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quarta-feira, 1 de junho de 2016

O que acontece com elas depois da violência



Barbáries como o estupro coletivo da garota de 16 anos, no Rio de Janeiro, deixam marcas em suas vítimas para o resto da vida. O tamanho do impacto físico e emocional da violência é hoje objeto de pesquisa em vários centros espalhados pelo mundo e o que se descobriu até agora é aterrador.

O mais recente trabalho neste campo, feito pela RutgersUniversity, nos Estados Unidos, mostrou que meninas e mulheres vítimas de agressão sexual sofrem alterações na química cerebral que prejudicam o aprendizado, a memória e podem influenciar a formação de vínculos emocionais necessários à criação de filhos.

Um levantamento feito na Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega, por exemplo, mostrou que pelo menos duas em cada dez mulheres que sofreram abuso sexual quando crianças param de amamentar seus próprios filhos antes que eles completem quatro meses de idade. Naquele país, as mães em geral amamentam por no mínimo seis meses.

As mulheres também manifestam maior risco de sofrer de depressão e de outras doenças psiquiátricas, como o transtorno bipolar.

A identificação das consequências da violência é passo prioritário para que essas mulheres tenham o auxílio médico e psicológico necessário. “Precisamos conhecer mais sobre todas as marcas deixadas. Devemos ajudar as vítimas a se recuperar”, defende TraceyShors, professora do Departamento de Psicologia e Neurociência da instituição americana.

Felizmente, passos importantes estão sendo dados neste sentido. No poderoso Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos – um dos grandes fomentadores de investigações científicas do mundo -, até há pouco tempo os modelos para pesquisas do impacto do estresse no cérebro eram em sua maioria cobaias machos. Hoje, fêmeas devem ser incluídas.

Fonte: Época
 

quinta-feira, 23 de abril de 2015

A “solução” australiana para os refugiados



Em crises complexas, sempre existe a busca de uma fácil boia de salvamento. E poucas crises são tão complexas como o drama dos migrantes e refugiados, que se arriscam na perigosa travessia do Mediterrâneo da África do Norte para a Europa. A atenção no drama se intensificou nos últimos dias com os sucessivos naufrágios no Mare Nostrum. Já são 1.750 mortos em 2015, 30 vezes mais do que em igual período no ano passado.

Lá do oceano Pacífico, Tony Abbott, o primeiro-ministro falastrão da Austrália, fez um apelo para a União Europeia (cujos dirigentes realizam reunião de emergência nesta quinta-feira sobre o drama no Mediterrâneo) seguirem a rota do seu país na crise.  Após assumir o poder em setembro de 2013, a coalizão conservadora liderada por Abbott implantou a Operação Fronteiras Soberanas. Sob o comando de um general, a operação linha dura teve como alvo os barcos dos traficantes de gente miserável e desesperada. As embarcações foram rechaçadas de volta para as águas da Indonésia e os refugiados que romperam o escudo de proteção foram confinados em remotas ilhas do Pacífico.

Até agora em 2015, nenhum refugiado marítimo pediu asilo na Austrália. Em contraste, foram 20 mil em 2013, quando os trabalhistas estavam no poder e ainda não fora adotada a operação militar linha dura. Hoje, mesmo os trabalhistas engolem a solução Abbott. No caso da União Europeia, com seus 28 países, e vivendo crise de identidade, conseguir um consenso sobre qualquer política efetiva é tarefa ingrata, praticamente impossível.

Ademais, existem questionamentos legais sobre a adoção de política semelhante à da Operação Fronteiras Soberanas. A Corte Europeia de Direitos Humanos já decidiu contra um acordo entre a Itália e a Líbia para empurrar de volta embarcações no Mediterrâneo. E obviamente há os fantasmas da intervenção militar ocidental na Líbia em 2011, mal executada, e cuja principal sequela após a queda da ditadura Kadafi é uma terra de ninguém ou de milícias rivais. [situação que se concretizou sob os auspícios do genial Obama.]

Aliás, me impressiona entre alguns leitores da coluna a noção de que boia de salvamento para desastre, qualquer problema, seja ter no poder alguém como Kadafi ou Bashar Assad. A “solução” australiana foi jogar o problema para pequenas ilhas como Nauru, onde há informes de abuso sexual de crianças e de brutalidade. Existem poucos casos de soluções definitivas para estes refugiados. A escala no Mediterrâneo é muito maior. No entanto, apesar dos clamores humanitários e dos alertas sobre saídas simplistas, a “solução” de Tony Abbot é uma tentação para os europeus.

O ímpeto é mais para combater o tráfico de refugiados na raiz líbia do que ajudar ou acolher refugiados. A tragédia no mar poderá ser multiplicada em terra. Por algumas projeções, 1 milhão de refugiados podem acabar presos na ratoeira líbia. Esta é uma boia de salvamento para os europeus nesta crise?

Fonte: Veja OnLine