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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Mesmo com militares nas ruas, ataques continuam no Rio Grande do Norte

Durante a madrugada, pelo menos sete ataques foram registrados

Mesmo com o início do patrulhamento das Forças Armadas, que começou a atuar com um pequeno efetivo ainda na noite desta quarta-feira, 3, o clima de intranquilidade permanece no Rio Grande do Norte. Durante a madrugada desta quinta-feira, 4, novos ataques foram registrados na capital potiguar e no interior. 

Além disso, detentos da Penitenciária Estadual de Parnamirim iniciaram um motim. Na tentativa de danificar os bloqueadores de sinal de celular, os detentos incendiaram colchões ao lado ao muro onde foram instalados os equipamentos, de acordo com a Secretaria Estadual de Cidadania e Justiça.

Durante a madrugada, pelo menos sete ataques foram registrados. Em Governador Dix-Sept Rosado, município da região oeste potiguar, três ônibus escolares foram incendiados. Já em Mossoró, também na região oeste, um carro estacionado em frente à Delegacia Especializada em Furtos e Roubos, no bairro de Abolição IV, foi queimado e, em seguida, quatro homens foram presos tentando incendiar um posto da Polícia Militar na cidade.

Na manhã desta quinta, os ônibus começaram a operar às 5h30, ainda com a frota reduzida. Até as 8h30, segundo o sindicato das empresas operadoras, 75% dos coletivos foram às ruas. Desde última sexta-feira, 29, já foram registrados 104 atentados em 34 cidades diferentes. Até o momento, 100 pessoas foram presas acusadas de envolvimento nos ataques.
 
Fonte: Agência Estado
 
 
 

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Entenda a onda de violência no Rio Grande do Norte



O estado já foi alvo de mais de 80 ataques em 27 cidades. Facção é suspeita de comandar as ações criminosas 

 Desde a última sexta-feira (29), o estado do Rio Grande do Norte vive uma onda de violência e ataques de vandalismo. Ônibus e veículos foram incendiados na capital Natal e em cidades do interior. Prédios públicos e privados foram depredados. O Ministério Público do Rio Grande do Norte aponta a facção Sindicato do Crime, que seria uma dissidente da maior organização criminosa do Brasil, como a possível mandante dos atentados.

Devido às ações, o sistema de transporte público de Natal foi altamente comprometido. No domingo (31), houve paralisação total do sistema. Os veículos circularam com frota reduzida a partir de segunda-feira (1º). Escolas e comércios chegaram a fechar as portas. Até o momento, nenhuma morte foi registrada.

O presidente em exercício, Michel Temer, autorizou o envio de tropas das Forças Armadas para combater a onda de ataques no estado. O governo do Rio Grande do Norte confirmou o reforço de 1.000 homens do Exército e cerca de 200 fuzileiros. No começo da tarde de segunda-feira, em entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed), Ronaldo Lundgren, classificou os ataques criminosos como “atos de terrorismo”.

Ações criminosas 
Os ataques tiveram como primeiro alvo um ônibus da empresa Guanabara que transitava pela Zona Oeste de Natal, próximo ao cemitério público da cidade, por volta das 15h30 da sexta-feira (29). Segundo passageiros, dois homens pararam o veículo, renderam o motorista e pediram a todos que deixassem o ônibus. Em seguida, atearam fogo no veículo e fugiram a pé.

Meia hora depois, por volta das 16 horas do mesmo dia, outro ônibus da mesma empresa foi atacado. Ainda no terminal, cerca de dez homens abordaram o motorista, cercaram o veículo, quebraram os vidros e atearam fogo com gasolina. Os criminosos trancaram o motorista e outros funcionários em uma sala no terminal. Ao todo, cinco ônibus foram incendiados em Natal na sexta-feira.

De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, desde o início da onda de violência a polícia já registrou mais de 80 ataques em 27 cidades do estado até esta terça-feira (2). Além dos ataques, 17 presos fugiram do Centro de Detenção Provisória (CDP) da Ribeira, na Zona Leste de Natal, na madrugada de segunda-feira. Apenas um foi recapturado até o momento.

Possível causa
Segundo investigações, a instalação de bloqueadores de sinal de celular em penitenciárias do estado pode ser o motivo da série de ataques. Os bloqueadores, que foram instalados na quinta-feira (28), devem impedir que os detentos façam ou recebam ligações de dentro do presídio.

No mesmo dia, a Secretaria de Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte enviou um memorando a todos os diretores de penitenciárias e cadeias públicas. Pedia a atenção dos agentes penitenciários para possíveis rebeliões e motins. O alerta foi emitido depois da circulação de áudios nas redes sociais, supostamente gravados por criminosos em resposta à instalação do sistema de segurança contra celulares. Em um dos áudios, um criminoso ligava para uma pessoa para alertá-la de que haveria represália à instalação dos bloqueadores e que os criminosos responderiam ao estado com uma “guerra no Rio Grande do Norte”.

Prisões
Até esta terça-feira, 72 suspeitos de participação nos ataques foram presos ou apreendidos. No domingo, João Maria dos Santos de Oliveira, de 32 anos, foi preso em um condomínio em Parnamirim, Grande Natal. Ele é apontado como o chefe da facção que coordena os ataques. Na casa, a polícia ainda apreendeu R$ 300 mil em espécie, aparelhos celulares e tablets. João Mago, como é conhecido, estava foragido desde dezembro do ano passado, quando saiu da Penitenciária Estadual de Parnamirim.

Além de João Mago, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte anunciou a prisão de Daniel Silva de Carvalho, apontado como o “número 2” na linha hierárquica da organização criminosa. O criminoso era preso no regime semiaberto e usava uma tornozeleira eletrônica no momento da prisão.

Fonte: Revista Época

 

terça-feira, 2 de agosto de 2016

RN tem 4ª noite de ataques de facções; reforço militar chega hoje



Um dos ataques teve como alvo a sede da Secretaria Municipal de Saúde de Natal, onde criminosos queimaram uma parte do depósito e veículos
O Rio Grande do Norte teve entre ontem e hoje a quarta noite seguida de violência em cidades do interior e na capital, Natal. Das 22h de ontem até as 6h desta terça-feira, seis ataques foram registrados pelas autoridades potiguares. O mais grave atingiu a sede da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal, onde criminosos queimaram parte do depósito e quatro veículos que estavam estacionados.

Na madrugada de domingo para segunda-feira, 17 detentos fugiram do Centro de Detenção Provisória (CDP) da Ribeira, na zona leste de Natal. Na noite de domingo, parte da mata no Morro do Careca, principal cartão-postal da capital, foi incendiada por criminosos. Na tentativa de desmobilizar as facções criminosas que lideram os ataques, o governo do Estado conseguiu autorização para a transferência de cinco detentos que estavam no Presídio Estadual de Parnamirim – unidade na Grande Natal que reagiu à instalação de bloqueadores de sinal de celular. Os presos foram levados ao Presídio Federal da cidade de Mossoró, a segunda maior do estado.

O Rio Grande do Norte começa a receber nesta terça-feira o efetivo de 1.200 militares das Forças Armadas, convocado após a sequência de atos violentos desde a noite de sexta-feira. “Ficou definido que o papel principal das Forças Armadas será a ronda ostensiva, para evitar os ataques, e não o enfrentamento”, destacou o secretário estadual de Segurança, Ronaldo Lundgren. Do efetivo, 1.000 homens são do Exército e 200 integram o corpo de fuzileiros da Marinha. A previsão inicial é de que o reforço seja mantido até o próximo dia 16.

Lundgren classificou ontem os ataques como “atos de terrorismo“. “Na minha concepção, o que estamos vivendo são atos de terrorismo. Esses atos visam a aterrorizar toda a população e a acuar as autoridades. A decisão de bloquear o sinal dos celulares nos presídios é acertada e tem como meta encerrar o círculo vicioso que existe entre os presos e seus grupos criminosos”, afirmou.

De acordo com o sindicato das empresas de transporte, a cidade conta com 50% da frota de ônibus em circulação e o efetivo só vai aumentar quando as tropas do Exército chegarem.  Nos próximos meses, todas as unidades prisionais no estado receberão bloqueadores de sinal de celular. Novas transferências de presos já foram autorizadas pela Secretaria de Segurança.

Até a noite de domingo, 68 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento com os casos de violência.

Fonte: Estadão Conteúdo