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sábado, 19 de outubro de 2019

A cura do câncer - Novos métodos de tratamento levam esperança para milhares de pacientes - IstoÉ

quinta-feira, 30 de março de 2017

BRASÍLIA - DF - UTILIDADE PÚBLICA: Estudante de 18 anos busca doador de medula para vencer a leucemia

Família de jovem com leucemia faz campanha para encontrar doador de medula

Vítor Fernandes, de 18 anos, descobriu a doença no começo de março e está internado a espera de um transplante 

Há pouco mais de um mês diagnosticado com um dos mais graves casos de leucemia e sem reação expressiva aos tratamentos com quimioterapia,  o estudante da Universidade de Brasília (UnB) Vítor Fernandes de Farias, de 18 anos, tem a esperança de encontrar um doador compatível de medula óssea. A família do jovem faz uma campanha nas redes sociais, incentivando as pessoas a se cadastrarem na Fundação Hemocentro de Brasília como potenciais doadoras.
A campanha da família do estudante Vítor Fernandes de Farias, de 18 anos, já atingiu um número expressivo de pessoas interessadas no cadastramento para serem doadores de medula

Durante um exame de rotina em 3 de março, quando havia uma suspeita de anemia, o jovem recebeu a informação de que poderia, na verdade, ser um câncer: um dos exames apontou baixíssima quantidade de hemácias - as células responsáveis pela oxigenação do sangue -, e alta concentração de leucócitos, que são as células de defesa do nosso organismo. Depois de outros testes, ficou comprovado o caso de leucemia em Vítor. Na segunda-feira (6/3), o jovem já precisou ser internado no Hospital de Brasília.

O médico responsável foi quem deu a notícia à família, e o encaminhou para o tratamento quimioterápico. Porém, com o passar dos dias, os resultados não se mostraram expressivos, e a recomendação, então, foi para fazer o transplante de medula óssea.  Foi neste momento que a prima de Vítor, a servidora pública Lara Parreira, 27 anos, teve a ideia de iniciar uma campanha, que começou entre os amigos e familiares do estudante, e tem diversos compartilhamentos em uma página no Facebook. "Ainda não conseguimos obter resultados dos testes de comparação dos familiares. Por isso começamos esta campanha", disse.

Uma das melhores amigas de Vítor, a também estudante Camila Figueiró Dias, de 16 anos, participa da campanha para encontrar um doador compatível com ele. "Estamos falando com conhecidos e pedindo para que eles compartilhem o caso. Também estamos divulgando nas redes sociais e falando com pessoas de outras faculdades e também de igrejas", alega.

Em entrevista ao Correio, Vitor reconhece que não tinha noção da importância da doação de medula: "Nunca dei muita bola pra isso, e agora que sei, todos estão me ajudando. Gente que mal falava comigo me mandou mensagens de apoio e se cadastrou para a doação."

O estudante diz que não esperava a grande repercussão que seu caso teve. "Fiquei muito assustado, mas espero que com isso surjam novos cadastros que possam ajudar outras pessoas também", afirma.

Preocupação e esperança


Facebook/divulgação

Segundo a Fundação Hemocentro de Brasília, a chance de haver um paciente compatível com os traços genéticos do doador é de uma em cada 100 mil. Por isso, a campanha da família de Vítor pede colaboração do máximo de pessoas possível.

"Muitas pessoas já se solidarizaram e se mostraram dispostas a se cadastrar como doadoras, mas é muito difícil achar quem seja compatível com ele", diz Camila, que insiste para que as pessoas se sintam tocadas e possam participar como doadoras.  "É realmente complicado ver ele assim e saber que não posso ajudar com nada, além de estar lá quando ele precisar de mim. Mas, nós continuamos otimistas e, com tanta gente se disponibilizando a ajudar, acredito que logo vamos encontrar alguém compatível", avalia a amiga.

Esperançosa, a prima do rapaz acredita na fé dele para sua recuperação. "O Vítor tem muita confiança em Deus, sempre foi um garoto muito bondoso e generoso. Temos certeza que Deus vai fazer o que for melhor para ele e para nós", confessou Lara.

Saiba como ajudar

Segundo o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), para se tornar doador é necessário:

– Ter entre 18 e 55 anos de idade;
– Estar em bom estado geral de saúde;
– Não ter doença infecciosa ou incapacitante;
– Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico;
– Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.

Para se cadastrar, o doador deve entrar no site do Registro Nacional e procurar o hemocentro mais próximo. No caso do DF, a Fundação Hemocentro de Brasília realiza as coletas para registrar o doadorÉ necessário um agendamento prévio por meio do telefone 160.    Em caso de compatibilidade, o doador é chamado pelo Hemocentro e realiza o transplante. O procedimento é realizado em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas. A medula é retirada do interior de ossos da bacia e se recompõe em apenas 15 dias.

Outro método de doação é a coleta por aférese. O procedimento, nesse caso, é de uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no seu sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.
A decisão sobre o método de doação é médicos, tanto do paciente quanto do doador, de acordo com as particularidades de cada caso.  "Muitas pessoas têm pouco conhecimento de como ocorre a doação, e por isso sentem medo, mas não há com o que se preocupar", conta Lara, que tem cadastro no REDOME. 

O transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias. O fator que mais dificulta a realização do procedimento é a falta de doador compatível, já que o doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 25% das famílias brasileiras – para 75% dos pacientes é necessário identificar um doador alternativo a partir dos registros de doadores voluntários, bancos públicos de sangue de cordão umbilical ou familiares parcialmente compatíveis (haploidênticos).

Fonte: Correio Braziliense