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terça-feira, 1 de agosto de 2023

Narrativa, confissão e censura - Sílvio Munhoz

 

         Na última crônica da série de oito sobre censura, nas quais busquei atacar a busca do Governo em regular as redes sociais, afirmei: “Não se deixem enganar, a busca dos atuais detentores do poder é CENSURAR.

Para conseguir o desesperado e urgente intento criam o que dizem buscar impedir Fake News ou Falsas Narrativas na tentativa de comover a população e pressionar parlamentares para aprovação da absurda PL 2630 (PL da Censura), para ganharem o poder de Censurar o que será dito, por intermédio de algum Conselho Autônomo, com membros indicados pelo Governo e outras regras que permitem controle, quase absoluto, sobre as redes.

Tática antiga e sempre usada – quando a informação era centralizada – aconselhada, aliás, pelo personagem que quer urgência na regulamentação a conhecido Ditador, quando afirmou ser necessário a criação de “narrativa” para melhorar a visibilidade de seu País perante o mundo!..

A tática foi utilizada pelo Ministro da Justiça, ao defender o PL da Censura, chegando ao extremo de ameaçar os responsáveis de aplicativo de mensagem com a Polícia, pois, na “narrativa” criada para comover o povo, as redes sociais seriam responsáveis pelo massacre de crianças – fato ocorrido dias antes em uma creche em Santa Catarina: “não posso acreditar que alguém vai dizer que a suposta liberdade de expressão usada de modo fraudulento, [que] é uma falcatrua, se sobrepõe a uma vida de uma criança morta a machadadas na cabeça”.

A culpa de massacres públicos com múltiplas vítimas seria das redes sociais... nada mais falso e enganoso. Peguemos como exemplo os EUA, País em que tais fatos ocorrem com muito mais frequência que no Brasil, aqui não temos tradição deste tipo de fato:

"Poucos eventos geram tanta cobertura nacional e mundial nos noticiários como aqueles onde diversas pessoas são alvejadas e mortas num local público. Alguns exemplos altamente divulgados vem de imediato à mente. Colin Ferguson matou seis pessoas num tiroteio de fúria na ferrovia de Long Island em 1993. Um único atirador matou indiscriminadamente 22 cidadãos na cafeteria Luby’s no Texas em 1991, Um segurança fora do horário de trabalho matou 21 pessoas na escola Columbine em Littleton, Colorado em 1999” (aqui, pág. 126).

Qual o aspecto comum em todos? Foram praticados nos idos de 90, ou seja, muito antes do boom da internet e das redes sociais que, no Brasil, ocorreu em torno de 2010, quando já ocorriam tais fatos no mundo.

O autor, analisando pesquisa científica aponta: “A tabela 6.5 indica que as Leis de porte oculto de armas curtas reduzem significativamente os tiroteios públicos de múltiplas vítimas” (pág. 144). 
Crimes com múltiplas vítimas têm a ver com o desarmamento do cidadão e a criação de Gun free zones (zonas livres de armas). 
Nada incentiva mais o criminoso que saber de antemão que vai atacar um local só com crianças e professores, todos desarmados.[condição que o projeto do atual presidente - que felizmente foi ignorado, desprezado define melhor,  pelos governadores -  de fechar as escolas cívico-militares contribui para facilitar ação dos assassinos.] Mormente se o bandido for dotado de “personalidade criminosa”. Como afirmou Samenow, outro pesquisador Americano:

“As respostas de meu público incluíram ataques pessoais (até fui denunciado como perigoso) porque desafiei as teorias quase sagradas sobre o que causa o comportamento criminoso, além de ter afirmado que uma ‘personalidade criminosa’ existe, de fato.” (aqui, pág. 12).

O Ministro, porém, ao perceber que tal “narrativa falaciosa” não se sustentaria acabou por confessar o real objetivo da regulamentação das redes ao admitir que as “redes sociais devem ser reguladas por causa das ideias da DIREITA”, ou seja, como afirmei, CENSURA PURA E SIMPLES (no mesmo congresso, propício às confissões, onde um iluminado supremo lascou “vencemos o bolsonarismo”).

Será a tal “democracia relativa”? Com opinião única, partido único e, quiçá, “extirpar” quem pensa diferente!.. A liberdade de expressão é fundamental para a democracia, segundo a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos.

 “[...] ao se obstaculizar o livre debate de ideias e opiniões, limita-se a liberdade de expressão e o efetivo desenvolvimento do processo democrático.”

Que Deus tenha piedade de nós!..

