Juiz da Lava Jato resistia a mudar sua rotina, mas desde o depoimento de Lula conta com esquema ostensivo de proteção
Mesmo com a Operação Lava Jato já debruçada sobre políticos influentes e empresários poderosos, o juiz Sergio Moro sempre resistiu a qualquer mudança de rotina. Apesar dos alertas para cuidar da própria segurança, prosseguiu fazendo rigorosamente tudo o que fazia antes de assumir os processos e enfrentar a corrupção. Moro ia trabalhar de bicicleta. Frequentava restaurantes e shoppings de Curitiba e corria, sozinho, pelas ruas da cidade. Com o passar do tempo, aceitou fazer algumas concessões. [o PT executou Celso Daniel e o Toninho do PT, sendo no rastro da morte de Celso Daniel várias testemunhas morreram misteriosamente; é essencial que o juiz SÉRGIO MORO se cuide, bem como todos os que estão na iminência de aderirem à colaboração premiada.O PT é uma organização criminosa que mata.]
CUIDADOS - Moro em Curitiba: protegido por agentes treinados em Brasília; no detalhe, um dos ataques feitos pela internet(Vagner Rosario/VEJA)
Fazia tempo que o juiz era alvo de ataques virtuais, a exemplo do que aconteceu com o ex-ministro Joaquim Barbosa durante o julgamento do processo do mensalão. Mas nada que fosse suficiente para fazê-lo mudar de conduta. O ponto de inflexão brotou com a decisão de mandar a Polícia Federal conduzir o ex-presidente Lula para depor sobre suas ligações com o petrolão, na sexta-feira 4. A ordem de Moro, expedida como parte da 24ª fase da Operação Lava-Jato, atiçou a militância petista mais radical - em muitos casos, pode ser apenas histeria, dada a facilidade de gritar nas redes sociais. Do ponto de vista policial, contudo, impõem-se cautela e atenção. Ainda no dia da condução coercitiva de Lula, à medida que o ex-presidente e outros hierarcas do PT subiam o tom do discurso, mais agressivas se tornavam as ameaças da tropa cibernética.
Pelo menos três desses ataques resultaram em abertura de inquérito por um motivo muito simples: incitaram, entre outras barbaridades, ao assassinato do juiz da Lava-Jato. "Chega de palhaçada de acreditar na democracia de direita. Matem o Moro", escreveu no Twitter um agressor já identificado. "Tenhamos coragem. Matemos Moro e acabemos com esta festa", emendou o militante. "Todos de esquerda nas ruas já e com armas! É guerra civil", postou outro radical no Facebook. "Matar o Moro e todos os fascistas. É guerra", prosseguiu. Mensagens desse quilate puseram a polícia e Moro em alerta. A "ameaça concreta" que o juiz paranaense dizia inexistir despontou como uma possibilidade real. Prudência agora é o nome do jogo. Desde aquela sexta-feira em que Lula depôs numa sala do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, agentes da Polícia Federal se revezam num esquema ostensivo ao redor de Moro. Em paralelo, policiais rastreiam a origem das ameaças e de telefonemas que o magistrado tem recebido. "Identificaremos todos eles", disse a VEJA um investigador que trabalha no caso.
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