Um
dos ataques teve como alvo a sede da Secretaria Municipal de Saúde de Natal, onde criminosos queimaram uma
parte do depósito e veículos
O
Rio Grande do Norte teve entre ontem e hoje a quarta noite seguida de
violência em cidades do interior e na capital, Natal. Das 22h de ontem até as 6h desta
terça-feira, seis ataques foram
registrados pelas autoridades potiguares. O mais grave atingiu a sede da
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal, onde criminosos
queimaram parte do depósito e quatro veículos que estavam estacionados.
Na
madrugada de domingo para segunda-feira, 17 detentos
fugiram do Centro de Detenção Provisória (CDP)
da Ribeira, na zona leste de Natal. Na noite de domingo, parte da mata no Morro
do Careca, principal cartão-postal da capital, foi incendiada por
criminosos. Na tentativa de desmobilizar as facções
criminosas que lideram os ataques, o governo do Estado conseguiu autorização
para a transferência de cinco detentos que estavam no Presídio Estadual de
Parnamirim – unidade na Grande Natal que reagiu à instalação de bloqueadores de
sinal de celular. Os presos foram levados ao Presídio
Federal da cidade de Mossoró, a segunda maior do estado.
O Rio
Grande do Norte começa a receber nesta terça-feira o efetivo de 1.200 militares das Forças Armadas, convocado
após a sequência de atos violentos desde a noite de sexta-feira. “Ficou definido que o papel principal das
Forças Armadas será a ronda ostensiva, para evitar os ataques, e não o
enfrentamento”, destacou o secretário estadual de Segurança, Ronaldo
Lundgren. Do efetivo, 1.000 homens são
do Exército e 200 integram o corpo de fuzileiros da Marinha. A previsão
inicial é de que o reforço seja mantido até o próximo dia 16.
Lundgren classificou ontem os
ataques como “atos de terrorismo“. “Na minha concepção, o que estamos vivendo
são atos de terrorismo. Esses atos visam a aterrorizar toda a população e a
acuar as autoridades. A decisão de bloquear o sinal dos celulares nos presídios
é acertada e tem como meta encerrar o círculo vicioso que existe entre os
presos e seus grupos criminosos”, afirmou.
De acordo
com o sindicato das empresas de transporte, a cidade conta com 50% da frota de ônibus em circulação e o efetivo só
vai aumentar quando as tropas do Exército chegarem. Nos próximos meses, todas as unidades prisionais no estado receberão bloqueadores de
sinal de celular. Novas transferências de presos já foram autorizadas pela
Secretaria de Segurança.
Até a
noite de domingo,
68 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento com os casos de violência.
Fonte:
Estadão Conteúdo