Conservadores e liberais - Silvio Munhoz

 

terça-feira, 27 de junho de 2023

7X1 NA CPMI. VENCEMOS MAIS UMA POIS CONTRA FATOS NÃO HÁ NARRATIVAS

Ganhamos mais uma sessão comprovando que narrativa tem perna curta. Bora de melhores momentos? Bora!


sábado, 15 de abril de 2023

A história do escorpião petista - Rodrigo Constantino

Revista Oeste

Muita gente preferiu fingir que o PT não era o PT, que Lula não era Lula, só para se livrar de Bolsonaro. A narrativa de ameaça golpista e fascista seduziu alienados desatentos 

Fábula do escorpião e o sapo | Ilustração: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Fábula do escorpião e o sapo | Ilustração: Montagem Revista Oeste/Shutterstock 
 
 O que é pior: Lula e seu PT ou o sistema podre e carcomido que comanda o país desde sempre? 
Os radicais de esquerda ou os fisiológicos que só querem explorar nossos recursos? 
Os revolucionários corruptos ou os carrapatos que enxergam o Brasil como um imenso hospedeiro? Responder esta questão não é trivial.  

Afinal, estamos acostumados com o tal sistema podre, e, por puro pragmatismo e interesse próprio, os “donos do poder” querem manter a galinha dos ovos de ouro viva. Já os radicais petistas podem, com seu projeto ideológico, afundar de vez a nação, como acontece com a vizinha Argentina, elogiada pelo presidente. 

O PT aparece com sua carranca feia, sem muito esforço para ocultar sua essência radical, sua simpatia por ditaduras comunistas, seu intuito controlador que clama por censura.  
Já o sistema “tucano” surge como democrata, moderado, legalista, tudo isso só na aparência. O que é pior? O trombadinha sujo ou o traficante limpinho que entra em nossa casa como alguém civilizado? 
Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, em Brasília 
(17/3/2023) | Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

“Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será facilmente sua presa”, alertara Schopenhauer. A serpente disfarçada pode oferecer mais perigo do que o monstro visível. Este nos desperta imediata reação, enquanto aquele vai nos enganando até o bote fatal. É a velha história do sapo escaldado cuja água foi aquecendo aos poucos. 

“Uma cobra mal morrida tem de aparecer de novo para que a matemos definitivamente”, diz o ditado. O deputado Marcel van Hattem usou essa ideia para argumentar que é preciso enterrar de vez o petismo. “Ao não aproveitar a chance que lhe foi dada de uma nova Presidência da República para unificar o país e lavar a própria biografia diante de toda a nação, Lula está passando sua vez no tabuleiro político ao outro lado do corredor novamente”, escreveu o parlamentar.

O escorpião pica o sapo mesmo sabendo de sua estupidez suicida, pois não consegue negar sua natureza. “A julgar pelos cem dias passados, nem milhões de brasileiros insatisfeitos parecem abalar a convicção de Lula em trilhar o caminho do retrocesso, do ódio e do rancor”, aponta Marcel. Quem esperava um Mandela está assustado ao se deparar com Lula mesmo, cada vez mais raivoso. 

Os “tucanos de mercado” que fizeram o L estão com medo. Tudo piora bem rápido no país. Muita gente preferiu fingir que o PT não era o PT, que Lula não era Lula, só para se livrar de Bolsonaro. 
A narrativa de ameaça golpista e fascista seduziu alienados desatentos. Plantaram vento e agora colhem tempestade. Alimentaram o corvo que pretende arrancar seus olhos. 
 
Mas o sistema reage, e tem muita força. Os “pragmáticos” não vão simplesmente observar passivos a morte da galinha dos ovos de ouro. Não vão ficar de braços cruzados olhando o hospedeiro agonizar até a morte. 
Os parasitas dependem de sua sobrevivência, e esta está ameaçada pelo radicalismo petista uma vez mais. 
No passado, Dilma foi jogada para escanteio. A história não se repete, mas rima. 

Pensem numa Tabata Amaral da vida. Fala mansa, pose de moderada, capaz de enganar muito mais gente do que uma comunista como a Manuela D’Ávila. Mas isso faz dela alguém menos perigosa, por acaso?

Marcel van Hattem conclui com alguma esperança seu artigo, lembrando com os Provérbios que “a soberba precede a ruína”. Amém, diz o deputado liberal. E faço coro, com uma ressalva: a derrota pode ser do escorpião, mas a vitória pode não necessariamente ser do Brasil. Afinal, o sistema sabe o que faz e tem interesses distintos e distantes daqueles do povo brasileiro. 

Quando Eduardo Cunha liderou o impeachment de Dilma, virou o “malvado favorito” de muita gente boa. Mas Renan Calheiros, Sarney e companhia não representam o brasileiro trabalhador e honesto. A Globo, a Fiesp, os banqueiros “petistas”, os empreiteiros corruptos, essa turma toda que concentra enorme poder político não tem sua pauta alinhada àquela da nação, em que pese poderem divergir do petismo. Tiveram de fazer o L por falta de opção, e podem se livrar do escorpião petista se necessário, mas isso não garante nossa liberdade. 

