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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Policiais grevistas fecham entrada da principal delegacia das Olimpíadas

O edifício atende a região e é o local recomendado para turistas e brasilienses procurarem para registrar ocorrências nas áreas dos jogos

Policiais civis grevistas que se manifestaram em frente ao Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha encerraram o ato por volta das 16h30 desta quinta-feira (4/8). Segundo a Polícia Militar, o protesto reuniu cerca de 1 mil agentes. Depois, alguns seguiram para a 5ª Delegacia de Polícia (Setor Central) e fecharam a entrada da unidade policial. O edifício atende a região e é o local recomendado para turistas e brasilienses procurarem para registrar ocorrências nas áreas dos jogos.
 
Os manifestantes não quiseram se identificar. Apenas disseram que a corporação está em greve pelas próximas 48 horas e, quem quiser fazer uma queixa criminal, “terá que esperar”. O segundo boletim divulgado na tarde desta quinta-feira pela Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal, no entanto, garantia que as unidades mais próximas da área do estádio estavam "funcionando normalmente". 

A categoria cobra a isonomia salarial com a Polícia Federal, que teve aumento de 37% aprovado. Eles decretaram paralisação das atividades durante 48 horas em assembleia na tarde de quarta-feira (3/8) e prometeram manifestar em frente ao estádio durante o jogo do Brasil. Pela greve e pelo ato próximo a arena, é possível que o Sindicato dos Policiais Civis do DF seja multado em R$ 1 milhão pela Justiça.
No Estádio Nacional Mané Garrincha, apesar da proibição para que façam greve ou manifestações, policiais civis organizaram um protesto em frente à arena, a menos de uma hora do início da partida entre Brasil e África do Sul. Os representantes da categoria carregaram faixas, muitas delas em inglês, cobrando investimentos na corporação e exigindo o reajuste salarial reivindicado pelos policiais.

Os grevistas se posicionaram em frente a uma guarnição dos Bombeiros e de viaturas da Polícia Militar aos gritos de
“polícia, unida, jamais será vencida”. “O governo quer sucatear a polícia para que o crime organizado cresça cada vez mais. Nós não temos um governo, mas uma quadrilha”, bradava um policial. Na decisão que declarou ilegal a greve dos policiais civis, o desembargador Sebastião Coelho impôs multa de R$ 500 mil para paralisações em dias de jogo e mais R$ 500 mil em caso de manifestações na região do estádio.

O presidente da Associação dos Servidores da Polícia Civil, Francisco Pereira de Sousa, negou que o protesto tenha sido marcado em função do jogo das Olimpíadas. “A paralisação já estava programada e infelizmente coincidiu com esse dia. De certa forma, as Olimpíadas vão trazer visibilidade. A adesão é de 100% e estamos trabalhando de acordo com a lei. Não é uma forma de pressionar, mas de dar visibilidade, porque o governador não tem até hoje projeto de segurança pública para o DF”.
 
Abandono de postos
No início da manhã desta quinta-feira (4/8), policiais civis que faziam a segurança das delegações estrangeiras abandonaram seus postos. O Governo do Distrito Federal (GDF) tinha se antecipado à medida e articulado com a Polícia Militar para que eles assumissem as funções em caso de paralisação. A Civil havia decidido parar suas atividades por 48h na última quarta-feira (3/8). Os 13 agentes que faziam a segurança das delegações foram imediatamente substituídos por militares e os 33 responsáveis pela delegacia do Estádio Nacional Mané Garrincha permaneceram em suas funções.

Representando a Polícia Civil na reunião para entrega das credenciais Force Comander, que permite a entrada dos comandantes das forças de seguranças em toda a cidade, o delegado Anderson Espíndola garantiu que a delegacia do estádio funcionará normalmente, independente da paralisação. A categoria rejeitou a proposta de reajuste apresentada pelo governo, que previa 7% de aumento em 2017, 10% em 2018 e mais 10% a partir de 2019.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol), Rodrigo Franco, confirmou que os policiais cruzaram os braços e deixaram o trabalho pontualmente às 8h, quando haveria substituição de turno. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou que a PM assumiu a segurança das delegações imediatamente, guarnecendo os hotéis que ficariam sem proteção. Por meio de nota, a pasta afirmou que a escolta das delegações olímpicas será feita por batedores da Polícia Militar. 

Fonte: Correio Braziliense