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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Caso Rhuan: "instrumento de ódio e vingança", diz promotor sobre garoto morto

Em entrevista exclusiva ao Correio, promotor Alexandre de Brito dá detalhes do processo que condenou mães do menino de 9 anos e antecipa que o MP pode recorrer da decisão

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) avalia se vai recorrer da sentença que condenou a mãe e a madrasta do menino Rhuan a mais de 60 anos de prisão, [por uma questão de clareza,  se registre que a aqui chamada madrasta de Rhuan na realidade é o marido ou a esposa de mãe da criança.] definida nesta quarta-feira (25/11). A mãe de Rhuan Maycon da Silva Castro, 9 anos, Rosana Auri da Silva Cândido, e a companheira dela, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa, foram condenadas a 65 e 64 anos de prisão, respectivamente, pelo assassinato do garoto ocorrido em maio de 2019. 
 
 Segundo consta no processo, ao ser questionada se havia comido a carne do filho, Rosana respondeu que não, "mas o cheiro estava bom". No dia do crime, ela e a companheira tentaram queimar partes do corpo da criança. Em entrevista ao Correio, o promotor Alexandre Ferreira das Neves de Brito, da 2ª Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Samambaia, diz que este foi o caso mais chocante de sua carreira e que ainda não está satisfeito com o desfecho. Sobre a sentença, o profissional afirma que foi uma decisão longa, com julgamento de múltiplos crimes.“Numa primeira avaliação, foi muito técnica. Não podemos dizer que estamos felizes com o resultado. Uma criança morreu e tem uma família arrasada. Esperamos que apazigue, minimamente o sofrimento das pessoas que amam o Rhuan”.

Ao término do julgamento, a defesa das rés deixou registrado que deve recorrer da sentença. Os advogados devem entregar à Justiça os argumentos do recurso nos próximos dias. 

Entrevista
Numa longa conversa com o Correio, o promotor Alexandre de Brito concordou em comentar, com exclusividade, os detalhes e bastidores do julgamento desse assassinato, que chocou o país. Para ele, o trabalho da polícia civil, tanto dos investigadores, quanto dos peritos criminais, foi crucial para a elucidação rápida do crime e, consequentemente, o julgamento.

Em 16 anos de atuação no sistema de Justiça, Alexandre diz que este foi o caso mais chocante de sua carreira, por envolver uma criança submetida a vários crimes e pela frieza das rés. Abaixo, você confere os principais pontos comentados pelo promotor.

Promotoria
Como promotores de Justiça, temos a incumbência de fiscalizar a atividade policial. Tivemos uma atenção especial neste caso desde o início. Pelo fato de envolver uma criança, a determinação é de que seja tratado como prioridade. Demos uma atenção especial no sentido de proporcionar uma solução rápida e justa.

Correio Braziliense,  ÍNTEGRA DA ENTREVISTA