Não vamos esquecer que foi em governos estaduais tucanos que vimos o maior grau de autoritarismo durante a pandemia, com até gôndolas de supermercado fechadas aleatoriamente. Não vamos ignorar que são os ministros supremos ligados aos tucanos que comandam os inquéritos ilegais e arbitrários para perseguir a direita. Os comunistas assustam, com razão, mas os globalistas também deveriam assustar, e muito. Talvez até mais, por serem mais moderados na aparência. 

Pensem numa Tabata Amaral da vida. Fala mansa, pose de moderada, capaz de enganar muito mais gente do que uma comunista como a Manuela D’Ávila. Mas isso faz dela alguém menos perigosa, por acaso?  
Suas concessões ao mercado e suas críticas pontuais às tiranias comunistas podem iludir os desatentos, mas Tabata fez o L, admira a história do PT e vai para China com Lula toda contente. 
Já deu sinais de autoritarismo várias vezes, conseguiu a demissão de um humorista, e, se tivesse mais poder, certamente partiria para a censura ampla aos direitistas. Tudo em nome da democracia, claro.  

O “fascismo do bem” tende a ser mais temerário do que o comunismo escancarado, pois os ungidos não demonstram qualquer crise de consciência durante o processo de eliminar adversários, já que se enxergam como libertadores iluminados. Partindo da premissa de que todos de direita são “extremistas” e “golpistas”, essa turma com perfil tucano avança rumo ao totalitarismo. 

O teatro das tesouras consiste na falsa disputa entre petistas e tucanos, entre esquerda radical e esquerda “fofa”. 
Compreender que o tucanato que fez o L pode até considerar Lula descartável, mas que representa ameaça tão nefasta quanto o petismo é crucial para o futuro do Brasil. 
 Não foi a turma petista, afinal, que numa canetada censurou minhas redes sociais, congelou minhas contas bancárias e cancelou meu passaporte, tudo isso sem qualquer indício de crime cometido.  
Tabata Amaral Cassação Nikolas
Tabata Amaral | Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Leia também “A esquerda latinizou a América”

Rodrigo Constantino,  colunista - Revista Oeste

 

quarta-feira, 5 de abril de 2023

A esquerda e a infalibilidade do Papa - Percival Puggina

 

         Quando o Papa Francisco emite alguma opinião política, a esquerda vive um comovente surto de arrebatamento espiritual. Aquilo que é mera e imprudente adesão do Pontífice a uma narrativa se transforma em objeto de culto, é envolto em incenso e exibido como relíquia canônica. 
Mas isso só vale se o Papa for Francisco. 
Não se aplica a qualquer outra opinião política, seja de Bento XVI, São João Paulo II, Paulo VI, São João XXIII, Pio XII e assim, regressivamente, até São Pedro.

A polêmica entrevista do Papa Francisco, tem gerado uma discussão no meio católico. Apenas rezemos pelo Papa e nos mantenhamos firmes na fé.

Nunca imaginei que um dia veria esquerdistas invocando a infalibilidade papal! “Como pode um católico questionar as afirmações do Papa se ele é infalível?”, muitos escreveram comentando um vídeo que gravei sobre a entrevista em que Francisco se manifestou sobre assuntos institucionais brasileiros.

Opa! Não corram com esse andor! A infalibilidade papal não se aplica a meras opiniões de quem calça as “sandálias do Pescador”, para usar a expressão de Morris West. É óbvio que não.  
O dogma da infalibilidade é uma dedução teológica com origem no próprio ato de instituição da Igreja por Jesus Cristo após pedir a tripla confirmação de Pedro.  
Graças ao que ali aconteceu, a Igreja Católica, exceção feita ao sempre lamentável Cisma do Oriente, se manteve hígida e como tal chegou até nós.
 
O dogma da infalibilidade foi proclamado em 1870 por Pio IX através da constituição dogmática Pastor Aeternus
O documento estabelece como dogma que, em virtude de sua suprema autoridade apostólica, ao definir uma doutrina de fé ou de moral, o Romano Pontífice conta com a assistência divina prometida a seu antecessor Pedro e esta lhe assegura a infalibilidade desejada por Jesus à sua Igreja.

Para que estes requisitos se verifiquem, a proclamação de um dogmarepito: sempre sobre doutrina de fé, ou de moral é preciso que o Papa o faça na precisa e anunciada condição “ex-cathedra”, vale dizer, desde a cadeira de Pedro. Fora isso, ele tem a falibilidade inerente à condição humana.

Resta claro, portanto, que a opinião do Papa sobre a política brasileira é mera opinião pessoal, notoriamente de esquerda, transparente nas suas manifestações. Em virtude das repercussões, muitas passam longe das funções da “cathedra” e, obviamente, abastecem o arsenal das narrativas mundo afora.

Na longa tradição que acompanhei de perto, como leigo católico estudioso dos documentos oficiais emitidos pelos pontífices de meu tempo, eu os reverenciei e admirei pela prudência e contenção de suas manifestações públicas.

