Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador guerras. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador guerras. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Cadeira cativa no lado errado da história - Percival Puggina


[Para a foto ser completa, faltou a foto de um muar (com nossas desculpas aos muares.) ]

         Escrevo sobre a frase de Lula a respeito da guerra entre Israel e o Hamas:

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus

Pois é. Se Lula fosse judeu e estivesse sentado na cadeira de Netanyahu é óbvio que a estas alturas já teria tomado meia dúzia de chopes com Al-Synvar. O terrorista teria trazido seus reféns de volta para aconchego familiar em Israel e, meio sem jeito, diria a Lula “Foi mal!”. 

Lula, por sua vez, encerraria o ciclo de negociações bebuns com um “Desculpa qualquer coisa, companheiro” e voltado cambaleante para casa. Mas Lula não é judeu, não é primeiro ministro de Israel, Al-Synvar é terrorista casca grossa e não bebe.

Então, como cidadão brasileiro, se pudesse falar a Lula, lhe diria o mesmo que o rei Juan Carlos I, de Espanha, disse a Hugo Chávez em novembro de 2007: “Por que no te callas?”. Mania essa de ficar, sempre, no lado errado da História, arrastando suas vítimas à mesma perdição!

Para quem não lembra, escolher o lado errado é uma síndrome petista. Querem ver?

  1. O petismo foi contra a Constituição Federal (ele a queria mais socialista);
  2. Foi contra o Plano Real;
  3. Foi contra o pagamento da dívida externa;
  4. É contra as privatizações;
  5. É contra a Lei de Responsabilidade Fiscal
  6. É contra o teto de gastos;
  7. É contra o agronegócio;
  8. É contra o marco temporal e quer entregar tradicionais áreas de lavoura aos índios;
  9. Apoia as estripulias imobiliárias dos quilombolas;
  10. É contra o direito de propriedade;
  11. É contra o direito de herança;
  12. Quer implantar a novilíngua e impor a tirania do “politicamente correto”;
  13. Apoia, sustenta e agora alimenta as ditaduras de esquerda;
  14. Quer impor a censura das opiniões;
  15. Quer patrulhar as redes sociais;
  16. Criou o MST que promove invasões;
  17. Incentiva conflitos, quer sejam de classe, quer sejam identitários;
  18. Condena a atividade policial e protege a criminalidade;
  19. Quer desarmar as instituições policiais;
  20. Manifestamente entende que direitos humanos são privativos de bandidos e companheiros;
  21. Quer políticas de desarmamento dos cidadãos de bem;
  22. Jamais cogita em tomar as armas dos bandidos e enfrentar os estados paralelos das organizações criminosas;
  23. Opõe-se à redução da maioridade penal;
  24. Possui verdadeira fobia por presídios e órgãos de segurança;
  25. Vale-se da laicidade do Estado para sufocar os valores cristãos, relegando-os ao silêncio das consciências individuais, mas libera e estimula o ataque furioso e multiforme a esses mesmos valores;
  26. Transforma as salas de aula em laboratório de encolhimento de cérebros e formação de militantes;
  27. É contra a escola sem ideologia, homeschooling e escola cívico-militar;
  28. Defende o aborto e naturaliza sua prática;
  29. Oficializa o racismo com leis de quotas;
  30. Criou e instituiu o Foro de São Paulo;
  31. Aparelha a administração pública e os poderes de Estado com seus filiados e aliados;
  32. Onde exerce o poder, defende toda pluralidade, menos a de expressão divergente, mesmo quando amplamente majoritária;
  33. Financia obras para companheiros e governos maus pagadores;
  34. Empenhou-se em impingir à sociedade o PNDH-3 e, agora, quer aplicar a ideologia do partido à rede de ensino com o programa da Conae;
  35. Proporcionou os dois maiores e mais rumorosos escândalos de corrupção deste século, o mensalão e o petrolão.
Tendo sido testemunha viva e atenta desse período da história republicana, conheço pessoas que se encantam com o lado desastroso da história e querem viver nele. 
Não entendo os que, recusando o inteiro pacote resumido acima, deixam cair os braços, afirmam estar tudo dominado, e repetem, sem cessar, que falar não resolve. Ora, se não resolvesse, Lula e seus consectários não incluiriam entre os objetivos estratégicos comuns os itens 14 e 15 acima.

Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.


domingo, 16 de julho de 2023

Nem sempre é a economia - Alon Feuerwerker

Análise Política

A prevalência da economia sobre as demais variáveis numa eleição cristalizou-se na literatura a partir do “É a economia, estúpido”. Atribui-se a James Carville, na campanha em que seu assessorado e desafiante, William Jefferson Clinton, derrotou o incumbente, George Herbert Walker Bush (pai), na disputa presidencial americana em 1992. É dogma desde então.

E faz mesmo algum sentido, dado que as grandes maiorias movem-se na política por fatores conectados à vida material. Daí as pesquisas eleitorais e de avaliação de governo buscarem sempre saber se o entrevistado está melhorando de vida, tem esperança de melhorar de vida, acha que o país e a economia estão no caminho certo etc.

Mas, se a economia responde pelas tendências mais estruturantes do eleitorado, seria um erro subestimar os fatores subjetivos. São conhecidas as situações em que o incumbente mal avaliado na gestão derrota um desafiante. Caso clássico é a vitória de Mário Covas sobre Paulo Maluf em 1998 na disputa do governo de São Paulo. Uma campanha anticorrupção extremamente agressiva permitiu ao tucano virar no segundo turno uma corrida que tinha tudo para perder.

Há situações em que o líder se impõe mesmo quando as coisas não vão bem, e por uma razão simples: ele acaba sendo visto como o mais apetrechado para conduzir o barco a um futuro melhor ou então como quem melhor pode liderar o grupo na busca da sobrevivência. Em guerras, é bastante comum.

E no Brasil? A última eleição presidencial foi paradigmática quanto aos aspectos subjetivos. A economia vinha se recuperando ao longo do ano. 
O desemprego já caía desde meados do ano anterior, e a inflação começou a recuar no final da primeira metade de 2022. 
Efeitos também da normalização econômica do final da pandemia.

A economia manteve Bolsonaro competitivo na corrida, mas ele acabou perdendo. Por pouco, mas perdeu. E há um quase consenso de que os tais aspectos subjetivos foram decisivos para a derrota dele
Dois em particular: 
1) a atitude negativa diante das medidas contra a Covid-19, especialmente o antivacinismo; e,
 2) o combate ao voto eletrônico. [quanto as vacinas,  a queda da  covid-19, apesar de algumas vacinas terem sido até cassadas, reforça a condenação ao antivacinismo, mas, o voto eletrônico continua alvo de suspeitas.]

Bolsonaro ficou dois pontos percentuais atrás de Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente por ter recuado de maneira significativa no Sudeste em relação a quatro anos antes. No Nordeste, no essencial, o PT teve em 2022 o desempenho que tivera em 2018. Uma hipótese bem razoável é os fatores subjetivos terem ajudado essa lipoaspiração “sudestina” de Bolsonaro. [nas regiões em que a miséria impera, o PT se destaca favoravelmente quanto sua capacidade de manter o atraso e a miséria.]

O desempenho da economia concentra as atenções agora quando se trata de prospectar a política para 2026. Mas, num país dividido quase ao meio, talvez seja prudente levar também em conta a luta ideológica, simbólica e de valores. Entendê-la é essencial para medir em algum grau a sensação e a convicção de pertencimento, saber de que tribo alguém sente que faz parte.

Pode não ser o combustível da maioria dos eleitores, mas eventualmente é o motor daquela minoria que, indo para um lado ou outro, decide a eleição. 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político 

 

domingo, 12 de abril de 2020

Ímpeto suicida - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Quebra criminosa do isolamento de Norte a Sul vem de cima, do isolado nº 1

Com o coronavírus ultrapassando a barreira de mais de cem mil mortos no nosso mundo e mais de mil no nosso Brasil, as pessoas parecem não entender, sofrem uma intrigante negação da realidade e estão voltando às ruas em todas as capitais, de Norte a Sul do País. Por que Manaus e Porto Alegre, Cuiabá e Recife, São Luís e São Paulo fazem esse movimento suicida ao mesmo tempo? Porque a ordem, ou o exemplo, vem de cima. Vocês sabem de quem. E não vão esquecer.


