Conselho
de Medicina do Rio concluiu que, se acontecer um acidente com múltiplas vítimas
durante os Jogos, a rede de saúde não conseguirá atender todos
A 21 dias da Olimpíada, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro
(Cremerj) concluiu que, se acontecer um acidente com múltiplas
vítimas durante os Jogos, a rede carioca
de saúde pública não terá capacidade de atender todos. A constatação foi feita
a partir da fiscalização realizada pelos conselheiros entre os últimos dias 5 e
11 nos cinco hospitais designados como
de referência para o atendimento de emergência durante as competições, de 5
a 21 de agosto.
O relatório parcial das vistorias foi divulgado, nesta sexta-feira, 16. O documento será entregue na próxima segunda-feira, 18, à Secretaria Municipal de Saúde. O presidente do Cremerj, Pablo Vazquez, afirmou que o quadro é “preocupante”. “Há uma superlotação, e as vagas para leitos estão escassas. Há a necessidade, não quero pensar no pior, em aumentar a estrutura de atendimento. Estou preocupado porque hoje há lotação e na Olimpíada teremos mais de 1 milhão de visitantes. Ainda dá tempo”, disse.
Segundo Vazquez, outro fator que preocupa é a redução de verbas para a saúde. “O Rio teria que investir pelo menos 12% de seu orçamento na saúde. Tem investido 4%”, afirmou. De acordo com o vice-presidente do Cremerj, Nelson Nahon, a diferença entre o total do orçamento e o que foi investido até agora representa menos R$ 370 milhões aplicados na saúde. “Teriam que ser investidos R$ 400 milhões. Em junho, só foram investidos cerca de R$ 25 milhões. Os hospitais estão precários, faltam medicamentos e as equipes médicas estão reduzidas”, disse.
Ainda segundo o conselho, há a demanda diária de cem leitos para Centros de Tratamento Intensivo (CTI) de pacientes em fila de espera. Outra medida criticada foi a solução apresentada pela rede pública de, durante a Olimpíada, atender pacientes de média gravidade em uma cantina desativada no Salgado Filho, caso haja acidente com muitas vítimas. “Nos disseram que construirão leitos no local. Mas nos preocupa que é um espaço aberto, ainda com os balcões da antiga cantina”, disse Nahon.
Fonte: Veja - Estadão Conteúdo