Eu seria o último a negar, a quem quer que seja os diretos de opinião, palpite e achismo. 
Mas se quem opina, palpita ou acha é meu líder religioso e diz um disparate, alimentando a tensão política local, eu me permito opinar, palpitar ou achar que perdeu uma oportunidade de ficar calado.
 
PARABÉNS AO ILUSTRE ARTICULISTA !!!

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

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segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Ala do Supremo defende afastamento de Nardes do TCU após áudio com teor golpista

Uma ala do Supremo Tribunal Federal (STF) considera que o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes deveria pedir afastamento de seu cargo após gravar um áudio com declarações de teor golpista
 
A avaliação é que, mesmo com a tentativa de neutralizar o estrago com a divulgação de uma nota para amenizar suas falas, o teor é inegavelmente grave.[uma coisa aprendemos sobre o comportamento de alguns jornalistas, mídia militante, quando são pautados para produzir (nome bonito para mentir). Inserem no texto, ou narrativa, termos do tipo 'ministros que não querem se identificar', 'uma ala', 'fontes de confiança' e por aí vai. 
Os ministros do Supremo, com uma ou outra exceção, primam pela sensatez e é fácil concluir que o ministro Nardes jamais seria convidado para participar de um golpe, ou mesmo informado. É do interesse do 'establishment', conferir aos comentários do ministro o mesmo valor que o ministro Moraes deu aos comentários dos empresários = golpistas do WhatsApp.
Apreciamos o trabalho da blogueira antibolsonarista, mas ela não foi feliz, não convenceu.] 

(...)

Um ministro do Supremo relatou a pessoas próximas que chegou a ter uma conversa dura com Nardes, na qual disse que ele deveria se licenciar e não podia levar para dentro do TCU um discurso golpista. A saída vista por essa ala da corte como “ideal” é que o ministro peça afastamento do tribunal de contas por iniciativa própria.[os dois trechos destacados em vermelho são mais citações para dar alguma credibilidade à narrativa.
O mesmo objetivo está no 'entre os membros']

A leitura sobre a gravidade das declarações de Nardes é compartilhada entre os membros do próprio TCU. Ele já havia pressionado colegas da corte de contas a não se manifestarem com declarações sobre a lisura das urnas e de apoio ao Tribunal Superior Eleitoral.

Bela Megale, colunista - Blog em O Globo

 

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Alvo de críticas por operação da PF, Moraes ganha apoio de colegas no STF

'Eu, no lugar dele, faria o mesmo', disse um dos ministros ao Radar

Alvo de críticas por ter ordenado as busca contra oito empresários bolsonaristas na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes ganhou o apoio de colegas da Corte.

"Eu, no lugar dele, faria o mesmo”, disse um dos ministros ao Radar [COMENTÁRIO: o que sempre causa estranheza é que autoridades são citadas sempre com pronomes indefinidos - o que deixa a impressão de estar sustentando uma 'narrativa' e nunca é mencionado o tipo de apoio.]

Radar  - Coluna VEJA


quinta-feira, 14 de julho de 2022

["NARRATIVA"]: A decepção das Forças Armadas com o ministro da Defesa - Bela Megale

O Globo

Forças Armadas

Uma parte significativa das Forças Armadas não esconde a decepção que vem tendo com a atuação do general Paulo Sérgio Nogueira como ministro da Defesa. O foco de insatisfação se concentra na atuação do militar, que tem trabalhado como linha acessória do presidente Bolsonaro nas investidas contra as urnas e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). [Quando os fatos não agradam,  nem servem aos interesses da mídia militante, se faz uma reciclagem, produzindo a "NARRATIVA" = versão adaptada ao que convém ser  noticiado.
Como sabiamente diz, Percival Puggina: " Vivemos sitiados pela mentira, muitas vezes apresentada sob o engenhoso nome de “narrativa”." ]

O general Paulo Sérgio Nogueira em solenidade militar no Palácio do Planalto

A avaliação desse segmento, que inclui membros do alto comando e até militares que atuam no governo Bolsonaro ouvidos pela coluna é a de que Nogueira está “exagerando no tom” dos ofícios que passou a enviar quase que semanalmente à corte eleitoral, insistindo na participação ativa dos militares na auditoria das urnas. 

Para esses militares[sic] , o ministro da Defesa “surpreendeu negativamente” ao seguir a mesma linha de subserviência a Bolsonaro adotada pelo seu antecessor, o general Braga Netto, que será o candidato a vice na chapa do presidente. Até se tornar membro do governo, Nogueira era conhecido entre os militares por ter um perfil moderado e técnico, privilegiar o diálogo e apaziguar conflitos. Por isso, a expectativa que existia com sua posse, em março deste ano, era a de que mantivesse uma atuação mais independente de Bolsonaro, especialmente no tema das eleições. A postura defendida por esse grupo é a de que as Forças Armadas não devem ser levadas para o debate político nem por Bolsonaro e nem por Lula. [COMENTÁRIO: Ao que se sabe o ministro da Defesa, no exercício da legítima e também obrigatória defesa  das Forças Armadas, sob seu comando, tem expressado seu inconformismo com o fato do presidente do TSE ter convidado as Forças Armadas para integrar uma 'comissão de transparência' - que nos parece ser excessivamente opaca - e ver que as sugestões apresentadas foram  ignoradas.]

