o apoio do ministro da Defesa para fazer a sugestão de que o TSE alterasse o teste de integridade dos equipamentos. Este é o último procedimento de checagem realizado pela Justiça Eleitoral antes do início da eleição: técnicos são selecionados para fazer simulações da votação em urnas selecionadas aleatoriamente, com o objetivo de garantir que os votos digitados correspondem aos contabilizados e que não há nenhum problema nos sistemas operacionais.

A sugestão dos militares é de que o teste passe a ser realizado com eleitores reais, em vez de técnicos, diretamente nas seções eleitorais e com registro de biometria. Como mostrou o Estadão, a proposta se tornou um dos principais pontos de embate entre as Forças Armadas e o TSE, que aponta a possibilidade de “confusão” e ocorrência de problemas caso a testagem seja feita como sugerem os militares.

Como revelou o Estadão, os militares já enviaram 88 questionamentos e pedidos de informação ao TSE. A caserna fez diversas sugestões de melhorias no processo eleitoral, das quais algumas chegaram a ser incorporadas pela Justiça Eleitoral. Todas as demandas foram respondidas pelo tribunal, com justificativas para atender ou descartar as propostas, mas as Forças Armadas insistem em realizar uma nova versão do teste de integridade.

Além do coronel Nogueira, participaram da reunião nesta quarta-feira o general Rodrigo Vergara, que é o atual responsável pela comunicação do Ministério da Defesa. Do lado do TSE, Alexandre de Moraes escalou para o encontro o secretário-geral, José Levi, e o secretário da área de Tecnologia da Informação, Julio Valente. A pauta oficial da reunião foi “o aperfeiçoamento da segurança e da transparência do processo eleitoral”.

A relação entre os militares e o tribunal passa por um momento decisivo. Está marcado para a próxima sexta-feira, 2, a cerimônia de lacração dos sistemas da urna eletrônica. As Forças Armadas, na condição de instituição fiscalizadora das eleições, é instada a assinar digitalmente o procedimento de lacração, que vale como um atestado de que todos os softwares estão funcionando corretamente e que não haverá mais modificações até o dia das eleições. A Defesa ainda não confirmou se vai atestar o processo. Na última segunda-feira, 29, técnicos militares estiveram no TSE inspecionando as etapas finais que antecedem a cerimônia de lacração.

 Weslley Galzo - O Estado de S. Paulo


Sonho de Lula é uma campanha sem falar de corrupção - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

É duro para o ex-presidente convencer alguém de sua inocência dizendo que ‘o processo foi resolvido pelo STF’

O ex-presidente Lula não quer que seja assim, e tem nisso o apoio de muita gente, mas vai ser dessa forma: daqui até a eleição de outubro, ele será obrigado a ficar rolando na calçada numa briga corpo a corpo com a corrupção. É, entre todos, o assunto do qual Lula quer falar menos.

Seu sonho dourado é uma campanha eleitoral inteira, toda ela, igual à “sabatina” que recebeu de presente dos apresentadores da Rede Globo. Não teve, ali, de responder à nenhuma pergunta de verdade; em vez disso, recebeu uma homenagem. “O senhor não deve nada à Justiça”, declarou o entrevistador, antes de mais nada e acima de tudo.

Foi tão bom para Lula, mas tão bom, que a frase de absolvição da Globo passou a fazer parte da propaganda oficial do PT na televisão
é difícil que se consiga chegar de novo a tal ponto. 
Mas esse paraíso não existe na vida real. Já no debate entre os candidatos, logo a seguir, não havia mais apresentadores como os que houve na “sabatina”, e a vida ficou dura.

Apareceram na ocasião, é claro, os militantes mais agitados do “antibolsonarismo”só que isso não melhorou a vida de Lula. Na maior parte do tempo, teve de ouvir dos outros candidatos que o seu governo foi o mais corrupto da história do Brasil – e não conseguiu dar nenhuma resposta coerente para nada disso.

O problema central de Lula, nesta campanha eleitoral, é que não são os adversários que estão dizendo que ele é ladrão – quem diz isso é a Justiça brasileira, que o condenou pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes.

 

 

 

 

 

 

 

Primeiro debate dos candidatos à Presidente promovido na TV Bandeirantes (Band) teve a presença dos candidatos: Luiz Felipe D’Avila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT). Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

É uma questão de prontuário; não há o que se possa fazer a respeito. Houve, é claro, o número de vassalagem da “sabatina”, mas provavelmente não dará para fazer de novo. De mais a mais, o que é que adianta esse tipo de bajulação explícita? É o exato contrário: Lula continua devendo tudo à Justiça.  
Não foi absolvido de absolutamente nadaganhou de presente do STF a anulação dos seus processos penais, mas nosso tribunal supremo não disse uma sílaba sobre culpa, provas e fatos.  
Houve apenas um erro de endereço quanto ao lugar de julgamento, segundo decidiu o ministro que fez a “descondenação”. Que coisa, não?
 
É duro para Lula, ou para qualquer um, convencer alguém de sua inocência dizendo que “o processo foi resolvido pelo STF”. 
Que moral tem hoje essa gente para decidir alguma coisa sobre corrupção? 
Ganhar uma decisão favorável desse STF que está aí, aos olhos da maioria do público, equivale a receber um atestado de boa conduta do PCC. 
 O que adianta, então, Lula ficar falando que foi “inocentado pelo STF”? Melhor, talvez, não dizer nada.

