Atuação policial é limitada porque QG do Exército e Palácio da Alvorada são zonas de segurança, jurisdição federal, segundo secretário de Segurança do DF
Extremistas responsáveis por vandalismo e tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, no centro de Brasília, nesta segunda-feira (12), saíram de dois acampamentos de radicais bolsonaristas montados em áreas consideradas de segurança nacional — o Palácio da Alvorada e o Quartel-General do Exército.
Quebraram e incendiaram ônibus e carros no centro da cidade, alguns no estacionamento da Polícia Federal. Diziam protestar contra a prisão do líder de um grupo étnico Xavante de Mato Grosso.[um exame atento, imparcial e isento, do farto material que circula na internet mostrará, sem sombra de dúvidas que o quebra-quebra e os incêndios foram promovidos por infiltrados = marginais esquerdistas, ou a serviço da esquerda, que praticaram os atos criminosos procurando deixar a impressão, aos incautos, que os autores dos mesmos eram bolsonaristas.]
Em Brasília, como em outras cidades, grupos de ativistas radicais insatisfeitos com a derrota eleitoral de Bolsonaro estão há 44 dias ocupando áreas de segurança, quase todas em frente a quartéis. Pedem “intervenção” armada para impedir a posse do governo eleito, em 1º de janeiro. [a insatisfação maior não é quanto ao resultado da eleição e sim ao fato do eleito - e cotado para subir a rampa - ser notoriamente um ladrão - descondenado, porém, não inocentado de vários crimes, e que foi julgado e condenado por nove juízes diferentes e confirmação das condenações em três instâncias.]
A mobilização aparenta espontaneidade, mas é organizada por políticos e sustentada por empresários aliados de Bolsonaro. Há um discreto e inédito respaldo da hierarquia militar.
A tolerância das chefias militares com esse tipo de manifestação ocorre desde 19 de abril do ano passado, quando Bolsonaro comandou um comício diante do QG do Exército, em Brasília, amparado numa cenografia de faixas reivindicando golpe de Estado, fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
José Acácio Tserere, de Campinápolis, a 658 quilômetros de Cuiabá, foi detido a pedido da Procuradoria-Geral da República sob acusação de incitar violência política e promover bloqueios em avenidas.
O caso de Tserere é simbólico. A ordem de prisão emitida pelo STF só foi executada quando estava em trânsito de manifestação de apoio a Bolsonaro, no jardim do Palácio da Alvorada, para o acampamento montado diante do QG do Exército.
José Casado, jornalista - Revista VEJA