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sábado, 18 de novembro de 2023

Por miopia, ignorância e preconceito, esquerda apoia ditaduras - Carlos Alberto Sardenberg

domingo, 25 de agosto de 2019

Outros enganos sobre a Amazônia - Veja

Blog do Augusto Nunes

A historinha ensina a passar qualquer notícia recebida por três peneiras: a da verdade, a da bondade e a da utilidade




O Amazonas, o rio, e a Amazônia, a região, têm sido assim chamados pela presença de mulheres guerreiras vistas a cavalo, que queimavam ou cortavam o seio direito com o fim de melhor manejar o arco e a flecha. Esta versão lendária, vinda do Grego, passou pelo Latim e chegou a várias línguas, incluindo o Português, mas sua penúltima escala foi o Espanhol. O militar e explorador Francisco de Orellana, o descobridor do maior rio do mundo, disse ter enfrentado na expedição tribos guerreiras femininas semelhantes às lendárias mulheres da Capadócia, na atual Turquia.
Foi uma das primeiras fake news da América, pois que baseada em outra, ainda mais antiga, o que lhe aumenta a aura de suposta verdade, vindo a tornar-se, pois, histórica. As inexistentes mulheres guerreiras sem o seio direito tiveram origem na semelhança entre  a palavra iraniana ha-mazan, cavaleiros, e a palavra grega amázon, sem o seio, modificação de mázos, seio, antecedido do “a”, indicando negação.

Talvez tenha contribuído para o engano de Orellana – ele não fez a confusão de propósito – ter enfrentado guerreiros índios nus e de cabelos longos, e confundido seus mamilos escuros com seios queimados das mulheres lendárias das quais ouvira falar nas cortes ou nas viagens. Ele teve cargos importantes, foi vice-governador de Guayaquil, no Equador, devia pegar de ouvido muitas histórias e lendas e não teve tempo de ruminá-las direito, pois morreu aos 35 anos. 

Em resumo, se não existia pecado do lado de baixo do Equador, por que mentir seria um deles? Orellana não mentiu, assim como não mente quem repete esta e outras lendas sobre a Amazônia, dando-lhes foros de verdade, agora não mais histórica, mas estatística. Para mentir e enganar bobos, a ferramenta mais usada até então eram números e porcentagens. Agora são fotos falsas.  O contexto das novas lendas sobre a Amazônia tem, porém,  um outro viés. A maioria dos brasileiros lia e escrevia pouco, mas ouvia e falava muito. Esta situação mudou com a chegada das redes sociais. De repente, o brasileiro passou a escrever o que antes falava, usando para expressar-se um misto de fala e de escrita, que na verdade é uma terceira língua: não é a língua comum falada nestas terras, mas também não é a norma culta da modalidade escrita até então lida em jornais e revistas, utilizada por quem escrevia nestes veículos e a aprendera nos bancos escolares lendo sobretudo os clássicos do idioma.  

Esses poucos ainda escrevem, mas já são minoria nas redações, inesperadamente tomada por profissionais quase ágrafos, entretanto portadores de diploma de curso superior. O que predomina, então, nas postagens parece ter vindo dos meios de comunicação social, sobretudo da televisão. e a modalidade da língua interessasse apenas pela forma, os problemas seriam diminutos. Um erro de ortografia ali, outro acolá, uma regência indevida mais adiante, nada disso impediria o entendimento, mas o que ocorre é outra coisa. Não se diz mais coisa com coisa, deu a louca no português do Brasil. O caos é rapidamente instalado pelo desconhecimento dos assuntos e dos modos corretos de sobre eles dissertar por escrito.

Mas o que mudou na fala e na escrita do brasileiro com acesso às redes sociais? Até recentemente o assunto predominante era o futebol. De repente a política tornou-se um grande tema nas redes sociais, talvez o principal, e definiu as últimas eleições presidenciais em favor de quem soube usá-las melhor.  Diante da verborragia, mais impressionante ainda nos incautos, sobretudo quando ilustrada por conceitos e números malucos, não é de bom tom mandar calar a boca, como o rei da Espanha fez com Hugo Chávez há cerca de doze anos, tornando instantaneamente famosa mundo afora a frase  Por que no te callas?”.
Por ter sido proferida originalmente em espanhol, língua mais franca do que o português,  virou bordão no mundo lusófono e alistou ao lado de Chávez uma legião brasileira para apoiá-lo. Afinal, quem o rei pensava que era para ofender assim outro estadista?

