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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Janot não tem independência para investigar nada; ele tem é de ser investigado

Acusações de Janot contra Lula e figuras do partido são puramente circenses. Já o ex-ministro pode implodir o partido de forma inapelável

No momento, o PT enfrenta dois adversários conjunturais: um se chama Rodrigo Janot. O outro, Antonio Palocci — em associação com a força tarefa de Curitiba e com Sérgio Moro. Janot é brincadeira de criança. De tal sorte sua atuação está se mostrando patética que não há muito a temer.

República do Sotaque de Pato Branco reage e faz de Palocci a bomba pronta para destruir o PT

Já a coisa com Antonio Palocci é complicada. Aí o bicho pode pegar. Ou por outra: as denúncias de Janot são pó de traque, biribinha, aquelas bolotas de areia e pólvora que a gente gosta de ver estalar no chão. Sempre penso no procurador-geral no papel de noivo da quadrilha. Mas Palocci, não! A República do Sotaque de Pato Branco lhe amarrou à cintura bananas de dinamite. Ele é agora o homem-bomba do ponto de vista político. A questão jurídica pode ir longe. Explico. Vamos ao que é pura firula e ao que é politicamente muito grave para o PT. E, por óbvio, destaque-se que as ações estão articuladas, o que indica também a disposição da Lava Jato de sobreviver ao tsunami provocado pelas conversas entre Joesley Batista e Ricardo Saud.
O front de Brasília do Ministério Púbico Federal, aquele sob o comando de Rodrigo Janot, fez tanta bobagem que quase põe tudo a perder. A conversa entre Joesley e Saud indicam um ambiente de lassidão moral, de vale-tudo, de estímulo ao comportamento bucaneiro e abusado. Mais: visivelmente, as ações ligadas à investigação não se distinguem muito da pura e simples pistolagem — e a vantagem é sempre do pistoleiro. 

Algo precisava ser feito. E Janot fez duas coisas que estavam a seu alcance para, ora vejam, devolver ao PT o papel de protagonista do petrolão. Isso é importante para não perder as ruas. O procurador-geral, então, resolveu denunciar Lula, Dilma e mais uma tropa de elite de integrar a grande organização criminosa. Para que a ação ficasse no Supremo, sob a égide da primeira instância do MPF, meteu uma petista com foro especial na turma: a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Não parou por aí. Janot também resolveu oferecer denúncia contra os ex-presidentes petistas por obstrução da investigação, naquele caso em que Dilma tentou fazer de Lula seu ministro da Casa Civil.
Essa segunda ação não vai dar em nada. É espuma rarefeita. A outra, a da organização criminosa, vai longe, leitores, muito longe. Por enquanto, Janot tem em mãos apenas alguns testemunhos. É óbvio que se trata de uma precipitação. Janot tenta se livrar da má fama. E uma boa maneira de fazê-lo, hoje em dia, é malhando petistas.
O PT não tem com o que se preocupar no curto prazo nem com uma coisa nem com outra.
O homem-bomba
Já Palocci é o homem-bomba. Este, sim, assombra o partido. A Turma do Sotaque de Pato Branco resolveu mostrar a Janot como se faz. O ex-ministro, sabidamente da confiança de Lula; que sempre cuidou da despensa do PT; que tinha os arcanos que conduziam aos cofres; que falava com o mundo empresarial e financeiro… Bem, este senhor decidiu, em tese ao menos, contar tudo. [pior ficará para o PT, especialmente Lula, se Palocci contar o que sabe sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel.
Só em falar o nome Celso Daniel a elite petista sua frio e borra as calças.]
Notem que há algo de incomum no comportamento de Palocci. Ele ainda não fez delação premiada, mas já confessou mais do que se esperava em processos dessa natureza. O que a turma do Sotaque de Pato Branco quer ouvir? Que a Odebrecht criou um fundo de R$ 300 milhões para o PT (e Lula)? Palocci conta. Que dinheiro de propina estava destinado a comprar o terreno do Instituto Lula? Ele conta. Que a reforma do sítio era parte do pacote de benefícios? Ele conta.
O que mais a turma de Curitiba quer que ele conte? Bem, ele conta.
Efeito político
É claro que o efeito político dessas confissões —   QUE AINDA NÃO SÃO DELAÇÃO — tem ao menos um potencial devastador. Num primeiro momento, não se cuida aqui da questão penal. Isso ainda vai longe. Testemunhas serão ouvidas. O próprio Lula está para depor. Sim, Sérgio Moro, um dia, vai condenar todo mundo. Mas isso ainda leva tempo e não terá desfecho nenhum antes de ficar claro se Lula será ou não candidato. Essa decisão depende exclusivamente da decisão do TRF4 no caso do tal tríplex de Guarujá.
A questão é mesmo política. O PT nunca teve contra si um testemunho como o de Palocci. Nunca ninguém do seu tamanho se voltou contra o próprio partido. Nunca uma figura tão próxima do chefão resolveu “entregar” tudo, como ele fez. Está claro! Não é da têmpera de um Delúbio Soares. Não á da têmpera de um João Vaccari Neto. Não é da têmpera de um José Dirceu. Palocci é da têmpera de um Palocci. E o homem evidencia estar cansado da cadeia.
Reitero que há algo de inusitado — também a indicar uma mudança de método da facção paranaense da Lava-Jato: Palocci entregou certamente muito mais do que esperava que entregasse. E o fez fora, reitere-se, do ambiente de qualquer delação. Notem que nada do que disse precisa passar por processo de homologação. Observem que ele não está obrigado nem mesmo a fornecer provas ou indícios daquilo que disse. Estamos diante, em princípio, da famosa “confissão”, em sentido clássico. É claro que a delação virá. É claro que ele obterá os benefícios dela decorrentes; é claro que isso tudo será convertido em “colaboração premiada” — e, pois, alívio da pena.
Acontece que era preciso criar, antes da questão jurídica, o fato político. E ele está criado. Como o PT vai lidar com a coisa? Vamos ver. A situação é inédita: pela primeira vez, alguém da cozinha de Lula, que privou de sua intimidade, que era de sua mais estrita e absoluta confiança, a quem o líder confidenciava segredos e operações de controle restrito… Pela primeira vez, em suma, alguém com esse perfil acusa o Demiurgo, na prática, de ser corrupto, de estimular a corrupção e de fazer dela um método político.
E, junto com o petista, está ninguém menos do que a outra presidente eleita pelo partido: Dilma Rousseff.
A República do Sotaque de Pato Branco impôs a Palocci aquele que é o mais alto preço definido até agora: destruir o PT. E Palocci aceitou detonar o cinto de explosivos. Sim, politicamente, ele já está morto. Passará os anos vindouros escondido em algum lugar, cuidando dos netinhos. Ele só não suportava mais a cadeia. Em síntese: as ações circenses de Janot não têm importância no curto prazo. O PT não está nem aí para elas. As consequências penais do que disse Palocci também têm um horizonte relativamente longo à frente. A questão, agora, é como o petismo vai reagir à devastação imediata, que é a política.
Eis o pior momento da história do partido.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

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