Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
segunda-feira, 30 de novembro de 2020
Einsten explica - Nas Entrelinhas
Moro vira sócio de americanos que ajudam empresas investigadas. Entenderam? Reinaldo Azevedo
Blog Reinaldo Azevedo - UOL
A notícia mais, como posso dizer, especiosa desta segunda, em razão de fatos ocorridos no domingo, nada tem a ver com as eleições municipais. Ou tem, mas pelo avesso. A Alvarez & Marsal, uma consultoria americana especializada em gestão de empresas, anunciou, em pleno vuco-vuco eleitoral, a contratação de ninguém menos do que Sergio Moro, que o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo, considera um verdadeiro herói da Lava Jato. Ele vai atuar na área de "Disputas e Investigações" da A&M em escala global. Ah, agora sim! Em entrevista recente para Pedro Bial, na Globo, Rosangela Moro, a única conja do Brasil, anunciou que o casal, pobrezinho, precisa pagar boletos. Todos os problemas acabaram!
[o governo do presidente Bolsonaro tem passado momentos que podem ser considerados até de extremo azar - mas o presidente tirou a sorte grande, quando o ex-juiz resolveu privilegiar o seu governo com sua ausência. Depois da destruição que fez, é contratado para ajudar a reerguer o que destruiu? Será que o inquérito absurdo contra o presidente Bolsonaro agora vai para o arquivo - a alternativa nos parece a ida sem escalas para o lixo.]
Notem. Na página da A&M, encontra-se esta informação: "O Grupo Odebrecht entrou em Recuperação Judicial no dia 17/06/2019 (processo no. 1057756-77.2019.8.26.0100) e está em processamento perante a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, tendo a Alvarez & Marsal sido nomeada administradora judicial do processo". Sim, vocês entenderam direito: Moro, o ex-juiz da Lava Jato, cujo trabalho provocou os sortilégios que provocou nas empresas, na economia e na política é agora sócio-diretor da empresa encarregada de cuidar da recuperação judicial da empreiteira que a força-tarefa ajudou a quebrar. Mais: ele vai trabalhar justamente na área de "Disputas e Investigações”
E o comunicado segue: "Moro é especialista em liderar investigações anticorrupção complexas e de alto perfil, crimes de colarinho branco, lavagem de dinheiro e crime organizado, bem como aconselhar clientes sobre estratégia e conformidade regulatória proativa. Sua contratação reforça o time da A&M formado por ex-funcionários de governos".
Epa! Ninguém sabia que ele já era especialista em "aconselhar clientes"... Quais clientes? A empresa lista nomes de profissionais que integram seus quadros e que já pertenceram a divisões governamentais dos EUA ou do Reino Unido: "Steve Spiegelhalter (ex-promotor do Departamento de Justiça dos EUA), Bill Waldie (agente especial aposentado do do FBI), Anita Alvarez (ex-procuradora do estado de Cook County, Chicago) e Robert DeCicco (ex-funcionário civil da Agência de Segurança Nacional), Paul Sharma (ex-vice-chefe da Autoridade de Regulação Prudencial do Reino Unido) e Suzanne Maughan (ex-líder investigativo da Divisão de Execução e Crime Financeiro da Autoridade de Conduta Financeira e investigador destacado para o Escritório de Fraudes)."
A A&M joga o jogo. Vamos ver até quando os bananas, no Brasil, continuarão a fazer a fortuna, também a crítica, de heróis dessa espécie. Se depender de Luiz Fux, a empresa ainda terá uma penca para contratar. Steve Spiegelhalter, sócio-diretor da A&M e líder da área de Investigações da América do Norte, saudou assim a contratação de Moro: "A experiência de Sergio como ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, somada à sua extensa bagagem em anticorrupção, crime do colarinho branco e lavagem de dinheiro, contribuirá para solucionar os problemas dos clientes."
Spiegelhalter sabe o que diz. Depois de provocar o estrago que provocou no Brasil, Moro está pronto para lotar a A&M de clientes e oferecer a cura. Mas, claro!, os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia não veem suspeição nenhuma na atuação daquele juiz que agora assume as vestes de empresário global. Enquanto houver forças-tarefa nos moldes em que temos e enquanto o Ministério Público for o Poder dos Poderes, sem prestar contas a ninguém, o Brasil será um farto fornecedor de sócios-diretores de empresas dessa natureza. Afinal, esses patriotas conhecem o antídoto do veneno que administraram. O país vai à breca, mas eles passarão muito bem, não é mesmo, ministro Fux, Cármen Lúcia e Edson Fachin?
