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terça-feira, 9 de maio de 2023

Ex-Comandante do Exército sabia do plano de golpe bolsonarista

Foi o que revelaram assessores do governo Jair Bolsonaro em gravações reportadas pela polícia ao Supremo Tribunal Federal 

Em meados de dezembro, dias antes da posse do novo governo, o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, conhecia o plano bolsonarista e estava sob pressão para assumir a liderança de um golpe de estado.

Foi o que revelaram assessores do governo Jair Bolsonaro em gravações telefônicas reportadas pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal.

O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, e o coronel (na reserva) Antonio Élcio Franco Filho, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde e assessor especial na Casa Civil, são personagens da investigação sobre a invasão do STF, do Congresso e do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.

Eles deixaram o ex-comandante do Exército exposto nas conversas que mantiveram com Ailton Gonçalves Moraes Barros, retratado pela polícia como aliado de Bolsonaro, com laços no crime organizado de Duque de Caxias (RJ), na Baixada Fluminense.  Paraquedista, Barros era capitão e atuava no serviço de Inteligência quando foi expulso do Exército, em 2006, depois de acusado de negociar com traficantes da Rocinha, na zona sul do Rio, a devolução de armas roubadas num quartel da Força em São Cristovam, na zona norte. As armas foram recuperadas.

Nas conversas relatadas pela polícia ao STF há indícios de envolvimento de Freire Gomes, então comandante do Exército, na trama golpista. Parte das gravações foram divulgadas nesta segunda-feira (8) pela repórter Daniela Lima, da CNN. “Tem que continuar pressionando o Freire Gomes para que ele faça o que tem que fazer” — disse Barros ao tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordene Bolsonaro, na quinta-feira 15 de dezembro.

Dois dias antes, acontecera a diplomação de Lula e seu vice Geraldo Alckmin no TSE, que terminou com episódios de violência e vandalismo no centro de Brasília. Empresários relataram depois à Polícia Militar que alguns dos participantes haviam se hospedado na região hoteleira da capital, com diárias pagas.

Barros prosseguiu na conversa com Mauro Cid: “Nos decretos e nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da brigada de operações especiais de Goiânia de prender o [juiz do STF] Alexandre de Moraes no domingo [18 de dezembro], na casa dele.” Não se conhecem as respostas do ajudante de ordens de Bolsonaro.

Barros também discutiu o planejamento de um golpe com Antonio Élcio Franco Filho, coronel na reserva desde 2019, assessor na Casa Civil. “É preciso convencer o comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia a prender o Alexandre de Moraes” — disse. “Vamos organizar, desenvolver, instruir e equipar 1.500 homens.”

Élcio Franco Filho, como é conhecido, comentou sobre a posição do então comandante do Exército: “Essa enrolação vai continuar acontecendo. O Freire não vai [liderar]. Você não vai esperar dele que ele tome à frente nesse assunto, mas ele não pode impedir de receber a ordem [de mobilização para o golpe].”

Especulou sobre a reação do general Freire Gomes às pressões:”Ele tá com medo das consequências, pô. Medo das consequências é o quê? Ele ter insuflado? (…) Ah, deu tudo errado, o presidente foi preso e ele tá sendo chamado a responder (…) Depois que ele me deu a ordem por escrito, eu, comandante da Força, tive que cumprir. Essa é a defesa dele, entendeu?”

Evidências disponíveis sobre aqueles dias de dezembro convergem para uma insurreição estimulada, coordenada e financiada com intenção golpista. O objetivo era reverter o resultado eleitoral, impedir a posse de Lula e Alckmin e garantir a continuidade de Bolsonaro no poder.

Um rascunho de “decreto de estado de defesa no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral”  foi encontrado pela polícia entre documentos pessoais na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que está preso.

Entre outras coisas, previa: junta de oito militares, designada pelo Ministério da Defesa, para intervenção na Justiça Eleitoral; quebra do “sigilo de correspondência e de comunicação telemática e telefônica dos membros do TSE, durante o período que compreende o processo eleitoral até a diplomação do presidente e vice-presidente eleitos”; e, também, a prisão de juízes “por crime contra o Estado”. [um detalhe: a minuta do tal decreto cuida de  detalhes sem importância para a efetivação do golpe, porém não cuida da DEPOSIÇÃO do presidente eleito a POSSE do presidente 'favorecido' pelo golpe. Estranho???]

