Por segurança, STF cria área reservada para ministros no aeroporto de Brasília
Tribunal desembolsa por ano pelo espaço R$ 374,6 mil
[Supremo e demais tribunais superiores gastam milhões com salário de centenas de agentes de segurança e outras despesas, ocupam ainda a PF e logo todos os ministros vão exigir área restrita para ministros em aeroportos.]
Por
segurança, o Supremo Tribunal Federal (STF) contratou uma área especial
de embarque para os integrantes da Corte no Aeroporto Internacional
Juscelino Kubitschek, em Brasília. De acordo com o tribunal, o
aluguel da nova área, diferente da sala que a Corte tinha anteriormente no
terminal de passageiros, ocorreu para garantir a proteção dos ministros. O
espaço, que tem um custo anual de R$ 374,6 mil, funciona desde julho do ano
passado. “Toda a questão em torno do uso do embarque no
Terminal 2 está relacionado à segurança dos ministros”, explicou a assessoria
do Supremo, ao ser procurada.
Os
ministros do Supremo ganharam notoriedade nos últimos anos. A exposição que
vinha desde o julgamento do mensalão cresceu com a chegada dos casos da
Lava-Jato à Corte e alguns ministros passaram a ser hostilizados por
militantes. Relator da Lava-Jato, o ministro Edson Fachin revelou em março que
havia pedido auxílio da Polícia Federal para investigar ameaças dirigidas a sua
família. O relator da Lava-Jato passou a andar com seguranças armados desde
então. - Nos
dias atuais, uma das preocupações que tenho não é só com julgamentos, mas
também com a segurança de membros de minha família. Tenho tratado deste tema e
de ameaças que têm sido dirigidas a membros de minha família - disse Fachin em
entrevista à Globonews.
Em abril,
militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra vandalizaram o
prédio onde a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, tem um apartamento,
em Belo Horizonte (MG). Um dos
ministros da Corte disse ao GLOBO, sob a condição do anonimato, que costuma
usar a estrutura do tribunal apenas em viagens de trabalho. Em viagens
privadas, ele costuma recorrer ao terminal de embarque com os demais
passageiros. [a prevalecer o entendimento desse ministro anônimo - que está correto - vandalismo no prédio em que reside a ministra presidente do STF, efetuado por marginais do MST, é assunto da Polícia Civil de Minas.]
Quando
viajo para compromisso institucional, sigo o protocolo de segurança. Em viagens
privadas, uso o terminal de embarque do aeroporto. O ponto é apenas evitar a
circulação por dentro do aeroporto. Eu prefiro ir de van para o portão, onde
entro na fila de prioridades, por ter cartão fidelidade. Já houve momentos de
maior hostilidade, em que se entrava pela escada lateral. Mas é pior – diz o
ministro.
Em nota,
o Supremo afirma que a nova área de embarque foi criada depois que o antigo
contrato de aluguel da sala de espera do tribunal, dentro do aeroporto, venceu.
O Supremo diz ter tentado se desfazer da sala e assegurar, no entanto, as
credenciais de segurança para acesso livre às áreas restritas do aeroporto, o
que foi negado. “O
contrato de aluguel na antiga sala do Terminal 1 estava encerrando na gestão da
Ministra Cármen Lúcia e o tribunal tentou manter as credenciais de acesso dos
seguranças à área restrita do aeroporto sem a necessidade da sala, mas não
conseguimos”, diz o Supremo em nota.
O Globo