J. R. Guzzo
Ministro do STF exige aprovação de uma lei de controle sobre a internet que abre o Brasil para as misérias da censura política
O ministro Alexandre de Moraes, o presidente da República e a esquerda nacional em peso exigem a aprovação, no Congresso, de uma lei de controles sobre a internet
que abre o Brasil para as misérias da censura política.
Ficam
exaltados, todos os dias, dizendo que não é isso – querem até obrigar
que se diga o contrário.
Mas os fatos, um após o outro, provam que o STF e o governo Lula estão fazendo tudo o que podem para destruir o direito de livre expressão nas redes sociais.
Como seria possível alguém ter ainda alguma dúvida sobre as suas
verdadeiras intenções depois do que fizeram com o aplicativo de
mensagens Telegram?
O aplicativo publicou uma mensagem com críticas ao projeto de censura que o governo Lula quer socar na Câmara dos Deputados;
basicamente, diz que a nova lei pode gerar restrições sérias à
liberdade de expressão. Como se chama isso? Isso se chama opinião; pode
ser verificado em qualquer dicionário da língua portuguesa, e sua livre
manifestação está garantida no artigo 5 da Constituição.
Mas o ministro,
mais uma vez, decidiu que as opiniões contrárias às dele, ou do
governo, não podem ser publicadas – e mandou que a mensagem fosse
apagada.
Pior: num momento de ditadura explícita, obrigou o Telegram a
publicar um texto escrito pelo STF, no qual o aplicativo dizia o
contrário do que tinha dito antes e confessava a prática de crimes
contra a “democracia”, etc., etc. É a volta, em 2023, às “confissões
espontâneas” da ditadura soviética de Stalin. Back in the U.S.S.R., diriam os Beatles.
A mensagem do Telegram não foi, obviamente, fake news,
até porque não se trata de news nenhuma, e sim de uma opinião sobre um
projeto de lei aberto à discussão pública; basta ler o que está escrito,
e que foi apagado.
Não era “discurso do ódio”, nem desinformação, nem
afirmação “fora do contexto”, ou “enganosa”, ou algum outro delito
criado pelo STF.
Era um ponto de vista, só isso. E é aí, justamente, que
os militantes da censura mostram o que realmente querem: impedir que
alguém, qualquer um, publique pensamentos ou ideias que o STF e Lula não
admitem que sejam publicados.
Não tem nada a ver com o combate à
mentira, ou aos “massacres de crianças nas creches”, como diz o PT. Tem tudo a ver com a proibição de opiniões de oposição.