Reinaldo Azevedo, jornalista - Coluna no UOL
UOL - Política - Moro é contratado por consultoria que administra recuperação da Odebrecht -
Leia para SABER MAIS
Testes de virgindade e kits de 'reparo de hímen' são vendidos no Reino Unido
Os exames intrusivos são considerados uma violação dos direitos humanos pela OMS e pela ONU, que querem sua proibição
[Aconteceu e continua acontecendo na democrática Inglaterra.]
Polêmicos "testes de virgindade" estão sendo feito em mulheres em clínicas médicas privadas britânicas, mostra uma investigação do programa de rádio Newsbeat e do projeto 100 Women (100 Mulheres), ambos da BBC. Os exames intrusivos são considerados uma violação dos direitos humanos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização das Nações Unidas (ONU), que querem sua proibição.
Os testes — que envolvem um exame vaginal para verificar se o hímen está intacto — não têm base científica, não podem provar se alguém é virgem e podem ser uma forma de abuso. A investigação da BBC encontrou também várias clínicas privadas anunciando procedimento de "reconstituição da virgindade" que, quando contatadas, também ofereciam o chamado teste de virgindade por valores entre 150 libras (R$ 1.063) e 300 libras (R$ 2.126).
A BBC identificou 21 clínicas e conseguiu fazer perguntas a 16 delas. Sete confirmaram que oferecem "teste de virgindade" e várias outras não quiseram prestar esclarecimento. Todos disseram que oferecem cirurgia de reparo do hímen, que custa entre 1,5 mil libras (cerca de R$ 10 mil reais) e 3 mil libras (cerca de R$ 21 mil). Dados do NHS (o serviço de saúde pública britânico) mostram que 69 procedimentos de reparo de hímen foram realizados na Inglaterra nos últimos cinco anos.
A BBC ouviu a história de uma mulher que teve ajuda da instituição de caridade Karma Nirvana, que apoia vítimas de um tipo de abuso emocional praticado por famílias, baseado "na honra" e casamento forçado. "Eu tinha um relacionamento emocionalmente abusivo com meus pais, que queriam que eu tivesse um casamento arranjado", diz ela. "Um dia, um ancião da comunidade me viu sair com meus amigos e disse à minha mãe que um dos meninos era meu namorado. Havia muitos rumores na comunidade sobre isso."
Ela foi então ameaçada com um "teste de virgindade" pelos pais. "Meus pais e a família do homem com quem eles queriam que eu me casasse disseram que eu precisava fazer um teste de virgindade para provar que ainda era virgem para que o casamento pudesse prosseguir. Eu estava com medo e não entendi o que isso realmente significava. Senti que fugir era minha única opção — então foi o que fiz", conta ela, que pediu para não ter seu nome divulgado.
"Recebemos ligações de meninas preocupadas com isso. Pode ser que estejam preocupadas que suas famílias tenham descoberto que talvez tenham tido um relacionamento ou não sejam virgens. Pode ser que a família esteja pressionando as jovens a fazer os testes e elas estão preocupadas com o resultado', diz Priya Manota, que a gerencia a linha telefônica de apoio do Karma Nirvana.
"O abuso por causa da 'honra' e do casamento forçado acontece muitas vezes quando a mulher entra em um relacionamento, escolhe seu próprio parceiro e tem um relacionamento íntimo ou sexual. Sabemos que muitas vítimas em casos extremos chegaram a ser mortas", afirma. "Outras vítimas são repudiadas pela família e não têm para onde ir."
No ano passado, o rapper americano T.I. provocou indignação após admitir durante um podcast que leva sua filha todos os anos para um teste para verificar se o seu hímen ainda está intacto.
Pinças e sangue falsoA BBC também descobriu 'kits de reparação de hímen', que afirmam 'restaurar a virgindade', sendo vendidos na internet por 50 libras (R$ 354).
Um kit comprado na internet e exportado da Alemanha continha 60 ml de gel que tensiona a vagina, pinças de plástico, uma cápsula de sangue e três sachês que pareciam conter sangue falso. Não havia instruções sobre como usar o kit.
O ginecologista Ashfaq Khan recebe regularmente pedidos de pacientes para fazer testes de virgindade e reparo do hímen. "Não entendo por que isso não é ilegal no Reino Unido, deveria ser ilegal", diz ele. "Toda a ideia de que a ausência de parte do hímen significa que você não é virgem está errada desde o princípio. Ele pode ser rasgado por vários motivos."
'Educar as comunidades'
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A tempestade passa - Fernando Gabeira
Coragem, o fim da tempestade está próximo. Tenho vontade de escrever isso, sem hesitações. Mas temo parecer muito otimista. No passado, velhos como eu muito otimistas me davam uma ligeira aflição. Mas vamos aos fatos. Historicamente, costuma haver uma espécie de renascimento depois das grandes epidemias. A vacina está no horizonte. Podemos esperar alguma euforia e otimismo, caso seja eficaz e distribuída adequadamente.
O que existe é um açodamento, normal, na busca por uma vacina e que resulta na apresentação por grande parte da mídia de possibilidades em quase fatos.
Tão logo surja uma vacina que atenda a todos os requisitos exigidos pela ciência e, consequentemente, seja aprovada, será aceita com alegria por TODOS.
Negar o que não existe não é negacionismo e sim bom senso.]
O governo federal falhou nos testes, deixando 6,8 milhões deles esquecidos num galpão em São Paulo. O general Pazuello é considerado um especialista em logística. Fez um bom trabalho em Roraima, na Operação Acolhida, que recebeu os venezuelanos. Ele vem sofrendo alguns desgastes. Contraiu Covid-19 e foi obrigado a se curvar diante de Bolsonaro. Não sei se o corpo mole é resultado da influência do próprio Bolsonaro, que, aliás, duvida de vacinas e acha melhor encontrar um remédio para o coronavírus.
Se conseguirmos ultrapassar a barreira mental de Bolsonaro e de seus subordinados, a vacina pode, sim, representar o fim da pandemia. [não resistimos à recorrência: a vacina precisa existir para ser utilizada.] Com ela, é possível também pensar numa recuperação econômica, numa retomada das relações presenciais. Sem desprezar os ganhos da imersão no virtual, novas energias vão aflorar.
Além das duas potências mundiais, restaram poucos alvos para o insulto bolsonarista. O próprio Bolsonaro fez referências criticas à Alemanha e à Noruega, comentários machistas sobre a primeira-dama francesa e previsões catastróficas sobre o governo argentino. [criticar não é crime e a postura da Alemanha, reconhecida por permitir que empresas sediadas em seu território adquiram madeiras ilegais oriundas do Brasil = não havendo compradores para produtos de crime, os crimes perderão a razão de ser. Isto vale para drogas e também para madeira.
Vale o mesmo para empresas da Noruega, com a agravante de que critica o Brasil mas suas empresas fazem 'sujeiras', desrespeitando o meio ambiente, em solo brasileiro. - comprove. ] Os ultrarrealistas dirão: nada disso importa, se houver um pequeno
crescimento econômico. A verdade é que o Brasil precisa de um
crescimento econômico sustentado, e essa tarefa é mais complexa do que
um simples voo de galinha. Quando passar a tempestade sanitária, as pessoas que compreendem este
governo como a grande pedra no caminho terão mais mobilidade. Talvez
possam ir para as ruas, sem a preocupação de atrair grandes massas no
princípio.[com ou sem pandemia, perturbar a ordem pública continua sendo crime, justificando intervenção policial, com o uso da força necessária. Aliás, a democrática Alemanha e França também pensam, e agem, com o entendimento da necessidade de reprimir atos criminosos.]
A imprensa brasileira acostumou-se a julgar manifestações de forma apenas quantitativa. É um equívoco. Dentro dessa lógica, se recebesse a notícia de que houve algo com os 18 do Forte, não mandaria ninguém a Copacabana. Ou mesmo com o grupo de intelectuais que protestou contra a ditadura diante do Hotel Glória: eram só oito resistentes diante de um poderoso governo militar. A multiplicidade de protestos, a fermentação, tudo isso acaba conduzindo a movimentos mais amplos, desses que encantam os contadores de gente na rua e impressionam os políticos míopes.
Num texto anterior, afirmei que Bolsonaro estava derretendo.