A dificuldade é que não dá para chegar ao dia da eleição só ouvindo hinos de honra ao mérito como os que recebeu na “sabatina”. Não poderia haver demonstração melhor de que as coisas não vão bem do que o pedido do PT para mudar as regras dos próximos debates. Só time que perde, como é bem sabido, parte para cima do juiz no fim do jogo para reclamar.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


Moraes quebrou sigilos fiscal e bancário de empresários a pedido de Randolfe

Cristyan Costa

PF solicitou apenas a apreensão de celular e o afastamento de confidencialidade do conteúdo de mensagens que seriam golpistas 

 [senador estridente, vai cuidar do estado que te elegeu - você é devedor dos que votaram em você. Eles te elegeram senador para cuidar dos interesses do Acre e não para ser 'aspone' do Lula e sre preocupar com a vida do capitão do povo.]
 

A Polícia Federal (PF) não pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos empresários que foram alvos de uma operação da PF, na semana passada, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Conforme documentos, a solicitação foi feita pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que argumentou ser necessária “apuração séria e aprofundada” de supostos financiamentos de atos que seriam antidemocráticos.

Randolfe sugeriu a tomada de depoimentos, o afastamento dos sigilos bancário e de mensagens, o bloqueio de contas e as prisões preventivas. Com exceção das prisões, todas as medidas foram autorizadas por Moraes. O ministro do STF também determinou a suspensão dos perfis dos empresários nas seguintes redes sociais: Facebook, Instagram, Twitter, TikTok e YouTube.

Na semana passada, Moraes autorizou uma operação da PF contra empresários que trocaram mensagens em um grupo de WhatsApp. Publicadas pelo site Metrópoles, o conteúdo das conversas teria suposto teor golpista.

A PF representou apenas pela apreensão dos celulares e pelo afastamento do sigilo das mensagens. O delegado Fábio Alvarez Shor citou suspeita de “financiamento de atos antidemocráticos”, mas não chegou a requerer a quebra de outros sigilos de empresários. O pedido se limitou a “acesso imediato e exploração do conteúdo” armazenado nos celulares e em nuvem de dados.

Revista Oeste

Contra empresários, Moraes desconsiderou até manifestação de juiz que o auxilia

Iara Lemos

Ao contrário da decisão do ministro, a manifestação do juiz instrutor relaciona apenas o nome de dois empresários 

Para determinar uma operação policial contra um grupo de empresários, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes desconsiderou até mesmo uma manifestação formal feita pelo juiz Airton Vieira, que é magistrado instrutor do gabinete do ministro e o auxilia nas decisões.

A manifestação do juiz, de 161 páginas, fez uma relação das investigações do inquérito das fake news, que tramita no STF, com as mensagens dos empresários divulgadas pelo portal de notícias MetrópolesForam essas reportagens que serviram de sustentação para a ação determinada pelo ministro contra os empresários. Mas, ao contrário da decisão do ministro, que determinou que a Polícia Federal cumprisse mandados de busca e apreensão contra oito empresários, a manifestação do juiz instrutor relaciona apenas o nome de dois dos empresários alvos das buscas com o inquérito que já estava em tramitação.

Ao todo, endereços de oito empresários integrantes de um grupo de rede social de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram alvo da ação, realizada no dia 23. A alegação de Alexandre de Moraes é que o grupo de empresários compartilhou supostos comentários de teor golpista, em conteúdo exposto pelo portal de notícias Metrópoles, na última semana, falando em algum tipo de ação caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições presidenciais deste ano. A conversa aconteceu em um aplicativo de mensagens.

Magistrados ouvidos por Oeste definem que o instrutor do gabinete é como se fosse ‘um braço direito do ministro”, e costuma ter voz ativa nas decisões tomadas pelos integrantes da Suprema Corte. No caso da operação determinada por Moraes, contudo, a manifestação do juiz Airton Vieira não foi seguida.

A presença de um magistrado instrutor do gabinete não é obrigatória no STF, e cada ministro opta pelo cargo de apoio. Alguns ministros, quando precisam praticar ato fora de Brasília, podem solicitar a colaboração do juiz federal da área, caso não tenham o juiz instrutor do gabinete.

A decisão de Moraes tem ao todo 32 páginas e usou como base as reportagens veiculadas pelo portal de notícias. Entre os alvos da operação estão Luciano Hang (lojas Havan), José Isaac Peres (rede de shopping Multiplan), Ivan Wrobel (Construtora W3), José Koury (Barra World Shopping), Luiz André Tissot (Grupo Serra), Meyer Joseph Nigri (Tecnisa), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) e Afrânio Barreira Filho (Grupo Coco Bambu).

A determinação do ministro foi duramente criticada pela Associação Brasileira de Juristas Conservadores (Abrajuc). “A Abrajuc manifesta repúdio a mais um ato autoritário e sem amparo legal proveniente da Corte, a qual deveria dar exemplo às demais instâncias do Poder Judiciário”, comunicou o grupo.

Em nota publicada na sexta-feira 26, a Abrajuc observou ainda que “nenhum ato de violência física” foi praticado pelos empresários. “Nenhuma pessoa sofreu qualquer tipo de ameaça por eles proferida”, ressaltou a Abrajuc. “Em suma, nenhum crime foi por eles cometido ao ponto de terem suas moradias devassadas. Mesmo assim, tiveram suas casas vasculhadas pela polícia.

“Não bastasse isso, o Ministério Público Federal, titular da persecução penal em juízo, não foi sequer consultado, em mais uma violação do sistema acusatório — ao que parece, um padrão de atuação funcional do magistrado em questão”, ressaltou o grupo. Os juristas salientaram que o STF não pode julgar pessoas sem foro privilegiado. “Agrava-se a falta de suporte legal”, sustentaram, ao mencionar que os ministros não têm competência para determinar a ordem.