[algumas considerações:
- qualquer cidadão, e ao se tornar presidente da República, Bolsonaro não abrir mão de sua cidadania, tem o direito de preservar o sigilo de seus exames médicos - apesar de ser fácil deduzir que o presidente da República, JAIR BOLSONARO, não está com a Covid-19;
- Doria, eleito governador graças a Bolsonaro = BOLSOdoria = governa o estado com o maior índice de letalidade da Covid-19;
- a 'festejada' coalizão dos governadores, contra o presidente Bolsonaro, vai terminar no que é: um balaio com 27 governadores;
- o Brasil, Bolsonaro e os brasileiros vão, , com as bençãos de DEUS, vencer essa fase ruim, o coronavírus e em 2022, Bolsonaro reeleito terá o tempo que agora a pandemia e os inimigos do Brasil = e os do presidente = lhe toma.] 

Seria impossível desconhecer e esquecer que o isolado número 1 do País estimula manifestações contra o Supremo e o Congresso, toca pessoas e celulares na frente do Planalto, mistura-se e tira selfies com cidadãos em três locais do Distrito Federal, descumpre decreto do DF para comer numa padaria, causa aglomeração em frente a uma farmácia. É tão inacreditável que se torna inesquecível.

Não satisfeito, o isolado número 1 corre atrás de governadores, e do prejuízo político, inaugurando uma forma inédita de compra de apoios: o toma lá dá cá em tempos de coronavírus. Oferece mundos e fundos para reduzir o impacto econômico da pandemia nos Estados, desde que relevem a preocupação com a mortandade e relaxem o isolamento. Ou seja, façam como na ditadura militar: “Às favas os escrúpulos de consciência”.


A pressão se estende para o Dr. Ronaldo Caiado e a aposta é que este não ceda e não troque recursos por vidas em Goiás, mas o empresário Romeu Zema saiu alegrinho do Planalto, voltou para Minas em atrito com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e acena com abrandamento do isolamento bem no pico da contaminação. O advogado Ibaneis Rocha também saiu outro das conversas com o governo federal. Primeiro governador a decretar a suspensão das aulas - então com a oposição até do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta -, ele agora relaxa o isolamento, única forma de prevenção contra o vírus.

Ibaneis liberou a volta ao trabalho em diferentes setores do DF, como o de móveis e eletrodomésticos. Ué?! Será que móveis e eletrodomésticos são serviços essenciais, ou é só para aumentar a aglomeração em pontos, ônibus e metrô? Como lembrança, o DF tem 16,9 contaminados por cem mil habitantes e é o quarto na fila para entrar na “fase descontrolada”. Hora ideal para mandar as pessoas para as ruas, não é?

Enquanto o isolado número 1 - que, aliás, nunca exibiu seus pelo menos três testes para o coronavírus - tenta quebrar o próprio isolamento político na base do homem a homem, continua a guerra do socorro aos Estados na Câmara, trocando o varejo do Planalto pelo atacado do Congresso. Mas Paulo Guedes bate pé contra o que chama de “bomba fiscal”, Rodrigo Maia fecha com os Estados (sobretudo com o seu Rio de Janeiro...) e as bancadas se dividem, cada uma pensando na sua região, no seu governador. Essa guerra entre União e Estados, e entre o isolado número 1 e os governadores, extrapola a linha sanitária, política e educada e cai no jogo sujo das redes sociais. Os principais alvos são Mandetta, que ousa usar critérios técnicos e científicos para as pessoas não morrerem e não matarem, e João Doria, que não é visto como o governador que enfrenta a situação mais desesperadora, com metade dos contaminados e mortos, mas sim como adversário político.

Depois de guerras e tsunamis, chega a hora de contar mortos e feridos e avaliar a atuação dos líderes, generais e tropas, com base nos erros e acertos das estratégias, comandos e ações. O coronavírus será o divisor de águas nas eleições de 2022. O risco do isolado número 1 é ocupar o lugar do PT em 2018, com o eleitor aglutinando para qualquer um que não seja ele. A grande pergunta tende a ser: quem é capaz de derrotar essa ameaça à saúde, à vida e à Nação?

Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo