Atriz sai em defesa de jovens da Rocinha e PM pede que ela assine ‘termo de responsabilidade’
Letícia Sabatella havia falado com garotos antes de eles serem abordados por policias. Conduta foi errada, diz corporação
Um episódio envolvendo a atriz Letícia Sabatella e três adolescentes
da Rocinha está repercutindo nas redes sociais desde quinta-feira, logo
após ela publicar um texto contando a sua história. Durante um passeio
de bicicleta pela Gávea, ela foi abordada pelo trio que pediu para fazer
uma selfie com a artista. Eles chegaram a conversar, e os meninos
disseram que se interessavam por teatro. Após o rápido bate-papo,
Letícia seguiu em frente e, na volta, encontrou o grupo sendo escoltado
por dois policiais militares. A atriz intercedeu pelos jovens e, de
acordo com ela, os PMs pediram que ela assinasse um termo se
responsabilizando pela liberação dos garotos, que estavam sem
documentos. Nesta sexta-feira, a postagem já havia recebido mais de 40
mil curtidas e cerca de 7 mil compartilhamentos. “Eles (os garotos) me chamaram de novo para que eu explicasse para os
policiais que só conversaram comigo. Fui ver o que estava havendo, e o
guarda me disse que estavam esperando uma escolta adequada para levá-los
à Rocinha. Tinham recebido uma denúncia", escreveu a atriz na rede
social.
No texto, ela diz que os policiais estariam seguindo ordens
superiores e, por isso, ela teria que assinar um termo de
responsabilidade antes que eles fossem liberados. “Perguntei se eles viam algum problema pelo fato de os meninos
estarem na Gávea, se eles não teriam o mesmo direito que eu de estar
ali. O policial, sensivelmente incomodado com a situação, me disse que
não achava aquilo muito correto também, mas eram ordens superiores de
uma política atual. Os meninos estavam sem documentos”, escreveu a
atriz.
Entre
os comentários que a postagem recebeu desde a quinta-feira, a maioria
de elogios, um era de um dos adolescentes envolvidos, agradecendo:“Se não fosse por você, poderia estar na pior. Só tenho a te
agradecer e pedir a Deus que ilumine sua carreira”, escreveu o jovem.
POLICIAIS SERÃO IDENTIFICADOS E REORIENTADOS, DIZ PM
A ação dos policiais, no entanto, não seguiu as normas da corporação, de acordo com o comandante do 23º BPM (Leblon), Coronel Joseli Candido. Segundo a assessoria de comunicação da PM, nesse caso os policiais deveriam chamar as autoridades competentes da Secretaria de Assistência Social, que faz o acolhimento de pessoas em situação de rua. Já no caso de menores em flagrante delito, o PM deve fazer a apreensão e o encaminhamento para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Ainda de acordo com a assessoria, os policiais serão identificados e reorientados.
[os PMs estão sendo criticados por haver desenvolvido uma ação típica de policiamento preventivo e que é essencial para o combate ao crime.
Ações como a em foco ocorressem com maior frequência certamente muitos latrocínios seriam evitados - um exemplo apenas: o médico assassinado na Lagoa por pivetes estaria vivo; os policiais não precisam ser reorientados - exceto se for para serem mais eficientes.
os pivetes que assassinaram o médico certamente tivessem deparados com policiais militares eficientes e cônscios da necessidade de ações preventivas teriam sido impedidos de combater o crime.
sugestão para a atriz global: adote os meninos.]
Letícia disse ao GLOBO que fez questão de frisar que os policiais em momento algum foram agressivos. — Não é com repressão que você resolve, mas com espaços para que eles (jovens) possam usar. A gente anda na rua e vê uma situação difícil. E muitas vezes o que acontece é a gente se fechar para se proteger dessa dor. Esses jovens acabam sem visibilidade, e a única forma de ele ser visto é quando ele pega uma arma. O que é oferecido para o menino do morro? Qual é o palco, o espaço que ele tem? — questiona a atriz, que pretende ajudar os meninos. — Saímos todos tirando alguma lição disso, e espero poder ajudar realmente a encaminhá-los para arte, para educação cidadã, para o esporte. E já está aparecendo o apoio de pessoas que experimentaram essa mesma realidade de segregação e conseguiram vencer esta barreira.
Fonte: O Globo
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A ação dos policiais, no entanto, não seguiu as normas da corporação, de acordo com o comandante do 23º BPM (Leblon), Coronel Joseli Candido. Segundo a assessoria de comunicação da PM, nesse caso os policiais deveriam chamar as autoridades competentes da Secretaria de Assistência Social, que faz o acolhimento de pessoas em situação de rua. Já no caso de menores em flagrante delito, o PM deve fazer a apreensão e o encaminhamento para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Ainda de acordo com a assessoria, os policiais serão identificados e reorientados.
[os PMs estão sendo criticados por haver desenvolvido uma ação típica de policiamento preventivo e que é essencial para o combate ao crime.
Ações como a em foco ocorressem com maior frequência certamente muitos latrocínios seriam evitados - um exemplo apenas: o médico assassinado na Lagoa por pivetes estaria vivo; os policiais não precisam ser reorientados - exceto se for para serem mais eficientes.
os pivetes que assassinaram o médico certamente tivessem deparados com policiais militares eficientes e cônscios da necessidade de ações preventivas teriam sido impedidos de combater o crime.
sugestão para a atriz global: adote os meninos.]
Letícia disse ao GLOBO que fez questão de frisar que os policiais em momento algum foram agressivos. — Não é com repressão que você resolve, mas com espaços para que eles (jovens) possam usar. A gente anda na rua e vê uma situação difícil. E muitas vezes o que acontece é a gente se fechar para se proteger dessa dor. Esses jovens acabam sem visibilidade, e a única forma de ele ser visto é quando ele pega uma arma. O que é oferecido para o menino do morro? Qual é o palco, o espaço que ele tem? — questiona a atriz, que pretende ajudar os meninos. — Saímos todos tirando alguma lição disso, e espero poder ajudar realmente a encaminhá-los para arte, para educação cidadã, para o esporte. E já está aparecendo o apoio de pessoas que experimentaram essa mesma realidade de segregação e conseguiram vencer esta barreira.
Fonte: O Globo