Revista Oeste


Campanha de Lula espera fogo pesado no 7 de Setembro

Time petista se divide sobre desdobramentos de uma eventual subida de tom dos discursos do presidente

Parte dos aliados do petista acredita que presidente pode escorregar nos discursos na data e ver rejeição crescer; Outros avaliam que desvio de foco ajudaria o rival. [vale lembrar: o presidente Bolsonaro não anda escorregando, as vezes parece escorregar, porém, se reequilibra a tempo. Bolsonaro pensa, raciocina - faculdades que o descondenado = não inocentado = não possui. Além do mais, participar de debates são coisas que só comprometem a já suja imagem do petista. 
Exemplo recente: Ele tentou queimar a imagem do coroné Ciro Gomes declarando que ele tinha ficado no Brasil dando apoio gradeado ao poste Haddad, enquanto Ciro fazia turismo em Paris. O demiurgo forneceu o gancho para a resposta: "você não foi a Paria, devido estar preso." ] 
 Diante das últimas pesquisas de intenção de voto e da repercussão do primeiro debate presidencial, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está convencida de que o presidente Jair Bolsonaro vai pegar pesado no 7 de Setembro. Essa era a avaliação feita ontem à noite por integrantes do primeiro time petista, segundo relatos feitos à coluna.

Aliados de Lula se dividem na hora de avaliar se isso é bom ou ruim. Tem gente que acredita que Bolsonaro pode escorregar nos discursos e acabar aumentando sua rejeição, preparando um terreno favorável ao petista num eventual segundo turno.

Mas há também quem ache que isso desvia o foco de assuntos que jogam contra o presidente. Por exemplo, a notícia de que Bolsonaro e sua família compraram pelo menos 51 imóveis em dinheiro vivo ao longo dos anos.[notícia não é, necessariamente fato no caso, a narrativa não se sustenta, já que - citando apenas um exemplo - um filho de Bolsonaro, senador - salário superior a R$ 30.000,00 - comprou um imóvel em Brasília, com financiamento bancário, prestação mensal em torno de 30% do salário e tentaram acusar até o banco - o BRB - de fraude no financiamento. Os bancos possuem o péssimo hábito de jogar dinheiro fora.!!! ]

Clarissa Oliveira - coluna em VEJA
 

As buscas e apreensões contra empresários versus o Estado Democrático de Direito - Gazeta do Povo

Thaméa Danelon

Mensagens de Whatsapp

No dia 23 de agosto de 2022, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a realização de buscas e apreensões contra oito empresários, sob argumento de que eles estariam tramando um golpe de Estado.

Conforme divulgado pela imprensa, esses empresários discutiam política em um grupo de Whatsapp, e trocaram algumas mensagens como as seguintes: “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”; 
“Quero ver se o STE (sic) tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”; 
“O 7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o exercito (sic) e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o exercito (sic) está. Estrategia (sic) top e o palco será o Rio A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”; 
“Golpe foi soltar o presidiário!!! Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição! Golpe é a velha mídia só falar merda”.

As mensagens privadas que foram divulgadas na imprensa tratam-se apenas de opiniões políticas, tuteladas pela liberdade de expressão e livre manifestação de pensamento, direitos esses protegidos pela Constituição Federal.

Por conta dessas e outras mensagens, o ministro relator determinou buscas e apreensões nos endereços dos seguintes empresários 1) Luciano Hang (Lojas Havan); 2) Afrânio Barreira Filho (Restaurante Coco Bambu); 3) José Isaac Peres (Rede Multiplan); 4) Marco Autelio Raymundo (Mormaii); 5) Meyer Joseph Nigri (Tecnisa); 6) Ivan Wrober (W3 Engenharia); 7) José Koury (Barra World Shopping); 8) Luiz André Tissot (Grupo Sierra).

Foi ordenada a apreensão dos celulares e computadores dos empresários, e também a quebra do sigilo bancário dos mesmos.  
Luciano Hang teve todas as suas redes sociais bloqueadas, inclusive seu perfil no Instagram que contava com mais de 5 milhões de seguidores. Entretanto, na minha visão técnica e jurídica essa operação apresenta várias inconsistências legais.
 
Em primeiro lugar esses empresários não possuem foro privilegiado perante o STF, logo, a investigação deveria tramitar perante um juiz de 1ª Instância.  
Além disso, essas conversas privadas não poderiam ser utilizadas, pois violam o direito à intimidade previsto na Constituição, e o próprio STJ já decidiu que “prints” de conversas por aplicativo não podem ser usadas como provas.
 
Outra inconsistência é que essa investigação ocorreu no Inquérito das Milícias Digitais, apuração aberta de ofício (sem pedido da Polícia ou do MP), fato que viola o nosso Sistema Acusatório
E o ministro Alexandre de Moraes seria uma suposta vítima, logo, estaria impedido de atuar nesse processo, de acordo com o Código de Processo Penal. Outro ponto extremamente relevante é o seguinte: os crimes contra o Estado Democrático de Direito pressupõem uma violência ou grave ameaça, entretanto, não se tem notícia que esses senhores de 60, 70 e 80 anos de idade tenham empregado violência ou grave ameaça contra o exercício de qualquer dos poderes da República.
 
Do mesmo modo foi irregular a ausência de parecer do PGR sobre a diligência de busca de apreensão, pois o membro do Ministério Público deve ser ouvido antes do Juiz decretar qualquer diligência ostensiva. Também não se justifica o bloqueio das redes sociais do empresário Luciano Hang, pois não há evidências que seus perfis tenham conteúdo ilícito. 
Ademais, o bloqueio das contas bancárias dos empresários seria desproporcional, e não se prestaria a apurar o “suposto crime cometido pela palavra escrita”, pois a análise dos extratos bancários não será necessária para provar o “suposto crime” dos investigados.

Outra violação ao princípio da ampla defesa seria a não entrega aos advogados de cópia da decisão que determinou as diligências, uma vez que os investigados e sua defesa devem ter conhecimento dos eventuais crimes pelos quais estão sendo investigados, e também das provas que embasaram as buscas e apreensões. Ressalte-se que até o momento, segundo foi divulgado, a PGR não teve acesso aos autos e nem da decisão judicial.

Por fim, verifica-se que as mensagens privadas que foram divulgadas na imprensa tratam-se apenas de opiniões políticas, tuteladas pela liberdade de expressão e livre manifestação de pensamento, direitos esses protegidos pela Constituição Federal, e não configuram a prática de qualquer crime. Diante deste caso, imprescindível que os demais membros da nossa Suprema Corte se manifestem para que seja publicizada a opinião jurídica dos integrantes do STF sobre a investigação em análise.


Mandante fora da lei: vocês todos têm culpa no cartório! - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino - VOZES

Alexandre de Moraes passou de todos os limites. Autorizou busca e apreensão, censura em redes sociais e congelamento de contas bancárias de empresários com base em absolutamente nada, em conversas particulares num grupo fechado de WhatsApp, publicados por um site de fofocas.

O pedido, como agora sabemos, não partiu sequer da ala alexandrina da Polícia Federal, mas sim do senador saltitante Randolfe Rodrigues. 
O mesmo que recentemente convocou seus companheiros do MST a tomar as ruas e de lá não mais saírem até "derrubar o governo Bolsonaro".

O deputado Paulo Eduardo Martins, candidato ao Senado pelo Paraná, desabafou: "Eu achava que um dos problemas do nosso sistema político era a randolfização da política, que implica em acionar o STF pra tudo. Errei. O problema é muito maior do que enxerguei. A randolfização da política levou à randolfização da Suprema Corte, o que é ainda mais danoso."

Ficou tão insustentável a situação que até a mídia mainstream começa a se afastar do arbítrio. Se Vera Magalhães ainda aplaude no Globo a "medida preventiva" contra um golpe imaginário futuro, a ser perpetrado por empresários na faixa dos 70 anos com reputação ilibada, alguns editoriais e colunistas passam a subir o tom.

Foi o caso da Band, que leu um editorial em seu telejornal acusando Alexandre de ser "mandante fora da lei" caso não apareçam provas ou indícios mais robustos para tamanha agressividade. Paulo Martins aplaudiu: "Jornal da Band dá exemplo e em editorial questiona a decisão do STF que determinou uma devassa na vida de empresários no caso do 'golpe do WhatsApp'. Antes de qualquer posição política, as garantias constitucionais".

Carlos Andreazza também publicou uma coluna em que condena o abuso e constata: "Não temos Batman". Para ele, o ministro da Corte constitucional "foi à pesca com a Polícia Federal", e isso abre perigoso precedente já que "será difícil lhe cassar a vara depois". Moraes, afinal, "não tem mandado de pacificador; muito menos de justiceiro". E Andreazza acrescenta: "ainda que diante do pior dos Coringas".

Eis meu ponto aqui: antes tarde do que nunca, mas esse tipo de condenação mais veemente vem muito tarde sim!  Essa imprensa passou pano por tempo demais, relativizando inquérito ilegal, aplaudindo CPI circense comandada por figuras como Alexandre Frota e Joice Hasselmann ou Renan Calheiros, Omar Aziz e Randolfe Rodrigues. Tudo pois o alvo era o bolsonarismo.
 
Milícias digitais, gabinete do ódio, fascistas, golpistas, as narrativas sempre alimentaram esse clima paranoico que acaba permitindo o "vale tudo" contra tais "monstros".  
Hoje a imprensa começa a se dar conta de que pau que bate em Francisco também dá em Chico, algo que alertei desde o começo. 
Mas virei "bolsonarista" por apontar o óbvio.
 
Com raras e honrosas exceções, como esta Gazeta do Povo e a revista Oeste, a triste verdade é que boa parte dessa mídia tem culpa no cartório.  
Xande não virou a "muralha" a impedir o golpismo bolsonarista em capa de revista que já foi importante? 
O ministro não passou a ser ícone da resistência democrática, da turma que assina cartinha boboca ao lado de lulistas?
 
O perdão é sempre belo e cristão. Poderemos perdoar muitos, desde que haja arrependimento sincero e aprendizado de importantes lições. Vocês todos brincaram com fogo. E agora temos um incêndio a apagar. Juntem-se o quanto antes aos patriotas que têm clamado por respeito à Constituição e criticado com firmeza os abusos supremos
Isso não é "ataque às instituições", como vocês repetem com frequência. Isso é defesa das liberdades básicas!
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

Os comícios do passado acontecem, hoje, nos celulares

Alexandre Garcia

A campanha eleitoral está nas ruas, nas redes sociais e nos meios de informação. Se a medida do interesse forem as entrevistas e os debates na tevê, até agora o engajamento do eleitor está baixo

Falta um mês para a eleição e é bom lembrar como lição o que está acontecendo no Chile. Sábado, os 15 milhões de eleitores chilenos irão obrigatoriamente às urnas para aprovar ou rejeitar uma nova Constituição. Todas as pesquisas estão prevendo uma rejeição em torno de 60%. A Constituição, de 388 artigos, extingue o Senado, cria justiça indígena, diminui o poder da polícia, aumenta a possibilidade de aborto e atende a muitas inspirações de cunho marxista tudo o que contraria um país de maioria conservadora. [tem que ser rejeitada para o bem de milhões chilenos e salvação do Chile - a Constituição proposta é fruto de tudo de ruim que a esquerda, os comunistas e seus sequazes, defendem.
Em nome da defesa de uma pseudo democracia, querem destruir uma nação andina. Tudo que não presta é valorizado no texto que será em breve rejeitado e jogado no esgoto.]