Baseava-me numa análise que está se confirmando nas pesquisas. Não sou
otimista o bastante para supor que Bolsonaro vá se derrotar sozinho. Não
basta se sentar na poltrona e acompanhar seus movimentos
autodestrutivos. Será preciso muito movimento, troca de ideias e, em caso de avanço,
sensatez política para evitar que, no desespero, ele envolva as Forças
Armadas numa trágica aventura. [com todas as vênias ao ilustre articulista este parágrafo não combina bem com o 'estado democrático de direito' - especialmente quando aquele 'estado' é invocado para tolher a expressão de opiniões dos favoráveis do presidente Bolsonaro.]
Essa ideia não se relaciona diretamente com eleições. É possível votar em candidatos diferentes mas, simultaneamente, compreender o conceito de adversário principal. A esta altura do processo, é possível afirmar que qualquer um representa um perigo menor para o Brasil. Os ultrarrealistas que me perdoem: Bolsonaro nunca mais. Nunca houve na história recente do Brasil uma sucessão de erros tão graves, embora o processo de [o próprio processo de redemocratização foi um gigantesco equívoco = o pai de todos os erros. Foi com tão grave erro que foi possível surgir a 'coisa' chamada a Nova República.] redemocratização tenha sido marcado por alguns equívocos e escândalos de dimensão continental.
Uma das características de um governo voltado para a destruição ambiental é que pode levar alguns biomas a um ponto de não retorno. Embora iniba política vitais, a roubalheira desvia o trabalho morto, simbolizado no dinheiro público desviado.
Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista
Artigo publicado no jornal O Globo em 30/11/2020
A irritação de Bolsonaro com o cercadinho de Mourão
Bela Megale
Vice-presidente teria irritado Bolsonaro com suas declarações sobre a Coronavac e o resultado da eleição presidencial nos EUA
As recentes declarações do vice-presidente Hamilton Mourão que contradizem opiniões de Jair Bolsonaro, em especial em relação à pandemia e às eleições nos Estados Unidos, agravaram a crise entre os dois. Segundo a coluna de Bela Megale, do jornal O Globo, hoje a dupla “mal se fala”.
A jornalista relata ainda que auxiliares do presidente afirmam que Mourão criou o seu próprio “cercadinho” ao fazer declarações independentes à imprensa sobre os assuntos do dia. Há ainda a certeza de que a aliança entre ambos não vai se repetir em 2022.
[o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, nesses quase dois anos do governo Bolsonaro sempre se destacou pelo comedimento em seus comentários, assumindo uma postura de 'a serenidade, a firmeza, no meio da tempestade'.
Infelizmente, nos tempos mais recentes tem cedido às tentações de conceder entrevistas de corredor e apesar de ser sempre pertinente e ético em suas declarações deixa margem para que certas interpretações circulam. Exemplo: levar que suas manifestações resultem em versões dizendo que o vice-presidente desautorizou o presidente, o que é um absurdo = não há subordinação hierárquica entre os cargos mas o vice-presidente não pode desautorizar o presidente da República, já que estando no exercício da presidência suas manifestações são as de vice-presidente no exercício da presidência da República e não estando no exercício do cargo, do qual é vice, suas manifestações sempre serão as de um vice-presidente.]
Entre as declarações que mais incomodaram o mandatário está a fala de Mourão sobre a compra da Coronavac pelo governo federal. O vice-presidente desautorizou [sic] Bolsonaro ao dizer que a declaração dele sobre não comprar o imunizante é “briga política com o Doria”.
A contragosto de Bolsonaro, Mourão também reconheceu a vitória de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos. Em entrevista, ele se referiu ao democrata como “presidente“. O governo federal, no entanto, tem evitado comentar sobre resultado das eleições norte-americanas em razão da postura negacionista do republicano Donald Trump, aliado de Bolsonaro.
Outra declaração de Mourão que também gerou crise no governo foi em relação ao assassinato de João Alberto, um homem negro, por seguranças brancos do Carrefour. O vice-presidente disse não ver racismo no caso, porque, de acordo com ele, não há racismo no Brasil. [o general Mourão está certíssimo em sua manifestação afirmando a não existência de racismo no Brasil (talvez inconveniente, por abrir espaço para que versões de um conflito entre o general Mourão e o presidente Bolsonaro surjam e até prosperem) e o que nos dá tal certeza é que NADA, NENHUM suporte existiu ou existe para que o desentendimento entre a vítima e os seguranças do Carrefour seja tipificado como racismo.
O que permite que desavisados e incautos considerem tal versão verdadeira, é que envolve um homem negro e dois seguranças brancos. Os que querem trazer para o Brasil um a versão 'brasileira' de uma situação ocorrida nos Estados Unidos - que gerou grande agitação inicial mas já começa a ceder- esquecem que houve no incidente de Porto Alegre o envolvimento de uma mulher, integrante da segurança do hipermercado = uma mulher negra.]
Bela Megale, jornalista - O Globo - Transcrito do Fórum
VITÓRIA! Nem o disfarce, nem a conspiração - Percival Puggina
Voto em Porto Alegre e passei as últimas semanas combatendo ideias perigosas. Segundo uma delas, os eleitores com mais de 70 anos deveriam ficar em casa, longe das urnas, cuidando da saúde, “beneficiados” que são pela dispensa do dever de votar. Era uma campanha que afastava da urna o eleitor que, pela experiência de vida, majoritariamente é conservador e não eleitor dos partidos de esquerda. Outra ideia difundida nestes dias, afirmava que ideologia não tinha importância numa disputa eleitoral, pois o eleitor estava mais interessado em questões do dia-a-dia. Afirmado insistentemente nos meios de comunicação, isso era quase tudo que a candidata mais ideologizada dessa campanha se empenhava em fazer crer.
Outra, ainda, sustentava estar em curso uma imensa conspiração para fraudar as eleições deste domingo em benefício dos partidos de esquerda. Ora, uma coisa é assegurar que as urnas têm vulnerabilidades; outra, bem diferente, é prognosticar uma conspiração para se valer delas com o intuito de adulterar o resultado das urnas, principalmente em São Paulo e em Porto Alegre. A venezuelana Smartmatic seria a operadora desse ataque à democracia...
Discordar dessa última posição, assumida por tantos nas redes sociais, não equivale a achar bom nosso sistema de apuração, não equivale a endossar a lamentável decisão do STF que considerou inconstitucional o voto impresso e menos ainda confundir voto impresso com voto em cédula de papel, como cheguei a ler em Zero Hora. A campanha pelo voto impresso precisa continuar porque logo ali haverá novas eleições. Parte ao menos da elevada abstenção em todo o país talvez se deva aos eleitores que viam no comparecimento um endosso aos “crimes contra a democracia” que estariam em curso. Os resultados deste fim de tarde de domingo em nada confirmam tal suspeita.
A capital dos gaúchos, felizmente, não proporcionou uma vitória ao PCdoB, surpreendendo a indefectível pesquisa com que o IBOPE lhe prenunciou a vitória. Ao longo da campanha ela se apresentou em versão ultraleve, quase flutuando, como anjo, numa nuvem desde a qual prometia chover bondades sem raios nem trovoadas. Mudou o visual, sumiu a foice, o martelo, a estrela, as cores e o nome do partido. Mudaram, também, as companhias habituais. Adeus, Lula.
No primeiro turno votei em Gustavo Paim. Hoje, votei em Sebastião Melo, numa chapa qualificada, também, pela presença do amigo, o intelectual e o excelente vereador que foi Ricardo Gomes. Chego ao final deste dia saboreando a vitória tão necessária ao futuro político do Rio Grande do Sul. Afasta-se de nosso rumo a marca de ser a Havana do Sul, onde a esquerda persistiria como força política hegemônica.
Recomendamos: O VOTO DOS IDOSOS, Percival Puggina
Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.
Um caso de amor com a tirania - Revista Oeste
Na França, é cada vez mais evidente o namoro com o autoritarismo sob o disfarce da racionalidade, da competência administrativa, do bem comum, da justiça social
Bem pouca gente ouviu
falar muita coisa a respeito da história que será contada a seguir — é
praticamente impossível, hoje em dia, ler, ouvir ou ver informações
sobre fatos que estorvam a visão do certo e do errado que existe na
cabeça da mídia mundial. Mas o fato é que acaba de ser cometido na
França um ataque especialmente vicioso, pervertido e hipócrita contra a
liberdade de expressão. Em perfeita simetria com a intenção dos seus
autores, é também uma missa cantada para celebrar a submissão do
indivíduo ao Estado — e promover um novo avanço da autoridade pública em
sua escalada para tornar-se o elemento mais valioso, e mais
privilegiado, da sociedade francesa.
