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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Prédios são evacuados em Brasília e SP após tremor de terra

'Não foi a primeira vez nem será a última', diz sismólogo sobre tremor

Juracir Carvalho, especialista do Observatório de Sismologia da UnB, diz que é impossível prever quando um terremoto ocorrerá, mas ressalta que o Brasil não costuma sofrer abalos muito intensos

Um tremor de terra que ocorreu na Bolívia na manhã desta segunda-feira, por volta de 10h40, foi sentido em prédios mais altos de São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e em várias outras cidades do Sudeste, do Centro-Oeste e na região Sul. O sismo, de magnitude intermediária, de 6,8 pontos na escala Richter, ocorreu a 557 km de profundidade, de acordo com o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), em uma área localizada a 209 km de Tarija, noroeste da Bolívia.

Na Avenida Paulista, dezenas de pessoas saíram dos prédios e se aglomeraram nas ruas. O prédio da Petrobras, no número 901 da avenida, foi evacuado após os funcionários que trabalham do 11º ao 19º andares sentirem os tremores. Segundo o segurança Jackson Carlos da Conceição, as pessoas relataram que o tremor durou cerca de 30 segundos. “Eles viram as portas e objetos balançarem, disseram ter sentido como se estivessem tontos”, contou. Por precaução, todos os andares do prédio foram esvaziados. Cerca de 400 pessoas trabalham no local.

O prédio da Gazeta na Avenida Paulista, 900, foi outro que evacuado. Por volta das 11h, o prédio do Ministério Público de São Paulo, que fica na Rua Riachuelo, no centro, também foi esvaziado. Muitas pessoas permaneceram nas calçadas aguardando permissão para retornarem ao prédio.  O editor de fotografia Marcelo Ferrelli, de 40 anos, estava no 12º andar do prédio da Gazeta quando sentiu o tremor. “Eu estava em pé e deu uma vertigem, uma sensação de baixar a pressão. Todo mundo começou a perguntar e a gente reparou os fios da TV balançando. Tremeu, diminuiu e tremeu de novo e outra vez. Foram três vezes em um período de cinco minutos.”

tremor de terra sentido no Distrito Federal por causa de um terremoto proveniente da Bolívia deixou os brasilienses preocupados com a possibilidade de novos abalos e suas consequências para as edificações da capital federal. Segundo o sismólogo Juracir Carvalho, do Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB), é impossível prever esse tipo de fenômeno, logo há sempre possibilidade de novas ocorrências.

O Brasil, porém, ressalta o especialista, não costuma ser atingido por tremores muito fortes, como os que atingem outros países. Isso acontece porque o país está localizado no centro da Placa Sul-Americana, com até 200km de espessura, e as principais regiões afetadas pelo fenômeno são aquelas localizadas próximo às bordas das placas tectônicas, onde há zonas de convergência. Assim, os terremotos que chegam ao país são menos intensos. O desta segunda-feira, por exemplo, alcançou magnitude 6,7 na Bolívia, onde foi seu epicentro, mas chegou ao DF e a alguns estados brasileiros com intensidade bem menor, por volta de 4. 

Brasil já teve dois terremotos fortes
Carvalho explica que o terremoto desta segunda-feira foi causado pelo choque das placas tectônicas do Pacífico e Sul-Americana. "A Placa do Pacífico se chocou com a Placa Sul-Americana e, como não podem ocupar o mesmo espaço, a do Pacífico entrou debaixo da Sul-Americana. Com isso, a ponta da placa ‘mergulhou’ para dentro do manto, ou seja, do planeta, e causou o tremor na superfície." 



Magnitudes de até 5 são consideradas fracas, segundo a escala Richter. De cinco a seis, o tremor já tem nível intermediário; e, entre seis e nove, pode ser considerado como fortes. Acima de 10, são fenômenos extremos. Segundo Carvalho, o Brasil já recebeu 22 eventos naturais independentes com magnitude 5, e dois com magnitudes 6 e 6.2. 



“Mesmo com essas escalas bem definidas, a sismologia não consegue ser completamente exata. Abalos com sismo menos que cinco (graus) já deixaram cidades com muitos danos físicos”, acrescentou. Em 2007, o município de Itacarambi, em Minas Gerais, registrou um terremoto de 4,9 graus. À época, uma criança morreu soterrada, sendo, até hoje, a única vítima fatal registrada no Brasil em decorrência de um sismo.  No DF, por sua vez, em outubro de 2010, foi registrado o mais forte tremor da região, com 4,5 pontos na escala. Ele começou na região Mara Rosa, na divisa entre Goiás e Tocantins, a cerca de 300km da cidade, e deixou moradores do Distrito Federal em pânico. A Defesa Civil mandou esvaziar prédios, mas não houve grandes danos nem feridos.

IstoÉ e Correio Braziliense