Como aconteceu? É que sendo o voto facultativo, a maioria se absteve, ficou com preguiça de votar, e apenas cerca de um terço dos eleitores escolheram os 154 constituintes, dos quais uns 120 são de esquerda. Agora, no plebiscito, com voto obrigatório, tudo indica que os que se abstiveram vão rejeitar o trabalho ['trabalho' que produziu lixo.] de mais de ano dos constituintes.

Nós, eleitores com mais de 70, que não somos obrigados a votar, somos quase 10% do eleitorado — perto de 15 milhões de pessoas. Somos os que testemunhamos por mais tempo a política brasileira; os que por mais tempo conhecemos a política e os políticos que agora se submetem ao voto; e, teoricamente, somos os que mais identificamos enganadores e mentirosos — não por nossa erudição, mas por nosso tempo de vida.

Assim, companheiro com mais idade, não fique em casa no 2 de outubro e vá votar, como eu. E mais de 2 milhões jovens eleitores de 16 e 17 anos que não são obrigados a votar, alistaram-se na oportunidade de não ficar alheios a uma decisão que afeta seu futuro, sua renda, sua felicidade.

A campanha eleitoral está nas ruas, nas redes sociais e nos meios de informação. Se a medida do interesse forem as entrevistas e os debates na tevê, até agora o engajamento do eleitor está baixo. 
Longas e entediantes perguntas nas entrevistas e excesso de luzes e de apresentadores no debate, não conseguiram atrair mais gente para o show.

Mas se forem consideradas as manifestações nas redes sociais, os marqueteiros dos partidos vão acabar percebendo que os comícios do passado acontecem, hoje, nos celulares, com uma grande vantagem: a participação ativa dos eleitores. Os que não aprenderam isso, em 2018, vão ficar em desvantagem.

Aqui o voto é obrigatório, mas como as sanções são minúsculas, fica o aviso: na Colômbia, 18 milhões se abstiveram e 11 milhões elegeram o presidente.

Nossa tendência é nos concentrarmos na escolha do chefe do Executivo, mas o presidente e o governador só conseguem realizar suas promessas se tiverem Senado e Câmara — e assembleias legislativas favoráveis. Faltando um mês para o 2 de outubro, é hora de pensarmos em escolher — seja qual for o critério — além do presidente e do governador, também o senador e os nossos deputados.

O bom uso do poder do voto influencia o futuro bem além dos quatro anos de mandato. Administrações desastrosas deixam marcas nos nossos bolsos, no nosso bem-estar e no moral da nação.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense 

 

Mentira turbinada pela maledicência em escala industrial - Alex Pipkin, PhD

Eu professo que a política e a verdade nunca andam de mãos dadas, algo dito com brilhantismo por Hannah Arendt.

Porém, num mundo da pós-verdade e da dilapidação dos valores virtuosos, a mentira e a má-fé atingiram patamares inimagináveis em terras verde-amarelas.

Nada mais revelador do que o ataque presunçoso à verdade, em escala industrial, do que os tais debates presidenciais. A corrosão da verdade é tão vergonhosa quanto devastadora. Não sou nenhum paladino da veracidade, e sei que a mentira do tipo “arranjo político” não vai desaparecer.

O que me embrulha o estômago é a mentira suja, o arranjo premeditado, a sacanagem de quem só tem por objetivo ludibriar o povo e alcançar o poder.

Por uma manobra jurídica imoral, o ex-presidiário conseguir deixar o seu habitat natural com a intenção de voltar a cena do crime. Para tanto, ele precisa surrupiar a verdade e mentir, muito!

Na cadeia, ele teve tempo de maturar seus atos - ilícitos - e suas mentiras românticas. O demiurgo de Garanhuns preparou um “plano de voo” em terras brasilis, ajudado por ativistas políticos e, mais tristemente, por togados ativistas jurídicos.

Neste sentido, o ex-presidiário é extremamente hábil em mentir, expressando justamente aquilo que o povo  iletrado deseja ouvir.

Como a realidade traz o inesperado, é chocante e grotesco ouvir o sofrível português de um meliante que insiste em mentir, descaradamente, que foi inocentado. Isso é FAKE NEWS com letras maiúsculas. Ele o afirma alto e bom som, sob holofotes, e não há grandes movimentos na direção de apontar a veracidade dos fatos.

Evidentemente eu já estava preparado, mas é caricato!

O doente ex-presidiário, desde sempre é tão mentiroso que ele próprio se convence de que suas mentiras e bizarrices são verdadeiras
Ele mente por princípio e pelos cotovelos, e faz crer que age em benefício do povo.

Muito embora tais debates presidenciais sejam o apogeu da mentira, esse ex-presidiário “Honoris Causaem mentira, começa a ruir com intensidade, uma vez que o bombardeio é forte, de vários lados, e a noção clara e real de seus inúmeros crimes ficam ainda mais transparentes. Por mais debates, então!

Não será por uma questão moral que o pai dos ricos irá desmoronar, mas sim pela singela realidade que vai se impor, despedaçando parte por parte sua falsidade e sua maledicência, no que é mestre.

Como estampado ontem no debate, a postura acuada e os lapsos de memória do ex-presidiário demonstram que o mentiroso não será capaz de encobrir o que há de factual em seus atos espúrios.

O ex-braço direito do ex-presidiário, Antonio Palocci, declarou: “No fim do seu 2º. mandato (Lula), ele preparou sua aposentadoria”.

