Transformar o
Flamengo em freguês de caderno de um dos piores times da história do Vasco, lanterna absoluto do Brasileiro e virtual rebaixado para a
Segunda Divisão (pela terceira
vez, em oito anos), não é pouca coisa. Pois o presidente Eduardo Bandeira
de Mello, seu diretor geral Fred Luz, o tal “conselho gestor” e o executivo de
futebol Rodrigo Caetano conseguiram.
Aplausos!
A arquitetura da funesta proeza não
começou na última quarta-feira. Nem tão pouco pode ser explicada, de forma
simplista, com as contusões de Guerrero e Ederson, no início da segunda partida
do mata-mata da Copa do Brasil.
Os incontáveis equívocos e decisões
desastradas dessa turma, que parece tão competente no mundo das finanças,
vêm de longe. Frutos de um bando de gente que não entende patavinas de futebol
e agrava os problemas causados por sua crassa ignorância com a arrogância
característica (e insuportável) de praticamente todos os seus componentes e
seguidores. Alguns exemplos singelos e
categóricos:
1 - Embora não tenha conseguido receber nem sequer um centavo pela venda de Hernani, para
um clube árabe, o comando do futebol
rubro-negro decidiu recusar o oferecimento do artilheiro para voltar. De graça!
Numa época em que Guerrero ainda nem tinha sido contratado. E cabe
outra pergunta. Mesmo com a chegada do
peruano, não teria sido o Brocador excelente reserva para as muitas ausências
já previstas (e, como se vê agora,
também as imprevistas) do titular?
Pois é... E ainda liberaram o
Alecsandro. Gênios. Hernani, no Sport, segue
fazendo gols e sendo decisivo. Vide o Leão, na Sul-Americana. E, no
domingo, vai encarar o Fla.
2 — Situação semelhante aconteceu com Leonardo Moura, com o agravante (considerável) de o titular da posição
ser o Pará! O veterano moicano
praticamente implorou ao Fla para retornar à lateral-direita, onde prestou tantos
e tão relevantes serviços — e ainda tinha condições de atuar
razoavelmente, pelo menos até o final do ano. Até
porque, reforço, o titular é o.... PARÁ! Pois não quiseram.
3 — A estapafúrdia contratação de
Cristóvão, para substituir Luxemburgo. A eliminação rubro-negra da Copa do
Brasil não se deu anteontem. Começou e acabou sendo decidida na derrota na
primeira partida, quando o técnico ainda era ele. Agora, por favor, alguém que conheça minimamente o futebol e
analisasse, com
alguma lucidez, a carreira do treinador podia achar que ia dar certo?
Esses são apenas três exemplos
cristalinos das bobagens cometidas ultimamente, na Gávea. Que chegam a
números espantosos se a eles somarmos as contratações de dezenas de botinudos
que levaram o Flamengo a mais esta temporada lamentável em termos de
resultados. A inesperada e afortunada conquista da Copa do Brasil, no primeiro
ano de gestão dos “azuis”, foi a exceção que confirma a regra. Não sabem nada de bola. Se ao menos tivessem a humildade de aceitar
isso e buscassem conhecimento com quem tem (e
a história rubro-negra está repleta de gente assim), o (aparentemente) bom trabalho na gestão das
finanças poderia ser proveitoso. Do jeito que está, os bancos e os credores aplaudem de pé e a torcida sofre. E como
sofre. Freguês
de caderno desse horripilante time do Vasco? Não há desculpa...
Em tempo: Wallim Vasconcelos, o
outro candidato azul, foi um dos piores
vices de futebol da história do Fla, contribuindo significativamente para o
caos atual. Mais um da turma que entra no Maracanã de
nariz empinado e pergunta quem é a bola.
Fonte: Blog do Renato Mauricio Prado