Presidente recebe solidariedade dos comandantes das Forças Armadas; o encontro, previsto para acontecer pela manhã, foi remarcado para às 17 horas
O presidente Michel Temer vai se encontrar com o ministro da Defesa Raul Jungmann e comandantes das Forças Armadas nesta sexta-feira. O encontro estava previsto para a manhã desta sexta, mas acabou sendo cancelado e remarcado para às 17 horas.
No encontro, os militares demonstrarão solidariedade ao presidente após a divulgação de gravação onde aparece dando aval ao empresário Joesley Batista, dono da JBS, para continuar mantendo pagamentos ao ex-deputado cassado e preso, Eduardo Cunha.
Cármen: querem um Tirano de Siracusa com “torresmin” e Vade Mecum
Não vou citar nomes — só se vier a ser
muito necessário. Atenho-me aos fatos. Assisti ontem, na TV, ao firme
pronunciamento do presidente Michel Temer. Espalhou-se a falsa notícia
de que ele iria renunciar. E ele, à diferença disso, afirmou que não
renuncia. Cobrou ainda celeridade nas investigações.
Quando o presidente terminou a sua fala e
as câmeras se voltaram para os jornalistas-comentadores, era até
engraçado constatar o ar entre indignado e desconsolado da turma. “Como?
Ele não renunciou?” Fiquei com a impressão de que havia gente que já
encomendara o traje para a posse de Cármen Lúcia… Notem: àquela altura, nem o presidente conhecia o teor da gravação. Nem ele nem a gente.
Pouco depois, o conteúdo veio a público.
Temer não cometera crime nenhum. O único que relatava ações criminosas
na gravação era Joesley. Não! O presidente não condescendeu, como se
afirmara inicialmente, com a compra do silêncio de Eduardo Cunha. Era
mentira. Alguma fala comprometedora de Temer?
Dizem se esta: “Tem que manter isso, viu?”. E o presidente soltou essa
frase depois de Joesley ter dito: “Eu tou de bem com o Eduardo, ok?”.
Atenção! Há, sim, coisas graves na fala
do empresário, mas contra o Judiciário e o Ministério Público (tratarei
do assunto em outro post). Rodrigo Janot, no entanto, por incrível que
pareça, não fez nada a respeito. Mas sigo com a imprensa.
O que me impressiona na cobertura de
algumas emissoras é que, mesmo depois de evidenciado que, na gravação
feita por Joesley, nada havia que desabonasse Temer, o tom da cobertura
continuou condoreiro, incendiário, jacobino. Um jacobinismo sem
substância.
O fato é que quase todos acreditaram numa versão dos fatos que não era fato. E aí?
Não pode agora o presidente da República
pagar por isso, né? Ou pelo sonho de ver Cármen Lúcia na Presidência,
na versão do Tirano de Siracusa que gosta de comer um “torresmin”
enquanto folheia o “Vade Mecum”.
Setores da imprensa precisam parar com esse vício de querer depor e eleger presidentes.