O Comando do Exército, o Ministério da Defesa e o ex-comandante general Freire Gomes mantiveram-se em silêncio.

 * O coronel (na reserva) Antonio Élcio Franco Filho não foi assessor especial na Casa Civil na gestão do general Walter Braga Netto, como publicado aqui anteriormente. Ele serviu no período do ministro Ciro Nogueira.

José Casado - Revista VEJA

 

 

 

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Globo quer emplacar presidente o seu “incrível” Huck - Sérgio Alves de Oliveira

Não sei até que ponto o eleitorado brasileiro se enquadraria nessas duas frases de Nelson Rodrigues: 
(1) “A maior desgraça da democracia é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas,que são a maioria da humanidade”e,
(2) “Os idiotas vão tomar conta do mundo,não pela capacidade,mas pela quantidade.Eles são muitos.”

Analisando-se o perfil dos candidatos eleitos diretamente presidentes da república, na prática da (fantasiosa) “democracia” brasileira, considerando somente as eleições   mais recentes,a partir de Jânio Quadros/João Goulart,em 1960, passando por Collor de Mello/Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva e Dilma Rousseff/Michel Temer, que governaram o país de 1990 até 2018, necessariamente surgirá a conclusão que a “República Federativa do Brasil” está inserida na tragédia da democracia majoritária dos idiotas  preconizada pelo grande pensador  brasileiro Nelson Rodrigues.

Imensamente “vitaminada” pelo Regime Militar instalado em 1964, que durou até 1985, a Rede Globo  acabou se tornando uma espécie de “porta-voz”,quase um  “diário oficial”, do regime de governo castrense, tornando-se nesse período o mais poderoso  grupo de comunicação do país.[A Globo dos tempos do Roberto Marinho fazia um jornalismo merecedor de todo incentivo recebido.]

Talbot Mundy integrava a polícia inglesa, atuava  na  Índia,  então colônia da  Inglaterra, nos anos  1920. Ali acabou descobrindo o “realismo fantástico” da “Lenda dos Nove Desconhecidos”, que remontaria à época do Imperador Ashoka, da dinastia máuria,das Antigas Índias,que governara entre 273 e 232 a.C,destacando-se por ser favorável  à paz e à liberdade.

Cada qual dos Nove Sábios dessa “lenda” dominaria uma determinada ciência. A mais importante de todas era considerada a “Propaganda e a Guerra Psicológica”,que compunha o “Primeiro Livro”. Quem dominasse a propaganda e a guerra psicológica  acabaria  comandando o mundo. Resumidamente, os sábios de então estavam falando do poder da “grande mídia”.  Passados 2,2 milênios, o Grupo Globo acreditou piamente  no poder que teria se controlasse a mídia, a “propaganda e a guerra psicológica”, conforme previsto no Primeiro Livro da “Lenda dos Nove Desconhecidos”, das Antigas Índias.

Com as “gorduras” acumuladas  durante o Regime Militar,onde aumentou  o seu poder midiático, a Globo sentiu-se potente o suficiente para  “eleger” o primeiro Presidente da República, tão logo colocadas em prática as chamadas “Diretas Já”, depois do Regime Militar e da  eleição presidencial indireta de Tancredo Neves/José Sarney, quando investiu “pesado” num candidato até então completamente desconhecido, Fernando Collor de Mello, que no início estava sempre  nos últimos lugares nas pesquisas eleitorais. A Globo “apostou” nesse candidato. E trabalhou bem. Conseguiu elegê-lo presidente nas eleições de 1989.

Mas após a sua vitória, Collor não foi muito fiel à “agenda” que lhe tinha sido “sugerida” pela Globo. Foi o suficiente para perder as “bênçãos” da sua “madrinha”,que acabou apoiando o impeachment do seu “afiliado”, quando transformaram algumas “galinhas” que ele teria ganho ilícitamente em motivo suficiente para impichá-lo,o que comparado com as “montanhas” de dinheiro que outros governos que o sucederam desviaram dos cofres públicos - e não deu   em absolutamente nada - foram apenas uns meros “trocadinhos”.

Comprovadamente, encontraram um só ilícito no período governado por Collor: ter recebido de “presente” uma Fiat Elba, quase um carro popular na época. Porém esses “trocadinhos” ilícitos de Collor valeram-lhe o impeachment, enquanto os 10 trilhões de reais roubados por seus sucessores, que lhes garantiram quase comandar e “aparelhar”o Brasil político de hoje,“ficaram por isso mesmo”.

