O policial se apresentou espontaneamente na delegacia e alegou que o jovem tentou roubar a arma dele. Uma testemunha relatou que houve briga dele com a vítima
Um sargento da Polícia Militar se apresentou à 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) na madrugada desta sexta-feira (28/6) informando que havia reagido a uma tentativa de roubo que resultou em uma morte. A vítima, Ithallo Matias Gomes, de 20 anos, foi alvejada dentro de um bar da Quadra 47, do Itapoã, e morreu no Hospital Regional do Paranoá (HRP). Porém, Júlia*, uma jovem que mantinha relacionamento amoroso com o autor dos disparos, relatou que não houve qualquer roubo. Segundo ela, o sargento atirou em Ithallo após uma briga no estabelecimento. O jovem não tinha antecedentes criminais.
O caso
aconteceu por volta da 1h da madrugada. A mulher informou na delegacia
que foi ao bar às 23h30 de quinta com uma colega e mais três rapazes que
ela ainda não conhecia. Momentos depois, o policial chegou. Ele
encontrou Júlia e os dois se abraçaram. Como os jovens que estavam com a
garota não conheciam o sargento e não sabiam da relação dos dois,
acharam que ele a estava perturbando e foram "tirar satisfação".
Nessa hora uma confusão se iniciou. O PM, que estava com mais dois
amigos, trocou empurrões e puxões de camisa com os conhecidos da colega
de Júlia. Ela tentou explicar tudo e chegou a gritar dizendo que ele era
policial e estava armado, mas os homens continuaram a briga e um deles
deu um soco no rosto do sargento. Armado, ele foi em direção ao agressor
e desferiu um disparo.
Em depoimento, o acusado
de homicídio apresentou outra versão. De acordo com o sargento, ao sair
do bar ele foi abordado por um indivíduo que se aproximou repentinamente
e tentou tomar sua arma de fogo. O revólver estava em sua cintura e o
disparo teria sido acidentalmente, enquanto o suposto assaltante tentava
puxar a arma. [estranho: segundo o PM a arma estava em sua cintura e quando o jovem tentou puxar a arma ela disparou atingindo a vítima;
forma no mínimo diferente de se portar uma arma na cintura.] O acusado não citou a presença de Júlia. Segundo ela, os
dois possuem um relacionamento, mas ele é casado com outra mulher e tem
filhos. O crime está sendo investigado como
tentativa de homicídio. Procurada, a PM ainda não havia se manifestado
sobre o caso até a última atualização desta matéria.