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terça-feira, 18 de abril de 2023

Após selfies ofensivas, Auschwitz pede respeito à memória do Holocausto

Em 2019, o campo de concentração convertido em museu também chamou a atenção dos visitantes para 'fotos insensíveis' nos trilhos do trem

O Memorial de Auschwitz pediu, nesta terça-feira, 18, que os visitantes mostrem respeito para com as mais de 1,1 milhão de vítimas do regime nazista durante o Holocausto. O pronunciamento aconteceu depois que uma fotografia no formato selfie, tirada no local, viralizou nas redes por ser considerada ofensiva.

Na imagem, uma mulher com óculos escuros está sentada nos trilhos que levam à entrada do antigo campo de concentração na Polônia. Ela sorri e faz uma pose descontraída enquanto um homem tira sua foto. O momento foi registrado por uma jornalista britânica e provocou indignação no Twitter. “Hoje tive uma das experiências mais angustiantes da minha vida. Lamentavelmente, parece que nem todo mundo a achou tão comovente”, escreveu Maria Murphy, produtora da GB News do Reino Unido, em suas redes sociais.

https://twitter.com/MariaRMGBNews/status/1647325872720949249

Em um comentário separado, Murphy também revelou que a visita em Auschwitz dura de uma a duas horas, então não havia “maneira possível de alegar ignorância”. Os turistas fotografados não foram identificados.

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Visto quase 30 mil vezes, o tuíte viralizou na rede social. Centenas de usuários também interagiram com a postagem reafirmando o comportamento rude dos turistas. “Qualquer pessoa que tirar uma fotografia alegre em Auschwitz deveria ser obrigada a assistir aos testemunhos gravados dos sobreviventes do Holocausto, sentar-se com seus filhos e netos enquanto folheamos as fotos de nossos familiares assassinados”, escreveu uma usuária da rede. 

A repercussão da foto foi tão grande que até a conta oficial do Memorial de Auschwitz respondeu ao tuíte de Murphy e lembrou os visitantes para não tirarem esse tipo de foto. “As fotos podem ter um imenso valor emocional e documental para os visitantes. As imagens nos ajudam a lembrar. Ao chegar ao Memorial de Auschwitz, os visitantes devem ter em mente que eles entram no local autêntico do antigo campo onde mais de 1 milhão de pessoas foram assassinadas. Respeite a memória deles”, escreveu a instituição.

Esse tipo de comportamento faz parte do que é conhecido como dark tourism, ou “turismo sombrio”, fenômeno em que multidões são atraídas para lugares onde ocorreram grandes tragédias ou mortes. Em um mundo cada vez mais baseado na “cultura de selfies”, o desrespeito também acaba sendo veiculado nas redes sociais. [Em nossa opinião não podemos concordar que a visita a um museu - Auschwitz é um museu - exija que se adote uma expressão, um comportamento,  de sofrimento, como se estivéssemos assistindo ao enterros de milhares de pessoas que lá morreram.
Respeitamos os mortos de Auschwitz e a todos os mortos - ainda que sepultados no menor e mais humilde cemitério - mas a visita no antigo campo de extermínio tem valor histórico e vários pontos a serem vistos e que  naturalmente causa descontração.
Para  ficar em um só exemplo, no Brasil mesmo, visitamos por várias vezes o Monumento dos Pracinhas no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro - e sempre tivemos em conta que estávamos em um museu que guardava restos mortais de centenas de pessoas, havia espaço para tristeza mas também para um comportamento alegre, sem exageros.
Oportuno ter em conta que em Auschwitz não há restos mortais e sim objetos que pertenceram a pessoas que lá morreram.
Devemos respeitar todos os mortos, mas entendemos que tirar fotos sorridente em um cemitério - as vezes, desrespeitosamente,  como já vimos, o fotografado em cima de uma sepultura - é um  comportamento tão errado quanto tirar selfies nos trilhos de Auschwitz.
Encerramos expressando nosso entendimento que devemos respeitar os mortos,  em qualquer circunstância, e sempre rezar pela alma deles.]

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Publicado em VEJA,  edição nº 2664, de 11 de dezembro de 2019