“Viciada” pela vitória de todos os seus candidatos à presidência da república, desde a tal “redemocratização”, somente interrompida pela vitória de Jair Bolsonaro,em outubro de 2018,  Rede Globo agora aposta todas as suas “fichas” naquele que será o “seu” candidato para suceder Bolsonaro,nas eleições de outubro de 2022,o seu “lata velha”, na esperança de reverter o baque financeiro que sofreu com o corte das suas polpudas e ilícitas  verbas governamentais pelo Presidente Bolsonaro.

Dependendo dos acontecimentos políticos futuros, certamente a preferência da Globo para presidente irá recair sobre  o seu animador [de auditório, picadeiro, circo] Luciano Hulk,que é “prata da casa”, e parece estar animado  a concorrer para alimentar a sua vaidade pessoal e, de “quebra”, “salvar” a Globo. O trunfo desse candidato  é que ele teria “ficha limpa” na política, mesmo porque seria impossível o contrário, porquanto esse “filhote” da Globo jamais  foi  servidor público, agente político, ou detentor de qualquer mandato eletivo. Por isso um “empurrão” da poderosa Rede Globo poderia talvez com facilidade impulsionar a sua  candidatura.

Também não poderia ser descartada a aposta da Globo em outro candidato a presidente, talvez João Doria, atual governador de São Paulo,deixando a “vice” com o “incrível” Luciano Huck,que apesar de ter um nome semelhante,não pode jamais ser confundido com o “incrível Hulk”, personagem de um filme de super-herói de 2008. [Doria, sem o apoio de Bolsonaro, não se elege nem vereador; e o animador de auditório, não tem a menor chance -   caso venha a ser patrocinado da Globo e consiga ser eleito [segundo feito, consideramos  impossível] seria um fracasso tão grande que a própria apoiadora cuidaria de se empenhar pelo seu impeachment.] impichá-lo- , Nesse filme,o personagem Bruce Banner ,na Virgínia,Estados Unidos,se transforma no “Hulk”,um gigante verde, após sofrer os efeitos de radiação gama, que no auge da sua “empolgação” conseguia pular de uma montanha à outra, separadas por dezenas de quilômetros. Banner se transformava no “monstro verde” Hulk, sempre que ficava nervoso ou que a sua frequência cardíaca ficasse acima de 200.                                          

Mas Banner “sumiu do mapa”. E passados  5 anos começou a trabalhar numa fábrica da Rocinha, no Rio de Janeiro, buscando cura para o seu mal, tendo conseguido ficar vários meses sem a horrível “mutação”. Talvez aí esteja o primeiro contato e a inspiração da Rede Globo para “potencializar” a imagem e a candidatura presidencial do seu particular “incrível Hulk”, ou seja, o animador Luciano “Huck”,que talvez tenha a chance de transmitir  a idéia “eleitoral” daquele justiceiro lá da Virgínia que era perseguido e caçado  pelos militares durante todo o tempo.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


terça-feira, 17 de julho de 2018

Sol Nascente, Brasília - DF, a favela que caminha para se tornar a maior do Brasil

A 35 quilômetros da Praça dos Três Poderes, em Brasília, área da comunidade é maior que 1.000 campos de futebol. Estimativa é que cem mil pessoas habitem hoje a região invadida 

No início dos anos 2000, Maria Iraneide Jacaúna pegou R$ 3 mil e comprou um lote de 300 metros quadrados numa área recém-batizada de Sol Nascente. Era uma invasão que se formava no meio do mato nos confins de Ceilândia, a maior cidade-satélite de Brasília, com altos índices de violência. No local, só havia luz de vela, a água tinha de ser buscada na casa de parentes ou conhecidos, o transporte público não chegava. As empresas de ônibus se recusavam a abrir uma nova linha e alegavam que lá só havia meia dúzia de pessoas. O argumento indignava Jacaúna. “Onde já se viu dizer que tinha pouca gente para atender?”, lembra a cearense de Crateús, que esteve à frente da reivindicação por ônibus.

Naquela época, classificar a população do Sol Nascente como grande ou pequena dependia dos interesses de cada lado — moradores versus companhias de transporte. Hoje, menos de 20 anos depois, a comunidade se impõe como candidata a maior favela do Brasil. O posto de segunda colocada no ranking foi alcançado em 2010, quando o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que o Sol Nascente, com 56.483 moradores, só perdia em número de habitantes para a Rocinha, no Rio de Janeiro, que abrigava 69.161 pessoas.