Mas, se não se deve mandar ninguém calar a boca, não se deve também acreditar em tudo o que os outros dizem. É preciso usar as três peneiras, um conselho atribuído ora ao chinês Confúcio, que viveu entre os Séculos VI e V a.C., ora ao grego Sócrates, no Século IV a.C. A historinha ensina a passar qualquer notícia recebida por três peneiras: a da verdade, a da bondade e a da utilidade. E só divulgá-la depois disso. É verdade o que informaram? A divulgação foi feita por com boas intenções? É útil divulgar o que se soube?

Também os antigos romanos se preocuparam com o que era tornado público e resumiram suas inquietações em dois provérbios invocados com frequência no mundo jurídico: cui prodest? (a quem interessa?) e cui bono? (para quem é bom?).

Não apenas as redes sociais estão sem editor. Também o Brasil e o mundo. Ora, se ler é escolher, publicar é a primeira escolha sobre o que os outros vão ler. Como disseram nossos avós, ouvido não é penico. Os olhos também não devem ser.

Transcrito do Blog do Augusto Nunes - Veja  
 
Deonísio da Silva
Diretor do Instituto da Palavra & Professor
Titular Visitante da Universidade Estácio de Sá

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Jovem acusada de matar o marido aos 17 anos será enforcada no Irã

Zeinab Sekaanvand tinha apenas 17 anos quando foi presa em 2012. Ela foi condenada em um julgamento “brutalmente injusto”, segundo a Anistia Internacional

Uma iraniana de 22 anos acusada de matar o marido quando ainda era menor de idade pode ser enforcada nesta quinta-feira se sua pena não for anulada, como pedem ativistas dos direitos humanos. Zeinab Sekaanvand foi presa em fevereiro de 2012 e condenada pelo assassinato do marido em um julgamento “brutalmente injusto”, segundo a Anistia Internacional.

Zeinab tinha apenas 17 anos quando foi acusada do crime. De família pobre e conservadora, ela fugiu de casa aos 15 anos para se casar com Hussein Sarmadi para tentar uma vida melhor, mas logo após o casamento ele passou a agredi-la física e verbalmente. Ela registrou diversas queixas contra o marido na polícia, mas o caso nunca foi investigado. O marido rejeitou o pedido de divórcio, e os pais se recusaram a recebê-la de volta. 

Samardi foi encontrado morto a facadas, Zenaib foi presa e, vinte dias depois, confessou o crime.  “Este é um caso perturbador”, disse ao jornal britânico The Guardian Philip Luter, pesquisador e advogado da Anistia Internacional. “Zeinab Sekaanvand tinha menos de 18 anos quando foi acusada, não teve direito a um advogado e afirma ter sido torturada por policiais, que bateram em diversas partes de seu corpo após sua prisão.”

Durante o julgamento, a jovem disse que só confessou porque foi torturada pelos policiais. Zeinab acusou o cunhado pelo assassinato, acrescentando que esse irmão do marido a estuprou inúmeras vezes.  Ela foi condenada à pena de morte, apesar de um exame ter diagnosticado que Zeinab sofria de um “transtorno depressivo”.

Em 2015, ela se casou na prisão e engravidou, e sua execução foi adiada até o nascimento do bebê. A iraniana deu à luz no mês passado, mas a criança morreu dois dias antes de nascer, segundo os médicos, como consequência do choque que Zeinab sofreu ao saber da execução de sua colega de cela, reportou a rede BBC. De acordo com a Anistia Internacional, o Irã já executou pelo menos uma pessoa em 2016 que havia sido condenado ainda criança. A organização afirma que há outros 49 pessoas no corredor da morte que foram condenados antes de completar 18 anos.

Fonte: Revista VEJA