Pobre povo brasileiro, pois como afirmou Charles de Gaulle, um político nunca acredita no que diz, mas fica surpreso quando outros acreditam.

O ex-presidiário aparenta acreditar.

Alex Pipkin - PhD 

 

 

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Virou vício. - Percival Puggina

Há quatro anos, os inimigos do presidente constroem narrativas, maximizam seus erros e escondem suas realizações. Para todos os ataques, os grandes veículos da imprensa brasileira proporcionam vasta propagação nacional e internacional.  
De sua parte, ele só dispõe de uma live semanal disponibilizada pela Jovem Pan e limitada à audiência desse veículo, naquele horário.

Diante de tal realidade, o debate  da Band, com oportunidade de contestação, de revide e até de uma possível tréplica em direito de resposta deve ter sido, até mesmo, objeto de euforia. Deu-lhe oportunidade de falar através de canais até então bloqueados.

Foi nessa perspectiva que assisti os dois eventos midiáticos transcorridos no atual período eleitoral. 
Eles tornaram evidente o que era previsível. 
O jornalismo militante se tornou marqueteiro do PT. 
Na entrevista contra Bolsonaro, porque foi isso o que aconteceu, a ordem da Globo era fazê-lo sair do estúdio num ataúde político. 
No entanto, o presidente saiu mais vivo do que antes e a empresa tão reprovada e relegada por sua antiga audiência quanto vem fazendo questão de se tornar.

Dois dias mais tarde, a mesma Globo descalçou as chuteiras, vestiu as sandálias da humildade franciscana e entrou direto na campanha de Lula. William Bonner só faltou vestir estola sacerdotal, conceder a Lula absolvição plenária e enunciar um solene “Vai em paz e não tornes a pecar”.

O jogo eleitoral será muito pesado porque a política ficou assim desde que esquerda encontrou um opositor disposto a enfrentá-la e a derrotou nas urnas. 
Tudo que veio depois de 2019 é consequência. 
A agressividade entre os participantes da disputa, portanto, é mera continuidade e veio para ficar. 
Não foi trazida nem provocada por Bolsonaro pois sendo o alvo natural de todos, é o menos interessado nela.

Surpresa Zero, também, no debate da Band. O que realmente esteve deslocado no evento foi a performance dos jornalistas que dirigiram perguntas aos candidatos. Fosse quem fosse o interrogado, a questão proposta era um libelo acusatório ao presidente para ser comentado pelo oponente da vez.

Nada incomum para quem acompanha o noticiário. Qual tem sido a tarefa cotidiana das redações? 
 Quatro anos disso e ninguém mais sabe fazer o básico da profissão. Virou vício. 
Então, algo importante como um debate presidencial vira instrumento para a repetição de chavões, etiquetas e narrativas decoradas e já vulgarizadas pela oposição. É como se o jornalismo, que já era militante, prestasse serviço aos marqueteiros do candidato que não pode sair à rua.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


Não temos Batman - Carlos Andreazza

Alexandre de Moraes é ministro de Corte constitucional. Não o Batman. Peço vênia pela franqueza. Nada é pessoal. Sou, sobretudo, óbvio. Moraes, ou qualquer outro de seus pares, não tem mandato de pacificador; muito menos de justiceiro
Ainda que diante do pior dos Coringas: não tem. E deveria mesmo zelar pelo esvaziamento de sua presença monocrática. Nada contra a vaidade. Tudo pelo foco. Não temos Batman. Mas há o prestígio de estar no lugar mais alto do Judiciário. Deveria bastar. Um entre os 11. Não um porque entre os 11. 
 
O Supremo não pode ser plataforma para a impulsão moderadora de um juiz onipresente; de repente tranquilo para decidir — para mandar entrar na casa das pessoas e lhes bloquear as contas — com base em reportagem jornalística
Pense-se no efeito cascata disso. Aqui o magistrado se move — mal — a partir de bom jornalismo. Imagine-se, porém, o precedente aberto para canetadas judiciais, Brasil profundo adentro, assentadas em publicações fraudulentas.

A obviedade: a força de uma Corte constitucional está na voz do colegiado. Não no exercício da musculatura individual ao alcance de seus integrantes; o que deveria ser exceção — não abuso.

Abusa-se. Estou à vontade. Denunciei os perigos do inquérito das fake news no dia em que instaurado
Tudo caberia no escopo daquela defesa institucional sem objeto definido, em que a vítima também seria o julgador, antes ainda promotor. 
Aquela largueza sugeria desdobramentos temerários. Era março de 2019; e não tardaria até que produzisse censura contra uma revista, a Crusoé, que publicara reportagem incômoda para o então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Ali se subiu um degrau nas liberdades para que o relator, Moraes, agisse, porque em defesa da democracia, a seu bel-prazer. Já temos a volta do PowerPoint.

O que é defender a democracia? 
Qual a possível defesa da democracia pelo Supremo? Como um ministro do STF pode defender a democracia? 
Até onde pode avançar, o monocrático, para defendê-la? 
O que a urgência em defendê-la permite? 
Permitimos que se defenda a democracia à margem das balizas republicanas? Vale a pescaria?

Moraes autorizou buscas contra empresários que, em conversas privadas asquerosas, manifestaram predileções golpistas. Sua decisão informa que não há outros elementos fundamentando as medidas — também bloqueio de redes sociais que não simplesmente aquela troca de mensagens estúpidas entre idiotas ricos.

É grotesco. Porque as mensagens, per se, não indicam organização para financiamento de atividade antidemocrática o que seria, aí sim, crime. Não indicam; nem forçando a barra. 
E não será aceitável que um guarda da Constituição, com base somente naquilo, respalde antecipação coercitiva ao que intui ser a fumaça da pretensão golpista. Moraes não tem esse poder. 
 