Enquanto o morro carioca se mantém sem surtos de expansão territorial nos últimos anos, a favela horizontal em solo plano, a apenas 35 quilômetros do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, não para de crescer. Apesar da fiscalização do governo do Distrito Federal, que já fez derrubadas de casas e barracos no local, o Sol Nascente vai se espalhando para além do tamanho oficial, delimitado ainda em 2009, de 934,4 hectares — tamanho de quase 1.000 campos de futebol. A estimativa é que hoje 100 mil pessoas habitem a área invadida. É gente que, apesar da proximidade com o poder, em geral só circula nos palácios, prédios tombados e quadras planejadas de Brasília prestando serviços de baixa qualificação, como domésticas, pedreiros, copeiras e ambulantes.

O Sol Nascente está organizado em três trechos. O de número 3 é o maior, mais populoso e com menos infraestrutura. Foi lá que Jacaúna, a mulher que liderava a briga pelo transporte público, comprou seu lote parcelado a um valor correspondente a cerca de 16 salários mínimos da época. Ela queria, como todos os demais aventureiros que rumavam com as famílias para um lugar sem qualquer estrutura, fugir do aluguel. “Quando a gente tem uma oportunidade de ter nosso teto, de ter a casa própria, a gente agarra. Por mais difícil que seja no início”, diz a moradora de 60 anos, que aos 32 deixou Crateús e o primeiro marido, que a maltratava, em busca de oportunidades melhores na capital do país. A cearense conta que, por alguns anos, faziam “gambiarra” para ter água e luz. Até que, entre 2006 e 2007, depois de muita pressão, conseguiram o serviço oficial. “Todo mundo queria ter sua conta, legalmente. Nós compramos os hidrômetros, corremos atrás da estrutura.”

Jacaúna tem cabelos tingidos em tom avermelhado com a raiz branca aparente, pálpebras que pesam sobre os olhos e uma risada sonora. É vista como uma líder comunitária. Enxerga-se apenas como mais uma entre a “mulherada potente” que batalhou melhorias na região. Vivendo de fazer marmitas e vender alho amassado, hoje ela gasta boa parte da energia coordenando a construção, dentro de seu terreno, de quitinetes para as quatro filhas, os cinco netos e o primeiro bisneto — ainda na barriga de Poliana, de 16 anos.

De um azul-claro que faz doer a vista, o céu contrasta com a poeira que sobe das avenidas esburacadas do Sol Nascente. O trecho 3 praticamente não tem asfalto. No setor 2, são cerca de 50% de vias cobertas. E, no setor 1, 100%. Nas vias pavimentadas se concentra o comércio da região. O movimento de moradores é intenso. Botecos, muitos com mesas de sinuca, dividem espaço com salões de beleza, armarinhos, lanchonetes e mercadinhos. Há alguns restaurantes modestos e mercados maiores.

A concentração de igrejas é, porém, o que mais chama a atenção. Na única avenida pavimentada do trecho 3, de 900 metros, há 16 templos. Alguns estão divididos por um mesmo muro. As opções são muitas: Igreja Internacional Sementes da Fé, Igreja Plenitude da Graça, Igreja Batista Gênesis. Em geral, ocupam espaços minúsculos com fachadas malconservadas. A exceção é um galpão amplo, ainda em construção, atribuído à Universal do Reino de Deus.

Da porta do Salão Beleza Natural, uma das sócias do negócio, Girlene Ferreira Santana, pragueja contra as montanhas de lixo largado por moradores no canteiro central da avenida. No Sol Nascente, apenas 25% da população tem coleta na porta de casa. O restante joga os resíduos em estruturas semienterradas colocadas pelo governo para o recolhimento pela companhia de limpeza ou, simplesmente, larga-os em qualquer local, fazendo de várias esquinas e áreas vazias pequenos lixões dentro da favela. “Já colocaram contêiner aqui, mas roubaram”, reclama Santana, que aproveita para criticar o comportamento de parte da população: “Aqui tem gente boa, mas tem gente que não presta”. Moradora do Sol Nascente desde 2004, a maranhense de 37 anos, que largou o serviço como diarista para ser manicure e depois ter o próprio negócio, está o tempo todo dando tchauzinho a quem passa na avenida — de ônibus, de carro, a pé.