Integrantes das Forças Armadas apontam, no entanto, que esse não é primeiro momento de desgaste interno que Nogueira enfrenta. Quando foi comandante do Exército, no ano passado, o general arquivou um processo administrativo aberto pela Força contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, por ter participado de um ato político com Bolsonaro no Rio de Janeiro, sendo um militar da ativa.  

Na ocasião, Paulo Sérgio Nogueira teve uma reunião tensa com o alto comando, já que parte dos generais considerava que a punição de Pazuello era essencial. O então comandante, no entanto, adotou a postura defendida por Bolsonaro, que cobrava que o aliado não fosse punido. [Ao que pensamos, o que acaba com a credibilidade de qualquer 'NARRATIVA' é os informantes do seu autor quase sempre não são identificados. Uma rápida consulta ao RDE permite identificar que Pazuello não cometeu nenhum ato passível de punição. Clique aqui e saiba mais.]

Bela Megale, jornalista - Blog em O Globo 


quarta-feira, 13 de julho de 2022

Sitiados pela mentira! - Percival Puggina

Vivemos sitiados pela mentira, muitas vezes apresentada sob o engenhoso nome de “narrativa”. 
Ora, a construção de uma versão que altere a essência de determinado fato não é um mero modo de relatá-lo nem questão de estilo. É mentira, pura e simples, construída com a intenção de iludir.

Quando Lula se afirma inocentado, está mentindo. Ele não foi inocentado nem descometeu os crimes pelos quais foi condenado por nove magistrados diante de robustíssimo volume de provas e evidências.

Quando Lula, que vive como multimilionário que é, fala dos pobres em seu governo, a mentira não encontra quaisquer limites. Recentemente, em entrevista à Rádio Metrópoles, reafirmou sua clássica frase segundo a qual, em seu governo, “os pobres andavam de avião, compravam carro e usavam perfume importado”...

Quando ministros do Supremo dizem que a democracia e as instituições estão sob risco, isso só não será mentira se for confissão de culpa.

Quando um ministro do STF busca para si méritos por haver impedido a volta do antigo voto em papel, ele deixou a verdade em alguma gaveta do gabinete.

Quando é dito que as condenações de Lula foram anuladas porque julgadas no endereço errado temos uma inversão dos fatos, o foro foi dito errado para que os processos fossem anulados.  
Tanto assim que o próprio ministro Fachin havia, em várias ocasiões, negado recursos nesse sentido formulado pelos advogados de Lula e de outros réus.

Quando verdadeira multidão de jornalistas repete, em descarado coro, anos a fio, que Bolsonaro é o responsável por todos os óbitos causados pela pandemia no Brasil, podemos sentir o atoleiro moral em que afundou imensa parcela da imprensa brasileira.

Quando um inquérito do fim do mundo, mantido em sigilo, fornece motivação para medidas de censura e prisões políticas que assombram a liberdade de opinião, e dele só se menciona certo telefonema ameaçador, a narrativa foge das suas consequências reais tanto quanto a verdade foge da mentira.

Quando um leitor me escreve, em bom português, dizendo que Lula é inocente e foi condenado num complô porque compraram uma testemunha e o juiz era militante político, ele está ao mesmo tempo afirmando que o desconhecido Fernando Bittar tinha o poder de levar para a reforma de seu sítio em Atibaia as duas maiores empreiteiras do Brasil.  
Está dizendo que essas empresas deslocaram equipes de obras em portos e hidrelétricas para reformar um sitiozinho! 
Está dizendo, por fim, que a admirável e prestativa OI subiu a Serra e construiu uma torre para o bom funcionamento do telefone e da internet de um certo Fernando Bittar.

Está afirmando por fim, em sua “narrativa” que o crime de Lula, no caso do sítio em Atibaia, foi de esbulho possessório...

A verdade pode, muitas vezes, não ser amável, mas sempre exigirá respeito.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

sábado, 20 de novembro de 2021

Governo molda uma narrativa para pressionar Senado a aprovar a PEC dos Precatórios - O Globo

O governo pretende usar uma estratégia muito dominada pelo presidente Jair Bolsonaro para tentar pressionar senadores a aprovar a PEC dos Precatórios: a narrativa.

Discurso seria de que o Senado não colaborou para que o “dinheiro para a comida” chegasse à mesa dos beneficiários

 A ideia é jogar para os senadores toda a responsabilidade do atraso no pagamento do Auxílio Brasil caso eles não aprovem a PEC dos Precatórios em tempo hábil.
 
[Ilustre colunista! vamos por partes - 'narrativa' termo muito usado pelos inimigos do presidente Bolsonaro = inimigos do Brasil = e que consiste em apresentar uma notícia maximizando, mediante interpretação criativa, eventuais aspectos que possam comprometer o nosso presidente (o 'nosso' vale como presidente de TODOS os brasileiros) e minimizando ou mesmo suprimindo pontos que favoreçam o presidente; 
- a PEC dos Precatórios foi aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados, com mais votos a favor no segundo turno = aprovação crescente;
- agora a bola está com o Senado Federal e se aquela Casa Legislativa rejeitar a PEC, já aprovada na Câmara, será o Senado da República o responsável por impedir a obtenção de recursos para minorar a fome de 17.000.000 de famílias - não tem outro responsável;  
- se as duas casas legislativas aprovassem e o presidente da República vetasse,  a responsabilidade pelo aumento da fome de DEZESSETE MILHÕES de famílias, seria do autor do veto;
- o mesmo vale se o Supremo Tribunal Federal, proibisse a aprovação da PEC em questão.
 
Se a PEC dos Precatórios não se tornar lei - seja de quem for a responsabilidade, é  DIREITO dos brasileiros conhecer o responsável ou responsáveis e é DEVER  do presidente da República fornecer tal informação. Tal informação pode ser divulgada  pelas redes sociais, mas se tal canal não estiver acessível,  o presidente tem o DEVER de convocar cadeia nacional de Rádio e TV e informar a verdade.
Sugerimos acessar VAMOS FALAR DE PRECATÓRIOS?- Gilberto Simões Pires, para conhecer mais dos precatórios.]

Segundo um ministro do governo, se o Executivo encontrar uma nova saída, ou seja, tiver de usar um plano B, vai fazer questão de mostrar à população que o Senado não colaborou para que o “dinheiro para a comida” chegasse à mesa dos beneficiários.  [é direito da população saber a VERDADE e DEVER do Executivo prestar tal informação.]

Lauro Jardim, colunista - Blog em O Globo


quinta-feira, 19 de agosto de 2021

ESTA DEVERIA SER A NOTÍCIA; O RESTO É NARRATIVA - Perrcival Puggina

Solidariedade aos que têm tolhida a liberdade de opinião.

O jornalismo brasileiro vive tempos funestos. A notícia morreu; viva a narrativa!

Sempre fui leitor de jornais. Minha mãe alfabetizou-me aos quatro anos, sentado no chão, lendo manchetes do velho Correio do Povo. Minhas primeiras lembranças de informação jornalística remontam ao ano seguinte, acompanhando a demorada contagem dos votos da eleição presidencial de 1950, com a derrota do brigadeiro Eduardo Gomes, candidato da minha família, e a vitória de Getúlio Vargas. Nunca mais deixei de ler jornais. Num pluralismo sadio, havia muita diferença entre eles. Eram assinados ao gosto do freguês.

Desastrosamente, nem nos tempos em que houve censura à imprensa vi mesmice semelhante à que percebo hoje. A boa e velha notícia, produto multiforme das ações humanas, razão de ser das empresas de comunicação e ganha pão dos jornalistas através dos séculos – pasmem – virou narrativa!

Todas as matérias passam por essa reciclagem. A informação se converteu em esforço de convencimento do público.

Os filósofos sabem que essa é a fase mais primária do discurso. Dispensa a retórica, a dialética e a análise. Quando, em programas ou textos mais longos, a narrativa se encontra com a análise, surge outro gravíssimo desvio – a fake analysis. Ela é aquele primor do sofisma, proporcionado por “especialistas” valorizados exatamente pelo comprometimento com a narrativa em curso.

O fenômeno ganha dimensões pandêmicas. As exceções são raras e não estão nos grandes grupos de comunicação, que se afiguram combinados, ensaiados, orquestrados, no repertório e na execução. Mesmo perante um ato jurídico disforme, como aquele em que se estruturam os dois inquéritos sucessivos abertos no STF contra os “atos antidemocráticos”, esses veículos se submetem à regência da narrativa, seguem-lhe a batuta e silenciam contra as anomalias. O Granma, jornal cubano, faz a mesma coisa.

Ao solicitar o bloqueio de toda monetização de alguns youtubers e canais digitais, o ministro corregedor–geral da Justiça Eleitoral escreveu que de fato existe uma rede vasta, organizada e complexa para contaminar negativamente o debate político e estimular a polarização" (1). E ninguém redigiu uma linha a respeito!

Ninguém saiu da narrativa para ensinar que a polarização é elemento natural do ambiente político. Não é invenção, não é surto, não é crime, nem algo perigoso.

Temível é a política de um pólo só, como estou vendo acontecer desde quando os poucos conservadores ativos no Brasil perceberam não estar solitários e levaram à loucura o pólo até então hegemônico. O que houve no Brasil foi uma ruptura da hegemonia. 

         Essa deveria ser a notícia. O resto é narrativa.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

sábado, 11 de julho de 2020

Quando o dinheiro fala é melhor ouvir - Míriam Leitão

Dinheiro falou alto e claro; melhor ouvir [será? a fome fala mais claro e com mais urgência.]


