O Estado de S.Paulo
Quebra criminosa do isolamento de Norte a Sul vem de cima, do isolado nº 1
Com o coronavírus ultrapassando a barreira de mais de cem mil mortos no
nosso mundo e mais de mil no nosso Brasil, as pessoas parecem não
entender, sofrem uma intrigante negação da realidade e estão voltando às
ruas em todas as capitais, de Norte a Sul do País. Por que Manaus e
Porto Alegre, Cuiabá e Recife, São Luís e São Paulo fazem esse movimento
suicida ao mesmo tempo? Porque a ordem, ou o exemplo, vem de cima.
Vocês sabem de quem. E não vão esquecer.
[algumas considerações:
- qualquer cidadão, e ao se tornar presidente da República, Bolsonaro não abrir mão de sua cidadania, tem o direito de preservar o sigilo de seus exames médicos - apesar de ser fácil deduzir que o presidente da República, JAIR BOLSONARO, não está com a Covid-19;
- Doria, eleito governador graças a Bolsonaro = BOLSOdoria = governa o estado com o maior índice de letalidade da Covid-19;
- a 'festejada' coalizão dos governadores, contra o presidente Bolsonaro, vai terminar no que é: um balaio com 27 governadores;
- a 'festejada' coalizão dos governadores, contra o presidente Bolsonaro, vai terminar no que é: um balaio com 27 governadores;
- o Brasil, Bolsonaro e os brasileiros vão, , com as bençãos de DEUS, vencer essa fase ruim, o coronavírus e em 2022, Bolsonaro reeleito terá o tempo que agora a pandemia e os inimigos do Brasil = e os do presidente = lhe toma.]
Seria impossível desconhecer e esquecer que o isolado número 1 do País
estimula manifestações contra o Supremo e o Congresso, toca pessoas e
celulares na frente do Planalto, mistura-se e tira selfies com cidadãos
em três locais do Distrito Federal, descumpre decreto do DF para comer
numa padaria, causa aglomeração em frente a uma farmácia. É tão
inacreditável que se torna inesquecível.
Não satisfeito, o isolado número 1 corre atrás de governadores, e do
prejuízo político, inaugurando uma forma inédita de compra de apoios: o
toma lá dá cá em tempos de coronavírus. Oferece mundos e fundos para
reduzir o impacto econômico da pandemia nos Estados, desde que relevem a
preocupação com a mortandade e relaxem o isolamento. Ou seja, façam
como na ditadura militar: “Às favas os escrúpulos de consciência”.
A pressão se estende para o Dr. Ronaldo Caiado e a aposta é que este não
ceda e não troque recursos por vidas em Goiás, mas o empresário Romeu
Zema saiu alegrinho do Planalto, voltou para Minas em atrito com o
prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e acena com abrandamento do
isolamento bem no pico da contaminação. O advogado Ibaneis Rocha também saiu outro das conversas com o governo
federal. Primeiro governador a decretar a suspensão das aulas - então
com a oposição até do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta -, ele
agora relaxa o isolamento, única forma de prevenção contra o vírus.
Ibaneis liberou a volta ao trabalho em diferentes setores do DF, como o
de móveis e eletrodomésticos. Ué?! Será que móveis e eletrodomésticos
são serviços essenciais, ou é só para aumentar a aglomeração em pontos,
ônibus e metrô? Como lembrança, o DF tem 16,9 contaminados por cem mil
habitantes e é o quarto na fila para entrar na “fase descontrolada”.
Hora ideal para mandar as pessoas para as ruas, não é?
Enquanto o isolado número 1 - que, aliás, nunca exibiu seus pelo menos
três testes para o coronavírus - tenta quebrar o próprio isolamento
político na base do homem a homem, continua a guerra do socorro aos
Estados na Câmara, trocando o varejo do Planalto pelo atacado do
Congresso. Mas Paulo Guedes bate pé contra o que chama de “bomba
fiscal”, Rodrigo Maia fecha com os Estados (sobretudo com o seu Rio de
Janeiro...) e as bancadas se dividem, cada uma pensando na sua região,
no seu governador. Essa guerra entre União e Estados, e entre o isolado número 1 e os
governadores, extrapola a linha sanitária, política e educada e cai no
jogo sujo das redes sociais. Os principais alvos são Mandetta, que ousa
usar critérios técnicos e científicos para as pessoas não morrerem e não
matarem, e João Doria, que não é visto como o governador que enfrenta a
situação mais desesperadora, com metade dos contaminados e mortos, mas
sim como adversário político.
Depois de guerras e tsunamis, chega a hora de contar mortos e feridos e
avaliar a atuação dos líderes, generais e tropas, com base nos erros e
acertos das estratégias, comandos e ações. O coronavírus será o divisor
de águas nas eleições de 2022. O risco do isolado número 1 é ocupar o
lugar do PT em 2018, com o eleitor aglutinando para qualquer um que não
seja ele. A grande pergunta tende a ser: quem é capaz de derrotar essa
ameaça à saúde, à vida e à Nação?
Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo