À medida que vai desmoronando a tese da esquerda de que a Operação
Lava-Jato se dedica apenas a perseguir Lula, vão ficando cada vez mais
patéticas as tentativas de criar fatos políticos que não se realizam. É
verdade que Lula continua fazendo política de dentro da cadeia, e que o
PT demonstra uma capacidade de agitação acima da dos demais partidos
políticos brasileiros. Mas isso não quer dizer que os resultados
positivos virão. Pelo menos não estão vindo. Lula continua liderando as
pesquisas, mas o PT corre o risco de sucumbir devido à estratégia
definida por Lula de não indicar seu substituto até o último momento.
Ontem, o ex-governador de Minas e ex-presidente do PSDB Eduardo
Azeredo, condenado a 20 anos de prisão por peculato e lavagem dinheiro,
em segunda instância, viu os esforços de sua defesa para protelar a
decisão se esgotarem, e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG)
expediu o mandado de prisão. O episódio ficou conhecido como o mensalão mineiro, numa demonstração
da capacidade marqueteira do PT. Azeredo não deu mensalão a ninguém,
seu caso é de peculato, isto é, usar o dinheiro público de maneira
ilegal para financiar sua campanha eleitoral. O apelido de mensalão
mineiro, ou tucano, só serviu para tornar situações distintas em
semelhantes, no interesse do PT de dizer que todos os partidos roubam.
É verdade, a Operação Lava-Jato está demonstrando, mas o esquema
petista de compra de apoio em troca de propinas geradas por obras
superfaturadas em estatais, especialmente a Petrobras, é insuperável. E
um ataque ao Estado democrático. Apenas o mentor dos dois “mensalões” é o
mesmo, o publicitário Marcos Valério, que está devidamente encarcerado. O final do caso Azeredo retira do PT o mantra de que os tucanos são
protegidos pela Justiça. Outra notícia desanimadora para a defesa do
ex-presidente Lula foi a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU de rejeitar o pedido para que ele fosse solto por uma medida cautelar.
A ida à ONU, por si só, faz parte do aparato de marketing político
que o PT vem utilizando, aqui e no exterior, para tentar caracterizar
uma situação de perseguição política. A tentativa era no sentido de que a
ONU seguisse a mesma decisão que atendeu a um pedido similar de
políticos catalães. Nesse caso, a Comissão recomendou que o deputado
independentista Jordi Sanches fosse liberado para que pudesse participar
de eleições. O estado espanhol ignorou a recomendação da ONU, e o mesmo
ocorreria no Brasil, mas seria um ganho político para Lula ter essa
espécie de aval da ONU. No caso do ex-presidente Lula, a Comissão não viu “riscos de um dano
irreparável”, mas o caso, que começou em 2016, continua sendo analisado,
e o resultado deve ser anunciado somente em 2019. Mas aí o valor
político de uma improvável decisão a favor de Lula já terá sido
esvaziado consideravelmente.
Mas o ponto mais risível do marketing político dos apoiadores de Lula
é a tentativa de esvaziar a torcida pela seleção brasileira na Copa do
Mundo da Rússia sob a alegação de que a camiseta amarela foi usado pelos
“coxinhas golpistas” nas manifestações a favor do impeachment da
ex-presidente Dilma. Também a corrupção na CBF seria uma razão para que a camisa da
seleção não esteja animando a torcida. Como se pudéssemos voltar no
tempo, tenta-se reviver um sentimento que esteve muito presente em 1970,
em plena ditadura militar, quando muitos da esquerda decidiram não
torcer pelo time de Pelé, Tostão, Jairzinho e companhia. E como não se
soubesse o que aconteceu, segundo o relato bem-humorado de vários
exilados e membros da oposição guerrilheira: na hora agá, não resistiram
à paixão pelo futebol e comemoraram o tricampeonato mundial.
Provavelmente acontecerá igual desta vez, apesar de que o desânimo
com a situação do país e a difícil saída da recessão econômica não deem
muito espaço para comemorações antecipadas. [só não acontecerá pelo fato de que o time de Tite sequer chegará à final da Copa 2018.] Mas, mesmo sendo “o país do
futebol”, os resultados das Copas do Mundo nunca influenciaram as
eleições para presidente da República, que de quatro em quatro anos
coincidem com os campeonatos desde 1994.
Merval Pereira - O Globo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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quarta-feira, 23 de maio de 2018
Camisa amarela
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