O
prejuízo está estimado em R$ 1,6 milhão. O estádio foi o mais caro da Copa do
Mundo de 2014 e está entre os três mais onerosos do mundo.
O gramado
do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha virou alvo de ação de improbidade administrativa ajuizada pelo
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Promotores desconfiam de superfaturamento
na aquisição da grama e impetrou processo contra ex-gestores da Companhia
Urbanizadora da Capital (Novacap) e contra a empresa Greenleaf Projetos e
Serviços S/A. O órgão apontou irregularidades no contrato referente a
implantação, drenagem, irrigação automatizada e manutenção, por quatro meses,
do gramado da arena. O prejuízo está estimado em R$ 1,6 milhão. O estádio
foi o mais caro da Copa do Mundo de 2014 e está entre
os três mais onerosos do mundo.
O MPDFT concluiu que durante o processo, após a contratação da empresa, houve alterações que elevaram o custo do contrato de R$ 5,9
milhões para R$ 6,6 milhões. Além disso, segundo o documento, envolvidos
alteraram elementos importantes da contratação, como o tipo de plantio e a
espécie de grama. O procedimento
aumentou em 663% o valor do serviço. Promotores constataram, ainda, que as
mudanças ocorreram em desacordo com as orientações da Fifa.
Iluminação
cara e pagamentos antecipados
A ação
protocolada na sexta-feira (18/9) revela, também, que o serviço mais caro do contrato foi de aluguel do equipamento de
iluminação suplementar artificial: a Greenleaf repassou
o aparato ao Clube Botafogo por R$ 36
mil mensais, mas o
dispositivo acabou nas mãos da administração pública por R$ 219 mil mensais. O
custo total de mais de R$ 1 milhão.
Promotores
ainda constataram ainda antecipação de
pagamentos por material posto na obra,
falta de planejamento e gestão ineficiente da Novacap em relação aos
contratos relativos ao Estádio e a falta de capacitação de funcionários para a
manutenção do gramado.
Na ação,
os promotores de Justiça destacam estudo comparativo desenvolvido pelos
auditores do Tribunal de Contas do DF (TCDF) que aponta a disparidade entre os valores no contrato do Estádio Nacional
de Brasília Mané Garrincha e os firmados pela empresa Greenleaf nas demais arenas construídas para a Copa do Mundo.
O estudo demonstra que os preços praticados na
arena da Amazônia
(Amazonas) e no Maracanã (Rio de
janeiro) correspondem, respectivamente, a 58%
e 69%, do preço praticado em Brasília. O
Correio Braziliense procurou a Novacap, mas não obteve retorno até a
publicação desta nota. A reportagem também telefonou e mandou e-mail para a
empresa, mas não conseguiu contato.