Dois
procuradores do Ministério Público Federal, desgostosos com a
programação da Jovem Pan, resolveram oferecer denúncia contra a emissora
pedindo a cassação de suas concessões de rádio. Aqui no Rio Grande do
Sul, o Clube de Opinião, do qual sou membro, reprovou a iniciativa e
solidarizou-se com a empresa, seus dirigentes e profissionais.
Mas diga-me
aí, leitor, se não estamos diante de uma epidemia disso! Instalou-se no
país um poder que tudo pode, com uma portaria muito seletiva. Assim, se
expandem ideias e práticas sinistras. Entre outras: ameaçar, impor
silêncio e insultar a divergência; criar espantalhos e promover
fantasiosas descrições do cenário político e social do país; sacralizar o
Estado mesmo em seus excessos e desforras pessoais.
Impossível
não perceber o crescente das demasias. Até o governo gerou seu
ministeriozinho da verdade para bater na mesma porta.
Agora foi a vez do
MPF entubar o cala-boca e bombear oxigênio para reviver o falecido.
Tudo sob silêncio da maioria acovardada do Congresso Nacional e da velha
imprensa, cuja credibilidade seletiva arranca elogios dos censores da
República.
Se há algo que uma situação dessas não proporciona é futuro promissor.
Percival Puggina - Conservadores e Liberais