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domingo, 13 de maio de 2018

Famílias de edifício que desabou expulsam movimento que explorava aluguel e elegem líder



Famílias que moravam no edifício que desabou na madrugada do último dia 1º de maio, no centro de São Paulo, e agora ocupam com barracas uma área vizinha no Largo do Paissandu expulsaram integrantes do MLSM (Movimento Social de Luta por Moradia) do local e elegeram uma liderança nova, escolhida entre os próprios moradores. O MLSM coordenava a ocupação, irregular, e a exploração imobiliária do edifício Wilton Paes de Almeida, pertencente à União e que desabou após um incêndio de grande proporção. O movimento cobrava aluguel de cerca de R$ 400 mensais. A falta de pagamento resultava em despejo, segundo moradores.


O grupo de desabrigados se revoltou com a forma como ativistas organizados estão atuando após o desabamento e elegeu como novo líder Valtair José de Souza, 47, conhecido como Carioca. Ele morava no primeiro andar do edifício e não estava no local na hora do acidente por estar trabalhando. Souza atua, de quinta-feira a domingo, como auxiliar de estacionamento na vizinhança do teatro Procópio Ferreira, na região central da capital paulista, buscando possíveis clientes na rua, tarefa pela qual recebe R$ 80 por dia.


Ele nasceu no Rio de Janeiro, no bairro do Irajá, zona norte da capital fluminense, e vive há cerca de 30 anos em São Paulo. A profissão original era de montador de brinquedos para eventos e parques temáticos. Do currículo, se orgulha da montagem do Evolution, sensação do hoje extinto Playcenter.



"Quando vi, gritaram meu nome"

Carioca foi escolhido pelos moradores na movimentação que ele chama de "Revolta dos Oprimidos", acontecida no quarto dia após o desabamento. Os desabrigados que haviam seguido para o Largo do Paissandu após perderem a moradia, rejeitando a oferta da Prefeitura de São Paulo de remoção para abrigos municipais, se revoltaram contra os líderes do MLSM -- desautorizando-os a falar em nome deles e determinando seu afastamento dali. 

Houve então a necessidade de nomear um novo interlocutor das famílias para negociações com o poder público e também para fazer deliberações sobre o dia a dia do local, em relação a distribuição de tarefas e fluxo interno de pessoas.


Alguns gritaram: "Carioca", e ele foi escolhido por aclamação.