Alexandre de Moraes mandou afastar prefeito no Mato Grosso por supostamente incentivar “manifestações antidemocráticas”.| Foto: Carlos Moura/STF

Em geral, um prefeito é afastado pela Câmara de Vereadores. Ou, se ele comete algum crime ou tem algum problema de corrupção, que não seja de competência da Câmara Municipal, vai acabar no Tribunal de Justiça. Só que o prefeito de Tapurá (MT), Carlos Alberto Capeletti, foi afastado pelo ministro Alexandre de Moraes. O prefeito não tem foro privilegiado, ele não tinha processo nenhum, ele não tinha sido acusado por ninguém, nenhum promotor apresentou denúncia contra ele, mas ele já foi afastado por Moraes sob a alegação de que ele incentivou “manifestações antidemocráticas” em Brasília – e o ministro acrescenta “em especial, contra a autoridade desta corte”.

Acho isso muito estranho, porque não tem nada a ver uma coisa com a outra
O ministro do Supremo não tem de cassar prefeito que manda ou estimula manifestantes; -  ele está exercendo um direito que está no artigo 5.º da Constituição, que é uma cláusula pétrea; o inciso IV que diz que é livre a manifestação do pensamento, e o inciso XVI que diz que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização. [quanto ao STF descer o alvo de sua suprema autoridade não é a primeira vez que tal ocorre - em suas gavetas descansa um processo que cuida de obter suprema decisão, colegiada, sobre permissão para construir banheiros públicos unissex - sem apontar muitos inconvenientes: uma menina, digamos, de dez anos,  está sujeita a enquanto espera vagar uma cabine, que adentre ao banheiro um adulto e 'saque' seu membro para urinar =  mictórios ficariam em área não reservada. A criança não quiser ver que cubra o rosto com um capuz.]
 
Deve ter alguma coisa certa nisso tudo, porque do contrário a OAB iria reclamar. Se não reclamasse, a mídia brasileira reclamaria
Se não fosse a mídia, o Senado brasileiro abriria processo.  
Mas deve haver alguma coisa além da Constituição que paira sobre nós, e nós não estamos sabendo. [pensamos que sobre nós paira a vontade dos supremos ministros -  tal condição vai durar até que uma força maior que os pairadores, mande-os descer.]  Só pode ser algo assim, porque eu leio a Constituição e não consigo entender.
 
Presidente do Peru aposta no golpe e acaba preso
Na manhã dessa quarta, o presidente do Peru, Pedro Castillo, de esquerda, sindicalista e professor do ensino básico, ao ver que sofreria um impeachment à tarde no Congresso, dissolveu o Legislativo, mas não adiantou. Foram 101 votos a favor e só seis contra o impeachment.   E, além de cassado, ele ainda foi preso.

Logo depois da eleição no Brasil, Castillo tinha ligado para Lula para cumprimentá-lo, e eles combinaram que Castillo viria para a posse. Mas a lista que saiu do Itamaraty nesta quarta já não tinha o nome dele. Estão lá os presidentes da Colômbia, do Chile, da Bolívia, da Argentina, da Costa Rica, mas não o presidente do Peru. O Itamaraty foi rápido nessa.[por ocorrências de imprevistos dessa natureza  é que optamos por ir passo a passo no que se refere à posse do analfabeto eleito presidente do Brasil.]

PL lança candidato a presidente do Senado
Rodrigo Pacheco quer continuar presidente do Senado, mesmo com todas essas omissões em relação à Constituição e ao Supremo, mesmo sendo um dever do Senado votar requerimentos de senadores a respeito disso. Pois é, ele quer ficar. 
Por isso, ainda bem que o Partido Liberal acabou de lançar Rogério Marinho como candidato à presidência do Senado. Foi um ministro que trabalhou muito pelo Nordeste; trabalhou muito pela reforma da Previdência, assunto que conhece demais; e foi um grande auxiliar do ministro Paulo Guedes
Certamente será um candidato muito forte à presidência do Senado, já que o PL terá a maior bancada, com 14 senadores. 
MDB e União Brasil terão 10 cada um, e o PT terá 9.

Transição virou farra, mas no fim quem vai decidir tudo é Lula
Essa equipe da transição não é mais uma equipe, é uma multidão. São 835 pessoas! Não sei que ideias podem sair de tanta gente, porque isso não é mais uma reunião, um comitê, dividido por assuntos. [muitas coisas bizarras, esquisitas, serão produzidas por essa multidão - resta saber é se o eleito terá apoio para decidr alguma coisa.] 
Um dos integrantes participou da transição de Fernando Henrique para Lula, e disse que havia 15 pessoas na equipe econômica; dali saiu um plano, um programa, chefiado pelo Antônio Palocci. Acho que no fim vai tudo sair da cabeça do próprio Lula mesmo, embora ele não tenha aberto isso durante a campanha eleitoral, nem mesmo antecipando nome de ministro. [a conduta do analfabeto eleito não é consequência de um surto de modéstia e sim de incredulidade, já que nem ele acredita que um descondenado, não inocentado, possa ser presidente do Brasil.]
 
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos