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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Expurgo e protestos na Casa de Rui Barbosa - O Globo

Bernardo Mello Franco

Portões trancados para a pesquisa
Para quem não gosta de um montão de amontoado de muita coisa escrita, deve ser um lugar terrível. Encravada no coração de Botafogo, a Casa de Rui Barbosa guarda uma coleção única de livros e periódicos. Só o antigo morador deixou mais de 37 mil volumes, incluindo uma edição da “Divina Comédia” de 1481. A biblioteca é apenas parte do acervo. Ali também funcionam um museu, um núcleo acadêmico e um dos maiores arquivos de literatura do país. Em outubro, o Planalto entregou tudo isso a Letícia Dornelles, ex-roteirista de novelas da Record. Ela foi indicada pelo deputado Pastor Marco Feliciano, recém-expulso do Podemos. Na semana passada, a nova presidente da Casa mostrou a que veio. Numa canetada, afastou cinco diretores do centro de pesquisas. Eles não receberam aviso nem explicação. Souberam da notícia pelo Diário Oficial. [para comandar a Casa de Rui Barbosa não precisa ter  competência  igual ao 'dono' da Casa;

o Diário Oficial da União, ainda que nos tempos de internet, é o veículo adequado para informar demissões,nomeações, etc.;]



O expurgo provocou uma onda de protestos. Na internet, uma petição com quase 30 mil assinaturas pede a recondução dos servidores. Em outra frente, 150 professores que estudam o Brasil em universidades americanas divulgaram abaixo-assinado contra as exonerações. “Isso faz parte de uma política de desmantelamento. O governo Bolsonaro quer impor suas visões sobre a arte, a cultura e as universidades”, critica o historiador James N. Green, da Universidade Brown. Ontem cerca de cem intelectuais e escritores fizeram um protesto diante da Casa. Num momento Odorico Paraguaçu, Letícia mandou trancar os portões. Os manifestantes continuaram na rua e bloquearam o trânsito, o que atraiu mais atenção para o ato.

“O que está acontecendo aqui é repugnante”, resumiu o poeta Armando Freitas Filho, que trabalhou na Casa na década de 1960 e 70. “É uma censura a nomes, não a uma tentativa de reorganizar a instituição”, emendou o ensaísta Silviano Santiago, diretor do centro de pesquisas nos anos 1990. A afilhada do pastor não apareceu, mas foi saudada com gritos de “Fora, Letícia” e “Volta pra Record”. Na pequena multidão que fechou a Rua São Clemente, um cartaz lembrava palavras de Rui: “A força do direito deve superar o direito da força”. [essa turma da esquerda que aparelha as instituições e mama nas tetas do Governo, se desespera de tal forma quando correm risco de perder a mamata, que exibem um cartaz que diz: " A força do direito deve superar o direito da força”.
Ao mesmo tempo bloqueiam o trânsito nas ruas, vias públicas em uma demonstração do que realmente querem: que o direito da força prevaleça sobre o direito de circulação das pessoas e veículos = direito constitucional de ir e vir.


Letícia Dornelles e o bispo Abner Ferreira na Casa de Rui Barbosa

Em dia de protestos na Casa de Rui Barbosa, a presidente da instituição encontrou tempo para fazer um agrado à bancada evangélica. Letícia Dornelles recebeu a visita do bispo Abner Ferreira, presidente da Convenção Nacional das Assembleias de Deus.

Ela foi nomeada por indicação do deputado Marco Feliciano, pastor da igreja Catedral do Avivamento.
O "bispo" Abner foi um dos poucos autorizados a entrar na Casa ontem à tarde. Para não receber um manifesto contra o expurgo de pesquisadores, Letícia mandou trancar os portões. [havia na região uma situação de desordem, com manifestantes bloqueando o trânsito, sendo justo e até recomendável medidas de segurança visando proteger funcionários e o acerto da instituição.
Essa turma da cultura precisa entender que é DIREITO da autoridade superior da instituição promover adequações no quadro de pessoal.]


Bernardo M. Franco, jornalista - Coluna em O Globo



sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Ratinho fala a verdade quando denuncia sobre o excesso de 'viados' na Globo

Resposta a Ratinho sobre o excesso de “viados” na Globo

O problema não é a quantidade de gays nas novelas, mas a forma como são representados

 

Ratinho, apresentador de TV do canal SBT (SBT/Reprodução)

[Ratinho fala a verdade quando denuncia sobre o excesso de 'viados' na Globo - parece que a emissora promove uma campanha para super valorizar os 'viados' e contaminar toda a juventude brasileira. Se percebe que querela oportunidade a emissora vincula algo contra ser normal.

Criaram uma campanha a favor do respeito - em principio, válida - só que aos poucos está impondo a ideia de que não ser favorável a condutas anormais dos gays é não ter respeito. Constantemente é veiculada na TV Globo mensagens fazendo apologia ao "casamento" gay.

Conseguiram conspurcar até o ambiente do cangaço, ao incluir na minissérie 'entre irmãs' um gay.]

Abaixo transcrição de matéria publicada na Revista VEJA

"Prezado Ratinho:
O vídeo com o seu comentário sobre a presença de homossexuais nas novelas da Globo possui um acerto razoável e um erro medonho.
O acerto está no momento em que você diz:
— É viado às seis da tarde, é viado às oito da noite, é viado às nove da noite, é viado às dez, é muito viado.

De uns tempos pra cá, com efeito, a Globo tem investido pesado numa dramaturgia que tematiza os problemas de personagens homossexuais. Não sei dizer por que a emissora está fazendo isso, se está abraçando uma causa ou se está atendendo a uma demanda de mercado baseada em pesquisas, mas essa não é a pergunta que interessa.

Antes de tudo, deveríamos perguntar por que nós, heterossexuais, deveríamos nos incomodar com a presença de gays em filmes, telenovelas e afins. Retornarei à questão no final.
Vamos primeiro ao seu erro. Ao se referir à minissérie Entre Irmãs, que se passa nos anos 1930, você reclama que a Globo colocou viado até em filme de cangaceiro.
— Naquele tempo não tinha viado, não. Você acha que tinha viado naquele tempo?
Eu acho. Aliás, eu tenho certeza. Não só naquele tempo como desde os primórdios da humanidade. Basta verificar na literatura e em documentos históricos similares. A homossexualidade está presente na Ilíada de Homero, no Satiricon de Petrônio, na Divina Comédia de Dante e nos infinitos textos que surgiram da Renascença pra frente.

Na realidade, nunca foi problema a escassez de homossexuais nas narrativas do mundo, mas certamente foi problemática a forma como eles são retratados. Às vezes aparecem como amantes dos protagonistas (Ilíada), às vezes como andarilhos inconsequentes (Satiricon) e às vezes como sodomitas perversos condenados ao fogo mais inclemente dos infernos (Divina Comédia).

No Brasil, os primeiros romances de destaque que trouxeram os homossexuais à tona surgiram apenas no final do século XIX. É o caso de Bom Crioulo, de Adolfo Caminha, que trata do complicado relacionamento entre dois cangaceiros, ops, dois marinheiros, e do super clássico O Cortiço, de Aluísio Azevedo, que mostra como a inocente Pombinha cai nas garras da lúbrica Madame Léonie.

Esses livros, meu caro Ratinho, se você puxar pela memória dos tempos em que frequentava a escola, são classificados como “naturalistas”, e é aí que se encontra o cerne da questão. Naquela época não se falava em homossexualidade, mas em homossexualismo, ou seja, uma doença, uma patologia, uma disfunção talvez congênita que ultrapassava as raias da moral e atingia em cheio a esfera da psiquiatria.

Novamente, o problema não está na quantidade, mas na qualidade da representação.
Dando um salto abissal da literatura para as novelas da Globo, devemos reconhecer que personagens homossexuais sempre estiveram lá, pelo menos desde os anos 1970, quando a emissora assumiu a liderança do horário nobre. Só que os gays daquele tempo, além de serem mais enrustidos, eram sempre os malvadinhos da história, senhores de uma veadagem do mal, mórbida e cavernosa, cheia de trejeitos que serviam para atiçar a ojeriza da plateia contra os vilões. [os trejeitos continuam e não se restringem só as novelas; até mesmo em entrevistas existe um esforço para destacar que aquele entrevistado pertence - como dizia um famoso humorista - à IRMANDADE.]
 
Era mais ou menos como acontece no seu programa, ou acontecia, já que não assisto ao Show do Ratinho há pelo menos 20 anos (e a culpa é sua, pois uma vez você disse: “aqui é baixaria mesmo, quem quiser cultura que assine a TV a cabo”). Se for como caricatura ou concessão carnavalesca, fica mais difícil de ofender porque as pobres diabas das bichas, expostas ao ridículo, ficam lá longe do telespectador e da pureza da sua sala de estar.

Estou dizendo com isso que a Globo evoluiu na maneira como representa os homossexuais? Acho que sim, ainda que os estereótipos continuem a dominar. Ontem, por exemplo, graças ao seu vídeo, Ratinho, parei para assistir ao capítulo de O Outro Lado do Paraíso. Bingo: lá estava a trama de um homossexual representado por Eriberto Leão, flagrado pela mãe, a excelente Ana Lúcia Torre, que não consegue aceitar uma coisa daquelas em sua família.  — Eu disse pra nossa vizinha que o meu filho era macho! — E ela vocifera com um desespero rodriguiano: — Macho, macho, macho!

Mãe e filho fazem um acordo para esconder o segredo, até que surge a esposa Ellen Rocche, a própria representação da vida, doida para fazer um amorzinho gostoso com o marido gay. É claro que o Eriberto vai se dar mal com esse negócio de esconder o jogo.  Os conservadores, Ratinho, e você deve ser um deles, embora bem falsão e oportunista, temem que as novelas possam transformar a totalidade dos brasileiros em homossexuais. Arrisco dizer que não. Simplesmente porque a dramaturgia, ao mostrar os gays com um mínimo de realismo, acaba explicando ao grande público que nem sempre a vida deles é fácil. Ao contrário: às vezes pode ser um inferno.

Pra terminar, a pergunta que lancei lá em cima: por que os héteros deveriam se incomodar com a presença de homossexuais na TV? A única resposta que me ocorre é tão batida que só pode ser verdadeira: porque não estão tão seguros assim da própria heterossexualidade. [aqui é usado -  em uma inútil tentativa de constranger os não gays - um artificio utilizado pela esquerda, o maldito politicamente correto e quem tem como um dos pilares principais adotar o recurso de não podendo combater o  oponente, procurar ridicularizá-lo, apelando e classificando sua posição como não politicamente correta.
Percebam que o autor da 'resposta ao Ratinho', insinua que quem se incomoda com a presença excessiva, e nociva, de gays na televisão é por não estar seguro de sua heterossexualidade.
Só que este argumento não funciona; o maior repúdio ao comportamento dos gays, em qualquer local, é devido a que eles querem impor sua conduta aos que não toleram tal comportamento. 
Pela vontade dos gays e dos que o defendem, qualquer prática gay, qualquer comportamento que denote homossexualismo tem que ser aceito.] 
 
Ratinho, eu nem sabia que você ainda estava na televisão. Prometo que vou gastar uns dez minutos para ver se o seu programa melhorou um pouco, ou se continua a mesma apelação fácil de sempre. Feliz 2018.

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