Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador slut-shaming. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador slut-shaming. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 6 de março de 2019

Os perigos das redes sociais

Campanhas de ódio, assédios, exposição da intimidade alheia e até tentativa de homicídio usando a internet como meio de aproximação são riscos enfrentados com frequência cada vez maior pelos internautas

A internet e as redes sociais criaram um espaço infinito para a livre circulação de ideias e opiniões. A reboque, nesse território são instalados tribunais instantâneos que elevam ou enterram as reputações de celebridades e gente comum sem a menor piedade. Nesse meio é possível ter acesso aos mais brilhantes pensadores e conhecer gente bacana para, no clique seguinte, entrar na mira do pior dos criminosos ou ser vítima do mais insuspeito mau-caráter. Há notícias falsas, mentiras políticas, campanhas de ódio, constrangimentos públicos, agressões verbais, preconceitos, assédios, exposições de intimidade e até tentativa de homicídio usando os canais para aproximação com a vítima.

No caso de repercussão recente mais grave, Elaine Caparróz por pouco não foi assassinada em seu apartamento, no Rio de Janeiro, na madrugada do domingo 17. Há oito meses ela trocava mensagens de texto e voz por rede social com Vinícius Serra. O que deveria ser um primeiro encontro regado a queijo e vinho se tornou um espancamento de quatro horas. Mãe do lutador de jiu-jitsu Rayron Gracie, ela tinha noções de defesa pessoal, evitando ser estrangulada mesmo ferida. As razões para a agressão não estão claras. [o comportamento da Elaine violou os mais elementares principios de segurança, deixando até espaço para se atribuir a uma condição de abandono de todas as precauções e de bom senso, talvez empolgada pela excelente conquista que ela julgava ter efetuado.

Um ponto que muitos considerar dar mais segurança, ao contrário, reduz e facilita a a fuga, a não identificação de um criminoso:
- marcar encontro em sua residência, achando que por estar em território conhecido leva inibe eventual intenção criminosa do 'visitante'.
Nada disso. Ao contrário, só facilita.


- Quando o encontro ocorre em um motel, há uma relativa segurança, não total,  mas, que existe e facilita a vítima obter socorro;

- na casa do criminoso, este encontra algumas dificuldades, inclusive em caso de assassinar a visitante, ele tem o problema de se livrar do corpo e suas chances de roubar a vítima são mais reduzidas  (no caso você, o visitante,  é quem deve se preocupar em não fornecer material para eventual chantagem - o visitado pode dispor de um 'arsenal', camuflado,  para gravações em áudio e vídeo);

- indo para a casa da vítima, o criminoso não precisa se preocupar tanto com segurança. Basta se assegurar que a vítima estar sozinha, que não está sendo filmado ou se o for não será identificado e caso mate a vítima, tem bastante tempo para efetuar furto  (afinal está dentro de residência da vítima, com livre acesso a qualquer dependência e sem nenhum problema de se livrar do corpo: basta ter cuidado na hora da saída para não ser visto/filmado e torcer para que ninguém apareça por horas ou alguns dias, de forma o ocorrido só ser descoberto devido o mau cheiro do cadáver.

Assim, se você, mulher ou homem decide receber alguém em casa, procure avisar para alguém de sua confiança que está com alguém e deixar junto ao visitante que aquela pessoa virá a sua cada ou telefonará.
As vezes até a simulação de um telefonema para alguém te ajuda. ]

Alvos fáceis
Pior destino teve Fabiane Maria de Jesus, morta por linchamento em 2014 no Guarujá, em São Paulo. Ela foi confundida com uma sequestradora que agiria na cidade e que teve o retrato divulgado no Facebook. Dias depois, foi descoberto que nem sequer a suspeita era ligada ao caso. Cinco pessoas foram presas. Distantes entre si no tempo e no espaço, esses crimes brutais tiveram como ponto comum o uso de redes sociais para atingir mulheres. Estimativas apontam que elas são vítimas de 70% dos ataques nas redes. Celebridades também acabam sendo alvos involuntários. Este mês a atriz de telenovelas Marina Ruy Barbosa se viu envolvida como pivô da separação entre os colegas de profissão José Loreto e Débora Nascimento. Casada, Marina foi transformada na manjada figura machista da destruidora do lar alheio. Loreto foi mantido relativamente incólume pela inquisição da opinião pública. Já a atleta do salto ornamental Ingrid Oliveira passou por um linchamento moral mais intenso e que ainda prossegue. Nos Jogos Olímpicos de 2016, foi divulgado que ela levou para seu quarto o canoísta Pepê Gonçalves, que saiu com fama de “pegador”. Atacada, Ingrid teve sua carreira prejudicada e hoje está sem patrocínio. Marina e Ingrid são vítimas de “slut-shaming”, que consiste em humilhar, expor e culpar publicamente mulheres por suas atitudes, sexuais ou não.


(...)


Como ensinou o intelectual e romancista italiano Umberto Eco, falecido em 2016, esses comportamentos agressivos contra tudo o que é novo ou diferente são indícios do que chamava de fascismo primordial. Em “O Fascismo Eterno”, Eco explicou que não é difícil encontrar “apelo às classes médias frustradas, desvalorizadas por alguma crise econômica ou humilhação política, assustadas pela pressão dos grupos sociais subalternos”. E, nas redes, todos sentem-se protegidos pelo anonimato. “As pessoas ganham coragem para falar o que bem entendem. Acham-se ocultas no meio da massa”, afirma Karen Mercuri, estudiosa de linchamentos virtuais da Universidade

A incapacidade de respeitar o outro nas redes começa finalmente a trazer consequências para quem acredita que pode pregar desprezo e sair incólume. Em janeiro, em São Paulo, o estudante de Direito Pedro Baleotti foi expulso da faculdade após publicar um vídeo em que dizia que “essa negraiada vai morrer, vai morrer”. Ele também foi indiciado por racismo e perdeu o emprego.

(...)



Em última instância, vale a crítica ácida de Umberto Eco sobre a estridência das redes sociais: “Deram o direito à fala a legiões de imbecis que, antes, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade. Diziam imediatamente a eles para calar a boca, enquanto agora eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel”.

MATÉRIA COMPLETA em IstoÉ