Família de jovem com leucemia faz campanha para encontrar doador de medula
Vítor Fernandes, de 18 anos, descobriu a doença no começo de março e está internado a espera de um transplante
Há pouco mais de um mês diagnosticado com um dos
mais graves casos de leucemia e sem reação expressiva aos tratamentos
com quimioterapia, o estudante da Universidade de Brasília (UnB) Vítor
Fernandes de Farias, de 18 anos, tem a esperança de encontrar um doador
compatível de medula óssea. A família do jovem faz uma campanha nas
redes sociais, incentivando as pessoas a se cadastrarem na Fundação
Hemocentro de Brasília como potenciais doadoras.
A campanha da família do estudante Vítor Fernandes de Farias, de 18
anos, já atingiu um número expressivo de pessoas interessadas no
cadastramento para serem doadores de medula
Durante
um exame de rotina em 3 de março, quando havia uma suspeita de anemia, o
jovem recebeu a informação de que poderia, na verdade, ser um câncer:
um dos exames apontou baixíssima quantidade de hemácias - as células
responsáveis pela oxigenação do sangue -, e alta concentração de
leucócitos, que são as células de defesa do nosso organismo. Depois de
outros testes, ficou comprovado o caso de leucemia em Vítor. Na
segunda-feira (6/3), o jovem já precisou ser internado no Hospital de
Brasília.
O médico responsável foi quem deu a notícia à família, e o encaminhou para o tratamento quimioterápico. Porém, com o passar dos dias, os resultados não se mostraram expressivos, e a recomendação, então, foi para fazer o transplante de medula óssea. Foi neste momento que a prima de Vítor, a servidora pública Lara Parreira, 27 anos, teve a ideia de iniciar uma campanha, que começou entre os amigos e familiares do estudante, e tem diversos compartilhamentos em uma página no Facebook. "Ainda não conseguimos obter resultados dos testes de comparação dos familiares. Por isso começamos esta campanha", disse.
O médico responsável foi quem deu a notícia à família, e o encaminhou para o tratamento quimioterápico. Porém, com o passar dos dias, os resultados não se mostraram expressivos, e a recomendação, então, foi para fazer o transplante de medula óssea. Foi neste momento que a prima de Vítor, a servidora pública Lara Parreira, 27 anos, teve a ideia de iniciar uma campanha, que começou entre os amigos e familiares do estudante, e tem diversos compartilhamentos em uma página no Facebook. "Ainda não conseguimos obter resultados dos testes de comparação dos familiares. Por isso começamos esta campanha", disse.
Uma das
melhores amigas de Vítor, a também estudante Camila Figueiró Dias, de 16
anos, participa da campanha para encontrar um doador compatível com
ele. "Estamos falando com conhecidos e pedindo para que eles
compartilhem o caso. Também estamos divulgando nas redes sociais e
falando com pessoas de outras faculdades e também de igrejas", alega.
Em entrevista ao Correio,
Vitor reconhece que não tinha noção da importância da doação de medula:
"Nunca dei muita bola pra isso, e agora que sei, todos estão me
ajudando. Gente que mal falava comigo me mandou mensagens de apoio e se
cadastrou para a doação."
O
estudante diz que não esperava a grande repercussão que seu caso teve.
"Fiquei muito assustado, mas espero que com isso surjam novos cadastros
que possam ajudar outras pessoas também", afirma.
Preocupação e esperança
Segundo
a Fundação Hemocentro de Brasília, a chance de haver um paciente
compatível com os traços genéticos do doador é de uma em cada 100 mil.
Por isso, a campanha da família de Vítor pede colaboração do máximo de
pessoas possível.
"Muitas
pessoas já se solidarizaram e se mostraram dispostas a se cadastrar
como doadoras, mas é muito difícil achar quem seja compatível com ele", diz Camila, que insiste para que as pessoas se sintam tocadas e possam
participar como doadoras. "É
realmente complicado ver ele assim e saber que não posso ajudar com
nada, além de estar lá quando ele precisar de mim. Mas, nós continuamos
otimistas e, com tanta gente se disponibilizando a ajudar, acredito que
logo vamos encontrar alguém compatível", avalia a amiga.
Esperançosa,
a prima do rapaz acredita na fé dele para sua recuperação. "O Vítor tem
muita confiança em Deus, sempre foi um garoto muito bondoso e generoso.
Temos certeza que Deus vai fazer o que for melhor para ele e para nós",
confessou Lara.
Saiba como ajudar
Segundo o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), para se tornar doador é necessário:
– Ter entre 18 e 55 anos de idade;
– Estar em bom estado geral de saúde;
– Não ter doença infecciosa ou incapacitante;
– Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico;
– Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
– Estar em bom estado geral de saúde;
– Não ter doença infecciosa ou incapacitante;
– Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico;
– Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
Para se cadastrar, o doador deve entrar no site do Registro Nacional e procurar o hemocentro mais próximo. No caso do DF, a Fundação Hemocentro de Brasília realiza as coletas para registrar o doador. É necessário um agendamento prévio por meio do telefone 160. Em
caso de compatibilidade, o doador é chamado pelo Hemocentro e realiza o
transplante. O procedimento é realizado em centro cirúrgico, sob
anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas. A medula é
retirada do interior de ossos da bacia e se recompõe em apenas 15 dias.
Outro método de
doação é a coleta por aférese. O procedimento, nesse caso, é de uso de
uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de
células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula
óssea) circulantes no seu sangue. Após esse período, a pessoa faz a
doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do
doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que
não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação
nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.
A decisão sobre o método de doação é médicos, tanto do paciente quanto do doador, de acordo com as particularidades de cada caso. "Muitas pessoas têm pouco conhecimento de como ocorre a doação, e por isso sentem medo, mas não há com o que se preocupar", conta Lara, que tem cadastro no REDOME.
A decisão sobre o método de doação é médicos, tanto do paciente quanto do doador, de acordo com as particularidades de cada caso. "Muitas pessoas têm pouco conhecimento de como ocorre a doação, e por isso sentem medo, mas não há com o que se preocupar", conta Lara, que tem cadastro no REDOME.
O
transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de cerca de 80
doenças em diferentes estágios e faixas etárias. O fator que mais
dificulta a realização do procedimento é a falta de doador compatível,
já que o doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de
25% das famílias brasileiras – para 75% dos pacientes é necessário
identificar um doador alternativo a partir dos registros de doadores
voluntários, bancos públicos de sangue de cordão umbilical ou familiares
parcialmente compatíveis (haploidênticos).