A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse ao “Financial Times” que está comprometida com a busca de uma economia mais verde. “Eu quero explorar todas as avenidas disponíveis para combater as mudanças climáticas, porque, no fim das contas, o dinheiro fala.” O dinheiro falou alto e claro ao Brasil nos últimos dias sobre a necessidade do fim do desmatamento da Amazônia. Na resposta, o vice-presidente Hamilton Mourão teve uma boa atitude, mas repetiu alguns velhos equívocos. [O dinheiro pode falar mais alto, até a fome chegar; 
quando ela chega e não se come papel moeda, os alimentos valem mais;
nós temos os alimentos e a 'turma do mecanismo' é competente para roubar dinheiro público, não conseguirão entregar o Brasil aos que se julgam 'donos do mundo'.
Ampliar as áreas agricultáveis não significa destruir patrimônio e quem pode, e deve, decidir o quanto será esta ampliação - sempre cuidando de manter mais do que o necessário para o suposto 'pulmão' mundial - cabe ao Brasil, dono do patrimônio e uma Nação Soberana. 
Destruir patrimônio é o que foi realizado pelos que hoje querem impor regras ao Brasil.
Aliás, de uns tempos para cá, as coisas se invertem: os que ontem cometeram crimes,hoje exigem que  querem que cometamos crimes idênticos para compensar os efeitos dos que praticaram.
É um procedimento idêntico aos que no Brasil, a pretexto de preservar a democracia, cassam direitos dos que deles discordam, direitos assegurados pela democracia que dizem ter interesse em manter.]

A boa atitude é receber os investidores e os empresários e se comprometer com resultados e até, como disse ontem, adotar metas de redução de desmatamento. Isso, se virar realidade, será uma mudança radical na atitude do governo. Será preciso abandonar teses antiquadas.
Não leva a lugar algum repetir o argumento de que a pressão vem de competidores comerciais do Brasil. Sim, o Brasil é um fenômeno agrícola. Deu saltos de produtividade, desenvolveu novas tecnologias, tem água, terra, conhecimento. Sempre haverá competidores rondando. O problema é por que um país com imensas possibilidades facilita tanto a vida dos competidores como faz o governo Bolsonaro? 
Segunda dúvida: por que destruir exatamente esse patrimônio que nos dá vantagens competitivas?

A aliança tem que ser com o moderno agronegócio, e não com a cadeia de crimes que grila e devasta. É irracional não reprimir essa forma truculenta de ocupação de território e de roubo de bens públicos. É do nosso interesse levar o país ao desmatamento líquido zero, como nos comprometemos no Acordo de Paris. O país será o maior ganhador. Dentro do agronegócio há uma luta entre o novo campo e a lavoura arcaica. Por atos e palavras o governo Bolsonaro até agora fortaleceu o passado. Não farei a exaustiva lista dos erros desta administração na área ambiental. Ela não cabe neste espaço. O aumento do desmatamento e as queimadas falam por si.

É um tiro no pé levar o ministro Ricardo Salles para a conversa e ainda fortalecê-lo no cargo. Só se engana com ele quem jamais se aprofundou no tema. Mourão tem tudo para entender profundamente. Morou na Amazônia, viajou na floresta por terra, ar e rios. Em algum ponto do Rio Negro deve ter sentido a força da floresta em pé. Salles é um equívoco. Os financiadores sabem disso. Os empresários atualizados, também.
[O general Mourão, vice-presidente da República e um patriota, por conhecer bem a área cobiçada, não aceitará que os defensores de interesses alienígenas tenham voz ativa e  propiciem a estrangeiros a compensação do que fizeram de errado quando destruíram o que hoje querem que o Brasil preserve aceitando que estrangeiros imponham normas de uso de território soberano do Brasil.]
O vice-presidente convidou os investidores a financiarem a conservação na Amazônia. Mas foi este governo que acabou com o principal instrumento, o Fundo Amazônia, pelo qual dois países amigos, a Noruega e a Alemanha,[amigos? a mesma Noruega que causou desastres ambientais na Amazônia?
mata baleias?
explora petróleo no Ártico? ] deram dinheiro ao Brasil. O dinheiro foi usado para financiar políticas públicas. O que os doadores do Fundo pediam? Governança. Que o Conselho representasse a sociedade, os governos estaduais, a ciência e não apenas o governo federal. Salles desmontou o conselho. Fez outro que só tinha Brasília, não tinha Brasil.

Mourão acertou quando falou em resultados e metas. Só que não pode ser para inglês ver. E para ser real é preciso entender algumas coisas: o Ibama e ICMBio já estavam sem recursos, mas foi o atual governo que os atacou de forma implacável. Os incêndios na Amazônia são majoritariamente criminosos, feitos por grileiros para eliminar o resto de vegetação que fica após o desmatamento. Isso não é palpite. Existem imagens de satélite que podem recuar no tempo e apagar as dúvidas que ainda existam. Não se trata de enfrentar a “narrativa”. E sim de encarar os fatos.

