Blog do Noblat
Tudo pronto para condená-lo outra vez
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva completou, ontem, um sexto de sua pena de 8 anos, 10 meses e 20 dias de cadeia por crime de corrupção e de lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Já pode ir para o regime semiaberto de prisão, trabalhando durante o dia e voltando para dormir na cadeia.
Ocorre que tudo parece pronto em Porto Alegre, sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), para condená-lo no caso do sítio de Atibaia, reformado de presente para ele pelas construtoras Odebrecht e OAS. Substituta de Sergio Moro, a juíza Gabriela Hardt condenou Lula a 12 anos e 11 meses de prisão. [além dessa sentença aguardando confirmação para os próximos dias, o presidiário petista ainda responde a oito processos criminais, divididos entre Brasília e Curitiba e que produzirão novas condenações.]
Se a decisão de Hardt for confirmada
pelos desembargadores do TRF-4, Lula sequer desfrutará de algum tempo no
regime semiaberto. O presidente Jair Bolsonaro continua torcendo para
que ele mofe na cadeia. Mas já admite que se Lula for solto não será
assim tão mal. Servirá para aumentar a polarização com o PT.
O melhor dos mundos para o ex-presidente
está nas mãos dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal. Amanhã, eles
decidirão se réus delatores devem ou não ser ouvidos antes dos demais
réus. Se entenderem que sim, a condenação de Lula no processo do tríplex
poderá ser anulada. A decisão beneficiará também outros réus.
Resposta a Bolsonaro e a Moro - Em questão, o abuso de autoridade
Convocado às
pressas no fim de semana, o Congresso se reunirá, hoje, para votar pela
última vez o projeto de lei sobre Abuso de Autoridade. A sessão será
longa.
De um total de 118
dispositivos do projeto, o presidente Jair Bolsonaro, orientado pelo
ministro Sérgio Moro, vetou 36. O Congresso pretende derrubar parte dos
vetos.
O momento é propício.
Bolsonaro está fora do país. E o Congresso furioso com a operação da
Polícia Federal que na semana passada atingiu Fernando Bezerra Coelho,
líder do governo no Senado. Acusado de ter embolsado
R$ 5,5 milhões da Odebrecht quando foi ministro de Dilma, Bezerra Coelho
teve seu gabinete invadido por policiais que apreenderam documentos e
computadores.
A derrubada de vetos não
incomodará Bolsonaro. Ele vem se afastando do combate à corrupção desde
que seu filho Flávio passou à condição de investigado por desvio de
dinheiro público. [o combate eficaz à corrupção não precisa do Presidente Bolsonaro diretamente a frente;