Ao
fim de oito meses procurando alternativas em vão até Dilma Rousseff já
sabe que não ha como o Brasil voltar ao mundo dos vivos sem reduzir
drasticamente o tamanho do estado ou, ao menos, dar provas da decisão de
ir nessa direção. Mas como o negócio do PT não é o Brasil, é o PT, ela
acaba de fazer exatamente o contrário.
Como se pôde
ver nas últimas “manifestações”, o partido está reduzido ao contingente
dos funcionários que colonizam a máquina pública e às proto-milícias
que, em recente demonstração de força dentro do palácio presidencial,
avisaram que estão prontos a usá-la para nos arrancar o que for
necessário para permanecer onde estão. É emblemática, portanto, a
atitude dessa senhora de se aferrar tanto mais ao cargo quanto mais
claro fica que a crise é exatamente isso. Ao assumir a decisão de, com o
país desmoronando, fritar Joaquim Levy para insistir no beco sem saída
de uma equação confessadamente insustentavel, o PT está sinalizando que
desistiu da via política; vai partir para a outra.
O Congresso
Nacional também está ciente, de cabo a rabo, de que não ha alternativa
para a cirurgia de emergência do estado que não implique a morte da
galinha dos ovos de ouro. Mas recusa-se a pegar a bola que a Presidência
lhe passou. É uma atitude temerária. Devolvê-la sob a forma de uma
imposição da casa que desse ao governo o álibi para algum tipo de ação
menos inescapavelmente suicida pode ser a última chance do Brasil evitar
o pior.
Enquanto for preciso eleger-se é a narrativa, e não as verdades que
não aparecem na televisão, que pauta o comportamento dos políticos. As
velhas raposas do Congresso – de situação e oposição – não perderam o
faro. Passaram do alinhamento explícito com a minoria privilegiada que
ajudaram a constituir para apenas uma resistência surda à afirmação da
única alternativa para deter a crise na mesma velocidade em que a
percepção da profundidade do buraco foi mudando o humor da platéia. Já
entenderam o que, mais cedo ou mais tarde, terá de ser feito, mas
precisam se sentir respaldados para fazê-lo agora.
Enquanto o país continuar contando como certo e pacífico que "rigidez
orçamentaria" é um dado inalterável da natureza e, portanto, o seu é o
único bolso estuprável da praça, isso não será possível. Já que, como
sempre nesses casos, é com empregos e desgraças familiares que essa
conta vai ser paga, a imprensa poderia oferecer a contribuição decisiva
para dar ao processo a direção e a velocidade que a urgência da situação
requer se apeasse da insana “neutralidade” com que passa adiante
falsificações e mentiras patentes toda vez que alguém acha conveniente
apresentar mais uma a uma redação e fizesse um esforço concentrado para
informar à nação com a clássica ferramenta da reportagem quem ganha
quanto para produzir o quê dentro e fora do universo estatal; que
direitos e deveres têm os pais de família contribuintes e "contribuídos"
e como isso afeta a vida de seus filhos; onde está localizada a gordura
que resta no país; quais os custos e benefícios para a coletividade de
cada alternativa sugerida ou sonegada em função de interesses escusos.
Isso poderia desbloquear o caminho para deter o incêndio criminoso que ameaça a segurança nacional.
Já para livrar o Brasil da sua miséria crônica, seria necessário
encarar “a verdade inteira”, como agora diz querer o PMDB. É do
Manifesto Republicano de 1870 esta síntese do expediente com que a
monarquia ameaçada pela revolução democrática de 1831, saiu-se pelo
sistema corporativista em que estamos enredados até hoje: “O despotismo colonial procurou desde logo surpreender em uma
emboscada política a revolução que surgia no horizonte da opinião (...)
Disfarçar a forma, mantendo a realidade do sistema que se procurava
abolir, tal foi o intuito da monarquia (...) A liberdade aparente e o
despotismo real (...) são as características da nossa organização
constitucional”.
Não foi
diferente a transição do regime militar, sustentado pelas mesmas pessoas
que hoje guardam as costas do PT, para a “Nova República”. Há o direito
de voto e, para além dele, nada. Mas eleger para a inimputabilidade sem
ter o poder de deseleger é distribuir cheques em branco e induzir os
fiéis depositários ao estelionato.
A Constituição de 1988 não é “moderna” nem, muito menos, “cidadã”, é o
diploma oficial da negação da democracia no Brasil. Tem, por enquanto,
250 artigos, incontáveis milhares de parágrafos, 84 emendas “ordinárias”
e 6 emendas “de revisão”, quase todas versando sobre as exceções à
“igualdade perante a lei” que define esse regime, que criam uma
sociedade de castas com múltiplas gradações na camada minoritária dos
brasileiros “especiais” no topo da qual imperam, intocáveis, os
detentores do poder de outorgar privilégios aos demais, e uma massa de
sub-cidadãos, quase súditos, por baixo, cuja única função é sustentá-la.
O poder dos demiurgos do topo do “Sistema” é, como o dos imperadores,
quase divino. Basta ser tocado por um deles e o bem-aventurado é alçado
deste vale de lágrimas e para sempre indultado das consequências do
“pecado original”.
Fica, pelo resto da vida, dispensado de fazer o mesmo
esforço e correr os mesmos riscos exigidos de todos nós na luta
cotidiana pelo prato de comida de amanhã. Não existe meio de evitar que tudo apodreça, mantido esse ponto de partida. Ao sacramentar o “direito” de uma casta com empregos eternos de
determinar o próprio salário, progredir na carreira sem mostrar
desempenho, ter aumento de salário independente de performance, não
pagar os mesmos impostos cobrados aos demais, contribuir menos e receber
mais na aposentadoria, não se submeter aos mesmos tribunais que nos
julgam, a “Constituição dos Miseráveis” traveste o “confisco” em
“conquista” ao mesmo tempo em que garante aos que fabricam crises
abusando dessa prerrogativa medieval permanecer isentos dos efeitos
delas.
É este o moto continuo da desgraça nacional.
Fonte: http://vespeiro.com/2015/09/04/a-caminho-do-confronto/
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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sábado, 5 de setembro de 2015
A caminho do confronto
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