Procurado por um repórter do GLOBO, o guarda-vida que pulou a grade — havia dois de plantão nesta sexta no Posto 1 — alegou que estava voltando de férias, e que, por algum motivo que ainda desconhecia, o cadeado havia sido trocado. Ele não quis ter seu nome divulgado. — Estou voltando de férias, e fui pego de surpresa. Vou fazer uma cópia da chave para poder entrar e trabalhar — disse o cabo do Corpo de Bombeiros, que presenciou a retirada do material dos comerciantes sem interferir.
Segundo João Marcello Barreto, vice-presidente da Orla Rio, concessionária que administra os postos de salvamento, o serviço de sanitários das 27 unidades do Leme ao Pontal foi terceirizado. Ele disse que vai abrir um procedimento para apurar a denúncia. Caso seja confirmado o uso por ambulantes, o contrato poderá ser cancelado. No Leme, segundo Barreto, está operando desde 2015 a empresa Borges e Ramos Comércio e Serviço de Locação Ltda. O responsável pelo sanitário do Posto 1 alegou que barraqueiros jogam objetos dentro da unidade sem o seu conhecimento.
Associação desconhece
Presidente da Associação de Barraqueiros de Praia do Rio de Janeiro,
Paulo Juarez disse que nunca havia sido informado sobre a prática de
guarda de objetos em postos de salvamento.— Isso não é comum. Não sei que tipo de entendimento foi feito lá. Nunca
ouvi falar disso. A associação não pode intervir. Guardar objetos é por
conta de cada pessoa. Tem gente que guarda em carros ou os leva para
depósitos fora das praias. Fazer um posto de depósito é muito estranho —
comentou Juarez, que disse ser barraqueiro há mais de 30 anos num ponto
em frente à Rua Santa Clara, em Copacabana.O Globo