Não tem o poder de agir com base na previsão de que a estupidez manifestada no zap por endinheirados desaguaria em financiamento à instabilidade no dia da Independência. 
Não tem o poder de ordenar atos para dissuasão escorados em bravatas desprovidas da mais mínima articulação
Não tem mandado para agir preventivamente pela garantia de um 7 de Setembro pacífico. 
Não lhe é papel mover-se estrategicamente para, antecipando ação policial, desencorajar possíveis intenções de bancar ataques à ordem republicana. 
 
O que significará um ministro do Supremo afirmar, sustentado apenas naquelas conversas cretinas, não ter dúvidas “de que as condutas dos investigados indicam a possibilidade de atentados contra a democracia e o Estado de Direito”? 
Que loteria é essa, em que a indicação de possibilidade lastreia certeza materializada em intervenção policial?

Juiz nenhum pode ter tal poder. Advirta-se que, sendo agora esses excessos bacanas, exceções virtuosas, excentricidades que permitimos porque contra o mal, será muito difícil retirar adiante essa autorização caçadora de quem a esbanja. Advirta-se também que a licença que se dá a Moraes vira precedente a um Mendonça.

Não precisamos de mais um herói togado. Herói togado é oximoro que expõe a doença de uma sociedade à procura de mitos. Já os temos muitos. Está aí nossa tragédia. Herói togado é convite à briga de rua; terreno em que o bolsonarismo será imbatível. E aqui não duvido de que Moraes almeje o bem. Bem faria o Supremo, ajudando na pacificação do país, se, em sua máxima expressão, a plenária, impessoal e derradeira, defendesse a matéria constitucional agredida pelo orçamento secreto — corda e caçamba bilionária para a permanência do populismo autocrático que erode a República no Brasil.

Cadê? Isso seria defender a democracia. Moraes não deveria ambicionar o posto de homem que evitou o golpe de Estado. O golpe que está em curso prospera com a omissão do STF. Nem sugerir, aqui e acolá, que a imprensa só reage agora contra suas gestões arbitrárias porque tocaram em empresários potenciais anunciantes. [matéria excelente; só que nessa frase, o ilustre articulista, deixou transparecer a verdadeira motivação da imprensa militante - sempre silenciosa diante de outros supremos abusos - se manifestar criticando a suprema monocracia do ministro Moraes.] Isso, essa fraqueza conspiracionista, é linguagem bolsonarista. A briga de rua contamina mesmo.

Carlos Andreazza, colunista - O Globo


Globo desautoriza PT por campanha com fala de Bonner

Partido divulgou anúncio com frase do apresentador do Jornal Nacional: 'O senhor não deve nada à Justiça' 

O PT tirou do ar a campanha que usou uma frase do âncora do Jornal Nacional, William Bonner, sobre Lula, a pedido da emissora. Durante uma entrevista com o petista, o apresentador disse que o ex-presidente “não deve nada à Justiça”.

“Na era das redes sociais, tudo o que vai ao ar é usado, sem possibilidade de controle”, informou a Globo, em nota obtida pelo jornal Folha de S.Paulo. “Diante disso, a pedido de todos os partidos, a Globo preferiu autorizar o uso, desde que fossem 30% do total da entrevista. Uma autorização de boa-fé, na suposição de que não haveria edição.”

Na noite da segunda-feira 29, a sigla removeu o vídeo. Na página oficial de Lula, o anúncio teve mais de 1 milhão de visualizações; no YouTube, 2,4 milhões.

Anúncio do PT com fala de Bonner
O PT gastou R$ 100 mil para divulgar um anúncio no Google e no YouTube segundo o qual Lula não é corrupto. Na plataforma de vídeos, a legenda veiculou uma edição de um trecho da entrevista do petista ao Jornal Nacional.

A campanha excluiu da edição frases de Bonner mencionando “que houve corrupção na Petrobras e, segundo a Justiça, com pagamentos a executivos da empresa, a políticos de partidos, como o PT, como o então PMDB e o PP”.

No vídeo original, Bonner interpelou: “Como é que o senhor vai convencer os eleitores de que esses escândalos não vão se repetir?”. O trecho também não aparece na propaganda petista, que encerra com uma resposta de Lula.

[COMENTANDO: entendemos que quem deve ser removido da TV Globo e de outras mídias é o apresentador,  que optou por ser militante petista e puxa-saco do descondenado.]

Leia também: “Lula e suas ‘mancadas do bem'”, artigo de Silvio Navarro publicado na Edição 127 da Revista Oeste

 

PT consegue impedir Datafolha de divulgar dados de pesquisa

Coligação da legenda na Bahia argumentou na Justiça que instituto fez levantamento 'eivado de inconsistências'

[como ficamos? a credibilidade do Data já era mínima. Um racha? Agora que o favorecido pelos resultados acusa o aliado? ou ex-aliado?]

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O juiz Paulo Sérgio Barbosa de Oliveira, do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, atendeu parcialmente a um pedido da coligação de esquerda do candidato a governador Jerônimo Rodrigues (PT) contra o Instituto Datafolha.

Em decisão proferida na noite da terça-feira 23, o juiz proibiu apenas a divulgação de dados sobre o cargo de presidente da República da pesquisa, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 20 mil, em caso de descumprimento. Manteve-se a divulgação de dados para governador e senador.

Na ação movida contra o Datafolha, o PT argumentou que o levantamento está “eivado de inconsistências” e alegou que houve “indução ao erro” nas questões dirigidas aos eleitores, que poderiam levá-los a equívocos.