A partir de agora, por força do Artigo 24 da “Lei de Segurança Global” que acaba de ser aprovado, as pessoas estão sujeitas a um ano de prisão e a € 45 mil de multa (ou perto de R$ 300 mil) se divulgarem “a imagem do rosto ou de qualquer outro elemento de identificação de um policial ou de um gendarme em ação de serviço”. Ou seja: os repórteres fotográficos, ou quem mais estiver com a câmera do seu celular ativada, ficam legalmente proibidos de registrar, por exemplo, imagens de policiais baixando o cacete em qualquer tipo de manifestação pública, ou prendendo cidadãos suspeitos de não observância do “distanciamento social”. Para amarrar a coisa pelos sete lados, o Artigo 24 também exige que os veículos de comunicação apaguem o rosto de policiais de qualquer foto ou vídeo que porventura vierem a obter e a publicar.[aqui no Brasil além da proibição de foto de 'di menor' criminoso ser divulgada, ainda tem que ser mencionado apreendido em vez de preso, ato infracional substituindo crime e por aí vai.
Quanto aos bandidos adultos, até mesmo os condenados cumprindo pena, recolhidos em presídio, possuem o direito absurdo de ter a imagem preservada. Placas de veículos envolvidos em ocorrência policial, são sempre borradas. Já os policiais são mostrados em todos os ângulos.]
O veneno contido na lei
teve efeito imediato: dois jornalistas já foram detidos ao cobrir
manifestações de protesto contra o próprio Artigo 24. Está claro que o
propósito do governo Macron, dos deputados que lhe dão apoio e dos
sindicatos de policiais é reprimir os cidadãos e jornalistas que querem
(ou precisam) registrar atos de violência ilegal e de arbitrariedade
cometidos pela polícia — e não proteger seus agentes do terrorismo. O
ministro do Interior, que foi o principal corretor público da nova
legislação, admitiu que não tem nenhuma estatística a respeito de casos
em que a captação e a divulgação de imagens de policiais possam ter
provocado algum ataque contra eles. Também não soube informar quantos
funcionários da polícia, até hoje, foram importunados socialmente por
verem a sua atividade divulgada em público. O que sobrou, no fim das
contas, foi a prisão e a multa.
E se Bolsonaro ou Trump propusessem algo parecido com o tal Artigo 24? [com certeza tentariam levar os dois para o tronco; agora que a democrática Franca reconhece que necessita proteger seus policiais fica mais fácil a adoção de medidas do tipo em outros países.] A
lei diz que as punições deverão se limitar aos casos em que houver a
intenção deliberada, por parte de quem gravou as imagens, de atentar
contra a “integridade física ou psíquica” dos policiais — mas, na
prática, é a própria polícia quem vai decidir se a imagem foi captada
com malícia ou de forma inocente. O que você acha que vai acontecer na
vida real? No caso dos repórteres fotográficos, por exemplo: sua função
profissional inclui, obrigatoriamente, o registro da presença da polícia
e das ações praticadas por ela durante uma manifestação pública, e sua
intenção é mesmo divulgar as imagens que colheu.
Como é que fica, então?
Se a imagem com o rosto do policial for publicada no jornal ou na
televisão, ele estará sujeito, por definição, a um atentado terrorista.
[o risco é claro e precisa ser eliminado ou no mínimo reduzido.] Para cumprir a nova lei, portanto, o jornalista não poderá mais
fotografar ou filmar livremente nenhuma manifestação em que a polícia
esteja presente.
(........)
A
pergunta que interessa, depois disso tudo, é a seguinte: existe no
Brasil alguma coisa parecida com esse Artigo 24? Não existe nem nunca
existiu — na verdade, é provável que nunca tenha passado pela cabeça de
ninguém fazer algo assim por aqui. Imagine-se, agora, o que o presidente
Macron, seus admiradores e as classes intelectuais, jornalísticas e
bem-educadas da França estariam dizendo se o presidente Jair Bolsonaro
mandasse para o Congresso Nacional um projeto de lei propondo exatamente
o que o governo francês acaba de fazer. (Pior: e se a ideia viesse de
Donald Trump? É melhor nem pensar.)
No mundo das ideias, o Brasil
visto da França de Macron e dos Estados Unidos de Joe Biden é um
inferno político onde a população é oprimida diariamente por uma
ditadura militar-fascista, que persegue os índios, os negros, os gays,
as mulheres e os pobres — além de queimar a Amazônia e praticar o
genocídio, porque o presidente não usa máscara, promove “aglomeração”
quando fala em público e recomenda o uso da cloroquina. No mundo dos
fatos, a França está jogando na cadeia repórteres que fotografam ou
filmam policiais em manifestações de rua.
