Deixe o general falar!
Um vírus chamado Mourão
Uma
infecção adiou a alta hospitalar do deputado Jair Bolsonaro (PSL) prevista para
hoje. Ele embarcaria para o Rio de Janeiro em grande estilo – aos cuidados da
Polícia Federal, na companhia de pelo menos 12 pessoas, e em avião de carreira.
Seria aclamado à partida e à chegada. Glória a Deus!
Segundo o
boletim médico, é normal que a retirada de um cateter provoque leve infecção a
ser superada em questão de dias. O que ele talvez não supere até o fim da
eleição e mesmo depois dela será o efeito corrosivo da infecção que atende pelo
nome de Mourão. Ela é muito mais perigosa.
Quando o
general da reserva, seu vice, fala alguma coisa – qualquer coisa -, é certeza
de encrenca, e das brabas. Mourão não entende de nada – nem de economia, mas
isso Bolsonaro também não entende, nem de política, e isso Bolsonaro
razoavelmente entende.
O enfermo
do Hospital Albert Einstein foi obrigado a postar uma nota nas redes sociais
desautorizando Mourão pelo o que ele havia dito em palestra para empresários
gaúchos. Mourão investiu contra o pagamento do 13º salário e de férias
remuneradas, “jabuticabas brasileiras”, segundo ele. Coisa somente nossa.
Os
adversários de Bolsonaro agradeceram a Mourão pela ajuda. A cizânia instalada
em uma campanha sem comando alastrou-se como um vírus. O general inimigo dos
trabalhadores brilhou à noite nos programas de propaganda eleitoral no rádio e
na televisão. Bolsonaro arrisca-se a ir para o segundo turno em segundo lugar.
Blog do Noblat - Veja
Veja - Edição da
semana 2602 3/10/2018