A legenda sustentou ainda que a pesquisa informou no registro que serão mensuradas as intenções de voto para governador e senador, e que foram incluídas erroneamente perguntas sobre a disputa para a Presidência.

O PT interpelou ainda a “ausência”, no registro da pesquisa, do plano amostral e das ponderações “quanto a gênero, idade, grau de instrução, nível econômico da pessoa entrevistada e área física de realização do trabalho a ser executado”.

“Permitir a divulgação da pesquisa que não expressa a realidade causará prejuízos irreversíveis à lisura eleitoral, afirmou a legenda.

Jerônimo Rodrigues, que tem dificuldades para deslanchar nas pesquisas de intenção de voto, é candidato ao governo da Bahia, com apoio do governador Rui Costa (PT) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em nota, o Datafolha falou em “censura”. “O instituto cumpriu todas as regras de registro estabelecidas pelo TSE”, informou a diretora do instituto, Luciana Chong.

Leia também: “Pesquisa estimulada”, reportagem de Silvio Navarro publicada na Edição 126 da Revista Oeste


Empresários criam empregos e geram riqueza - Revista Oeste

Salim Mattar

Ilustração: Shutterstock
Ilustração: Shutterstock

Muitas pessoas, por simples desconhecimento, acreditam, erroneamente, que o Estado é o responsável pela geração de empregos e pela criação de riqueza de um país. Pessoas às vezes desinformadas, principalmente políticos e membros do governo defensores do modelo progressista e desenvolvimentista, são os verdadeiros responsáveis por essa falácia. O que temos visto nestes 35 anos de governos sociais-democratas é o agigantamento do Estado, resultando na manutenção de 11 milhões de analfabetos, em pobreza, extrema pobreza e miséria.

Objetivando levar o desenvolvimento econômico, a industrialização, a estratégica ocupação da Amazônia e a integração territorial com a Região Norte, políticos bem-intencionados idealizaram a Zona Franca de Manaus. A ideia não é todo ruim tendo obtido excelentes resultados em alguns países, mas, conduzida por políticos no estilo democracia brasileira, os interesses partidários, corporativistas e populistas bem como o lobby empresarial de certos segmentos industriais se sobrepuseram aos interesses econômicos razoáveis, e a iniciativa não avançou como o esperado. Implementada em 1967, estes 55 anos ainda não foram suficientes para o desenvolvimento esperado para a região.

Ou adotamos o sistema capitalista de livre mercado, com o protagonismo da iniciativa privada, ou continuaremos sendo um país eternamente deitado em berço esplêndido

Para promover o desenvolvimento da Região Norte, 80 anos atrás, em 1942, foi fundado por Getúlio Vargas o Banco de Crédito da Borracha, hoje Banco da Amazônia. Há 70 anos, em 1952, coincidentemente com Getúlio Vargas no poder, foi também fundado o Banco do Nordeste, com o objetivo de atuar na promoção do desenvolvimento da Região Nordeste. Ambos os bancos não conseguiram nestes 80 e 70 anos, respectivamente, desenvolver suas respectivas regiões, que continuam sendo as com menor renda per capita.

Estes bancos são conhecidos pelo histórico de malversação de recursos, corrupção, salários e benefícios generosos para seus funcionários com estabilidade, fundos de pensão sempre em déficit, empréstimos camaradas para apadrinhados, condições especiais e subsídios para grandes grupos brasileiros e estrangeiros. Em resumo, ambos os bancos têm feito, ao longo dos anos, um bom trabalho de concentração de renda. Apesar de programas para micro e pequenas empresas, uma boa quantidade de dinheiro dos pagadores de impostos tem sido reservada para grandes empresas, que poderiam facilmente se financiar no mercado.

O celeiro do mundo
A criação destes bancos foi apenas um dos exemplos das fracassadas políticas desenvolvimentistas de diferentes governos. Por outro lado, a Região Centro-Oeste é um exemplo de desenvolvimento feito pela iniciativa privada, mesmo com a deficiente presença do Estado na infraestrutura. Não foi necessário adotar “política de desenvolvimento” nem criar o banco estatal do Centro-Oeste para que a região se transformasse num celeiro para o mundo. Bastou apenas permitir que a iniciativa privada e o mercado funcionassem livremente, com o governo não colocando empecilhos para os capitalistas do agronegócio, que puderam exercer seu espírito empreendedor.
Plantação de soja em Mato Grosso, no Centro-Oeste brasileiro - 
 Foto: Shutterstock

Muito se fala sobre o Estado como “indutor” do desenvolvimento econômico e da industrialização para a geração de emprego e renda. Se resultados acontecem, é muito mais devido à criação de infraestrutura, não obrigatoriamente feita pelo Estado, segurança jurídica, liberação de licenças ambientais, abertura e competição de mercado do que às “políticas” de governo.

Preocupa-me a quantidade de empresários e associações de classe implorando aos candidatos presidenciáveis políticas industriais para certos segmentos bem como financiamento camarada dos bancos estatais, dentre os quais o BNDES. Assim não vai dar certo.

Ou adotamos o sistema capitalista de livre mercado, com o protagonismo da iniciativa privada, ou continuaremos sendo um país eternamente deitado em berço esplêndido. Vamos deixar que o governo fique livre para cuidar daquilo que de fato é atribuição do Estado, como relações internacionais, defesa, segurança e justiça. Enquanto isso, os empresários que assumem riscos no capitalismo realizam seus negócios motivados pelo lucro, e com isso crescem suas empresas, criando mais empregos e gerando mais riqueza. 

Salim Mattar é empresário e presidente do Conselho do Instituto Liberal

Leia também “Indignação e inconformismo”