A nova “Lei de
Segurança Global” é uma aula magna sobre a progressiva e inquietante
descida da França em direção ao totalitarismo estilo 2020 — essa mistura
pretensamente fina de supressão das liberdades individuais com a
transferência cada vez maior das decisões para a esfera dos altos e
médios servidores das máquinas estatais, das nações ou das entidades
“globais”. (A propósito: a proibição de captar imagens leva o nome de
“Lei Global”.) Não é algo que esteja acontecendo só na França. [essa suposta 'queda' da França rumo ao totalitarismo é consequência do excessivo descontrole de tudo que preservava valores que deveriam ser caros a toda a democracia - o desmonte a destruição desses valores e sua substituição por tudo que não presta, por tudo que agride a FAMÍLIA, aos BONS COSTUMES, aos VALORES CRISTÃOS, à MORAL, à VERGONHA, às CRIANÇAS, o DIREITO À PROPRIEDADE,à ORDEM, atingiu um ponto em que se tornou necessário aplicar um freio de arrumação e iniciar a reconstrução de tudo que foi, ou está sendo, destruído. A França já reconheceu, esperamos que o Brasil e muitas outras nações também reconheçam.] Na
Alemanha, praticamente no mesmo dia, a maioria governista que controla o
Parlamento aprovou a supressão de direitos individuais inscritos na
Constituição alemã para pôr em vigor a sua “Lei de Prevenção das
Infecções”, com restrições que vão da suspensão de liberdades por conta
do lockdown até a vacinação obrigatória. (Levantaram-se, na hora,
lembranças da “Lei Habilitante” de março de 1933, na qual esse mesmo
Parlamento, então chamado Reichstag, deu plenos poderes a Adolf Hitler.)
É
o avanço, nas democracias tidas como as mais avançadas do mundo, da
ideia geral de que as pessoas, no fundo, não sabem o que é bom para
elas; para não serem enganadas pelo “populismo”, que as leva a escolher
indivíduos inconvenientes para os governos, devem se submeter a um novo
“contrato social”. Por esse contrato, a autoridade, basicamente, deve
ficar a cargo dos que têm “qualificação técnica” para governar — as
camadas superiores dos ministérios disso ou daquilo, os altos burocratas
dos organismos internacionais, do FMI à Organização Mundial da Saúde,
os detentores do saber universitário e os funcionários públicos que se
encontram entre um galho e outro dessa árvore toda. À população cabe
cumprir ordens — da proibição de fazer uma imagem à obrigação de tomar
vacina.
(.............)
O que os burocratas que
ocupam bons lugares no aparelho estatal estão realmente querendo — seja
nos países, seja nos órgãos transnacionais — é mandar. Quanto mais
mandarem, mais seguros estarão nos seus altos salários, seus cartões de
crédito “corporativos”, suas aposentadorias com remuneração integral e o
resto da festa. Seu lema é: “Cada vez mais governo, mais ‘protocolo’ e
mais poder para quem não foi eleito — e cada vez mais obediência por
parte dos demais”.
A própria aprovação da Lei de Segurança
Global, em si, é um prefácio para esse mundo escuro que está se formando
nas nações mais bem-sucedidas do mundo. A Assembleia Nacional da França
tem 577 deputados. Para a sessão em que o seu Artigo 24 foi aprovado
compareceram apenas 170, ou 30% do plenário total — e a votação acabou
ficando em 146 a favor e 24 contra. [A legislação francesa permite que a Assembleia Nacional delibere com quórum mínimo e dos presentes quase 90% aprovaram a Lei.] Para que serve, então, um Parlamento
desses? Parece o Congresso da Venezuela, de gravata Hermès e bolsa
Vuitton. A reação dos franceses, ao mesmo tempo, foi de uma apatia capaz
de lembrar a postura geral dos chineses diante da ditadura em vigor em
seu país.
(.............)
Faz uma tremenda diferença, num país que tem hoje
5,5 milhões de funcionários públicos — cerca de 8% da população
nacional, e nada menos do que 20% da população economicamente ativa (ou
um em cada cinco franceses), descontando-se aí os 3 milhões de
desempregados atuais. Para chegar a esse nível, o Brasil teria de ter
entre 17 milhões e 18 milhões de servidores públicos; temos 12 milhões,
nos três níveis.
(............)
Leia também o artigo de Theodore Dalrymple desta edição, “Burocracia: do absurdo ao sinistro”
J.R. Guzzo, jornalista - Revista Oeste