...
 
Ações de criminosos que frequentemente entravam nos comércios, pegavam o que queriam, consumiam o que bem entendiam e saíam sem pagar não ocorrem há algum tempo na favela. A violência, porém, continua uma marca da região. Ceilândia, onde o Sol Nascente está inserido, ocupa a 10ª posição entre 31 cidades do Distrito Federal na taxa dos crimes violentos letais intencionais (homicídio, latrocínio e lesão seguida de morte), com 16,4 ocorrências por 100 mil habitantes, segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF. De janeiro a abril, houve registro de nove assassinatos somente na área do Sol Nascente, em comparação a seis no mesmo período do ano passado. No mesmo período, os estupros passaram de oito para nove, e os roubos caíram de 265 para 165, um número ainda bastante elevado.

Nos muros da favela, embriões de facções parecem disputar espaço e status. Não é raro, ao circular pelas ruas mais afastadas, ver pichações sobrepostas do CSN (Comando do Sol Nascente), Os Cão do Inferno (OCI) e Os Moleque Doido (OMD). Por mais infantis que pareçam as denominações, as pequenas gangues já mostraram potencial de aterrorizar moradores e comerciantes, com assaltos e homicídios tendo como pano de fundo o comércio de drogas e, de alguns anos para cá, a grilagem.
“São criminosos que perceberam que a grilagem de terras, além de mais rentável, prevê uma pena bem menor que o tráfico”, afirma o delegado Fernando Fernandes, da 19ª Delegacia de Polícia, responsável por uma parte da Ceilândia que engloba o Sol Nascente. Ao andar pelas ruas da comunidade, de cabelos espetados modelados com gel, o policial é parado por crianças e senhorinhas para um abraço ou aperto de mão.

Matéria Completa, em Época
 

sábado, 9 de junho de 2018

Forças de Segurança fazem operação em quatro comunidades da Zona Sul


Forças de segurança atuam em quatro favelas na Zona Sul


Trânsito da Lagoa-Barra foi reaberto após ser fechado nos dois sentidos; na Rocinha, troca de tiros assustou moradores da região 

 Forças Armadas fazem operação na Rocinha neste sábado - Marcia Foletto / Agência O Globo

De acordo com o Comando Conjunto a ação envolve cerco, estabilização dinâmica da área e remoção de barricadas. Revistas seletivas de pessoas e veículos também são realizadas. O Comando Conjunto não informou quantos militares, além de policiais civis e PMs, atuam nesta operação A ação ocorre ao mesmo tempo em que a intervenção atua com 4.600 agentes na Cidade de Deus. Lá, a operação começou na última quinta-feira e prossegue até o momento.  De acordo com comunicado do Comando Conjunto, a Polícia Federal também atua na operação deste sábado cumprindo mandados judiciais ligados à sua natureza jurisdicional. A nota diz ainda que a ação de hoje beneficia, direta e indiretamente, mais de 120.000 moradores.

Galeria de fotos

Moradores usaram as redes sociais para relatar a ação. Um helicóptero das Forças Armadas sobrevoava a favela. "Gente...isso não vai acabar não?? Há um ano e esses tiroteios", escreveu um internauta. "Triste acordar e se deparar com essa operação! Pleno sábado! Tomem cuidado. Que Deus nós abençoe..."; "Muitos caminhões do exército na saída do túnel, mais ou menos uns 20. Tem helicóptero sobrevoando aqui também."
A Polícia Militar apoia a estabilização da área e bloqueia possíveis rotas de fuga de criminosos. A Polícia Civil, também inserida na ação, promove a checagem de antecedentes criminais e cumprirá mandados judiciais, condicionada às restrições constitucionais à inviolabilidade do lar.

Os efetivos de militares das Forças Armadas, policiais militares e policiais civis articulam-se aos empregados na operação da Cidade de Deus, que está no quarto dia, e comunidades vizinhas, com o apoio de meios blindados, aeronaves e equipamentos pesados de engenharia. Assim na na Lagoa-Barra, algumas vias na região poderão ser interditadas e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis. Não há interferência nas operações dos aeroportos.  A Polícia Federal atua na mesma área geográfica, de modo integrado com as ações do Comando Conjunto, cumprindo mandados judiciais ligados à natureza jurisdicional daquela força policial.

Esta operação foi deflagrada no contexto das medidas implementadas pela Intervenção Federal na Segurança Pública.


O Globo