Em petição entregue ao Supremo para paralisar as investigações sobre sítio e tríplex, Lula atribui a Bumlai a iniciativa de reformas a propriedade rural; o empresário, que está preso, nega
Xiii… Eles
começaram a bater cabeça. Daqui a pouco, reproduzem aquela cena de “Cães
de Aluguel”, de Tarantino. Todo mundo atira e todo mundo morre. O que
será uma glória para o Brasil.
A defesa de
Lula veio a público com uma narrativa que é do balacobaco. Só se
esqueceu de combinar com os russos. E aí a coisa pode começar a feder de
verdade do lado de lá da moralidade. Em petição
entregue ao Supremo, a versão de Lula, arranjada depois de muitos meses
de exercício criativo, é a seguinte: a iniciativa de comprar o sítio
Santa Bárbara, em 2010, teria sido de Jacó Bittar, amigo do
ex-presidente desde os tempos do sindicalismo. Era para os dois curtirem
a aposentadoria… Também ficou combinado que a propriedade abrigaria os
“presentes” que Lula ganhou “do povo brasileiro”. Entendo. Quase choro
de emoção.
Jacó adoeceu
e teria passado recursos de sua poupança pessoal para o filho,
Fernando, fazer a compra (já começou a ficar estranha a coisa…). Como
este não podia arcar com tudo sozinho, então chamou Jonas Suassuna.
Entenderam? E a reforma?
Ah, segundo Lula, isso foi uma oferta de seu amigão (ou ex-amigão) José
Carlos Bumlai. Sabem como é… Amigo é coisa pra se guardar debaixo de
sete chaves.
A ânsia de
Lula de se livrar das enrascadas e passar o peso para os ombros alheios o
fez esquecer de combinar a versão com os russos. Ouvido pela Folha,
Arnaldo Malheiros, advogado do pecuarista nega a versão peremptoriamente
e ainda ironiza: “Só se a Odebrecht for propriedade de Bumlai, o que
não me consta”. Tanto o
engenheiro da Odebrecht que supervisionou as obras, Frederico Barbosa,
como a própria empresa passaram a admitir vínculos com a reforma do
sítio, que contou também com a dedicação da OAS. A Oi entrou com a
antena 3G.
Que coisa!
A prova de
que Lula e Dilma estão no desespero é que os petistas já começaram a
jogar aliados ao mar. Flagrado recebendo dinheiro da Odebrecht, João
Santana e mulher não tiveram dúvida: seria pagamento por campanhas
eleitorais feitas em alguns países. Atentem para a gravidade da
acusação. Agora, Lula
põe nas costas de Bumlai — aquele que tinha acesso livre ao Palácio do
Planalto quando o Apedeuta era presidente — a iniciativa de reformar o
sítio.
O pecuarista não topou a brincadeira e desmentiu seu amigo de fé, irmão, camarada…
E agora?
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA