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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Jovem acusada de matar o marido aos 17 anos será enforcada no Irã

Zeinab Sekaanvand tinha apenas 17 anos quando foi presa em 2012. Ela foi condenada em um julgamento “brutalmente injusto”, segundo a Anistia Internacional

Uma iraniana de 22 anos acusada de matar o marido quando ainda era menor de idade pode ser enforcada nesta quinta-feira se sua pena não for anulada, como pedem ativistas dos direitos humanos. Zeinab Sekaanvand foi presa em fevereiro de 2012 e condenada pelo assassinato do marido em um julgamento “brutalmente injusto”, segundo a Anistia Internacional.

Zeinab tinha apenas 17 anos quando foi acusada do crime. De família pobre e conservadora, ela fugiu de casa aos 15 anos para se casar com Hussein Sarmadi para tentar uma vida melhor, mas logo após o casamento ele passou a agredi-la física e verbalmente. Ela registrou diversas queixas contra o marido na polícia, mas o caso nunca foi investigado. O marido rejeitou o pedido de divórcio, e os pais se recusaram a recebê-la de volta. 

Samardi foi encontrado morto a facadas, Zenaib foi presa e, vinte dias depois, confessou o crime.  “Este é um caso perturbador”, disse ao jornal britânico The Guardian Philip Luter, pesquisador e advogado da Anistia Internacional. “Zeinab Sekaanvand tinha menos de 18 anos quando foi acusada, não teve direito a um advogado e afirma ter sido torturada por policiais, que bateram em diversas partes de seu corpo após sua prisão.”

Durante o julgamento, a jovem disse que só confessou porque foi torturada pelos policiais. Zeinab acusou o cunhado pelo assassinato, acrescentando que esse irmão do marido a estuprou inúmeras vezes.  Ela foi condenada à pena de morte, apesar de um exame ter diagnosticado que Zeinab sofria de um “transtorno depressivo”.

Em 2015, ela se casou na prisão e engravidou, e sua execução foi adiada até o nascimento do bebê. A iraniana deu à luz no mês passado, mas a criança morreu dois dias antes de nascer, segundo os médicos, como consequência do choque que Zeinab sofreu ao saber da execução de sua colega de cela, reportou a rede BBC. De acordo com a Anistia Internacional, o Irã já executou pelo menos uma pessoa em 2016 que havia sido condenado ainda criança. A organização afirma que há outros 49 pessoas no corredor da morte que foram condenados antes de completar 18 anos.

Fonte: Revista VEJA