O dinheiro está pressionando por uma economia mais verde porque de repente passou a ter princípios? Não. Porque os fundos reagem à pressão dos seus stakeholders, de todos os envolvidos no negócio. O consumidor pressiona a empresa, que cobra do investidor, que quer saber do fundo se há forma de rastrear o produto. E, na dúvida, o país é vítima de boicote. Os empresários brasileiros ontem disseram que já sentem a queda dos aportes estrangeiros. O ministro das Comunicações não sabe que a floresta amazônica fica na Amazônia. O ministro do Meio Ambiente nunca tinha visitado a floresta quando assumiu o cargo. O governo pode continuar cometendo erros grosseiros ou entender a gravidade do assunto. Este governo tem horror a ambientalista. Tá ok, entendi. Mas agora é o capital que está falando. É melhor ouvir.

Míriam Leitão, jornalista - O Globo - Com Alvaro Gribel, de São Paulo

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Em busca da narrativa



O primeiro dia do julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff teve tudo o que esse Congresso pode dar sem esforço nenhum: baixarias, quebra de regras mínimas de convivência, acusações em que geralmente os dois lados têm razão. Tudo reflexo de um momento político rebaixado por instintos primitivos estimulados pela disputa em que o grupo petista já não luta mais pela manutenção do poder, mas pela tentativa de criar uma narrativa que permita disputar as eleições vindouras, inclusive a de 2018, com um mínimo de competitividade.

A senadora Gleisi Hoffman tantas fez que acabou sendo repreendida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, depois que insistiu na afirmação de que o Senado na tem moral para julgar “a presidenta”. [a mulher do assaltante de aposentado, tem certa razão, afinal um Senado que tem entre seus membros uma Gleisi Hoffman, um dependente do ‘pó’  tipo Lindbergh, um Romário e outras peças similares pode ter a capacidade moral dos seus integrantes questionada.]   

Foi essa uma fala quase suicida, pois ela mesma, investigada pela Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro, se inclui no rol dos sem moral, e teve que enfrentar a acusação do senador Ronaldo Caiado sobre corrupção no ministério do Planejamento, processo em que seu marido Paulo Bernardo tornou-se réu como integrante de um esquema que desviava dinheiro do empréstimo consignado.

O troco veio do senador petista Lindbergh Farias, que insinuou ligações de Caiado com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Daí para outras insinuações, de que Lindbergh é usuário de cocaína, foi um pulo, o que já demonstra qual será o clima daqui para a frente até a decisão final. O presidente do julgamento, ministro Lewandowski, deixou-se levar pelas manobras petistas e transformou o Procurador junto ao TCU Julio |Marcelo de testemunha em informante, aceitando a tese de que ele seria partidário do impeachment e não teria, portanto, isenção para testemunhar. [todos sabemos que por capacidade, mérito, Lewandowski jamais seria ministro; conseguiu o maravilho emprego por indicação de Marisa ‘botox’ – ex-primeira dama – e é público e notório que os petistas cobram por cada indicação feita.]

Ora, ele estava arrolado justamente como testemunha de acusação, e nada mais natural que, nessa qualidade, acusasse a presidente Dilma de ter ferido a Lei de Responsabilidade Fiscal, como está em seu relatório oficial. Na qualidade de informante, o Procurador disse as mesmas coisas que vem dizendo desde o início do processo, e essa redução de status não reduziu a contundência de suas declarações. [só na cabeça de um indicado por uma petista – leia-se Lewandowski - pode prosperar que o autor de um relatório acusando a ré, durante o depoimento se manifeste contra seu relatório.]   

As testemunhas “de defesa”, que, como o nome diz, testemunharão a favor da presidente Dilma, também passarão por esse mesmo critério e, como ressaltou a senadora Simone Tebet, serão impugnadas da mesma maneira. Especialmente uma que se tornou recentemente funcionária do gabinete da senadora Gleisi Hoffmann, não tendo, pelo critério adotado, independência para testemunhar.

Nada disso tem importância, porém, no resultado final, pois já existe uma sólida maioria a favor do impeachment, e restam agora senadores que buscam valorizar seus votos em busca de favores de última hora. A situação perderá, porém, se não tomar cuidado com o interrogatório da presidente afastada Dilma Rousseff.

Se o clima permanecer nesse nível de tensão, poderemos ter um gran finale para o documentário que está sendo rodado por apoiadores do PT. Sem votos para manter a presidência, a diminuta base de apoio do governo afastado trabalha com o objetivo de prolongar ao máximo o julgamento, e produzir cenas de resistência heróica, em busca da tal narrativa que permita a seus candidatos não esconder a estrela vermelha, como vinha fazendo, por exemplo, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad.

Fonte: Merval Pereira - O Globo