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terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Bolsonarismo radical usa área militar como refúgio da polícia

Atuação policial é limitada porque QG do Exército e Palácio da Alvorada são zonas de segurança, jurisdição federal, segundo secretário de Segurança do DF

Extremistas responsáveis por vandalismo e tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, no centro de Brasília, nesta segunda-feira (12), saíram de dois acampamentos de radicais bolsonaristas montados em áreas consideradas de segurança nacional — o Palácio da Alvorada e o Quartel-General do Exército.

A atuação das polícias locais é limitada porque são zonas de jurisdição federal, [há uma pequena diferença: área de jurisdição federal quase sempre pode ser alcançada pela competência jurisdicional da PF; já ÁREA MILITAR está sob a jurisdição exclusiva da Força Amada a qual pertence. 
O acesso de a área só é permitido após autorização do comandante da OM e, por óbvio, de autoridade militar superior ao mesmo. 
Tanto que a turma do DF Legal, ansiosa por mostrar serviço ao ministro Moraes, ingressou em um acampamento de apoiadores do presidente Bolsonaro, instalado em ÁREA MILITAR,   para apreender barracas e outros utensílios dos manifestantes.
Por determinação do comandante da Unidade Militar, foram compelidas a sair do local sob escolta da Polícia do Exército e vaias dos manifestantes.] argumentou o secretário de Segurança do Distrito Federal, Julio Danilo, ao lado dos futuros ministro da Justiça, Flavio Dino, e chefe da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

Quebraram e incendiaram ônibus e carros no centro da cidade, alguns no estacionamento da Polícia Federal. Diziam protestar contra a prisão do líder de um grupo étnico Xavante de Mato Grosso.[um exame atento,  imparcial e isento,  do farto material que circula na internet mostrará, sem sombra de dúvidas que o quebra-quebra e os incêndios foram  promovidos por infiltrados = marginais esquerdistas, ou a serviço da esquerda, que praticaram os atos criminosos procurando deixar a impressão, aos incautos, que os autores dos mesmos eram bolsonaristas.]

Em Brasília, como em outras cidades, grupos de ativistas radicais insatisfeitos com a derrota eleitoral de Bolsonaro estão há 44 dias ocupando áreas de segurança, quase todas em frente a quartéis. Pedem “intervenção” armada para impedir a posse do governo eleito, em 1º de janeiro. [a insatisfação maior não é quanto ao resultado da eleição e sim ao fato do eleito - e cotado para subir a rampa - ser notoriamente um ladrão - descondenado, porém, não inocentado de vários crimes, e que foi julgado e condenado por nove juízes diferentes e confirmação das condenações em três instâncias.]

A mobilização aparenta espontaneidade, mas é organizada por políticos e sustentada por empresários aliados de Bolsonaro. Há um discreto e inédito respaldo da hierarquia militar.

A tolerância das chefias militares com esse tipo de manifestação ocorre desde 19 de abril do ano passado, quando Bolsonaro comandou um comício diante do QG do Exército, em Brasília, amparado numa cenografia de faixas reivindicando golpe de Estado, fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

Novidade política, como indicou o secretário de Segurança do DF, é a transformação de zonas urbanas sob jurisdição militar e dos serviços de segurança presidencial numa espécie de refúgio da tropa de choque extremista, fora do alcance de agentes policiais.[novidade é que tais locais são os únicos nos quais os manifestantes que apoiam Bolsonaro em manifestações realizadas dentro da legalidade, de forma ordeira e pacífica, podem se manifestar sem risco de serem alcançados por determinações emanadas do TSE.                          Aliás, os atuais comandantes militares, em Nota Oficial conjunta,  deixaram claro o DIREITO constitucional das pessoas se manifestarem respeitando os ditames legais e do DEVER das autoridades constituídas responderem às demandas apresentadas pelo Povo.
Inspeção realizada pela PM-DF também constatou o caráter ordeiro e legal das manifestações populares.]

José Acácio Tserere, de Campinápolis, a 658 quilômetros de Cuiabá, foi detido a pedido da Procuradoria-Geral da República sob acusação de incitar violência política e promover bloqueios em avenidas.
O caso de Tserere é simbólico. A ordem de prisão emitida pelo STF só foi executada quando estava em trânsito de manifestação de apoio a Bolsonaro, no jardim do Palácio da Alvorada, para o acampamento montado diante do QG do Exército.

José Casado, jornalista - Revista VEJA